icone facebookicone twittericone instagram


OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Parceria na oftalmologia


Se os planos saírem como anunciados ontem, a parceria entre a Secretaria de Saúde e o Bethesda poderá ser um marco na eliminação de uma das maiores demandas em saúde, as consultas em oftalmologia. Como “AN” mostra hoje, são mais de 12 mil consultas agendadas na especialidade. Com a nova relação, com participação de clínica privada, há expectativa de atendimento dessa demanda em seis meses, inclusive com a realização dos procedimentos complementares, como exames e eventuais cirurgias. Como a remuneração será pela tabela do SUS, sem despesas extras, é uma parceria bem-vinda.

A Secretaria de Saúde alega ter investido em equipamentos, melhorias das estruturas físicas e contratação de mais profissionais. Ainda assim, a fila na oftalmologia não cedeu. Um dos motivos foi a “competição” da especialidade com outros procedimentos no Hospital Municipal São José: casos de emergência eram priorizados em detrimento de quem necessitava de atendimento oftalmológico. Com a nova relação com Bethesda, desde a consulta até a cirurgia, caso necessária, passando pelos exames, poderão ser feitas no mesmo espaço. Aumentam as chances de resolutividade e, principalmente, a fila vai andar mais rápido. Com o envelhecimento da população, mais problemas oftalmológicos vão aparecer, em especial os casos de catarata. Ao gestor na área de saúde, cabe buscar a solução. Ao que tudo indica, a parceria será exitosa.

 

Geral

 

SAÚDE PÚBLICA DE JOINVILLE
Para zerar a maior fila do SUS

Contrato entre Bethesda e clínica deve garantir atendimento a quem espera por oftalmologista na cidade. São cerca de 12 mil consultas e 1,4 mil cirurgias represadas. Pacientes serão direcionados pela Prefeitura, que intermediou o acordo
Avelino Antônio Cardoso, 69 anos, é um retrato fiel da situação vivida hoje por pacientes com problemas oftalmológicos em Joinville. Aposentado, já teve de pagar consulta com o médico especialista para não enfrentar a maior fila do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade: mais de 12 mil pacientes que sofrem com suspeitas de problemas de visão e precisam de consultas. O diagnóstico, no começo do ano, não foi tranquilo. Avelino tem catarata nos dois olhos, doença típica de pessoas da faixa etária dele. Para operá-los, teria de gastar mais de R$ 3 mil em cada olho. Dinheiro que ele não tem.

Em agosto, Avelino conseguiu uma consulta no Posto de Atendimento Médico (PAM) do Boa Vista, de onde foi encaminhado para a cirurgia. O primeiro olho a ser operado seria o direito, mais afetado pela doença. No dia 19, quando Avelino entrou na fila de cirurgia, 1.028 procedimentos estavam represados. Ele era o número 87 – com a média de cirurgias feitas na época, a previsão era de que em 45 dias seria atendido. É quase fim de novembro e Avelino continua com a visão prejudicada, sem poder dirigir nem trabalhar. E a fila para o procedimento subiu para 1.389.

A possibilidade de resolver o problema de Avelino e de outras milhares de moradores da região de Joinville foi anunciada pela Prefeitura só nesta semana, quando foi confirmada nova consulta para o aposentado. Desta vez, ele será avaliado por um especialista que presta serviço no Hospital Bethesda, em Pirabeiraba, e há garantias de que a cirurgia sairá logo.

A mudança veio de um contrato firmado entre o hospital beneficente e uma clínica gaúcha, intermediado pela Secretaria Municipal de Saúde. Após concluir a reforma no centro cirúrgico do Bethesda, custeada com recursos que sobraram da Câmara de Vereadores e com doações da iniciativa privada, a direção do hospital decidiu prestar serviços de oftalmologia e, principalmente, oferecer as cirurgias de catarata.

A indicação da Prefeitura foi de que o hospital contratasse os serviços da Clínica Visão, de Porto Alegre, já conhecidos da secretaria. Seis médicos atuarão de segunda a segunda no hospital. De segunda a quinta-feira, será dia de consulta. E, de sexta a domingo, das operações de catarata. Já na segunda, por exemplo, Avelino deverá ir a Pirabeiraba se consultar de manhã, assim como outros pacientes.

