OPINIÃO DO GRUPO RBS
Remédio mal administrado
A tributação desmesurada pelo governo, a ganância da indústria farmacêutica e a fiscalização ineficiente compõem o coquetel de insensibilidades que tornam os medicamentos vendidos no Brasil infinitamente mais caros do que seus congêneres em outros países. Trata-se de uma situação absurda, que desafia as autoridades da área da saúde, pois esta verdadeira extorsão consentida acaba agravando doenças e provocando sofrimento em muitos brasileiros. O poder público tem o dever de enfrentar logo esta questão, impondo uma ampla revisão da carga tributária imposta e uma fiscalização mais rigorosa sobre as diversas etapas que antecedem a aquisição pelos consumidores, que vão da produção à distribuição.
O País conseguiu avançar nessa área quando colocou em prática alternativas como os genéricos, que tornam os preços mais acessíveis. O alcance, porém, é restrito, pois só há produtos disponíveis em alguns casos. É mais do que hora, por isso, de se procurar em avançar mais, criando condições para que os preços dos produtos farmacêuticos guardem alguma proporção com os cobrados em outros países, muitos dos quais de poder aquisitivo superior ao do Brasil.
Geral
HOSPITAL DE CARIDADE
Para médicos, MP deve rever posição
Sindicato afirma que atendimento ficou comprometido sem ajuda municipal
O Sindicato dos Médicos do Estado de SC (Simesc) vai levar nos próximos dias ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) um pedido de reabertura do Hospital de Caridade de São Francisco do Sul para atendimentos de emergência e maternidade.
A unidade, que atendia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deixou de ser administrada pelo município em 1º de outubro. A Prefeitura gerenciava o hospital desde abril de 2009, conforme exigia um termo de ajustamento de conduta com o MPSC. Foi a forma de evitar a suspensão dos serviços frente à crise financeira da unidade, que tem uma dívida estimada em R$ 3,5 milhões.
Mas a administração municipal abriu mão do controle após descobrir um suposto esquema de superfaturamento na cobrança de planos de saúde. Assim, o hospital foi novamente assumido pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência de São Francisco, entidade particular antigamente ligada à Igreja Católica. A Prefeitura ainda suspendeu o repasse mensal de R$ 203 mil à entidade. As decisões contaram com aval do MPSC na época.
O problema, segundo o presidente do Simesc em Joinville, Hudson Carpes, é que a ordem praticamente fechou o hospital por não contar mais com os recursos. Assim, os principais atendimentos médicos precisam ser feitos em Joinville. “O pronto-atendimento acabou assumindo os casos do dia a dia, mas atendimentos a gestantes e de emergência dependem de transferência”, alerta Carpes.
O movimento na alta temporada, principalmente na BR-280, é o que mais preocupa o Simesc. “Se já morria gente quando o hospital atendia em São Francisco, imagina dependendo de transferências em uma rodovia congestionada?”, questiona Carpes.
A Prefeitura pretende manter até março de 2012 o esquema de contingência – transferência de pacientes para quatro hospitais de Joinville e dois de Penha. É quando está prevista a entrega da futura unidade hospitalar em construção com recursos do governo do Estado (R$ 7 milhões) e da Prefeitura. Serão instalados pronto-socorro, centro de diagnósticos, centro cirúrgico e obstétrico, internação e farmácia.