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SAÚDE
Alerta para aumento de focos de dengue na zona Sul

A Secretaria Municipal da Saúde emitiu uma alerta ontem por causa do aumento de focos do mosquito da dengue na zona Sul de Joinville. A região concentra 40% dos casos registrados este ano: dos 45, 18 estão na zona Sul, principalmente nos bairros Itinga e Santa Catarina.

 

NO VÍDEO
Homem largado no Regional

Um homem aparentando 45 anos foi deixado por duas pessoas num dos corredores do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, na última quinta-feira à tarde, em Joinville. Ele estava em uma cadeira de rodas e perto do serviço social do hospital.

Imagens de circuito interno registraram o momento em que dois homens o deixam no local e vão embora. Os médicos tiveram dificuldade de se comunicar com o paciente porque ele teve um acidente vascular cerebral (AVC) que afetou o movimento de parte do rosto e do maxilar.

Ele também não escreve nem tem documentos. Ao ser deixado no hospital, o homem usava fraldas geriátricas e aparentava estar bem cuidado. Uma bateria de exames apontou que o homem apresentava quadro leve de desnutrição. Ainda na quinta-feira, funcionários do Regional fizeram contato com a Secretaria do Bem-estar Social de Joinville para providênciar um abrigo ao paciente caso ninguém se manifeste pela guarda dele – segundo o hospital, não há necessidade de ele ficar internado.

Ontem à tarde, uma assistente social do Hospital São José reconheceu o homem. Ele havia ficado internado lá de 19 de fevereiro até terça-feira, quando recebeu alta e foi levado pela Secretaria de Saúde de Barra Velha para um abrigo na cidade. A identidade do homem não foi informada. A polícia investiga a ligação das pessoas que aparecem no vídeo com o homem deixado no hospital. O paciente será liberado assim que forem localizados os parentes.


FALTA DE MÉDICOS
CFM rebate afirmação de ministra sobre aborto

A falta de médicos dispostos a fazer aborto em casos previstos em lei é problema de gestão pública e não de resistência da classe, disse o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital. Na quinta-feira, a ministra Eleonora Menicucci disse que há serviços credenciados, mas eles não funcionam pois médicos alegam objeção de consciência.

 

 

MENINGITE
Doença pode virar surto em Joaçaba
Cidade contabiliza o quarto caso este ano. Três estudam na mesma escola

Após uma sequência de 23 casos de meningite viral no ano passado em Joaçaba, a doença já é considerada um início de surto na cidade do Meio-Oeste. O quarto caso do ano foi diagnosticada na manhã de ontem.

Uma menina de 10 anos está com o vírus. A vítima mora no município vizinho de Herval d’Oeste, mas estuda em uma escola particular de Joaçaba, onde outras duas alunas já foram diagnosticadas com a doença e as atividades letivas continuam normais.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Joaçaba, Sonia Pozza, revela que essa vítima mais recente teria passado o final de semana com outra menina, 11 anos, diagnosticada com meningite na quinta-feira. Com a possível relação entre os três casos, já que todas as vítimas estão na mesma faixa etária, a doença pode evoluir para um surto no município. Conforme a médica pediatra Maria Inês Sant’Anna Rodrigues, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado, a meningite viral é benigna e não há motivos para pânico.

Ela relata que, embora o número de casos tenha sido expressivo no ano passado, não houve nenhuma complicação clínica ou óbitos entre as vítimas. Os diagnósticos confirmados agora seguiriam a mesma linha, já que a meningite viral é o tipo menos perigoso e mais comum da doença.

Sobre um possível surto, Maria Inês relata que tudo vai depender do aparecimento de novos casos. Ela explica que os órgãos de saúde já estão orientando a população sobre os cuidados com a higiene e que o vírus está presente principalmente nas fezes:

– Como houve casos no ano passado e agora três das vítimas têm relação porque estudam na mesma escola, estamos tratando como início de surto.

Por enquanto, a Dive não orienta a suspensão das aulas, já que o vírus pode estar presente em qualquer ambiente. Neste ano, 26 casos de meningite viral já foram confirmados em SC. O número é considerado normal, uma vez que a doença é comum no verão.

