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SC SAÚDE
O impasse agora é na fisioterapia
Entidades da área dizem que não conseguiram discutir valores com o governo


Hoje é o primeiro dia de vigência do SC Saúde no Estado. Se em relação aos médicos, a garantia é que haverá atendimento, o mesmo não se pode dizer sobre os fisioterapeutas. A entidade das empresas afirma que não houve abertura de negociação com o governo sobre os valores e que, por enquanto, os profissionais não fizeram a adesão ao plano.

De acordo com a presidente da Associação das Empresas de Fisioterapia da Grande Florianópolis (Assefisio), Morgana Sfreddo, as entidades da área tentaram e não conseguiram audiência com a direção do SC Saúde para discutir os valores previstos para a especialidade no edital do plano – a fisioterapia não entrou na negociação que envolveu o Conselho Superior de Entidades Médicas de SC (Cosemesc).

Morgana afirma que a remuneração do SC Saúde vai de R$ 12,30 a R$ 21 e não condiz com o mínimo exigido pelo Conselho Federal de Fisioterapia, o qual estabelece o valor mínimo de R$ 24 por sessão com duração de uma hora.

– A fisioterapia foi ignorada nesse processo de negociação do SC Saúde. A situação, então, ficou delicada e a orientação, por enquanto, é de não adesão ao plano de saúde – disse Morgana.

Pagamento de consultas particulares

Se não houver o credenciamento, os segurados que vinham sendo atendidos pelo convênio com a Unimed agora terão de pagar como consultas particulares. Na Grande Florianópolis, há 125 clínicas de fisioterapia.

O Diário Catarinense ligou para algumas delas na Capital e confirmou que o atendimento só será feito particular a partir de hoje. As reclamações dos pacientes são constantes com receio de as pessoas terem de interromper tratamentos.

O secretário de Estado da Administração, Milton Martini, disse que não recebeu pedido de audiência com a fisioterapia e que, por isso, não houve reunião a respeito. Martini garantiu que os valores do edital são os de mercado. Ele observou que há impossibilidade de financeira de revê-los, mas que está aberto a se reunir com a categoria.

Problemas
OS PRIMEIROS DIAS


- Os servidores poderão encontrar problemas para o atendimento médico pelo plano nos primeiros dias. Isso porque ainda não está formalizado o fim da negociação entre médicos e governo. O impasse seguirá até o dia 7 deste mês, quando acontecerá a assembleia do Cosemesc, em Florianópolis.
- Até lá, não há garantia de que o médico esteja habilitado a atender pelo plano. Eles foram orientados pelo Cosemesc a manter o atendimento nesse período. O problema é que sem contrato assinado com o governo, o médico não conseguirá o reembolso da consulta pelo SC Saúde.
- O governo recomendou ao servidor que busque médico credenciado ao plano e pede compreensão para imprevistos nesses primeiros dias. Em seu site (http://scsaude.sea.sc.gov.br), o SC Saúde divulgou ontem o guia médico, onde é possível consultar a lista dos médicos, hospitais, clínicas e laboratórios que estão cadastrados e também os que estão em fase de credenciamento.
- A busca pode ser realizada por tipo de prestador (hospitais, clínicas, laboratório e pronto atendimento) ou por especialidades médicas. Os médicos têm até o dia 7 para se credenciar. Servidores e dependentes podem tirar dúvidas ou fazer reclamações pelo 0800-644-6040. O SC Saúde substitui o convênio da Unimed a 180 mil segurados.

 

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Obra reduz capacidade de internação

Começa hoje a reforma na enfermaria materno-infantil do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na Capital.

As obras na enfermaria de alto risco, neonatologia e puerpério devem durar de seis e 10 meses, reduzindo a capacidade de internação em aproximadamente 50%.

Conforme o diretor-geral do HU, Felipe Felício, as secretarias estadual e municipal de Saúde já foram informadas sobre as obras para que os pacientes sejam encaminhados para outros hospitais.

O setor de nascimento de alto risco e neonatal ficarão com dois leitos a menos cada um neste período. Após a reforma, os setores serão ampliados para 16 leitos cada.

 

OFTALMOLOGISTAS
MPF recebe lista de oftalmologistas


Os médicos oftalmologistas concursados pela Prefeitura de Joinville entregaram ontem um documento para o procurador da República Davy Lincoln Rocha. Nele, está uma lista com 21 itens que, segundo os profissionais, estruturariam, de forma adequada, o atendimento oftalmológico pelo SUS na cidade e ajudariam a reduzir a fila. “Hoje, os equipamentos que temos são de 50 anos. Nenhum é computadorizado”, diz o oftalmologista Rodrigo Marzagão.