A meta da equipe é fazer, por mês, 2.540 consultas, 5 mil exames e 334 cirurgias. Neste ritmo, dentro de seis a oito meses, seria possível zerar a fila de consultas e de cirurgias represadas em Joinville. Mais do que a Secretaria de Saúde oferta hoje no PAM do Boa Vista, com sete oftalmologistas, que realizam cerca de 651 consultas, 247 exames e 51 cirurgias por mês. A parceria com as instituições privadas foi feita a preço do SUS para cada procedimento.

gisele.krama@an.com.br


GISELE KRAMA

 


SAÚDE PÚBLICA DE JOINVILLE
AVELINO SERÁ O PRIMEIRO PACIENTE

Assim que for submetido à cirurgia para remoção da catarata, que deve ser agendada após a consulta na segunda-feira, Avelino Antônio Cardoso, 69, quer renovar a carteira de habilitação e tentar reingressar no mercado de trabalho. “Eu me considero muito jovem ainda. Ficar em caso dormindo e assistindo a TV não dá. Preciso ocupar a cabeça”, desabafa. A demora pelo tratamento não sossegou o aposentado. Em vez de ficar quieto em casa, foi atrás de solução. Conta que telefonava a toda a hora para o PAM do Boa Vista e até procurou o Ministério Público de SC. Sobrevivente de cinco derrames, quatro infartos e dono de três pontes de safena, Avelino sente que o procedimento pelo qual mais teve de esperar foi justamente o mais simples: a catarata. “Hoje, graças a Deus, estou inteiro. Só a minha vista que incomoda”, diz.

 


SAÚDE PÚBLICA DE JOINVILLE
Solução na iniciativa privada

A notícia do convênio entre o Hospital Bethesda e a clínica gaúcha foi dada ontem de manhã pelo prefeito Carlito Merss, pelo vice-prefeito Ingo Butzke e pelo secretário municipal da Saúde, Tarcísio Crocromo. Durante o anúncio, na Secretaria Municipal de Saúde, não havia representantes do hospital e nem da clínica que vai operacionalizar os procedimentos.

O prefeito lembrou que a oftalmologia é um dos gargalos da saúde pública de Joinville. Tarcísio destacou que só agora vai ser resolvido um problema histórico da cidade. “Não é algo que criamos”, argumentou ele. A solução, então, veio por meio da parceria com a iniciativa privada.

O contrato do hospital com a clínica define número mínimo de atendimentos e de médicos cedidos. Chegar à parceria não foi fácil, afirmou ontem o secretário. Segundo Tarcísio, a chamada para prestadores terceirizados do serviço ficou aberta por mais de dois anos. Para isto, a clínica de Porto Alegre receberá cerca de R$ 257 mil por mês e emprestará os equipamentos.

Todo o empenho é para zerar o quanto antes a lista de pacientes que aguardam na fila de consultas e de procedimentos cirúrgicos, em especial, para tratar a catarata. O contrato tem prazo de cinco anos, podendo ser renovado. “Temos um contrato. Vamos zelar pelos recursos investidos e cobrar qualidade no serviço”, garantiu Crocomo.

 

 

SAÚDE PÚBLICA DE JOINVILLE
Hospital busca crescer oferta

Por dia, o Hospital Bethesda recebe cerca de cem pessoas no pronto-atendimento. Na internação, são 73 leitos cedidos ao SUS – em geral, a ocupação é sempre superior a 70 pessoas, calcula a direção. Segundo Décio Krelling, presidente do conselho administrativo do hospital, a partir da próxima semana o fluxo deve dobrar com a oferta de serviços oftalmológicos.

Mas o diretor afirma que a parceria depende do direcionamento pela Saúde. “Não temos condições de buscar esses pacientes no mercado. Portanto, os números só serão atingidos se a Prefeitura encaminhar as pessoas com regularidade”, afirma.

Apesar de a tabela do SUS prever valores considerados baixos, Krelling diz que valerá a pena prestar o serviço porque o volume de pacientes será alto. A ideia é alavancar serviços e fazer com que o hospital passe a se manter sozinho e sem dívidas.

O consultório do hospital, além de sala de exames e duas salas do centro cirúrgico foram reformados. A reinauguração será na sexta-feira, às 17 horas. Neste mês, foi anunciado repasse de R$ 250 mil, também de sobras da Câmara, para a compra de equipamentos.

Os oito equipamentos oftalmológicos cedidos pela clínica já foram entregues. Os procedimentos de oftalmologia iniciam na próxima segunda-feira, às 8 horas. Com isso, a expectativa da Secretaria de Saúde é de que a lista fique zerada e depois se mantenha de forma regular.

  


HEMOSC
Hemocentro espera doadores nesta semana

Dia 25 é o Dia do Doador de Sangue e o Hemosc de Joinville espera receber muitos doadores. para atender a todos, o Hemosc estendeu a programação e implementou a “Semana do doador de sangue”. Hoje, o hemocentro precisa de sangue tipo A-, B- e O-. O Hemosc fica na rua Getúlio Vargas, 198, anexo ao Hospital Municipal São José. Informações: (47) 3433-1378.

