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SAÚDE PÚBLICA
Como lidar com o caramujo
Vigilância Ambiental alerta os moradores sobre os cuidados com o molusco

Com a chegada do calor e do período de chuvas mais intensas, a Vigilância Ambiental de Joinville alerta sobre a possibilidade de uma nova infestação do caramujo africano gigante na cidade.

Apesar da aparência inofensiva, o molusco pode trazer risco à saúde e, em alguns casos, até levar à morte. Isso porque, conforme um laudo informado da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o caramujo hospeda dois tipos de vermes (angiostrongylos cantonensis e angiostrongytus costaricencis) que podem causar meningite eosinofílica (doença que atinge o sistema nervoso central) e perfurações no intestino.

De acordo com a Vigilância Ambiental, para eliminar o caramujo não é recomendado usar sal ou veneno. Segundo o órgão, estes tipos de produtos matam os bichos, mas também poluem a terra. A melhor maneira de acabar com caramujos é recolhê-los – com as mãos protegidas por luvas descartáveis ou um saco plástico –, colocá-los em sacos de lixo e levá-los até o posto de saúde mais perto. Todas as 56 unidades de saúde da cidade têm tonéis específicos para o depósito dos moluscos.

“Uma vez por semana, eles são recolhidos pela empresa de coleta de lixo do município e triturados. Depois, são jogados em uma vala séptica”, explica Bárbara Nied, coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde de Joinville.

A coordenadora lembra que a responsabilidade pela coleta dos moluscos é do dono do terreno.

 

O que fazer
- Certifique-se de que se trata do caramujo africano. Se tiver dúvida, procure um posto de saúde.
- Colete os moluscos sempre com luvas descartáveis ou sacos plásticos.
- Não coloque no lixo, pois podem transmitir infecção. Então, coloque em sacos plásticos e leve ao posto de Saúde ou Secretarias Regionais, lá existe tonéis para depositá-los.
- Não use veneno ou sal, pois afeta o meio ambiente.
- Não acumule entulho no quintal. O excesso de plantas também serve de criadouro para o caramujo.
- Não consuma alimentos que tiveram contato com o animal.
- Lave frutas, verduras e legumes, deixando ao menos dez minutos de molho em solução sanitária ou hipoclorito de sódio (uma colher de chá para cada litro de água).
- A Vigilância Ambiental de Joinville informa sobre pontos de coleta pelos telefones (47) 3433-1660 e 3432-2337 (7 às 18 horas).

 


HOSPITAL REGIONAL
Cuidar de quem cuida

Num primeiro olhar, hospital é visto como lugar para tratar doenças. O cenário imaginado é de dor, espera, angústia ou aflição. O que muita gente não sabe é que no mesmo ambiente onde a tristeza é destaque, há espaço para momentos de alegria, de aprendizado, de tranquilidade ou cuidados com a saúde.

Com a preocupação de cuidar de quem cuida, o Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, que possui cerca de 2 mil funcionários e, aproximadamente, um fluxo diário de outras 2 mil pessoas, transformou uma antiga lavanderia em sala de humanização, onde funcionários, acompanhantes e pacientes podem usufruir o lado bom da unidade de saúde.

O espaço, aberto de segunda a sexta, das 8h às 18h, vira palco de sala de aula a salão de beleza. Tudo que é oferecido é feito por trabalho voluntário e gratuito, fruto de parcerias com entidades privadas, a secretaria de Cultura do município e secretaria de Educação do Estado, com apoio da direção do hospital. Confira o lado bom do Regional.

vanessa.campos@diario.com.br

VANESSA CAMPOS

 

HOSPITAL REGIONAL
Reencontros

Fora das enfermarias, do quarto com aparência fria, o cantinho colorido, onde brinquedos e fotos de reencontros no mural decoram a sala de humanização do hospital, pacientes conseguem aliviar um pouco da saudade de quem fica em casa, à espera do ente querido.

Sorrisos e choros são expressões inevitáveis em um momento tão especial. Todas as terças, a partir das 14h, aquele abraço apertado da família é sinônimo de coração disparado, feliz, satisfeito. Para Helena Marcia Kretzer, coordenadora da humanização, os encontros ajudam a curar, e confortam o coração apertado:

– Uma paciente que não via a filha há 32 dias porque estava na UTI, quando recebeu alta, pôde reencontrá-la. A dor da saudade e a ansiedade atrasam a recuperação da pessoa doente. Depois da visita, a melhora foi bem mais rápida e tranquila.