Os médicos fizeram um levantamento de valores e chegaram à conclusão que, para comprar os equipamentos necessários, seriam necessários R$ 900 mil. “Com isso, a gente quer mostrar que os médicos estão dispostos a ajudar a diminuir a fila para o atendimento oftalmológico. Mas a gente precisa de infraestrutura”, argumenta.

Um exemplo seria a compra de um segundo equipamento para a cirurgia de catarata. “Temos um microscópio e um equipamento para operação. Em outubro, ele quebrou e ficamos três meses sem operar”, lembra.

Davy Lincoln afirma que vai anexar a lista ao processo e pedirá que a Prefeitura use os R$ 5 milhões do contrato de uma clínica de oftalmologia gaúcha com o Hospital Bethesda (suspenso pela Justiça), firmado para atender a pacientes do SUS, para as aquisições. “Além disso, tenho certeza de que R$ 2 milhões por ano seriam mais do que suficientes para se contratar pelo menos quatro profissionais”, calcula.

O procurador afirma que, por se tratar de equipamentos específicos, produzidos por poucas empresas e pelo caráter de urgência, a compra dos itens dispensaria até licitação.

O secretário de Saúde de Joinville, Tarcísio Crócomo, se reuniu ontem com representantes da Sociedade Joinvilense de Oftalmologia para propor que os profissionais credenciem suas clínicas ao SUS. Ele admite que um dos principais empecilhos para isso é o pagamento com base na tabela SUS.

O secretário afirmou ainda que, em dezembro, a Prefeitura foi contemplada com mais de R$ 55 mil do Ministério da Saúde para a compra de equipamentos para o setor e que o quadro de médicos foi dobrado. “Isso prova que não estamos sucateando o serviço”, defende-se.

 

DENGUE
Número de focos aumenta
Entre os dias 25 e 26 de janeiro, foram encontrados oito no bairro Santa Catarina


Sobe para 19 o número de focos de dengue em Joinville. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, na última quinta-feira, dia 26, os agentes do Programa de Controle à Dengue encontraram mais oito focos do mosquito. Desta vez, além das larvas, também foram achados 32 mosquitos do tipo Aedes aegypti (transmissor da dengue) na fase adulta.

Dos oito focos, seis estavam em carcaças de veículos de um ferro-velho localizado na rua Waldomiro José Borges, no bairro Santa Catarina. No lado do ferro- velho, em um terreno baldio, mais dois focos foram descobertos em um pneu com água parada. Além dos focos, a equipe de agentes também encontrou, no mesmo local, outros 32 mosquitos na fase adulta (no começo de janeiro, oito mosquitos foram identificados no mesmo ferro-velho).

De acordo com a coordenadora do Programa de Controle à Dengue do município, Bárbara Nied, é essencial que os moradores façam ações preventivas. “Se cada pessoa tirar dez minutos por dia para cuidar de sua residência, será possível eliminar os focos”, explica.

Bárbara Nied conta que, quando os agentes encontram um foco, o Programa de Controle à Dengue estabelece um raio de 300 metros do local para tentar identificar outros ambientes com a larva. Entretanto, a coordenadora revela que os agentes ainda encontram dificuldades para entrar em alguns terrenos, seja por ausência dos proprietários ou mesmo por resistência dos moradores. “Pedimos para que a população receba nossos agentes”, apela.

Um caso é confirmado em Joinville
Este ano, já foram notificados nove casos suspeitos de dengue em Joinville. Dentre eles, cinco aguardam a conclusão dos exames laboratoriais, três já foram descartados e apenas um teve a doença confirmada.

A pessoa contraiu a doença em uma viagem que fez ao Rio de Janeiro e descobriu ao voltar para Joinville, depois que começaram a aparecer os sintomas.

No ano passado, foram registrados 117 casos suspeitos de dengue. Dezoito deles foram confirmados. Dos casos confirmados, apenas um foi contraído na cidade.

Segundo a gerente de vigilância em saúde, Rosilei Weiss Baade, quando o médico suspeita de dengue, ele pede os exames e faz a notificação para o serviço de vigilância epidemiológica. O sangue é coletado e encaminhado a um laboratório especializado de Florianópolis.