 


CÂNCER
Cientistas brasileiros criam vacina contra a doença

Usando o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, cientistas brasileiros criaram uma vacina contra o câncer. A pesquisa foi publicada na revista científi ca americana PNAS. Testes foram feitos em ratos e não há previsão para humanos.

 


AIDS NO MUNDO
Melhora acesso a tratamento

O acesso ao tratamento contra o vírus HIV melhorou muito na África Subsaariana, a região mais atingida pela pandemia da aids no mundo, levando a uma queda importante no número de mortes causadas pela doença, informou a ONU ontem. No final do ano passado, havia no mundo 34 milhões de portadores do HIV, decorrente do fato de as pessoas estarem vivendo mais tempo com o vírus.

No ano passado, foram registrados 2,7 milhões de novos casos de infecções pela doença no mundo, aproximadamente o mesmo patamar dos três anos anteriores. Os números confirmam dados anteriores divulgados pela Unaids em junho. O acesso universal ao tratamento – definido como cobertura acima de 80% – foi alcançado em Botsuana, Namíbia e Ruanda, enquanto Suazilândia e Zâmbia conseguiram níveis de cobertura de entre 70% e 80%.

Além da melhora no acesso ao tratamento, as novas infecções por HIV também estão diminuindo bastante. Desde o pico da epidemia em 1997, o número total de novas infecções por HIV na região caiu em mais de 26%. Na África do Sul, cuja população de 5,6 milhões de pessoas infectadas pelo HIV é a maior do mundo, a taxa de incidência caiu entre 2001 e 2009, de 2,4% para 1,5%.

No Brasil

O relatório da ONU mostra que o Brasil está fora da lista dos países com maior cobertura de tratamento. O documento indica que 11 países têm pelo menos 80% da população estimada com vírus recebendo antirretrovirais – O Brasil tem entre 60% e 79%. Estima-se que no País exista entre 250 mil a 300 mil portadores do vírus que desconheçem a infecção e, por isso, não iniciam a terapia no tempo adequado.


 

 

Queixa eterna
Carlito Merss não consegue falar em saúde sem se queixar do Hospital Regional de Joinville. A unidade mantida pelo governo do Estado ainda não opera em plena capacidade.


Há dois anos o Secretaria de Saúde de Joinville abriu a possibilidade de contratação de clínicas privadas para a área de oftalmologia. Só agora foi possível fechar a parceria, por meio do Hospital Bethesda.

 

 

 


AIDS
Relatório da ONU aponta estabilização em Santa Catarina

FLORIANÓPOLIS - Relatório divulgado ontem pela Unaids, o programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para HIV/AIDS, mostra que de 1984 até 2010, a quantidade de soropositivos chegou a 34 milhões no mundo. Em Santa Catarina, são 25.950 casos notificados pela Secretaria Estadual de Saúde. O número de mortes vem reduzindo em função da distribuição de medicamentos, que prolongam o tempo de vida das pessoas infectadas pelo HIV.

Segundo o balanço, 2,7 milhões de pessoas foram infectadas, mas a quantidade de mortes entre os infectados é menor. Em 2010, foram 1,8 milhão de óbitos, número 21% menor que em 2005. Na América Latina, a epidemia é considerada estável segundo a Unaids, com uma média de 100 mil novos casos de infecção a cada ano desde 2001. As mulheres são um terço das pessoas infectadas até 2010.

O registro de portadores de Aids em Santa Catarina mostrou estabilização nas notificações. O número vem se mantendo em torno de 1,5 mil notificações ao ano desde 2003. De acordo com a gerente do programa DST/AIDS no Estado, Maria da Graça Chraim, há políticas que tem provocado resultados concretos. Ela cita a transmissão de mãe para filho, que chegou a 75% dos casos em 1997 e 1998, caiu para 15% em 2010.

– Este é um dos desafios que estamos perto de cumprir, por conta de ações como o acompanhamento do pré-natal e os exames durante a gravidez – explica.

Em Santa Catarina, são 252 cidades com pelo menos um registro. O maior volume de notificações é em Florianópolis, com 4.174 casos, seguida por Joinville, com 2.836 registros, e Itajaí, onde já foram 2.230 casos confirmados.

 


NÚMEROS DO HIV
SC registrou 25.950 casos em 26 anos

O balanço das entidades de saúde divulgado ontem mostra que, desde 1984 até 2010, a quantidade de soropositivos chegou a 34 milhões no mundo. Em Santa Catarina, são 25.950 casos de pessoas infectadas pelo HIV registrados pela Secretaria Estadual de Saúde.

