HOSPITAL SÃO JOSÉ
Heliponto começa a operar na terça-feira
A direção do Hospital São José, em Joinville, definiu, ontem, que vai isolar uma área do estacionamento, na Avenida Getúlio Vargas, para o pouso do helicóptero da PM. A expectativa, segundo o diretor-geral do São José, Tomio Tomita, é de as equipes de resgate possam começar a utilizar o estacionamento como heliponto provisório a partir de terça-feira. Até lá, a aeronave vai continuar pousando no pátio do 8o Batalhão da PM, a 2,5 quilômetros e os pacientes serão encaminhados de ambulância.
ALIMENTAÇÃO
Fugindo do efeito ioio
Perder peso não é fácil, mas mantê-lo e mudar hábitos alimentares é tarefa ainda mais árdua. Saiba como emagrecer sem voltar a engordar
Começo de ano é hora de fazer planos rumo a uma nova silhueta. Perder peso, para a maioria dos que estão com o índice de massa corpórea (IMC) acima do indicado, é quase uma obsessão. Emagrecer alguns quilos até que não é algo tão difícil. Mas, infelizmente, a grande maioria que consegue secar as gordurinhas acaba engordando novamente algum tempo depois. É o “efeito sanfona”, ou “efeito ioiô”, círculo vicioso que traz consequências negativas para a saúde.
Os números impressionam: 10 milhões de pessoas fazem dieta para emagrecer no Brasil, mas elas só serão capazes de vencer o duelo contra a balança caso mudem radicalmente seus hábitos alimentares e sejam menos sedentárias. Segundo a pesquisa, feita pelo Instituto Synovate e pelo Hospital do Coração de São Paulo, metade das mulheres e um quarto dos homens brasileiros estão sob algum tipo de restrição alimentar visando à perda de peso.
Estas flutuações de peso podem ser tão ou mais nefastas que o excesso de peso inicial. Perdas e ganhos de peso consecutivos podem desencadear alterações do comportamento alimentar, diminuir o metabolismo basal, dificultando ainda mais o controle do peso a longo prazo, e têm ainda a possibilidade de originar problemas psicológicos, como a diminuição da autoestima, sentimentos de fracasso e frustração.
– A obesidade traz uma série de problemas, que vão da hipertensão ao aumento de colesterol e diabetes. Emagrecer e praticar exercícios são essenciais para preservar a saúde cardiovascular – ressalta Iran Castro, do Instituto de Cardiologia.
Segundo Castro, nesta época é muito comum pacientes irem ao consultório em busca de dietas milagrosas. As raízes do “engorda-emagrece” estão, justamente, na adoção de dietas radicais e em outras táticas para perder muito peso rapidamente.
– Os médicos estão assustados com a quantidade de pessoas que querem tomar Victosa (liraglutida, receitado para diabéticos, mas cada vez mais usado por quem quer emagrecer), sem se importarem com os efeitos colaterais. E a saúde, onde fica? – indaga o cardiologista.
Dietas restritivas, e, portanto, insustentáveis a longo prazo, cedo levam à retomada dos maus velhos hábitos. Como se isso não bastasse, com a falta de exercícios, o peso que se ganha é, sobretudo, composto de massa gorda. Conclusão: mais peso, mais gordura e alterações de metabolismo, difíceis de reverter. Com o repetir deste ciclo, as necessidades de energia são cada vez menores para manter o peso corporal. As resistências físicas à perda de peso vão somar-se às resistências psicológicas de quem leva a vida em fracassos.
– O mais comum é quem venha para receber uma dieta, emagreça e desapareça do consultório. O recomendado, para manter o peso, é acompanhamento constante. Sem mudança de rotina e de hábitos, não há fórmula que funcione – diz a nutricionista Juliana Barcellos Colman.
Os pesquisadores Brownell e Rodin concluíram, no livro Medical, Metabolic, and Psychological Effects of Weight Cycling, que quem se submete a dietas de efeito rápido corre risco maior de desenvolver doenças do coração, hipertensão e diabetes.
E outra pesquisa – esta realizada pela revista Consumer Reports – revelou que adotar a estratégia alimentar certa para emagrecer funciona mais do que seguir dietas restritivas ou usar medicamentos.
