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PORTAL | Jefferson Saavedra
MAIS PARTOS ANTES DOS 18 EM JOINVILLE

Ainda é sensível, mas estão crescendo as situações de gravidez na adolescência. Pelo SUS, em Joinville, todos partos de mães que ainda não completaram 18 anos de idade são realizados no Hospital Infantil. O número de agora é o mais alto desde 2009, primeiro ano completo de atendimento. Até setembro, foram 445 partos no Infantil. No ano passado, o período registrou 419 nascimentos.

Perto de 85% são de mães moradoras de Joinville, as demais são de cidades vizinhas. São três nascimentos a cada dois dias de bebês de mães com menos de 18 anos de idade. Há nascimentos de filhos de adolescentes em hospitais privados, mas são muito poucos. Apenas quatro bairros – Paranaguamirim, Aventureiro, Jardim Paraíso e Jardim Iririú – concentram 33% do público do centro obstétrico do Infantil. Nas quatro localidades, moram 19% da população.

 
Esterilização
Quem entende do assunto diz que o número de laqueaduras e esterilização teria crescido muito em Joinville (e no resto do País, provavelmente) desde que os planos de saúde – os novos – foram obrigados a cobrir os procedimentos de esterilização. Entre quem faz, a maioria é depois do segundo filho.

 

 


LEITOS INATIVOS
Vistoria nos hospitais da Capital
Ministério Público Estadual instaurou inquérito e Vigilância Sanitária fará um levantamento

O Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil público para apurar quantos leitos estão inativos nos hospitais públicos de Florianópolis.

A promotora de Justiça Sonia Maria Demeda Groisman Piardi não arrisca um número, mas estima que seja o equivalente a um hospital inteiro, equipado. Ela quer saber quantas vagas são, para que tipo de atendimento, em quais instituições e por que estão inativas.

– Normalmente, o fator que mais pesa é a falta de recursos humanos. E isso é grave, porque quando faltam servidores, os que estão na ativa ficam sobrecarregados. Daqui a pouco, estes adoecem, precisam se licenciar, o que resulta em mais sobrecarga para quem fica – diz a promotora.

Em uma coluna sua, em agosto deste ano, o comentarista Moacir Pereira, do DC, afirmou que são cerca de 300 na região. Quem está encarregado deste levantamento é a Vigilância Sanitária Municipal. O secretário de Saúde da Capital, João José Cândido da Silva, também prefere não se adiantar ao estudo, mas afirma que, só no Hospital Celso Ramos há 92 leitos desativados.

– A emergência é um espetáculo, está tudo novo. Só que o setor não desafoga por causa de outros que estão fechados – avalia Cândido.

O superintendente dos hospitais públicos de SC, Libório Soncini, diz que ainda não foi notificado sobre a investigação, mas considera exagerada a estimativa de cerca de 300 leitos fechados só em Florianópolis.

Desde 2008 está em andamento uma ação civil pública para que seja quantificado o déficit de pessoal nos hospitais. Órgãos como o Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Servidores e Estado chegaram a números diferentes. A Justiça procura um perito para “bater o martelo”.

O levantamento será feito no Celso Ramos, Florianópolis, Joana de Gusmão, Carmela Dutra e Nereu Ramos.

bianka.backes@horasc.com.br

BIANCA BACKES

 

 
HOSPITAL FECHADO
Santa Inês demite 170 profissionais

A suspensão dos atendimentos no Hospital Santa Inês, em Balneário Camboriú, levou a um corte de 40% no quadro de funcionários. Dos 286 profissionais, 170 foram demitidos.

Segundo a direção, a intenção é manter o hospital com um quadro mínimo para que possa voltar a funcionar. O Santa Inês não recebe novos pacientes desde 1o de novembro, quando o último recebeu alta.

– Vamos deixar o mínimo de funcionários para que o hospital possa operar com 40 leitos – diz Eroni Foresti, interventor da unidade.

Segundo ele, as rescisões custaram mais de R$ 500 mil e foram pagas com recursos do próprio hospital, recebidos por produção.

O Santa Inês é particular, mas está sob intervenção municipal desde 2008, época em que passava por uma crise. Era o único da cidade a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até outubro, quando a prefeitura abriu o Hospital Ruth Cardoso.

– O município não tem como arcar com os dois hospitais – afirma o gestor do Fundo Municipal de Saúde, Rafael Schroeder.

Até o fim da semana, a prefeitura decide se devolve a unidade ou define nova vocação para o hospital.

dagmara.spautz@santa.com.br

DAGMARA SPAUTZ | Balneário Camboriú

 

 

Crise na saúde 1

Pois é, os anestesistas do hospital maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, serão dispensados. Eles estão há três semanas em greve e provocaram o cancelamento de 600 cirurgias eletivas. Reivindicam contrato formal de trabalho, aumento na hora de plantão e do quadro de profissionais. Sem acordo a direção do hospital apresentou uma proposta para dois grupos de anestesistas que caso aceitem provocarão o afastamento dos grevistas. Como, pelo visto, não houve diálogo adotaram a formula da pressão...

