VIVER SEM LIMITE
R$ 7,6 bi em investimentos
Plano vai capacitar ações voltadas para pessoas com deficiência no País
O plano Viver sem Limite vai oferecer até 150 mil vagas para a qualificação profissional das pessoas com deficiência. Com previsão de R$ 7,6 bilhões em investimentos até 2014, o plano lançado ontem pelo governo federal busca ampliar a integração da pessoa com deficiência na sociedade.
As ações do Viver sem Limite, nome dado ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, estão distribuídas em quatro eixos: educação, saúde, inclusão social e acessibilidade. “Estamos aqui hoje também para reforçar e ampliar um dos compromissos mais profundos do nosso governo que é a luta contra a desigualdade e a favor da oportunidade para todos”, disse a presidente Dilma Rousseff, ao iniciar o discurso.
Durante a cerimônia, foi anunciada a criação da Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programa Urbanos, no Ministério das Cidades.
Na educação, o plano prevê investimento de R$ 1,8 bilhão em ações como a adaptação de 42 mil escolas públicas e instituições federais de ensino. Para a saúde serão R$ 1,4 bilhão em recursos.
A rede de produção e acesso à órtese e prótese será ampliada, e o SUS destinará recursos para adaptação e manutenção de cadeiras de rodas.
Na área de promoção da inclusão social, serão implantados centros de referência para apoiar as pessoas com deficiência em situação de risco, como as que vivem em extrema pobreza. A previsão orçamentária para essa área chega a R$ 72,2 milhões. O eixo acessibilidade terá à disposição R$ 4,1 bilhões para criar cinco centros de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guias.
Repasse ao São José
O secretário Dalmo Claro (Saúde) está preocupado com o atraso no repasse de documentos para liberar R$ 700 mil para o Hospital São José. Sem a papelada, não tem como liberar o dinheiro. Quanto a novos investimentos em Joinville, Dalmo insiste que a prioridade é reforçar o Regional em gente e equipamentos.
Drama de estudante que teve perna amputada revela os riscos de quem anda de moto
Santa Catarina é o sexto Estado com maior número de mortos em acidentes de moto no país
Emanuelle Gomes
Florianópolis
Cassiana era passageira da moto. O acidente matou o amigo Willian Silva, de 18 anos
Cassiana Maria Rodrigues de Oliveira, de 17 anos, conversava com um amigo na noite sexta-feira, 23 de setembro. “Estou agoniada”, dizia ela, por um programa de mensagens instantâneas. “Te contei que comprei uma moto nova? Vou aí te buscar para darmos uma volta”, sugeriu ele. Cassiana aceitou a proposta, mas nunca imaginou que aquela seria uma decisão que mudaria sua vida para sempre.
Como tantas outras pessoas, ela e o amigo entraram para as estatísticas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas nas ruas de Florianópolis e municípios vizinhos. Mas, felizmente, a estudante não teve o mesmo fim irreparável do amigo, Willian Silva, de 18 anos.
“Não me lembro de nada do acidente. Só lembro que ele foi me buscar e que entramos na BR (101). Depois disso, sei que fui acordar no hospital e a enfermeira me contou o que houve. Ele tinha morrido e eu tive a perna amputada para sobreviver”, conta, emocionada. Os dois se envolveram em um acidente com um Fiat Stilo na entrada da ponte Pedro Ivo Campos. O motorista do carro, Felipe Monfroni Carneiro, se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 7 mil.
Cassiana diz que até hoje custa a acreditar que perdeu a perna. Ela costumava fazer teatro, sair com as amigas, dançar e usar salto alto. “Não sei como vai ser agora. Vou ter que aprender a andar novamente. Nem sei como vou me virar sozinha, ir à praia neste verão”, desabafa. Além da perna, Cassiana teve que colocar platina na bacia e fez cirurgia nos cotovelos. “Faz só uma semana que ela saiu da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Essa menina passou por muita coisa aqui. Um minuto pode transformar uma vida. Mas agradecemos a Deus por ela estar viva.”, comenta a mãe, Cleni de Fátima Vargas Rodrigues.
Apesar das novas dificuldades, a menina já pensa no futuro e nas coisas que pretende fazer depois de vencer todos os desafios. “Pretendo continuar com as atividades normais e entrar para um curso de línguas estrangeiras”, diz, empolgada.
Hospital faz seis internações por dia
O caso dramático de Cassiana demonstra as consequências da impunidade no trânsito, que, no ano passado, tirou a vida de 90 motociclistas na Grande Florianópolis, segundo dados do SIM (Sistema de Informações de Mortalidade), do Ministério da Saúde. Santa Catarina, em 2009, já apresentava a sexta maior taxa de mortalidade em acidentes de moto no país: 8,5 (por 100 mil habitantes). O número representa quase o dobro do índice brasileiro (4,5).
O Hospital Celso Ramos, especialista em traumatologia e ortopedia, recebe, em média, seis acidentados de moto por dia. De acordo com o diretor geral do hospital, Maurício Buendgens, dois deles são casos graves, com fratura exposta e, muitas vezes, traumatismo craniano. “Das 50 vagas na ortopedia, 25 estão hoje ocupadas por vítimas desse tipo de acidente”, garante. Segundo o chefe da UTI, Evandro Tostes, quase 60% dos leitos da unidade são ocupados por esses pacientes.
