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OPINIÃO DE A NOTICIA
Números da Aids

Os novos números da Aids, divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, mostram uma certa estabilização da doença, mas ainda assim em patamar elevado. No caso de Joinville, foram registrados 40 casos por 100 mil habitantes, um índice intermediário entre as cidades com mais de 50 mil habitantes no País (37ª colocação no País). Pelas estatísticas de mortalidade, apresentadas pela Secretaria de Estado da Saúde, 48 pessoas moradores de Joinville morreram vítimas da doença no período entre janeiro e setembro, número semelhante aos registrados nos últimos anos – não é possível fazer comparação exata porque os dados de 2011, mesmo até setembro, não foram fechados. O fato de a Aids não ter avançado em Joinville, pelo menos em comparação com períodos recentes (em fenômeno repetido no restante do País), é um registro positivo, só que insuficiente: o patamar de incidência da doença permanece elevado.

Como lembrou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a sociedade não pode “relaxar” com a doença, isto é, os mecanismos de prevenção precisam ser reforçados. A vigilância tem de ser constante. Também há necessidade de aprimorar o diagnóstico, com a distribuição de mais testes rápidos, ação defendida pelo ministério. Se foram possíveis tantos avanços, como a divulgação de informações e maior esclarecimento sobre a doença, ações capazes de brecar o crescimento da doença, pelo menos em intervalo recente, é possível ir adiante e reduzir a incidência do HIV.

 

Geral

 

OFTALMOLOGIA
Consultas iniciam no Bethesda
Mais de 12 mil pacientes serão beneficiados pela parceria com clínica

Desde as 8 horas de ontem, começou uma maratona no Hospital Bethesda, em Pirabeiraba, que promete se repetir nos próximos meses até que se esgote a fila de mais de 12 mil pessoas que esperam por uma consulta com oftalmologista.

Dezenas de pacientes estavam com horário marcado para consultas e exames, dentro da parceria firmada entre o Bethesda e a clínica particular Visão por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde.

Um dos primeiros a ser atendido foi o aposentado Avelino Antônio Cardoso, 69 anos. Desde o começo do ano ele luta para conseguir a operação de catarata para um dos olhos. Ontem voltou para casa com as autorizações de exames nas mãos. A expectativa dele é de que a cirurgia seja realizada entre dezembro e janeiro.

Segundo informações da gerente administrativa da Clínica Visão, Maribel Celistre, a agenda para cirurgias abre em 2 de dezembro e depende do retorno dos pacientes com os exames pré-operatórios.

Assim como Avelino, Serafina Campregher, 77 anos, espera ansiosa pela cirurgia. Há um ano ela descobriu que tem catarata no olho esquerdo e agora acredita que acabará com o problema.

 


Meio de transporte renovado

Uma nova frota de bicicletas foi entregue às agentes comunitárias de saúde de Joinville. É sobre duas rodas que as servidores visitam cerca de 70% dos usuários do SUS na cidade, em uma média de dez famílias atendidas por dia.

O lote entregue ontem pelo secretário da Saúde, Tarcísio Crócomo, e pelo prefeito, Carlito Merss, foi de 250 bikes, que serão destinadas às servidoras que ainda não receberam a ferramenta e para repor as unidades sem condições de uso ou roubadas. O valor investido é de mais de R$ 69 mil.

Segundo Tarcísio, a frota não era renovada desde 2007. Agora, elas ganham um equipamento personalizado com a logo do SUS e com cestos para levar o material de trabalho.

Atualmente, são 550 agentes comunitárias atuantes em Joinville. A maioria usa a bicicleta para se locomover e uma delas, por causa da distância, utiliza uma moto para trabalhar no Vila Nova.

De acordo com a presidente da Associação das Agentes Comunitárias de Joinville, Albertina Valentini, a Secretaria de Saúde, no lugar de pagar o vale-transporte, empresta a bicicleta para fazer o trajeto entre postos de saúde e atendimentos às família.

 

 

AIDS EM JOINVILLE
Homens e jovens ainda são maioria
Mesmo com queda, taxa de incidência da doença preocupara o setor de saúde

Joinville ocupa a 37ª posição entre os cem municípios com mais de 50 mil habitantes e maiores taxas de incidência de Aids, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados ontem. É uma boa notícia em relação ao número de 2009, quando a cidade ocupava a 28ª posição. Mas é pior quando comparado com 2008, quando Joinville ficou em 38º.

Dos 34.212 novos casos de Aids no Brasil em 2010, 0,53% foram registrados na cidade.

Assim como no resto do País, os jovens, principalmente homens, são alvo de preocupação em Joinville. Das 2.854 pessoas soropositivas acompanhadas pela Unidade Sanitária da cidade no ano passado, os homens são maioria (64%). E os jovens de 20 a 39 anos representam 72,5% deles. No último ano, surgiram 183 novos casos, número semelhante ao identificado em 2009 (195 diagnósticos).

