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VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Interdições no presídio
Três cozinhas e os consultórios odontológico e médico são fechados


Há apenas uma semana no controle do Presídio Regional de Joinville, o novo diretor Cristiano Teixeira da Silva já coleciona os primeiros ossos do ofício. Por determinação da Vigilância Sanitária do município, as três cozinhas e o consultório de atendimento médico e odontológico da unidade foram interditados ontem.

A notificação é baseada no relatório de uma visita feita por fiscais sanitaristas à unidade há cerca de duas semanas. Segundo o fiscal Gean Carlos Kuhlkant, funcionários e detentos correm risco de intoxicação devido à falta de condições estruturais e de procedimentos mais adequados no manuseio e preparo dos alimentos nas cozinhas masculina, feminina e de funcionários.

“A maioria dos alimentos é preparada pelos próprios presos, que não têm curso ou conhecimento sobre os procedimentos. Também identificamos aberturas que deixavam os ambientes expostos a insetos e até mesmo a ratos”, aponta Gean.

Apesar de as cozinhas terem sido interditadas, os alimentos dos 1.011 presos ainda serão preparados emergencialmente naqueles espaços até que a unidade encontre uma alternativa para o fornecimento da comida. No relatório, que será encaminhado hoje ao judiciário, os fiscais recomendam a contratação de um nutricionista para atuar no presídio.

Por falhas estruturais, a sala reservada ao atendimento médico e odontológico dos internos também foi fechada. A Vigilância Sanitária ainda apontou problemas de saneamento na rede de esgoto do local. A direção terá 60 dias para resolver os problemas de saneamento.

Diretor do presídio desde a semana passada, quando teve fim uma intervenção do Estado que durou 38 dias, Cristiano Teixeira da Silva, informou ontem que as restrições impostas pela Vigilância foram comunicadas à Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania.

“A terceirização da alimentação já estava nos nossos planos. Agora, a busca por uma parceria precisará ser agilizada. Estamos à espera de providências do governo do Estado. O espaço de atendimento médico e odontológico ficará fechado, mas a maioria destes atendimentos já era feita pelo SUS”, justifica. De acordo com Cristiano, um projeto de readequação da rede de esgoto da unidade também já foi entregue à secretaria estadual.

 

Lista longa
A Secretaria de Saúde de Joinville conseguiu a parceria na área de oftalmologia. E está com edital aberto para cardiologia, dermatologia, endocrinologia, neurologia, otorrinolaringologia, psiquiatria, entre outras. Talvez mais clínicas venham a se interessar.


Mais serviços
Há ainda os editais abertos nos governos LHS e Tebaldi, também para área de exames, entre outros procedimentos. A lista completa está em
www.saudejoinville.sc.gov.br. São nove editais de credenciamento de terceiros, a serem remunerados pela tabela do SUS.

 

Visor


VIRAL
O Verão sequer começou e já tem bairro sofrendo com os tais surtos de viroses em Floripa. No Campeche, Sul da Ilha, existe até suspeita de contaminação da água. Por enquanto, as causas são apenas especulação...

 

 

Geral

 SEM ACORDO
Mutirão das cirurgias está parado na região serrana
Médicos não aceitam proposta e hospital de Lages alega que falta estrutura para o programa

Um impasse compromete o mutirão de cirurgias eletivas na Serra Catarinense. O governo estadual fez uma proposta, os médicos não aceitaram e o maior hospital da região diz não ter estrutura para aderir ao programa. Menos de 10% dos procedimentos previstos para a região foram realizados.

Enquanto isso, pacientes aguardam na fila. Francisco de Assis Medeiros é um aposentado de 75 anos, que leva uma vida simples no Bairro Cidade Alta, em Lages. Em janeiro, ele começou a perder a visão do olho esquerdo. O caso foi diagnosticado como catarata, e Francisco precisa de uma cirurgia.

Ao saber do mutirão iniciado em agosto pelo governo do Estado, pôs seu nome na lista de espera na esperança de ter seu problema solucionado em seguida. Mas lá se vão quase quatro meses e até agora nada.

Só neste tempo, Francisco já ouviu umas três vezes da Secretaria Municipal da Saúde que ainda não foi operado porque os médicos de Lages se recusam a fazer as cirurgias por não aceitarem a proposta financeira do governo estadual para o mutirão.

– Me sinto preso na minha própria casa, pois não consigo mais fazer muita coisa por não enxergar. Estou perdendo minha autonomia, minha liberdade. Quero ver a cor das flores que tenho no quintal, mas não consigo. Tem horas que dá vontade de morrer para não sofrer mais.