Uma questão matemática
> Para quem quer emagrecer, além da dificuldade em mudar hábitos alimentares, há o velho dilema: como escolher a melhor dieta, com tantos regimes milagrosos à disposição? A resposta está numa pesquisa coordenada por especialistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, publicada no The New England Journal of Medicine. O estudo conclui que não vale a pena quebrar a cabeça para escolher quais os alimentos que devem ser colocados no prato e de quais se deve manter distância – o fator determinante para a perda de peso é a redução de calorias.
> Os pesquisadores acompanharam, ao longo de dois anos, 811 homens e mulheres obesos ou com peso acima do desejável com idade entre 30 e 70 anos. Os participantes foram divididos em quatro grupos – cada um deles seguiu um tipo de dieta com diferentes porcentuais de gorduras, proteínas e carboidratos. Todas as dietas, obviamente, prescreviam uma quantidade de calorias inferior ao consumo diário dos participantes. Apesar dos perfis diferentes entre as dietas, ao final do estudo, a perda de peso foi de quatro quilos, em média, para os participantes de todos os grupos
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> – O ponteiro da balança recompensa quem consome menos calorias, a despeito do tipo de dieta que siga – diz o endocrinologista Walmir Coutinho, vice-presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.
Para Iran Castro, é uma simples questão matemática.
– Comer em demasia e não fazer exercícios físicos é uma fórmula certa para o acúmulo de gordura.
O que não funciona
• Fazer jejum
> Jejuns prolongados provocam no organismo uma reação de autodefesa: ele passa a poupar energia – e o metabolismo desacelera. Há três consequências negativas: o corpo começa a gastar calorias a um ritmo mais lento, o organismo absorve uma porção maior da gordura e a fome é maior a cada refeição.
Solução: consumir pequenas porções a cada três horas – e não pular nenhuma das refeições do dia.
• Diminuir calorias com produtos diet
> Fica mais fácil ter controle sobre as calorias que está ingerindo, já que ela é informada na embalagem. O número de calorias é calculado com base numa fatia, e raramente na porção completa. Especialistas afirmam que muitas pessoas erram na conta, pensando estar diante de um prato levíssimo, quando se trata de uma bomba calórica.
Solução: consumir receitas e pratos que deixem claro o teor de gorduras e açúcares contidos em cada porção.
• Exagerar na carne vermelha
> Cerca de 90% das pessoas que fazem dieta comem carne vermelha pelo menos quatro vezes por semana – e em porções generosas. Elas consomem o dobro do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). O problema é que elas aparecem como campeãs em gorduras saturadas e chegam à mesa com 450 calorias a cada 100 gramas, três vezes mais do que as de um bife grelhado.
Solução: limite o consumo a 400 gramas por semana (ou três bifes médios).
• Fugir de frutas, legumes e verduras
> Sem este tipo de alimento, o organismo certamente carecerá de fibras solúveis. Elas contribuem para o emagrecimento em duas frentes: diminuem a absorção do açúcar pelo organismo e conferem sensação de saciedade por mais tempo – à base de poucas calorias.
Solução: comer quatro porções desses alimentos por dia. Evite apenas milho e batata em excesso, ricos em calorias.
• Não praticar atividades físicas
> Metade dos brasileiros que fazem dieta não pratica exercício físico. Para quem quer saber dos benefícios de se mexer, basta citar que meia hora de atividades é suficiente para acelerar o metabolismo – o corpo passa a queimar calorias em ritmo 30% mais veloz ao longo do dia. Além disso, ajuda a queimar energia rapidamente e permite que a gordura dê lugar aos músculos (massa magra).
• Comer frituras além da conta
> Não há como emagrecer optando por frituras. As gorduras (saturadas e trans) são de altíssimo valor calórico – nove calorias por grama. Outro problema é que o corpo queima calorias em ritmo lento.
Solução: trocar frituras por assados, que têm em média um terço das calorias. Se vez ou outra optar por um alimento frito, prefira prepará-lo em óleo de canola. É tão calórico quanto os demais, mas concentra menos gorduras saturadas.
ANGIOLOGIA
Coração frágil
Ataques cardíacos aumentam no país e matam 30 mil mulheres por ano
O coração das mulheres está cada dia mais vulnerável ao infarto. Fisiológica e anatomicamente, nada mudou, pois a estrutura cardiovascular feminina sempre foi mais delicada. O que tem contribuído para o aumento da incidência da mazela entre elas, contudo, é a maior exposição aos fatores de risco que afetavam somente as coronárias dos homens. A partir dos anos 1970, o estilo de vida feminino cedeu mais espaço ao estresse, a dietas desequilibradas, ao sedentarismo, à hipertensão e às altas taxas de colesterol ruim (LDL).