Também gera alerta, de acordo com a coordenadora do Programa DST/HIV/Aids e Hepatites virais, Halina Temothio, o aumento recente da incidência de casos de HIV em gestantes. No primeiro semestre de 2011, a cidade realizou 3.357 exames de HIV, dos quais 1.540 em gestantes. “Houve ainda crescimento significativo de casos entre mulheres acima dos 40 anos, heterossexuais e com parceiro fixo”, analisa Halina.

A queda registrada no País – 34,2 mil novos casos da doença contra 35,9 mil em 2009 –, chamou a atenção do ministério para índices mais específicos. Entre eles, o aumento de 10,1% no número de casos entre gays de 15 a 24 anos. Em 2010, para cada 16 homossexuais da faixa etária vivendo com Aids, havia dez heterossexuais.

O Sul do País foi a região que apresentou a maior taxa de incidência. Dos 15 municípios do ranking, 14 são sulistas. Em Santa Catarina, Balneário Camboriú chamou a atenção com o 3º lugar na lista (veja abaixo). É um dos maiores aumentos entre as cidades – de 60,7 em 2009 para 77,7 em 2010.

 

 


 

 


SC é o terceiro Estado com maior percentual de incidência de Aids, segundo Ministério da Saúde
Balneário Camboriú, Florianópolis, Biguaçu e Criciúma estão entre as cidades com maior índice

O Sul do Brasil concentra 23% dos casos de Aids, com apenas 14% da população total do país. O dado chama atenção do Ministério da Saúde, que promete investimentos na região para reverter essa estatística. De acordo com o boletim, todas as 10 cidades que lideram a lista de maior incidência da doença estão no Sul (veja lista abaixo). Três são de Santa Catarina, que está em terceiro no ranking nacional.

O número faz parte do Boletim Epidemiológico DST Aids, divulgado pelo ministério em coletiva de imprensa em Brasília, na manhã desta segunda-feira. Na estatística por Estado, o Rio Grande do Sul é o que mais registra casos de Aids: são 27,7 por 100 mil habitantes. O segundo do ranking é Roraima (26/100mil), seguido por Santa Catarina (23,5/100mil).

O Paraná é o quinto da lista, com 15,7 casos por 100 mil habitantes. No ranking por capitais, Porto Alegre também se destaca com 99,8 casos por 100 mil habitantes, enquanto Florianópolis, segunda da lista, registra 57,9 casos por 100 mil. Os dados se referem a 2010.

— O que nos chama atenção é que o RS tem muito mais casos em relação à sua população, mas não é um fator isolado que leva a isso, como o acesso ao diagnóstico, por exemplo. Nós reforçamos as campanhas no Sul, em especial no RS, inclusive com ações regionalizadas em pequenas cidades — disse o ministro.

No país inteiro, 630 mil pessoas convivem com HIV/Aids. A prevalência da doença (estatística de pessoas infectadas por HIV) permanece estável em cerca de 0,6% da população, enquanto a incidência (novos casos notificados) teve leve redução de 18,8/100 mil habitantes em 2009 para 17,9/100 mil habitantes em 2010.

Houve um aumento significativo de casos identificados em pequenos municípios (com até 50 mil habitantes). Essas cidades respondiam por 5,6% dos casos e passaram a representar 8,4% dos casos, conforme o boletim divulgado nesta manhã.

Abaixo, o ranking da taxa de incidência de Aids (por 100 mil) em municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes.

1. Porto Alegre (RS) - 99,8
2. Alvorada (RS) - 81,8
3. Balneário Camboriú (SC) - 77,7
4. Uruguaiana (RS) - 67,0
5. Sapucaia do Sul (RS) - 66,4
6. Criciúma (SC) - 61,9
7. Biguaçu (SC) - 60,1
8. Pinhais (PR) - 58,1
9. Florianópolis (SC) - 57,9
10. Canoas (RS) - 57,4

Outros dados

Em alguns grupos, o avanço no combate à epidemia é mais marcante. Entre os menores de cinco anos de idade, casos relacionados à transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê durante a gravidez, o parto ou pelo leite materno, a taxa de incidência (número de casos por 100 mil habitantes), caiu 41% de 1998 a 2010. Em relação à taxa de mortalidade, o boletim também sinaliza queda. Em 12 anos, a taxa de incidência baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas. A queda foi de 17%.

O documento chama a atenção para públicos específicos, que têm tido comportamento diverso e ampliado o número de casos. Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma faixa, houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com Aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10.

Na população de 15 a 24 anos, entre 1980 e 2011, foram diagnosticados 66.698 casos de aids, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no sexo feminino (43%). O total equivale a 11% do total de casos de Aids notificados no Brasil desde o início da epidemia ocorre entre jovens. O quadro levou o Ministério da Saúde a priorizar este público na campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que ocorre em 1º de dezembro.