“O índice de mortalidade é 30%. Quando conseguem se salvar, muitos saem com sequelas para toda a vida”, explica. Buendgens afirma que a maioria dos acidentados são jovens, entre 15 e 24 anos, sem habilitação e alcoolizados. “Não há fiscalização efetiva e isso poderia resolver o problema”, opina.
Epidemia com alto custo para rede pública
Os acidentes de moto se tornaram uma epidemia para a saúde pública brasileira. O diretor administrativo do Hospital Celso Ramos, Edson Amorim, revela que um paciente que necessita de cirurgia na tíbia, por exemplo, e fica seis dias no hospital chega a custar, em média, R$ 4 mil. “O SUS (Sistema Único de Saúde) banca metade desse valor. O resto é pago pela Secretaria de Estado de Saúde”, explica.
Os custos podem dobrar e, até mesmo, triplicar dependendo do caso do paciente. “No caso de uma neurocirurgia, o SUS paga R$1.500 para 14 dias de internação. Só a diária da hotelaria para o hospital custaria R$370. Sem o pagamento do médico, o SUS banca apenas R$58 da diária”, destaca Amorim. Além dos valores altos para a saúde, muitos pacientes saem do hospital com direito à previdência para o resto da vida.
Guerra do trânsito
Taxa de óbitos em 100 mil habitantes
1996
Brasil: 0,5
1º lugar: SC – 3,2
2º lugar: CE – 1,6
3º lugar: PR – 1,2
4º lugar: DF – 1,1
5º lugar: RN – 1
6º lugar: MT – 0,9
2009
Brasil: 4,5
1º lugar: PI – 12,2
2º lugar: MT – 11,7
3º lugar: SE – 11,4
4º lugar: TO – 10,8
5º lugar: RO – 9,2
6º lugar: SC – 8,5
2010
Santa Catarina: 8,9
- Extremo Oeste: 5,7
- Meio Oeste: 4,7
- Vale do Itajaí: 14,6
- Foz do Rio Itajaí: 9,7
- Grande Florianópolis: 7,3
- Sul: 10,3
- Nordeste: 9,8
- Planalto Norte: 9,9
Dia de controle e combate à dengue em Governado Celso Ramos
Panfletos explicativos de combate à dengue serão distribuídos no bairro Calheiros e no comércio local
Carol Ramos
Governador Celso Ramos
A Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos, através do Programa de Combate à Dengue, promoverá nesta sexta-feira, dia 18, o Dia D da Campanha – Verão sem Dengue. O trabalho, desenvolvido durante todo o ano, é reforçado neste fim de ano, época de chuvas e calor, em que o mosquito expele ovos em maior quantidade.
O programa conta com o apoio da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e equipe da ESF (Estratégia da Saúde da Família). Durante o Dia D da campanha serão distribuídos folhetos explicativos com dicas de como eliminar o mosquito da dengue. A ação será no Posto de Saúde de Calheiros, em frente à unidade e no comércio local. Dúvidas, denúncias e informações através do telefone 3262-2398 - Ramal 31.
Ação do MPF busca o fornecimento de Brometo de Tiotrópio para pacientes do SUS Brasília, 17/11/2011, Ministério Público Federal/SC
O Ministério Público Federal conseguiu obter na Justiça Federal de Joinville (SC) a condenação do Estado de Santa Catarina para que inclua o medicamento brometo de tiotrópio no protocolo clínico para tratamento dos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme a ação civil pública do MPF, na qual foi dada a sentença, quatro pacientes com DPOC compareceram na Procuradoria da República em Joinville, declarando que necessitavam do brometo de tiotrópio, que, até então, não era fornecido pelo SUS em Santa Catarina.
Segundo a manifestação dos médicos que acompanhavam esses pacientes, a falta de uso dessa medicação poderia levar à progressão irreversível da doença. No caso específico de uma paciente com enfisema pulmonar severo, o uso de outros medicamentos não estava alcançando os benefícios desejados. Além disso, ela já tinha feito uso prévio de tiotrópio, mediante o fornecimento de amostras grátis, o qual levou a uma melhora importante dos sintomas. No entanto, a paciente não podia adquirir o medicamento em função de seu custo elevado.
De acordo com o procurador da República Rodrigo Joaquim Lima, autor da ação, há consenso na comunidade científica nacional e internacional sobre a eficácia do brometo de tiotrópio no alívio dos sintomas, na melhora sustentada da função pulmonar e da qualidade de vida, e na redução sensível das crises respiratórias e das taxas de internação.
Ainda conforme o MPF, o brometo de tiotrópio já foi incorporado ao protocolo clínico de tratamento da DPOC das secretarias de saúde dos estados de São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco e Distrito Federal.
A sentença também determinou que a distribuição do medicamento seja feita conforme critérios a serem estabelecidos sobre a prescrição médica (diagnóstico, tratamento e avaliação/auditoria técnica) e de acordo com os mecanismos de solicitação e dispensação aos usuários da rede pública de saúde no estado de Santa Catarina. O Município de Joinville foi condenado a fornecer o medicamento e a União, a cofinanciar a sua aquisição. Os réus tem o prazo de seis meses para cumprir o que a sentença determina.