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É PROIBIDO
Agora, fumar é só na rua
Legislação exige que os ambientes de trabalho fechados e locais públicos sejam livres do tabaco

Ao assinar a lei que proíbe o fumo em ambientes fechados de acesso público no país – os chamados fumódromos –, a presidente Dilma Rousseff sacramentou ontem a mais contundente ofensiva contra o cigarro no Brasil. As novas regras foram publicadas no Diário Oficial da União e já entram em vigor.

No fim de novembro, o Senado aprovou a medida provisória que ampliava o cerco ao tabagismo – agora ainda é preciso regulamentar a lei para fixar o valor de multa a ser aplicado em locais que desrespeitem a nova regra. As restrições ao fumódromos, já aplicadas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, serão obrigatórias em todo o país.

A lei sancionada exige que todos os ambientes de trabalho fechados e locais públicos sejam livres do fumo, proíbe as propagandas de cigarros nos pontos de venda e aumenta os impostos sobre o fumo. Dilma manteve o parágrafo que prevê que, a partir de 2016, os maços de cigarros também tragam mensagens de advertência sobre os riscos do produto à saúde em 30% da parte frontal (hoje existe só na parte de trás).

A presidente vetou parágrafo da lei que permitia a "divulgação institucional dos fabricantes" (de derivados de tabaco). Com isso, a empresa poderia promover seu nome em eventos, mas sem citar o produto que comercializa. O trecho foi tema de discussões no Congresso e alvo de críticas do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Foi por sugestão do Ministério da Saúde que o parágrafo foi vetado. "O dispositivo introduz expressamente a possibilidade de divulgação institucional dos fabricantes de tabaco, em desacordo com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, em especial a Convenção-Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco", afirma a justificativa da pasta.

 

Brasília

 


ARTIGOS
Novos médicos, por João Ghizzo Filho*

uxiliar e orientar a formação de um profissional, em qualquer área, é um grande desafio à educação. Mais árduo ainda é promover o aprendizado dos que têm a vida de seus semelhantes nas mãos, como ocorre com os cursos de Medicina, cujo resultado não equivale apenas à capacidade técnica de um médico. Há o desafio do equilíbrio emocional diante de tantas adversidades.

São essenciais fibra e vontade para o bom exercício médico, principalmente em um país onde os recursos tecnológicos são mal distribuídos, o serviço de prevenção é precário e existem famílias pobres sem direito a tratamento.

É nessa realidade social dura que vão atuar os 24 formandos da primeira turma do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) da Grande Florianópolis e os 36 da 14ª turma de Tubarão, cuja formatura é hoje. Além de buscar a excelência – nota 4 no Enade –, o curso da Unisul investe na humanização para que cada novo profissional saiba sempre que atrás de um paciente há um ser humano.

Agir com competência profissional e conhecimento técnico atualizado é imprescindível à qualidade do trabalho. Contudo, é essencial que o médico tenha maturidade emocional diante de sucessivos desafios, impactos e comoção, pois o seu papel é salvar vidas.

Estar consciente do pesado fardo é o primeiro passo.

Não basta jurar respeitos aos ditames éticos da Medicina; é preciso a convicção de que assumir essa responsabilidade é agir na linha tênue que separa a saúde da doença, a vida da morte.

Que estes e outros jovens médicos possam, ao longo de suas carreiras, superar as barreiras naturais da vida profissional, com o único compromisso de promover a saúde e a vida, indistintamente, de todos.

 

*Coordenador do curso de Medicina da Unisul

 

 

OPINIÃO
Saúde total em tempo integral, por Udo Döhler*

Quando nos sentimos bem, parece que transitamos pelo melhor dos mundos, saudáveis, de bem com a vida, realizados. No entanto, quando não estamos na melhor de nossas formas – seja emocional, física ou psicológica –, nos sentimos mal, doentes, contrariados, quase estranhos em um mundo que parece desabar.

O segredo de manter a nossa harmonia reside em praticar os exercícios que nos distanciem dos extremos, para que possamos desfrutar de um cotidiano sem grandes surpresas, bem tranquilos, motivados e com vontade na busca de realizações. É frágil, porém bem demarcada, a linha que nos aponta para a harmonia interior, no final das contas, o mais expressivo referencial para a manutenção de nosso equilíbrio geral.