Internada há um mês por ter fraturado o joelho, Marilene Marques, 35 anos, revê os filhos enquanto aguarda pela cirurgia:

– Nunca fiquei longe deles. Procuro ficar o máximo que dá. Choro dia e noite com saudades. Quando eles vão embora, a dor aperta. Esse lugar é ótimo, tem brinquedos e nos faz bem.

A filha mais velha, Vanessa Marques, 21 anos, leva os irmãos Raique Marques, um ano e seis meses, e Raiane Marques, sete anos, todas as terças-feiras para encontrar a mãe. Ela conta que, quando foi a primeira vez na sala de humanização, pensou que fosse uma creche, por ter várias opções de lazer como brinquedos, livros, canetas, papel para desenhar:

– Aqui saímos do clima de hospital, do cheiro de remédio. Acho muito legal esse espaço.

 

 

HOSPITAL REGIONAL
Aprendizado

De segunda a quinta, das 19h às 22h, a sala de humanização se transforma em local de estudos. Lá, cerca de 25 alunos entre funcionários do Hospital Regional, do Instituto de Cardiologia e de empresas terceirizadas que prestam serviços na unidade, recebem aulas de português, artes e inglês. A parceria entre o Centro de Jovens e Adultos de São José (Ceja) e a Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina acontece há dois anos e meio.

 


HOSPITAL REGIONAL
Raridade

Corredores vazios e limpos. Uma cena rara de se ver em hospitais públicos do país. Em 24 anos de vida do Hospital Regional de São José, é a primeira vez na história da unidade que não há mais pacientes espalhados pelos corredores da emergência. Desde o dia 27 de setembro, há exatamente 46 dias, quem precisa ficar internado tem lugar para esperar um leito. Com a iniciativa do Ação Linda, que promove eventos beneficentes em prol do hospital, uma sala de acolhimento foi criada em outro antigo espaço da lavanderia, que hoje é terceirizada. Lá, 23 cadeiras estilo poltrona do papai estão à disposição dos pacientes. No local, também há bebedouros, banheiros novos e adaptados com barras de segurança.

– A sala de acolhimento ficou muito boa. Estou há dias aguardando para fazer exames, pois estou com infecção no pulmão. Daqui vou sair com tratamento e tudo. Se estivesse na fila do posto de saúde, demoraria um ou dois anos – conta a paciente Alexandra Laureta Inácia, 29 anos.

  

HOSPITAL REGIONAL
Prevenção

A prevenção de doenças é outro foco da humanização do hospital. Diariamente, o fisiologista do exercício Cícero Augusto de Souza recebe funcionários em seu consultório, dentro do Instituto de Cardiologia, para fazer o trabalho preventivo. Atualmente, de 2 mil funcionários, 40 participam do programa Sou Mais Saúde. O trabalho, que começou há um ano, oferece um mês de exercícios de reabilitação e acompanhamento do funcionário/paciente.

– Muitos colegas já enfartaram aqui. Trabalho com o fator de risco. Os sintomas mais comuns são falta de ar, pressão alta, suspeita de diabete e cansaço. Ainda temos poucos interessados no programa, mas estou aqui para quem precisar.

 

 

HOSPITAL REGIONAL
Cultura nos leitos

Há quatro anos, todo dia, Maria Luiza Amorim, empurra conhecimento pelas unidades do hospital. Não no sentido ruim da palavra. Empurra, porque é assim que os contos, as notícias e histórias são levadas pelas quatro rodinhas do carrinho da cultura, desta forma batizado pelo setor de humanização do Regional. Nele, pacientes e acompanhantes podem trocar o tempo da espera pela cura por leitura. As revistas e livros, doados por funcionários e pela comunidade, são distribuídas pela técnica administrativa, que trabalha há 23 anos na instituição:

– É muito bom fazer isso. Quando entrei em férias, sentiram minha falta. Além do carrinho, divulgo o dia do reencontro aos pacientes que desejam rever seus parentes.