Francisco é uma das vítimas do impasse. Para a Serra Catarinense foram previstas 1.135 cirurgias eletivas até o fim de 2012, mas menos de 10% foram feitas até agora. Só para Lages são aproximadamente 800, mas nenhuma foi realizada até então na cidade. As que já foram executadas ocorreram em São Joaquim (cirurgias gerais e hérnias) e em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, para onde são levados os pacientes que precisam de cirurgias de varizes e catarata.

Projeto é de chegar a 22 mil procedimentos no Estado

Para todo o Estado estão previstas 22 mil cirurgias até o fim de 2012 nas especialidades de oftalmologia (catarata), otorrinolaringologia (amídalas e adenoide), cirurgia geral (vesícula, hérnia e varizes) e ortopedia (joelho, membros superior e inferior e retirada de materiais de síntese). Até o momento foram realizadas 2.287 cirurgias, o equivalente a 10% do total.

O investimento do governo será de R$ 20 milhões. A gerente regional de saúde da Serra, Beatriz Montemezzo, diz que, além dos valores da tabela do Sistema Único de Saúde, a cada cirurgia serão pagos R$ 240 por médico e R$ 100 para o hospital. Ela diz que só os médicos de Lages recusaram. Tanto que o governador Raimundo Colombo protestou no Twitter:

– Mutirão em Lages não avançou. Alguns profissionais da saúde em total descompasso com a necessidade das pessoas.

pablo.gomes@diario.com.br

PABLO GOMES | Lages

 

SEM ACORDO
Dúvidas sobre os valores

Os médicos de Lages questionam as informações e dizem que o valor a ser recebido por eles é, no máximo, a metade dos R$ 240 informados pelo Estado. E pelo que consideram tão pouco, eles não aceitam trabalhar.

– O valor é dividido por, no mínimo, dois médicos. E existem cirurgias em que participam mais profissionais. Não é só em Lages que os médicos não aderiram ao mutirão, mas em quase todo o Estado. Não existe insensibilidade da nossa parte. A saúde precisa ser levada a sério. Não existe cirurgia simples. Em todas há riscos, e o profissional coloca a sua capacidade técnica – afirma o presidente regional do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina, Fernando Luiz Pagliosa.

Ele diz que os médicos não têm uma proposta formulada para o governo, mas alega que não foram procurados para prévia negociação antes do mutirão.

Pagliosa ainda considera muito baixo o valor oferecido e pede investimentos em soluções permanentes, e não apenas em mutirões.

O Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, maior da região, não vai aderir ao mutirão por considerar que não estrutura para realizar o mutirão de cirurgias. O diretor administrativo, Canísio Winkelmann, diz que a instituição realiza 180 cirurgias eletivas por mês e prioriza os atendimentos de urgência e emergência, o que já basta para sempre estarem ocupados os 190 leitos da estrutura da instituição, além dos 10 da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

 

 Diário do Leitor

Samu
Sempre quando preciso do Samu, o telefone está ocupado, ou a ambulância não se encontra no momento para atender. Ontem, no meu trabalho (farmácia), apareceu uma pessoa com dor forte no peito e muito fraca, tentei ligar para o Samu, mas o telefone estava ocupado. Liguei para os Bombeiros, mas o atendente falou que a ambulância estava no conserto. Então, liguei para um táxi que levou o enfermo ao Hospital Florianópolis. Gostaria que as autoridades dessem mais valor ao Samu e aos Bombeiros, porque estes profissionais querem ajudar, mas os governantes os abandonaram.

 Rosane Pereira
Por e-mail

 

 

Colunista Cacau Menezes


Centro de excelência
No centro cirúrgico do Hospital Baía Sul, de Florianópolis, vai ocorrer amanhã uma cirurgia minimamente invasiva para a retirada de cálculo renal transmitida por videoconferência para os participantes do 33º Congresso Brasileiro de Urologia. O evento, no CentroSul, vai reunir 4 mil urologistas de vários países até sábado. Inaugurado em janeiro de 2011, o Hospital Baía Sul recebeu investimentos que chegam a R$ 30 milhões.

  

Dia a dia


- Doadores - O Hemosc realiza, até sexta-feira, a Semana do Doador de Sangue. Serão desenvolvidas atividades nos hemocentros em Florianópolis, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Joinville e Lages, além de unidades de coleta de Canoinhas, Jaraguá do Sul e Tubarão. Na Capital, a programação inclui show de música.

 

Cardiologia - Começa na sexta-feira, no Costão do Santinho, em Florianópolis, a 2ª edição do Brasil Prevent, um evento internacional da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O objetivo é reduzir o número de óbitos que o Brasil registra em decorrência das doenças cardiovasculares. Informações: www.cardiol.br/brasilprevent/2011.

- Urologia - Entre hoje e sábado, será realizado o 33º Congresso Brasileiro de Urologia. O encontro ocorrerá no Centro de Convenções de Florianópolis (CentroSul). Com a participação de convidados estrangeiros, haverá tradução simultânea de inglês para português nas atividades. Informações e inscrições: www.sbu2011.com.