Se a primeira amostra for positiva para a doença, o sangue é encaminhado mais uma vez para outro laboratório em São Paulo, que, só então, fará a confirmação do caso suspeito.

O tratamento da dengue é sintomático. O repouso e a hidratação fazem parte do processo, além da medicação. Nos casos de dengue hemorrágica, o risco é maior e, por este motivo, é fundamental o acompanhamento médico e a identificação da doença por meio do exame.

A gerente de vigilância explica que existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue – DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Por isso, uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez por vírus diferentes.

Este ano, o Ministério da Saúde está preocupado com o tipo 4 da doença, que estava há 28 anos sem ser registrado no País. Este tipo de dengue foi confirmado em alguns Estados no ano passado.

 

SC SAÚDE
O impasse ficou para a fisioterapia


Hoje é o primeiro dia de vigência do SC Saúde no Estado. Se em relação aos médicos a garantia é de que haverá atendimento, o mesmo não se pode dizer sobre os fisioterapeutas. A entidade das empresas afirma que não houve abertura de negociação com o governo sobre os valores e que, por enquanto, os profissionais não fizeram a adesão ao plano.

De acordo com a presidente da Associação das Empresas de Fisioterapia da Grande Florianópolis (Assefisio), Morgana Sfreddo, as entidades da área tentaram e não conseguiram audiência com a direção do SC Saúde para discutir os valores previstos para a especialidade no edital do plano – a fisioterapia não entrou na negociação que envolveu o Conselho Superior de Entidades Médicas de SC (Cosemesc).

Valores não bateram
Morgana afirma que a remuneração do SC Saúde vai de R$ 12,30 a R$ 21 e não condiz com o mínimo exigido pelo conselho federal de fisioterapia, o qual estabelece o valor mínimo de R$ 24 por sessão de uma hora. “A fisioterapia foi ignorada nesse processo de negociação do SC Saúde. A situação ficou delicada e a orientação por enquanto é de não adesão ao plano”, disse Morgana.

Se não houver o credenciamento, os segurados que vinham sendo atendidos pelo convênio com a Unimed agora terão de pagar como consultas particulares. Na Grande Florianópolis, há 125 clínicas de fisioterapia.

A reportagem ligou para algumas delas na Capital e confirmou que o atendimento só será feito particular a partir de hoje. As reclamações dos pacientes são constantes com receio de as pessoas precisarem interromper os tratamentos.

O secretário da Administração, Milton Martini, disse que não recebeu pedido de audiência com a fisioterapia e que, por isso, não houve reunião a respeito. Martini garantiu ainda que os valores do edital são os de mercado. Ele observou que há impossibilidade financeira de revê-los, mas que está aberto a se reunir com a categoria, caso necessário.

 

Dois agrotóxicos devem ser proibidos
Lages, 1/02/2012

Herbicidas, fungicidas e inseticidas começaram a ser utilizados para combater pragas nas lavouras na década de 1920. As substâncias eliminam as ervas daninhas, as doenças e os insetos. Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu a discussão para proibir o uso de dois agrotóxicos no país, o parationa metílica e o forato. Esses produtos apresentam alto risco à saúde. Mas na Serra Catarinense, a proibição não deve causar impacto por não ser utilizado nas culturas produzidas na região.

De acordo com informações da Anvisa, o princípio ativo parationa metílica (nome comercial Ferus) causa problemas no sistema endócrino, transtornos psiquiátricos, afeta o desenvolvimento do embrião e do feto na gravidez. O inseticida é usado no controle de pragas nas plantações de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo.Já o forato aumenta o risco de diabetes na gestação e atinge o sistema respiratório, podendo levar à morte com a exposição a baixas doses. É autorizado para o combate de parasitas e insetos nas lavouras de algodão, amendoim, café, feijão, milho, tomate e trigo.

As consultas ficam abertas por dois meses e a população pode opinar sobre o banimento dos agrotóxicos. Os dois produtos já são proibidos na Comunidade Europeia e utilizados com restrições nos Estados Unidos. Na Serra Catarinense, apesar da prática das culturas de milho, feijão soja e trigo, as substâncias não são utilizadas por não ser produção em larga escala.

O engenheiro agrônomo e fiscal estadual agropecuário, Paulo Borba, explica que não vai haver interferência para os agricultores da Serra Catarinense. Aqui, a agricultura é basicamente familiar. “Esses produtos não têm utilização grande nessas culturas e nos pomares que têm em São Joaquim, Urupema, Bom Jardim da Serra e Urubici. Para nós, o impacto não é grande”, diz.