 


HOSPITAL REGIONAL
Tratamento espiritual

O que funcionários e pacientes – que desejarem – podem receber são boas vibrações por meio de terapias conhecidas como complementares. No caso do Regional, as oferecidas são mahikari e reike, todas as quartas-feiras, das 14h às 17h. As duas terapias trabalham com método natural de cura pelas mãos. A farmacêutica da cardiologia do Regional, Rosana Xavier Schmidt, conta que mais de mil pessoas já receberam o mahikari, oferecido pela voluntária.

– É gratificante poder ajudar as pessoas com boas vibrações, pois elas chegam aqui tristes, angustiadas, e saem felizes. O nosso trabalho é para o bem, para purificar as células astrais e físicas. A imposição das mãos é feita em 28 pontos do corpo – explica.

MARISA SANTOS.W, diretora de enfermagem

"Corredor vazio é uma vitória."

MÁRCIA KRETZER, coordenadora da sala de humanização

"Quando a gente cuida do acompanhante, trabalhamos a prevenção para que eles não sejam os próximos pacientes, o que é bem comum acontecer."

 

Mais bem-estar
A ação da humanização do hospital não para por aí. Na mesma sala, além das atividades citadas, quem cuida – pacientes e funcionários – também pode0 receber massagem facial, limpeza de pele e até corte de cabelo. O serviço voluntário é oferecido às quintas-feiras, a partir das 14h.
Tem ainda o trabalho de naturologia, com leitura da íris, auriculoterapia com sementes e sugestão de florais, também à disposição de acompanhantes e funcionários todas as quintas-feiras, das 14h às 18h.

  

 


MUTIRÃO EM IMBITUBA
A irmã Célia Volpato, diretora do Hospital São Camilo, de Imbituba, recebeu os cumprimentos do secretário Dalmo Claro de Oliveira (à esquerda), da Saúde, e do governador Raimundo Colombo (à direita) pela realização de cem cirurgias das 500 autorizadas pelo mutirão deflagrado pela administração estadual. A maior parte das intervenções foi de otorrinolaringologia e de ortopedia. Irmã Célia garantiu aos dois que o hospital ainda tem capacidade para fazer de 50 a 60 cirurgias de cataratas (nos olhos) por mês. A contrapartida do governo, o auxílio aos parceiros no mutirão veio com a liberação de R$ 290 mil, valores que serão empregados na reforma da emergência e no reaparelhamento do hospital.


Detalhe
A ação no mutirão de cirurgias, desenvolvida pelo Hospital São Camilo, tem importância macrorregional.

Com as chamadas intervenções eletivas, a instituição atende pacientes de todo o Sul que residem em Araranguá e Criciúma, além das cidades próximas dos dois polos, por exemplo, além dos municípios da região de Imbituba.

 

 

 

Está dando Certo 
Apesar das reações contrárias no início do programa, o mutirão das cirurgias vem alcançando as metas estabelecidas pelo governador Raimundo Colombo, que sempre acreditou e se empenhou para que se tornasse uma realidade. Nesse período já foram realizados 2.287 procedimentos cirúrgicos. A maioria de cataratas. Pessoas com dificuldade de enxergar hoje estão vendo com nitidez. Foram autorizados até agora 5,5 mil cirurgias – a meta até fevereiro é de 22 mil cirurgias - que serão realizadas conforme a capacidade hospitalar. Em Imbituba ontem o governador soube que o Hospital São Camilo realizou 100 cirurgias, das 500 autorizadas. Liberou R$ 290 mil para aquisição de equipamentos visando aumentar esse número. O hospital poderá se tornar referência em cirurgias de baixa complexidade. Há um estudo nesse sentido. Se ontem as notícias sobre saúde não eram boas, hoje melhoraram. Mas ainda o caminho é longo. Volto a repetir que não podemos nos dar ao luxo de fechar hospitais como em Balneário Camboriú e São Francisco do Sul. Apesar das suspeitas de má gestão todo o empenho se faz necessário para mantê-los em atividade. É isso que deve ocorrer e jamais desculpas para as portas fechadas. Mas menos mal que o mutirão está se firmando e no ano que vem receberá outras especialidades
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