Entre os quatro infectados, apenas duas meninas permanecem internadas. O menino de três anos que havia contraído a doença, e estuda em uma creche no Bairro Menino Deus, teve alta ontem. A outra menina contraiu e tratou a doença em fevereiro.

daisy.trombetta@diario.com.br

DAISY TROMBETTA | Joaçaba

 

 
ARTIGOS
Aids sem controle, por Moacir Loth *

O Brasil é referência planetária no combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Em 1992, Santa Catarina promoveu o I Simpósio Nacional sobre Aids, trazendo para Florianópolis o pesquisador Luc Montagnier, coordenador da equipe francesa que descobriu o vírus. O evento, patrocinado pela Assembleia Legislativa do Estado e pelo Ministério da Saúde, e cientificamente embasado e legitimado pela Universidade Federal de Santa Catarina, acabou fornecendo as bases para o Programa de Aids do governo brasileiro. Nos dias 12 e 13 de março, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, aconteceu o II Simpósio, exatos 20 anos depois, envolvendo os mesmos parceiros, além do Hospital Universitário (HU).

Embora considerado “estável”, o quadro da doença no Brasil é extremamente preocupante. A síndrome ataca em todas as direções, e sua proliferação é favorecida pelo preconceito de igrejas e pela falta de vontade política. O simpósio de 1992 foi um divisor de águas. Tomou conhecimento, entendeu a gravidade do problema, deu consequência e implementou a política nacional de enfrentamento da Aids.

Vinte anos se passaram e a esperada vacina não apareceu. A epidemia, mesmo “estabilizada”, continua firme e forte, atingindo todos e todas, jovens, adultos e idosos. É importante discutir tratamento e qualidade de vida dos doentes. Os dilemas atuais , no entanto, são outros. Afinal, ante tanta educação e informação, por que a epidemia não regride? O governo não dará conta da tarefa sem a participação efetiva e consciente da sociedade. A prevenção e o controle desafiam os governos, as organizações sociais, as universidades, as famílias e cada um de nós.

A comunicação pública, livre de todo preconceito, terá papel fundamental nesta história de vida ou morte.

* JORNALISTA

 

Vida e Saúde

 

CAPA
De olho no sangue
ANEMIA TRAZ SÉRIOS PREJUÍZOS À SAÚDE SE NÃO FOR TRATADA A TEMPO

Desordem mais comum do sangue, a anemia é uma doença silenciosa. Caracterizada pela falta de células sanguíneas vermelhas e/ou hemoglobina, a anemia ocasiona a redução da habilidade do sangue transferir oxigênio para os tecidos. A hemoglobina (proteína que carrega oxigênio nas células vermelhas do sangue) tem que estar presente para garantir a oxigenação adequada de todos os tecidos do organismo.

Há vários tipos de anemia, produzidos por uma variedade de causas. A doença é classificada pelo tamanho da célula vermelha sanguínea: diminuída, normal ou aumentada. O grande problema é que a enfermidade muitas vezes não é detectada, pois os sintomas podem ser vagos. O mais comum é a sensação de fraqueza ou fadiga. Falta de ar é relatada em casos mais severos. Muitos casos incitam uma resposta compensatória, na qual o trabalho cardíaco é aumentado, levando a palpitações e transpiração, podendo ocasionar falha cardíaca em idosos. A palidez somente é notável em casos de anemia severa, e não pode ser um parâmetro confiável.

Os novos hábitos alimentares do brasileiro, que incorporam as refeições fast-food e lanches desregrados, podem favorecer o surgimento dos problemas.

Segundo a nutricionista Carina Tafas, a absorção de ferro de origem vegetal é aumentada quando é ingerido juntamente com a vitamina C, encontrada principalmente nas frutas cítricas.

– Devemos tomar cuidado com alguns tipos de chás, pois inibem a absorção de ferro, assim como o leite de vaca em excesso. Já o cálcio inibe sua absorção, portanto molhos brancos, queijos e nata (ricos neste mineral) podem contribuir para piorar o estado nutricional de ferro e devem ser evitados durante as principais refeições – afirma.