O número de notificações vem se estabilizando desde 2003, com 1,5 notificações ao ano. A estratégia para reduzir o número tem sido intensificar as ações de prevenção, como a oferta de exames na rede pública de saúde e a distribuição massiva de preservativos. De acordo com a gerente do programa DST/Aids no Estado, Maria da Graça Chraim, há políticas que têm provocado resultados concretos. Ela cita a transmissão de mãe para filho, que chegou a 75% dos casos em 1997 e 1998, e caiu para 15% em 2010.

– Este é um dos desafios que estamos perto de cumprir, por conta de ações como o acompanhamento do pré-natal e os exames durante a gravidez – explica.¶

Em Santa Catarina, são 252 cidades com pelo menos um registro de HIV. O maior volume de notificações é em Florianópolis, com 4.174 casos, seguida por Joinville, com 2.836 registros, e Itajaí, onde já foram 2.230 casos confirmados.

Os números parciais de 2011 mostram que há 771 casos, sendo 471 homens e 300 mulheres. Maria explica que os números podem ser alterados nos próximos três anos, período em que os casos são investigados.

A quantidade de mortes diminuiu e o tempo de vida dos soropositivos subiu com o acesso aos medicamentos antiretrovirais, que auxiliaram a garantir mais tempo de vida para os infectados. No balanço da Unaids – programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para HIV/Aids foram 1,8 milhão de óbitos em 2010. No mundo, o número de mortes caiu 21% desde 2005.

Na América Latina, os números da epidemia continuam estáveis, segundo a Unaids, com uma média de 100 mil novos casos de infecção a cada ano desde 2001. As mulheres são um terço das pessoas infectadas até 2010.

 

 

Colunista Cacau Menezes

 Novo hospital
A ministra Ideli Salvatti, de Relações Institucionais, vai iniciar o processo de negociação com a Rede Sarah para viabilizar a instalação de um hospital de reabilitação em Santa Catarina. O pedido oficial será realizado em audiência com a diretora executiva, Lucia Braga. O encontro está previsto para a próxima semana, em Brasília. Seria a primeira unidade no Sul do país. A Rede Sarah é um das maiores do mundo em reabilitação, e suas unidades recebem recursos do Orçamento da União, em rubrica específica para a manutenção do contrato de gestão.

 

 

 

Médicos não descartam paralisar 
 

 Membros do Sindicato dos Médicos se reuniram, novamente, na noite desta segunda-feira para discutir sobre as negociações do atendimento definitivo da emergência do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages. A categoria pede o reajuste de valores e melhores condições de trabalho. Não está descartada a possibilidade de paralisação a partir do ano que vem.

 A proposta enviada pelas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde não foi aceita. Segundo os médicos, a proposta mantém a atual estrutura, sem rever valores e funcionamento. Segundo o presidente do Sindicato, Fernando Pagliosa, os médicos querem definir a situação antes de iniciar os plantões para final de ano.

 “Vamos procurar meios mais rápidos para resolver esse caso. Não queremos atrelar a emergência a uma portaria, precisamos resolver essa situação definitivamente, com valores e condições de trabalhos reajustados”, afirma.

 Pagliosa se refere à portaria que organiza o Componente Hospitalar da Rede de Atenção à Urgências no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), Portaria n° 2.395, de 11 de outubro de 2011.

 De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, a portaria diz que as emergências que atenderem uma população de no mínimo 500 mil habitantes e pelo menos 10% de pacientes da região, e que tiverem no mínimo 15 especialidades de alta complexidade (requisitos que a emergência do hospital obedece), estão habilitadas como componentes especializados do sistema e receberão R$ 300 mil para manutenção.

 Para Pagliosa, a implantação segura desta portaria exige estudos orçamentários. Ele acredita que não será possível concretizá-la já no início de janeiro. “É impossível sair a portaria do Ministério da Saúde. Não existe recurso suficiente para implementar, no Brasil, em tão pouco tempo”, afirma.

 Não é somente a portaria, o motivo das discussões. Atualmente, o valor da hora presencial dos médicos é de R$ 60,00 e do sobreaviso R$ 20,00. Esses valores, devem ser ajustados para R$ 80,00 e um terço do salário, respectivamente. “Precisa aumentar, também, o sobreaviso”, completa. Nefrologia e pneumologia são as especialidades exigidas.

 O diretor do corpo clínico, Paulo Duarte, afirma que, por enquanto, não há novidades. A assembleia foi realizada às 20 horas no Conselho Regional de Medicina.