 

Gravidez - Amanhã, das 19h às 22h30min, será realizado um curso para gestantes durante o pré-natal. O encontro ocorrerá no Floripa Shopping, em Florianópolis, e será ministrado por obstetras e pediatras, que abordarão temas como amamentação, células-tronco e primeiros socorros. Informações: (48) 3025-3700.

 

 


Tereza Ramos adere ao mutirão de cirurgias eletivas 

  Os médicos do Hospital Tereza Ramos confirmaram participação no projeto do Governo do Estado, do mutirão de cirurgias eletivas. A partir da próxima semana, segundo o diretor do hospital, Luiz Alberto Susin, as quinta-feira serão destinadas ao mutirão. A previsão é que sejam realizadas cinco cirurgias por semana, de hérnia e vesícula.

  A confirmação foi dada após uma reunião na Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages (SDR), no início da tarde de ontem. Na reunião, ainda foi definido que o hospital infantil Seara do Bem fará 50 cirurgias pediátricas, divididas entre adenóide, amígdalas e hérnia. As operações iniciam em dezembro.

 Foi confirmada, ainda, a transferência das operações de varizes para o hospital São Francisco de Assis, em Santo Amaro da Imperatriz. Cerca de 60 cirurgias em pacientes da Serra Catarinense deverão ser feitas até final de ano.

 Mais 300 cirurgias de catarata deverão ser encaminhadas para o Centro Integrado de Terapia e Estética, em Palhoça. Em São Joaquim, o hospital Sagrado Coração de Jesus já fez cerca de 60 cirurgias de vesícula e hérnia. A média diária é de dez cirurgias.

 Ainda há impasse nas cirurgias ortopédicas. Aproximadamente 350 pessoas esperam por essa especialidade. “Estamos trabalhando no sentido de buscar soluções, já que alguns médicos permanecem resistentes. Por esse motivo, encaminharemos os pacientes para uma instituição que se colocou à disposição”, diz a gerente regional de Saúde, Beatriz Montemezzo.

 “Os 18 municípios que fazem parte das Secretarias Regionais de Lages e São Joaquim foram contemplados com 1.135 cirurgias, que não representam apenas números e sim pessoas aguardando atendimento. O governador Raimundo Colombo pediu agilidade, e caminharemos nessa direção”, diz o secretário da SDR, Jurandi Agustini.
 

O diretor do corpo clínico do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, canísio Winkelmann diz que a resistência dos médicos se baseia na sobrecarga com as cirurgias de urgência e emergência. “Não há como fazer tudo. O hospital está sobrecarregado”, afirma. Ele acrescenta, ainda, que o valor baixo oferecido aos médicos, não incentiva a adesão ao programa. “Eu considero um valor menor que uma consulta”, completa.

 Para o presidente da Associação Médica da Serra, Marcelo Ceron, um projeto como esse deveria ser implantando em hospitais públicos. “Os médicos sempre foram parceiros, porém não é simples tirar um ou dois dias para realizar as cirurgias. Esse é um procedimento que necessita de um planejamento e de uma estrutura à disposição”, acrescenta.

 
Emergência deve fechar em janeiro

 Os médicos do setor de emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, decidiram paralisar seus serviços a partir de 1° de janeiro de 2012, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite de segunda-feira (21). O motivo é a falta de posicionamento sobre a contraproposta encaminhada às Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, sobre o reajuste de valores e melhores condições de trabalho.

 “Se até final de dezembro nenhuma decisão for tomada, a emergência será fechada. Estamos cansados de negociar sem que haja uma solução definitiva”, afirma o diretor do corpo clínico, Paulo Duarte. “Não queremos um reajuste, mas uma recomposição de um pedido que estamos fazendo desde 2009”, acrescenta.

 “Não é de hoje que temos problemas com o hospital Nossa Senhora dos Prazeres. Estamos tentando negociar, mas não há avanços. Caso a proposta não seja integralmente atendida, teremos que tomar esta medida radical”, afirma Fernando Pagliosa, presidente do Sindicato dos Médicos, em Lages. A decisão será encaminhada, oficialmente, hoje, ao Hospital Nossa Senhora das Prazeres.

Os médicos negociam melhores condições de trabalho, implantação de duas novas especialidades de sobreaviso (nefrologia e pneumologia), definição de um índice de reajuste oficial anual, melhoria das condições físicas, de equipamentos e de materiais para o atendimento no serviço de emergência e reajuste de valores na hora plantão. O profissional que recebe hoje R$ 60,00 a hora plantão receberia R$ 80,00. Um terço desse valor seria pago aos profissionais médicos no sobreaviso.