Outros antagonistas, neste caso, são os fitatos e os polifenóis. Os primeiros, presentes em diversas sementes e grãos, prejudicam a absorção do ferro. Já os polifenóis, apesar de estarem associados com efeitos benéficos contra doenças cardiovasculares, podem se ligar ao ferro e dificultar sua absorção. Alguns dos polifenóis mais comuns são os taninos, as catequinas e isoflavonas.

Cabe evitar o uso de chá verde, chimarrão, chá preto, cacau, café e chás de ervas próximos às refeições que contenham ferro.

Apesar de dados laboratoriais apontarem apenas para a deficiência da ingestão de ferro, a redução ou ausência de outros nutrientes podem estar presentes, pois quando se instala no organismo alguma deficiência, normalmente ela é acompanhada de outras carências nutricionais.

As anemias nutricionais, por sua vez, resultam da carência diretamente associada a um nutriente ou à combinação de nutrientes, como ferro, ácido fólico e a vitamina B12. Portanto, a deficiência de outro nutriente pode ser a causa indireta da anemia nutricional, pela interligação do metabolismo dos micronutrientes como um todo, sendo que a carência de um nutriente pode gerar a deficiência de outro.

Para tratar a anemia, é necessário uma alimentação equilibrada e saudável como um todo e não apenas maior ingestão de ferro.


Para evitar a anemia

Os principais nutrientes que normalmente estão deficientes em quem desenvolve anemia são, além das proteínas e do ferro, a vitamina B12, zinco, ácido fólico e vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). A deficiência de ferro e vitamina B12 aumenta o risco de doenças cardiovasculares por deficiência de ácido fólico, prejuízo no sistema imunológico e antioxidante (por deficiência de vitamina A, D, zinco), e prejuízo na coagulação sanguínea normal (por deficiência de vitamina K), dentre outras.

Onde encontrar
Ferro: fígado, ervilhas, feijões, carne vermelha, batata, espinafre, pão integral, brócolis, ovos, queijo, leite e vegetais verdes.
Ácido Fólico: carne, fígado, espinafre, repolho, laranja, alface, brócolis, germe de trigo, banana e ovos
Vitamina B12: fígado, rim de boi, ostra, atum, leite, queijo, frango.


GINECOLOGIA
Fim daqueles dias


Pesquisa aponta que 40% das brasileiras querem interromper fluxo menstrual, mas quase 80% desconhecem tratamentos

Sempre rodeada de medos e mitos, a contracepção contínua já não é mais o bicho de sete cabeças que durante muitos anos levantou polêmicas. Se, antes, pensava-se que se livrar dos transtornos “daqueles dias”, parando de menstruar, seria um risco para a saúde feminina e uma afronta à natureza da mulher, hoje a história tomou outros rumos. Grande corrente de médicos já recomenda, em seus consultórios, que pacientes que sofrem com a menstruação – com cólicas, inchaços ou mesmo tensão pré-menstrual (TPM) e não se adaptam ao sangramento – interrompam de vez o ciclo regular. Mesmo com o respaldo dos doutores, as brasileiras não estão tão convencidas disso e, apesar de sonharem com o “fim daqueles dias”, ainda têm um pé atrás para se livrar do sangramento de todo mês.

Essa vontade freada pela desconfiança foi mostrada em uma pesquisa do Instituto Resulta, feita em 2011, em quatro capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Foram entrevistadas 340 mulheres de 18 a 30 anos, e o resultado surpreendeu: a cada 10, quatro declararam que gostariam de não menstruar, para se livrar das cólicas, desconfortos e todos os sintomas da TPM. Mesmo que 40% se mostrem incomodadas, apenas 9,3% revelaram já ter feito uso do método de contracepção contínua, que existe há 10 anos no país. A pequena porcentagem se justifica quando os pesquisadores apontam que 71,9% das voluntárias afirmaram desconhecer tratamentos que interrompem a menstruação. A desconfiança está, de acordo com o estudo (45% das participantes), relacionada ao medo de efeitos colaterais da contracepção contínua.

