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Colunista Cacau Menezes

Cigarros com sabores

A Anvisa proibiu a comercialização de cigarros com sabores. Tem deputado catarinense criticando duramente a decisão, alegando que o produto com menta e chocolate, entre outros atrativos, não prejudica a saúde. O problema não é o gosto dos cigarros. É a sedução que o sabor causa entre os jovens.

 

 


MOACIR PEREIRA
Saúde: no fundo do poço

Balneário Camboriú continua sendo a cidade com maior visibilidade de Santa Catarina. Famílias de todas as regiões do Estado, inclusive de Florianópolis, tem ali apartamentos para uso no verão ou nos finais de semana. Paranaenses, paulistas, gaúchos e brasileiros de outros estados são, também, frequentadores assíduos. Tem uma boa receita, se comparada com outras cidades catarinenses: R$ 400 milhões por ano.

Apesar disso, e de destinar 27% da arrecadação para a saúde, Balneário Camboriú vive uma grave crise na assistência médico-hospitalar. Segundo o prefeito Édson Piriquito (PMDB), o Hospital Santa Inês “está no fundo do poço”. E o Hospital Ruth Cardoso “com graves problemas de manutenção”. Inaugurado em outubro, este último não tem condições de sobrevivência. O Santa Inês tem 165 leitos e apenas 115 estão ativos; o Ruth Cardoso conta com 90 leitos e apenas 40 funcionam. O Santa Inês não tem receita nem para pagar os salários dos empregados em março. O Ruth Cardoso segue na mesma linha. Ambos tem função estratégia: são de abrangência regional. Atendem pacientes de todas as origens. Apenas 50% deles residem em Balneário Camboriú.

A situação é grave. Pode ficar muito pior, se o governo não injetar recursos. Hoje, o Hospital Marieta Konder Bornhausen está com sua Emergência entupida. Pacientes levam de 5 a 7 horas para serem atendidos, denuncia o prefeito.

Sensibilizado com este dramático quadro, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Volnei Morastoni (PT), vem tomando uma série de iniciativas para equacionar os dilemas da rede hospitalar. Atua de forma suprapartidária, solidário até com os prefeitos adversários, casos de Itajaí e Camboriú. Pediu audiências ao governador e até agora não foi atendido. Apelou ao secretário da Saúde e espera resposta. Protocolou nova reunião de urgência e aguarda manifestação.


EXTINÇÃO

Num comovido e dramático depoimento na Assembleia, o prefeito Édson Piriquito fez um veemente apelo às autoridades, revelando fatos graves que ocorrem na saúde do Estado. E criticou de forma contundente diferentes formas de discriminação que sofre em seu município.

O governo passado foi concluído pelo tucano Leonel Pavan. Teve como secretário da Saúde o deputado Dado Cherem (PSDB), na gestão Luiz Henrique. Ambos são de Balneário Camboriú. E o que fizeram?

– Por picuinha política, não fizeram nada. Não ajudaram a cidade – desabafa Piriquito, que derrotou Dado Cherem em 2008.

Pavan divulgou no Twitter que ofereceu duas parcelas de R$ 300 mil para os hospitais. A secretaria regional liberou nota afirmando que repassou mais de R$ 2 milhões.

– Estes recursos foram para equipamentos e estrutura. Precisamos de verbas de custeio. Eles ofereceram migalhas – contestou.

Édson Piriquito é do PMDB, partido presidido por Eduardo Moreira, que é vice-governador. E ele não consegue sequer audiência com o governador para tratar do problema mais grave do município.

No depoimento prestado à Comissão de Saúde, ele foi taxativo ao proclamar que a Secretaria Regional poderia ser extinta ( “é inepta”). A secretaria é dirigida pelo vereador Fabricio de Oliveira, do PSDB, do grupo de Pavan e Cherem, e pré-candidato a prefeito.

Enfatizou que não teme represálias: “Podem até me expulsar do PMDB. Não estou preocupado com o meu futuro político, mas com a saúde da população. E não se trata de um problema local. Isto ocorre na maioria dos municípios”

 

Hospital Infantil está "doente"

Florinaópolis- O promotor da infância e da Juventude Marcílio Novaes da Costa quer urgência na audiência judicial que investiga a situação do Hospital Infantil Joana de Gusmão.

Para ele, a situação é preocupante já que há problemas estruturais no prédio, equipamentos quebrados e ultrapassados, medicamentos estocados em lugar impróprio, cirurgias que foram canceladas e irregularidades sanitárias. Também há quartos funcioando como depositos, salas vazias a ala psiquiatrica é impropria ( tem janelas de vidro) e há um grande déficit de funcionarios.

O Hospital Infantil atendeu 11.697 crianças e adolescentes na emergência e no ambulatório só no mês de janeiro deste ano. Além disso, existem 184 leitos com vários pacientes internados em situação grave, com necessidade de cuidados 24 horas por dia. Para atender essa demanda há, por turno, 200 funcionários para todoas as funções de gerenciamento hospitalar, desde enfermagem à administração. E, teoricamente, 40 médicos muitos, em férias ou licença.

Desde 2007, O MP?SC ( Minitsério Público de Santa Catarina)investiga a situação da instituição.; "Gostariamos de semsibilazar o governo do Estado para melhorar essa situação , que está complicada. Se a saúde é prioritária, a infantil é mais urgente ainda ",m afirmou Novaes.

Mas degradação do prédio não é de hoje. O hospital Infantil tem 32 anos e diagnostica doenças com alguns equipamentos instalados na inauguração. " o exame que meu filho fez há 16 anos, hoje o hospital não faz mais".

Novaes esta falando do seriógrafa, que custa R$ 700 mil e está parado por falta de manutenção. " Esse é o aparelho para exames radiológicos. É essencial para nós", afirmou  o doutor Roberto Souza Morais, diretor do hospital Joana de Gusmão.

O doutor Carlos Schroeder relatou que uma criança enguliu uma bola de gude e não tinha uma pinça hospitalar para puxa-la. O médico precisou empurrar o objeto para sair nas fezes.

Corpo Clinico é referência no Estado

Os problemas do Hospital não têm relação com o corpo clínico. " Os profissionais são de extrema competência, e só não há situações mais graves, como infecção hospitalar, pela qualidade da equipe",explicou Novaes.

A taxa de infecção hospitalar é de 3,5%. O joana de Gusmão atua como polo de referência no Estado para as patologias de média e alta complexidade. A maior parte dos pacientes são da Grande Florinópolis. Em 2011, o Infantil atendeu 154 mil pacientes entre ambulatório e emergência, com 7.327 internações e 5.635 cirurgias. O indice de mortalidade foi de 1%.

No setor de oncologia, que trata das crianças e adolescentes com câncer, não há enfermeira 24 horas. Procedimentos complexo como a quimioterapia têm que ser feitos por técnica de enfermagem, que não têm preparo para conduzir o tratamento. O diretor HOSPITAL espera que o governo supra esse deficit com o concurso marcado para 1º de abril.