Os números são de dar palpitações até no mais saudável dos corações. Cerca de 30 mil mulheres morrem de ataques cardíacos por ano no Brasil. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, o câncer de mama faz 11 mil vítimas no país anualmente. Na década de 1950, para cada cem homens que morriam de infarto, 10 mulheres morriam pelo mesmo motivo. Em 1990, a proporção era de cem para 17. Atualmente, é de cem para 50.
Uma pesquisa realizada com pacientes do Hospital do Coração em São Paulo (Hcor/SP) reflete o que, segundo especialistas, ocorre nas regiões mais desenvolvidas, de norte a sul do país. A análise dos dados revela que, comparado ao ano anterior, o número de infartados atendidos na unidade caiu 12% em 2010. Para o sexo masculino, a queda foi de 17%. Entre as mulheres, ocorreu um aumento de 3,8%.
Os homens geralmente são acometidos pelo mal entre 45 e 74 anos. Já elas costumam sofrer com o mal entre 60 e 89 anos. Para o cardiologista César Jardim, o trabalho é uma amostra que confirma a constatação recente da Associação Americana do Coração: as doenças do coração não estão mais relacionadas tão predominantemente aos homens.
– Além de compartilharem os mesmos fatores de risco que os indivíduos do sexo masculino, elas carregam danos exclusivos, como as alterações hormonais. O estrogênio, que protege o coração, diminui na menopausa – explica o médico.
As artérias femininas são mais estreitas, entopem mais facilmente e tornam procedimentos como o cateterismo e a implantação do stent mais difíceis. Além disso, a aterosclerose tende a bloquear mais rapidamente a passagem do sangue, tornando a fatalidade 50% maior. Regina Coeli de Carvalho, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), afirma que o infarto feminino foi pouco estudado.
– A doença coronariana é mais incidente na mulher 10 anos depois do início do climatério, mas os riscos de infarto já são maiores a partir dos 45 anos.
ALIMENTAÇÃO
Nutriente vital
Vegetarianos e idosos podem ter carência da vitamina B12
Vitamina essencial que atua em várias partes do corpo, a B12 é necessária para o desenvolvimento e a manutenção de um sistema nervoso saudável, a produção de DNA e a formação de hemácias.
Ao envelhecermos, nossa capacidade de absorver esta vitamina dos alimentos diminui. Ocorre também uma diminuição no consumo de alimentação rica em compostos vitamínicos. Uma deficiência de B12 pode surgir de repente e causar muitos sintomas confusos, que algumas vezes levam a diagnósticos errados ou são atribuídos simplesmente ao envelhecimento.
Uma deficiência grave de B12 acaba resultando em anemia, que pode ser detectada em um exame de sangue normal. Mas os sintomas menos dramáticos de uma deficiência de B12 incluem fraqueza muscular, fadiga, tremores, desequilíbrio, incontinência, pressão baixa, depressão e problemas cognitivos, como memória fraca.
Os laboratórios têm padrões diferentes sobre o que consideram normal, mas a maioria dos especialistas afirma que a deficiência ocorre quando os níveis de B12 em um adulto estão abaixo de 250 picogramas por mililitro de soro.
Como todas as vitaminas B, a B12 é solúvel em água, mas o corpo armazena excedentes de B12 no fígado e em outros tecidos. Mesmo que as fontes alimentares sejam inadequadas por um período, a deficiência pode demorar para aparecer.
Se a quantidade de B12 armazenada já é baixa, a deficiência pode se desenvolver em pouco tempo, sobretudo em crianças.
Uma dieta balanceada, com proteína animal, já é suficiente para manter níveis regulares da vitamina no organismo. Em sua forma natural, ela está presente em carnes vermelhas e também em laticínios, ovos e frangos.
JANE E. BRODYRE | New York Times
Onde encontrar
Boas fontes alimentares de vitamina B12 são:
> Carnes em geral
> Bife de fígado
> Levedo de cerveja
> Iogurte
> Cereais integrais enriquecidos
> Laticínios
> Vegetais verdes
> Batata
> Peixes (atum, truta, bacalhau e salmão)
> Ovos
> Abacate