Com a luz amarela sinalizada, no entanto, ficamos atentos, apreensivos. E quando a vermelha aparece, então, vem o sinal de febre alta, do corpo e da mente que não respondem mais aos estímulos desejados. É o momento em que corremos na busca do atendimento médico-hospitalar. Exames clínicos regulares são recomendados para assegurar o trânsito livre, com luz verde contínua.

Todavia, práticas simples, quando metódicas e cotidianas, ajudam bastante a manter o corpo humano em pleno e normal funcionamento. Apenas as máquinas, muitas delas, foram construídas para produzir nas 24 horas do dia. Nosso corpo foi projetado para trabalhar durante a primeira terça parte do dia, reservada a segunda para o descanso e lazer, e as 8 horas restantes, para dormir. O sono regular de 6 a 8 horas por dia recompõe as energias suficientes para desfrutarmos a contínua jornada ao longo de nossa vida com prazer.

Costumamos ouvir com frequência a expressão “não se estresse – relaxe”. E não à toa. O estreitamento das comunicações e o alargamento da sociedade de consumo mergulham o ser humano num convívio cada vez mais árduo. O segredo reside, pois, em aproveitarmos o maior espaço de tempo para relaxar, distantes do excesso de velocidade. Na atividade profissional, dosar o trabalho ao longo do dia, cercá-lo das melhores medidas de segurança e transformá-lo numa rotina de prazer acaba se tornando um diferencial no quesito qualidade de vida laboral. Até o uso de roupas adequadas, observando as estações do ano, os ambientes de trabalho e de lazer, contribui na proteção do corpo.

O comportamento defensivo, em todas as instâncias da vida, ajuda na prevenção de acidentes, evitando sobressaltos e proporcionando uma conduta mais segura. Alimentar-se nos horários recomendados, balanceando as dietas, por exemplo, é indispensável para que os medidores da saúde permaneçam dentro dos índices da normalidade.

Rezar ou meditar sempre que possível, especialmente nas oportunidades de descanso e lazer, para separar o joio do trigo e despoluir a mente... Importante isso, à medida que nos permite desconectar um pouco das energias exclusivas da matéria e buscar melhor sintonia com a centelha divina que habita em todos nós... Eis aí apenas algumas referências. Acrescente outras, eleja as suas, ocupe-se de você. E pratique saúde total, em tempo integral.

  

* Empresário

 

  

SAÚDE
Profissão fora de moda
Dos 66 médicos formados a cada ano pela Furb, apenas quatro optam pela Pediatria. Hospitais e clínicas de Blumenau sofrem com a falta de profissionais

Hospitais públicos e privados de Blumenau vivem um dilema comum: a falta de médicos pediatras. Dos 66 profissionais que se formam por ano, em média, na Furb, só quatro optam pela especialização em Pediatria. Na Univali, dos 37 formados deste ano, apenas um optou por esta especialidade. Entre os principais motivos para a falta de profissionais dedicados à saúde infantil estão plantões de fim de semana e feriados e baixa remuneração, se comparada a outras áreas.

No Hospital Santa Isabel, onde há dois anos havia cerca de 10 pediatras no berçário e sala de parto, restaram quatro. Apesar da procura constante por novos profissionais, não há data para que o grupo fique completo. Chefe da Pediatria, Carlos Borda explica que, com a equipe reduzida, o Santa Isabel tem dificuldade para cobrir as escalas de plantão, pronto-socorro e sala de parto.

– Para que não tivéssemos problemas precisaríamos de 10 ou 12 pediatras para o pronto-socorro, mas hoje temos cinco ou seis. Em 90% dos dias, conseguimos manter o plantão, mas, no fim do ano, com férias, o hospital e os profissionais irão se desdobrar para cobrir 50% – explica Borda.

Diretor-técnico do Centro de Pediatria do Vale do Itajaí (Celp), Mário Celso Schmitt acredita que, além dos plantões e dos baixos salários, as consultas sem exames de alta complexidade, que geram receita, e a sobrecarga de trabalho – há pais que levam a criança para consultar três vezes no mesmo dia – provocam a escassez de novos profissionais.

Este foi um dos motivos pelo qual o Celp deixou de fazer plantões aos domingos e feriados. Hoje, a clínica atende até as 22h nos dias úteis e até as 19h aos sábados. Com 17 plantonistas, precisa de pelo menos mais quatro pediatras.