 

 

Lei Antifumo de São Paulo reduziu em 73% a poluição em ambientes fechados
Queda também aparece no organismo de 600 trabalhadores

Depois de dois anos e três meses em vigência, a Lei Antifumo, que proíbe o uso de tabaco em ambientes fechados em todo o estado de São Paulo, reduziu em 73% a concentração do monóxido de carbono, substância nociva produzida pelo cigarro nesses locais.

Segundo o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, cerca de 500 mil estabelecimentos foram fiscalizados neste período e 99,8% estão cumprindo a lei estadual. Nos ambientes parcialmente fechados a queda foi 60% e nos abertos 61%.

A queda também aparece no organismo de 600 trabalhadores. Entre os não fumantes a diminuição do monóxido de carbono no organismo foi 49,2% e nos não fumantes 27,2%.

— A lei foi uma grande vitória da saúde pública e se isso se reproduzir no Brasil todo, certamente será bom. Atualmente pelo menos sete pessoas não fumantes morrem no país devido à exposição involuntária no ambiente — disse a diretora do Centro de Vigilância Sanitária, Maria Cristina Megid.

A lei pode ser estendida para todo o Brasil, já que o Senado aprovou essa semana uma medida provisória que proíbe o fumo em ambientes fechados e até a existência de áreas destinadas a fumantes. A determinação valerá a partir da sanção da presidente Dilma Rousseff.

Segundo Maria Cristina, a Lei Antifumo é aprovada por 83% dos fumantes de São Paulo, o que indica que eles aderiram voluntariamente à determinação. Entre a população, toda a nota média para a lei é de 9,2, já que 91% da população consideram a lei boa ou ótima. Quarenta e dois por cento dos fumantes passaram a fumar menos em decorrência da lei.

— Teve um trabalho intenso de conscientização da população sobre os males do cigarro e da fumaça, que não é só incômoda, mas leva a riscos graves para a saúde. Levamos essa informação para a sociedade e o que percebemos é que ela passou a cobrar que o ambiente seja livre de tabaco — afirmou Maria Cristina.

Para a diretora, a mudança de comportamento da população paulista foi o grande ganho da lei, porque passou a ser natural não haver ninguém fumando em ambiente fechado e que os cidadãos incorporaram a lei aos seus hábitos e ao que consideram um direito e um exercício da cidadania:

— Se tem uma pessoa que fuma ela levanta e vai fumar lá fora. Muitos fumantes dizem que foram a lugares onde não há a lei e não conseguiram fumar em local fechado.

Maria Cristina destacou que logo após a lei ser sancionada em maio de 2009, a grande discussão era se a lei invadia e acabava com a liberdade de escolha da população, mas aos poucos foi se revelando que não.

— O que estamos fazendo é promover a saúde da população, trabalhando com a prevenção. A partir do momento em que o Estado tem a consciência de que há uma causa de doenças e mortes que podem ser evitadas é dever do Estado legislar a favor da saúde.

Entre os proprietários de estabelecimentos, 67% disseram não terem notado diferença no movimento, 15% disseram que aumentou e 18% que diminuiu. Entre aqueles que disseram não ser difícil controlar os fumantes estão 66%, os que contrataram vigias foram 17% e 17% disseram que os fumantes são insistentes.

— O tempo de permanência no ambiente também não mudou com 70% dos proprietários afirmando isso. Os que disseram que os clientes ficam menos tempo foram 15%. Isso indica que os estabelecimentos não perderam clientela, um dos medos dos proprietários com a lei — disse.

 


Estado do Ceará confirma 11 casos de gripe A
Suspeita é que o contágio tenha ocorrido a partir de um paciente infectado pelo vírus em São Paulo

A Secretaria de Saúde do Ceará confirmou neste sábado o surto de gripe A no município de Pedra Branca, onde foram registrados 11 casos de gripe H1N1. Todos os pacientes são alunos do Colégio Agrícola da cidade.

Segundo a secretaria, o órgão foi informado do surto na última quarta-feira, 23, e no mesmo dia enviou à cidade um grupo de profissionais para fazer a investigação dos 91 casos notificados. A suspeita é de que a transmissão tenha ocorrido através de uma pessoa da cidade que teve contato com um paciente infectado pelo vírus em São Paulo.

Os pacientes estão sendo acompanhados e monitorados pelas vigilâncias epidemiológicas da Sesa e da Secretaria Municipal de Saúde de Pedra Branca, que orientam os profissionais de saúde e a população para que fiquem alerta para os sintomas da gripe H1N1, como febre, tosse, coriza, dispneia.

Este ano, 17 mil moradores de Pedra Branca foram vacinados contra gripe, de um total de 43 mil habitantes. Cerca de 94% das crianças com menos de um ano e 95% dos idosos foram vacinados contra a doença, segundo a secretaria.