Ele diz que o Brasil utiliza cada vez mais agrotóxicos. O problema é que há produtos que já são proibidos na Europa e ainda são comercializados no país. Borba conta que a discussão sobre essas substâncias não é nova. “É provável que saiam do mercado, mas há produtos alternativos”, diz Borba.

Os dessecantes são os herbicidas mais utilizados com a finalidade de controlar a erva daninha. O glifosato, de nome comercial Roundup, é o mais comum. “Tem utilização descontrolada porque a população também utiliza em terrenos baldios, em casa e nas ruas. Mas é de uso exclusivo na agricultura. Não é tão agressivo, mas mesmo assim traz riscos”, afirma Borba.

O agricultor Adilson Antunes Branco trabalha no campo desde criança ajudando o pai. Ele planta feijão para a subsistência. “Eu uso Roundup para dessecar e depois outro para o tratamento. Uso dois litros por hectares ou um quilo por hectare, sempre sigo a bula. Tem que respeitar sempre o tempo de carência”, diz Branco. Ele já plantou até 200 hectares, mas agora diz que está difícil para o pequeno produtor.

Um pouco de soja e feijão é o que Branco planta. “Hoje não tem mais como não usar agrotóxico porque não dá mais nada. Só se mudar a semente, mas com o que nós temos não dá. Os bichinhos comem”, ressalta. Para passar o agrotóxico, utilizar máscara. “Na época que comecei, quase não era usado. A gente nem arrisca mais deixar sem”, diz o agricultor.


Gastos e utilização

O diretor comercial da Cooperativa Agropecuária do Planalto Serrano (Cooperplan), Luiz Carlos Uncini, diz que cerca de 200 produtos diferentes são vendidos aos 266 cooperados. O forato já foi vendido, mas o parationa metílica ainda é desconhecido. Cada venda é feita com um receituário assinado por um técnico ou agrônomo. “Os produtores devolvem as embalagens aqui para serem levadas a Campos Novos e encaminhadas para a reciclagem em São Paulo. Isso para não ficar resíduos nas lavouras”, diz Uncini.

Os agrotóxicos são classificados por cor de acordo com a taxa toxológica. Verde, azul, amarela e vermelha são as cores representadas nas embalagens em ordem de pouco tóxico ao extremamente tóxico. O glifosato faz parte do grupo dos pouco nocivos representados pela cor verde. Uncini diz que o glifosato custa em torno de R$7 o litro e é um dos mais baratos . Mas o preço pode chegar a até mil reais o quilo. Na soja usa-se cerca de cinco tipos de agrotóxicos.


Dependência de agrotóxicos

Borba afirma que existem culturas que dependem totalmente de agrotóxicos como a soja, o milho e algodão. Mas pode-se produzir bem usando de forma moderada. As hortaliças é mais fácil utilizar meios alternativos como caldas orgânicas. O pimentão também. O problema acontece com a utilização de produtos recomendados para determinada cultura, mas é utilizada em outras semelhantes. Os resíduos das substâncias vão parar na mesa do consumidor.

"Está sendo trabalhado o registro para grupos de culturas dentro de determinadas famílias de plantas. No caso da maçã, pêssego e nectarina vai ter a recomendação de dose e época de aplicação para cada produção”, explica o engenheiro agrônomo.

O período de carência para que o alimento seja colhido, quando respeitado ameniza os riscos dos agrotóxicos. Todos os produtos apresentam riscos à saúde, mas há princípios ativos mais modernos que deixam quase zero de resíduo. Fungicidas de contato agem na película da fruta e são facilmente laváveis. Produtos sistêmicos agem rápido e são degradados.

As produções de 100 e 200 hectares não escapam dos agrotóxicos. O custo dos orgânicos requer mais cuidado e mão de obra por isso aumenta o custo e a escala de produção é baixa.

Cuidados em casa

A recomendação é sempre lavar todos os alimentos em água corrente. Os produtos tóxicos sistêmicos são absorvidos com a seiva pela planta e não podem ser retirados. Mas os de contato são mais fáceis e parte sai quando os alimentos são lavados.

O produtor que respeita o período de carência, ameniza os problemas. Não é possível identificar um alimento contaminado, pois na aparência são todos iguais. Por isso, a necessidade de fazer compras em mercados confiáveis.