– Procuramos o tempo todo, mas há uma carência no mercado, pois há muito tempo os formandos não enxergam a Pediatria como especialidade valorizada. Há pouco tempo, liguei para Curitiba pedindo um pediatra, mas eles não tinham e ainda pediram que eu avisasse caso encontrasse um, pois iriam cobrir a proposta – conta Schmitt, pediatra há 38 anos.

Sem um substituto à vista para que possa ao menos deixar de fazer os plantões, Schmitt argumenta que quem opta pela Pediatria o faz por amor. É por isso que não se importa em fornecer os números de seus dois celulares aos pacientes. Ele entende que a família não quer incomodá-lo quando telefona de madrugada, quer apenas saber o que fazer com a criança que adoeceu.

No Hospital Santo Antônio, a dificuldade em contratar especialistas se repete, mas, por enquanto, segundo o gerente-geral, Siegfried Heinrich Hildebrand, os plantões ainda estão sendo fechados:

– Estamos trazendo profissionais de Florianópolis, mas o mercado está carente de pediatras e ginecologistas.

morgana.michels@santa.com.br

MORGANA MICHELS

 


SAÚDE
Consultas longas também afastam profissionais recém-formados dos cuidados com as crianças

Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina, Cyro Soncini, a baixa remuneração dos médicos – a média catarinense fica atrás da nacional e o valor varia de um hospital ou clínica para outro – não é exclusiva de pediatras. Mas o que também determina que o salário do pediatra seja inferior ao dos demais especialistas são as consulta demoradas, que impedem o atendimento de mais pacientes por dia.

Soncini argumenta que a consulta médica de um bebê é vista como um evento pela família. Vão pai, mãe e avó e as dúvidas de todos precisam ser respondidas, o que faz com que o profissional extrapole o tempo normal de atendimento.

Conforme a pediatra e coordenadora do Curso de Medicina da Furb, Deisi Maria Vargas, a preferência dos recém-formados acaba sendo por especialidades mais bem remuneradas, como Radiologia, Oftalmologia, Oncologia e Cirurgia Plástica.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina, Ricardo Polli, no Brasil há a sensação de que faltam pediatras, o que ocorre, muito provavelmente, pela remuneração:

– Em uma palestra, ouvi que, surpreendentemente, o número de pediatras em residência não diminuiu. Profissionais estão migrando para outras áreas ou trabalhando como autônomos, o que torna difícil a situação para pacientes do SUS e de convênios.

 

  

LITORAL
Hospital Santa Inês reabre hoje

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - Fechado desde o início de novembro, o Hospital Santa Inês reabre hoje. A unidade será voltada para atendimentos de traumato-ortopedia e contará também com um Pronto Atendimento (PA) 24 horas, para qualquer tipo de emergência. Além de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), a unidade receberá pacientes por convênio ou particular.

Por enquanto, o hospital vai operar apenas com o PA. Internações e cirurgias serão retomadas a partir de segunda-feira, quando haverá uma reunião com o Corpo de Bombeiros e representantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para determinar para onde os pacientes deverão ser levados e em quais situações.

– Pedimos que as pessoas procurem o PA, de preferência, em caso de trauma ou de atendimento simples, porque a internação no Santa Inês será somente traumato-ortopédica – explica o secretário de Saúde, José Roberto Spósito.

Casos que necessitem de internação, mas não se encaixem nos critérios da unidade, serão encaminhados ao Ruth Cardoso.

Com a reabertura, a intervenção municipal no Santa Inês – que é particular, mas está sob administração da prefeitura desde 2008 – será prorrogada por mais três meses. Segundo Spósito, a intenção é entregar a estrutura aos donos em fevereiro.

A abertura ocorre após a garantia do Estado de liberar R$ 1 milhão para ajudar na manutenção do hospital pelos próximos três meses. O fechamento coincidiu com a abertura do Hospital Municipal Ruth Cardoso. Na época, o município alegou que não teria como manter as duas unidades abertas e 170 funcionários foram dispensados.

dagmara.spautz@santa.com.br

DAGMARA SPAUTZ
SERVIÇOS OFERECIDOS
- Pronto Atendimento 24 horas
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- Unidade de Terapia Intensiva