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HOSPITAL SÃO JOSÉ
Funcionários pedem melhorias
Superlotação é tema de manifesto entregue às secretarias do Estado e do município

Mudanças urgentes para amenizar a ocupação do pronto-socorro do Hospital Municipal São José. É o que pedem plantonistas da unidade. Ontem pela manhã, durante coletiva de imprensa, profissionais fizeram a leitura de uma carta que foi entregue aos secretários de saúde do município e do Estado. Segundo eles, é preciso fazer alguma coisa para diminuir a superlotação do pronto-socorro, que possui 43 leitos, mas tem trabalhado com uma taxa média de ocupação de 90 pacientes por dia. Problema que eles atribuem, em parte, às deficiências em toda a rede pública.

Os plantonistas reclamam, principalmente, da falta de médicos no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que estaria sobrecarregando a emergência do São José com pacientes com doenças em que o Regional é referência – áreas de cardiologia, gastroenterologia, nefrologia, pneumologia e infectologia, por exemplo. “Na semana passada, quando a emergência do Hospital Regional estava sem clínicos, só no meu turno de plantão chegamos a receber 105 pacientes, três deles infartados, trazidos pelas equipes de socorro”, relata o enfermeiro-chefe interino do PS, Arnoldo Boeg Junior.

“A situação está insustentável. Não dispomos dos equipamentos necessários para prestar o melhor atendimento a pacientes com cardiopatias. Não temos, por exemplo, como fazer cateterismo, e isso acaba demandando um esforço da equipe médica, que deveria estar concentrada no atendimento de pacientes graves nas áreas em que somos referência, como traumatologia e neurologia”, ressalta a médica Ana Letícia Dalcin Lago, chefe interina do pronto-socorro.

Os plantonistas presentes na coletiva, que representavam os 150 profissionais que atuam no pronto-socorro do São José, garantem que nenhum paciente fica sem assistência. “Como estamos trabalhando acima do limite, o que temos feito é remanejar pessoal de outros setores, adiando férias e fazendo horas-extras (por meio de banco de horas) para conseguir atender aos casos graves”, diz Boeg. Mas a direção do hospital reconhece que os casos menos urgentes, muitas vezes, precisam aguardar mais de quatro horas para serem atendidos. Por isso, os plantonistas também aproveitaram a ocasião para pedir a compreensão da comunidade, para que procurem o São José somente em casos que requerem atendimento hospitalar.

Quanto às eventuais demoras na liberação de leitos, devido à espera por exames e cirurgias e que acabam representando mais pacientes no pronto-socorro, o gerente técnico do São José, Jorge Wünsch, diz que o hospital está agilizando a realização de exames e que “os pacientes hoje permanecem mais tempo no pronto-socorro por causa da gravidade dos casos (e não em função da demora dos procedimentos)”.

AN.com.br

Confira o manifesto na íntegra

mariana.pereira@an.com.br

 


HOSPITAL SÃO JOSÉ
Corredores cheios e falta de estrutura

A técnica de enfermagem Fabiane Regina Correa da Rosa diz que o trabalho na unidade “não é humano, nem para os pacientes, nem para os profissionais”. “Na semana passada, uma pessoa ficou ‘internada’ quatro dias em uma cadeira”, reclama.

Cada técnico de enfermagem deveria cuidar de seis pessoas no máximo, mas cada plantonista acaba tendo o dobro de pacientes. “A gente fica frustrado, porque não estamos prestando um atendimento de qualidade e ouvimos reclamações, quando a solução não depende de nós”, diz. O enfermeiro-chefe interino, Arnoldo Boeng Junior, diz que, atualmente, seis funcionários estão afastados por problemas físicos e emocionais.

O paciente João Dilson Bum Filho, que sofreu acidente de moto há 10 meses, passou 43 dias internado e precisou retornar ontem ao São José, por causa de uma infecção na perna, diz que a situação é precária. “Está sempre assim: superlotado.”

Novamente, por falta de leitos na observação da ortopedia, ele ficou na sala de medicação acompanhado da mulher, Rita de Cássia Bum, que não tinha nem cadeira para sentar. Terezinha Deretti está no local desde sábado, acompanhando o marido e disse estar assustada com a situação. “A gente acaba ficando doente de ver essa situação”, desabafa.

 

 


HOSPITAL SÃO JOSÉ
Tudo normal nos postos

Mesmo com a falta ocasional de médicos nos hospitais, nenhum dos pacientes que procurou um dos três pronto-atendimentos (PA) de Joinville deixou de ser atendido. É o que garante a Secretaria Municipal de Saúde.

O órgão afirma que o número de atendimentos diários se manteve estável durante o mês. São cerca de 500 pessoas atendidas pelo PA Sul, 300 pelo PA Norte e 200 no PA Leste. Somente o PA Sul chega a atender cerca de 18 mil pessoas por mês.

Esta semana, duas unidades estão sem um clínico geral – PAs Sul e Leste –, mas não compromete o atendimento, garante a secretaria, porque há plantonistas.