– Há muitas crenças a respeito disso, mas os métodos são seguros e saudáveis. Muitas mulheres deveriam parar de menstruar – assegura Eliano Pellini, da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

– Para quem pretende adiar a gravidez, tem na família histórias de miomas (fenômenos ligados à endometriose) ou são mães que precisaram retirar o útero, parar de menstruar vai protegê-las – defende Pellini, citando ainda as mulheres que se sentem muito mal com a menstruação.

– Ou até por uma simples vontade de não ter mais o sangramento. É uma opção que pode receber a indicação médica.

Segundo a Febrasgo, 25% das mulheres do país sofrem com TPM intensa. O dispositivo intrauterino, o DIU, de acordo com Pellini, cessa a menstruação, mas não alivia a mulher desse mal. As pílulas, nesse caso, atuam melhor: os comprimidos de uso contínuo são poucos hoje no mercado do país e, segundo o especialista, muitas acabam emendando cartelas de 21 dias para parar de menstruar – o que não faz mal, em princípio, mas não é o recomendado. Com os anticoncepcionais de 21 dias as mulheres fazem pausa de sete dias, para assim menstruar.

– Esse intervalo não traz nenhum benefício. Ao contrário. Algumas mulheres sofrem com os efeitos dos sintomas relacionados à menstruação. Por isso, podem ser usados anticoncepcionais hormonais orais combinados com os de uso contínuo, com 28 comprimidos e sem pausa entre as cartelas – explica o presidente da Comissão Nacional de Anticoncepção da Febrasgo, Rogério Bonassi.

– Não existem diferenças entre uma cartela regular e outra de uso extenso: só o fato de não menstruar. Além do óbvio de evitar a gestação, as pílulas reduzem as cólicas, o fluxo menstrual e as chances de câncer de endométrio e de ovário. E esse benefício está presente tanto no uso contínuo quanto no tradicional – explica o ginecologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernando Reis.

Reis diz que uma das grandes vantagens de parar de menstruar seria a redução do risco da anemia, devido à perda sanguínea. O professor acredita que, apesar de não haver diferenças entre as cartelas, as brasileiras ainda não se acostumaram com a ideia.

– Os hábitos custam a mudar. É uma questão de tempo. Nos EUA, não tem muito tempo que isso chegou lá e também está devagar – compara.

A menstruação deve ser suspensa?

 SIM
“Sob os pontos de vista científico e médico, a pílula usada em regime estendido ou contínuo oferece os mesmos riscos que o uso tradicional - com pausas mensais de sete ou quatro dias. Atualmente, a mulher pode escolher a frequência do seu ciclo com segurança e sem causar prejuízo ao organismo. Nos últimos 10 anos, esse intervalo vem diminuindo. A pausa não traz nenhum benefício. Ao contrário. Algumas mulheres sofrem com os efeitos de sintomas relacionados à menstruação, como cólicas, dores de cabeça e TPM, entre outros. Para quem não quer menstruar mensalmente, por exemplo, podem ser usados anticoncepcionais hormonais orais combinados com os de uso contínuo, com 28 comprimidos e sem pausa entre as cartelas.”

 
Fonte: ROGÉRIO BONASSI, PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE ANTICONCEPÇÃO DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

 
NÃO
“A época natural de parar de menstruar é a menopausa, que significa pausa da menstruação. É a fase de alteração hormonal na qual o corpo feminino perde a capacidade de engravidar. Interromper a menstruação artificialmente pode ser indicado, por tempo limitado, em algumas situações específicas, como anemia intensa ou em caso de endometriose. São situações que necessitam de acompanhamento médico. A interrupção voluntária e prolongada, apenas como método anticoncepcional, interfere na fisiologia feminina e pode trazer efeitos colaterais, como retenção de líquidos, irritabilidade e dores de cabeça. Esse tratamento considera a menstruação como algo nocivo a ser eliminado. Existe um outro conceito, que vê a menstruação como uma aliada, e não como uma inimiga. Existem opções de tratamento para a TPM que envolvem mudanças no estilo de vida.”
Fonte: EMERSON DE GODOI CORDEIRO MACHADO GINECOLOGISTA, OBSTETRA E AUTOR DO LIVRO GESTAÇÃO, PARTO E MATERNIDADE UMA VISÃO HOLÍSTICA (EDITORA AURORA)