 

 


HOSPITAL SÃO JOSÉ
Mais médicos para resolver o problema

Para a equipe que trabalha no pronto-socorro do São José, a solução para o problema da superlotação poderia ser resolvida com a contratação de médicos no Hospital Regional, a conclusão das obras do Complexo Ulysses Guimarães e a contratação de novos profissionais para atuar neste espaço. Estas são as principais reivindicações expressas na carta.

“A expectativa é de que a parte do pronto-socorro do Ulysses Guimarães fique pronta ainda neste ano”, afirma o diretor presidente, Tomio Tomita.

Quanto à contratação de médicos no Regional, o diretor geral, Renato Castro, diz que apenas uma médica foi admitida no último processo seletivo e deve começar a trabalhar em janeiro. “Seis vagas permanecem abertas e acredito que o secretário estadual de saúde deve autorizar a abertura de novo processo seletivo.”

Há três meses, o hospital não consegue contratar para normalizar os plantões e garantir a presença de, pelo menos, um clínico na emergência. Na quarta-feira pela manhã, novamente o pronto-socorro ficará sem clínico, e se até o dia 25 a médica recém-admitida não entregar a documentação, os pacientes ficarão sem atendimento. Segundo a assessoria de imprensa do Regional, quando isso acontece parte dos pacientes é encaminhada para os PAs.

 


MOSQUITO DA DENGUE
Seis novos focos só neste ano
Saúde confirma mais dois pontos com larvas do mosquito em Joinville

A necessidade de investir em prevenção fica ainda mais evidente com o aumento do número dos focos do mosquito da dengue neste ano em Joinville. Os últimos dois casos positivos foram confirmados ontem e elevam para seis os pontos em que foram encontradas as larvas do Aedes aegypti – transmissor da dengue – pelo agentes do Programa de Controle à Dengue.

Desta vez, as larvas foram encontradas em uma armadilha instalada no setor de carga e descarga de uma empresa no Distrito Industrial e, outra, em um galpão, no bairro Glória.

Um dos locais mais favoráveis para o desenvolvimento do mosquito são pneus, principalmente os sem uso ou que estão em veículos que não circulam mais.

Para o Programa Municipal de Controle à Dengue, o crescimento dos casos é esperado para esta época do ano, por isso a necessidade de a população aumentar os cuidados. “A combinação de dias quentes e chuvosos, típicos do verão, é propícia para a proliferação do mosquito. Cada morador deve ter a atenção redobrada e evitar o acúmulo de água parada”, alerta a coordenadora do programa, Bárbara Gabriela Nied.

No ano passado, Joinville contabilizou 72 focos do mosquito Aedes aegypti. Em 2010, foram 69.

Multimídia

  

SAÚDE PÚBLICA
SP tem primeiro caso de raiva animal após 30 anos

Depois de três décadas sem casos de raiva em animais domésticos em São Paulo – o último foi notificado em 1983 –, a capital registrou, no fim do ano passado, a morte de uma gata por causa da doença, que é altamente letal e transmissível ao ser humano. O felino havia morrido em outubro, mas a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Vigilância em Saúde da cidade anunciaram o caso somente ontem

 

 


ARTIGO
Silicone e SUS, por Samantha Buglione*

O silicone dos outros também é meu. Pensei isso quando via a notícia de que eu pagaria a troca das próteses das marcas Poly Implant Prothèse (PIP) ou Rofil, adulteradas com silicone industrial. Fico pensando na lógica disso tudo. Primeiro, uma empresa particular francesa faz e vende próteses com problemas para alguma importadora ou diretamente para alguma clínica. A clínica, por sua vez, coloca essas próteses em alguma mulher que – por livre e espontânea vontade (estou excluindo aqui os casos de doença) resolveu mudar seus seios e arcou com todos os custos. Essa mulher pagou pela prótese e por todo o procedimento médico. Até aí, ninguém além da mulher e desta rede foi consultado. A conclusão imediata e mais desatenta é de que se trata de um absurdo o SUS bancar a remoção das próteses e sua substituição. Porém, nada é tão simples.

Quando o governo federal afirma que irá arcar com esses custos há duas hipóteses: primeira, o uso de prótese de silicone não passa por qualquer órgão do Estado para sua liberação. Neste caso, ao arcar com os custos, o Brasil se torna segurador de negócios privados; ou segunda, o Brasil é corresponsável, tendo o dever de arcar. Sabemos que a Anvisa, a partir de informações técnicas oferecidas pela empresa e de valores pagos, dá um número de registro para o produto (resolução nº 185/2001). No site da Anvisa, é possível encontrar os valores cobrados para o registro de importadoras e de produtos na área da saúde e correlatos. Os valores variam de R$ 8 mil a R$ 400. Já a certificação de boas práticas de fabricação e controle para produtos de outros países fica na casa de R$ 37 mil. Ou seja, o Estado brasileiro cria critérios para comercialização de uma série de produtos.

Se para a utilização do produto os registros na Anvisa são condicionantes, o Brasil, e eu por tabela, somos, sim, responsáveis. O que cabe fazer é verificar se o procedimento de certificação na Anvisa foi correto e responsabilizar o agente público, caso tenha agido indevidamente. Cabe, ainda, responsabilizar a empresa francesa. A Anvisa já anunciou que irá abrir processo administrativo para definir as penalidades às empresas importadoras das próteses da francesa PIP e da holandesa Rofil. Espero, sinceramente, que entre as penalidades estejam os custos das cirurgias pelo SUS. O que deve receber atenção nossa são os critérios para essas cirurgias. Que elas não coloquem em risco um serviço já precário e joguem para o final da fila pessoas com necessidades urgentes.

buglione@babele.com.br

*Bacharel e mestre em direito, doutora em ciências humanas

 

 

 

HOSPITAL DE JOINVILLE
Carta pede solução urgente

Mudanças urgentes para amenizar a ocupação do pronto-socorro do Hospital Municipal São José. É o que pedem plantonistas da unidade. Ontem pela manhã, profissionais apresentaram uma carta que foi entregue aos secretários de saúde do município e do Estado.

Segundo eles, é preciso tomar alguma providência para diminuir a superlotação do pronto-socorro, que possui 43 leitos, mas tem trabalhado com uma taxa média de ocupação de 90 pacientes por dia.

Os plantonistas reclamam, principalmente, da falta de médicos no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que estaria sobrecarregando ainda mais a emergência do São José com pacientes com doenças em que o Regional é referência – áreas de cardiologia, gastroenterologia, nefrologia, pneumologia e infectologia, por exemplo.

– A situação está insustentável. Não dispomos dos equipamentos necessários para prestar o melhor atendimento a pacientes com cardiopatias – ressalta a médica Ana Letícia Dalcin Lago, chefe interina do pronto-socorro.

– Da mesma maneira, não temos um setor de isolamento e fica complicado atender a pacientes com doenças infectocontagiosas – acrescenta.

Para a equipe que trabalha no pronto-socorro do São José, a solução para o problema da superlotação passa pela contratação imediata de mais médicos no Hospital Regional e a conclusão das obras do Complexo Ulysses Guimarães (anexo do São José). Estas são as principais reivindicações expressas na carta, entregue aos secretários de saúde.

Medidas para reverter problemas vão demorar

O diretor do Hospital Municipal São José, Tomio Tomita, diz que o pronto-socorro do anexo deve ficar pronto ainda este ano. Quanto à contratação de médicos no Regional, o diretor geral do hospital, Renato Castro, diz que apenas uma médica foi admitida no último processo seletivo.

– Seis vagas ainda permanecem em aberto e acredito que o Secretário Estadual de Saúde deve autorizar a abertura de um novo processo seletivo em breve.

mariana.pereira@an.com.br

MARIANA PEREIRA | Joinville

 

 

GOVERNOS
Lei fixa gastos com a saúde

O Diário Oficial da União publicou na edição de ontem a lei que fixa os gastos com saúde e os percentuais mínimos para investimento a serem observados pela União, estados e municípios. Os governos terão de aplicar em saúde um volume igual ao do ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com a norma, estados e o Distrito Federal terão de aplicar 12% do que arrecadam, enquanto os municípios deverão investir 15% de suas receitas. A proposta de lei que tramitou por mais de 10 anos no Congresso foi aprovada em dezembro passado e assinada na última sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, que vetou 15 artigos.

 

Brasília

 

 

PÚBLICAS
Dilma sanciona lei de gastos com saúde

Foi publicada ontem, no Diário Oficial da União, a sanção da presidente Dilma Rousseff à lei que define os gastos públicos em saúde e os percentuais mínimos de investimento por parte da União, estados e municípios. A norma regulamenta a chamada Emenda 29, ao descrever como será feita a aplicação do recursos. A proposta da leitramitava há mais de 10 anos no Congresso

 

 

 


Regulamentação sem efeito no Estado, diz secretário


Florianópolis- O secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira, afirmou ontem que a regulamentação da emenda constitucional, assinada ontem pela presidente Dilma Rousseff, que fixa os gastos obrigatórios do governo federal, dos Estados e dos municípios com o sistema publico de saúde, não terá efeito algum em Santa Catarina.

A nova lei define quais ações podem ser contabilizadas como gastos em saúde e prevê punição para quem descumprir as novas regras. Pelo texto aprovado pelo Congresso em dezembro, permanece para União a regra segundo a qual o governo deve aplicar na saúde o valor empenhado (reservado para gastos) , no orçamento anterior, acrescido da variação nominal do PiB ( Produto Interno Bruto).

Segundo o secretário Santa Catarina já aplica percentual obrigatório que é 12% da receita na saúde e nem contabiliza como os gastos de saúde despesas como o pagamento de aposentadorias e restaurantes populares para alcançar esse percentual