Crise na saúde 2 

Tem mais. O Hospital Santa Inês de Balneário Camboriú está fechando as portas. A prefeitura não tem recursos, principalmente, depois que inaugurou o Hospital Ruth Cardoso, que não faz cirurgia de alta complexidade. Os pacientes estão desprotegidos. Em São Francisco do Sul o Hospital de Caridade está fechado há 20 dias, depois de denuncias de desvio de verbas localizado pelo Ministério Público. Partos e cirurgias só em outros municípios. Cerca de 80 funcionários foram demitidos. Alguns deles apesar de dispensados todos os dias vão ao hospital para mantê-lo limpo. O que é isso...


#Para médicos cardiologistas, o acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia para reduzir o sódio em determinados alimentos, não passa de um engodo. O consumo diário ideal de sal é cinco gramas. Estamos muito longe disso.

 

 

 

Pesquisa salva memoria do Ipq
70 anos. Centro de documentação aberto ao público marca aniversário da instituição

São José – O prontuário do primeiro paciente do Ipq-SC (Instituto de Psiquiatria de Sana Catarina), datado em 4 de janeiro de 1942, está exposto no Cedope (Centro de Documentação e Pesquisa do Hospital Colônia Sant’Ana), inaugurado durante a programação comemorativa aos 70 anos da instituição. Além do documento histórico, o acervo conta com relatos dos internos e funcionários, fotografias e objetos usados ao longo de sete décadas no tratamento de doenças mentais. A visitação é aberta à comunidade e grupos de estudo.

Com a recuperação do acervo, que estava ignorado, a história do instituto está sendo contada. Eliani Costa, enfermeira e doutora em história da enfermagem, é a idealizadora do Cedope. Em parceria com o LabPac (Laboratório de Patrimônio Cultural) da Udesc, ela e a historiadora Viviane Borba pesquisaram, limparam e catalogaram mais 16 mil prontuários médicos, mil fotos e equipamentos, como o polêmico eletrochoque.

Conforme Eliani, a Secretaria de Estado da Saúde criou uma portaria instituindo o Centro de Documentação e Pesquisa como modelo para outras entidades aderirem à idéia. De acordo com a enfermeira, muitas coisas foram encontradas no lixo, como uma prestação de contas do Ipq-SC de 1955. O acervo será disponibilizado na internet:
WWW.cedopehcs.blogspot.com. Seminários que abordam a dependência química, transtorno bipolar, terapia ocupacional, entre outros, estão sendo realizados durante toda a semana. Também foi recuperado o busto do ex-governador catarinense Nereu Ramos, que inaugurou o instituto em 10 de novembro de 1941, e o memorial dos ex-diretores.

Eletrochoque usado até 1984

Dois aparelhos de eletrochoque, usados até 1984, estão expostos no Cedope (Centro de Documentação e Pesquisa). Eliani Costa lembra que ela chegou a aplicá-lo em alguns pacientes. Apesar de ter sido inaugurado em novembro de 1941, os primeiros pacientes chegaram ao Ipq-SC somente em janeiro do ano seguinte. “Na época, não existiam medicamentos psicotrópicos, que surgiram somente na década de 50 e foram usados na instituição depois nos anos 70”, explica.

Estigmatizado, o eletrochoque, segundo a enfermeira, ainda hoje é adotado como procedimento cirúrgico. “Antigamente, era usado como castigo e não existia indicação adequada. Pacientes com casos de psicose e que não respondiam ao tratamento eram submetidos aos choques”, revela.

Sem ser muito conhecida, ainsulinaterapia (aplicações sucessivas de insulina) também foi aplicada e matou muitos mais pacientes que os eletrochoques, conforme Eliani. Mas como era realizada em ambiente formal, com suposta base cientifica, não era criticada. Os enfermeiros são os responsáveis pelo fim do eletrochoque. A doutora em história da enfermagem ressalta que a categoria lutou para que os procedimentos fossem realizados somente com a presença do médico e, depois disso, foi proibido.

Espaço conta a história da psiquiatria em SC

Eliani Costa recorda que na primeira metade do século 20, foram construídas as segregações, como penitenciaria, para os criminosos; hospital Santa Tereza, para hansenianos; asilos para as crianças e idosos; e o hospital Colônia Sant’Ana, para os considerados loucos e retirados do convívio social. Em 1995, cerca de mil pessoas estavam internadas e houve o descredenciamento do hospital. No ano seguinte, surge o Ipq-SC.

Segundo Eliani, com o passar dos anos, a prática das segregações parou. “Somente em 2001, a lei de proteção aos doentes mentais dizia que os hospitais não poderiam ter mais de 160 leitos. Com isso, muitos voltaram para casa”, relata. Apesar da lei, centenas de doentes não tinham para onde ir e foi criado o Centro de Convivência Santana, que acolheu os pacientes-moradores.

Ipq-SC
70 anos (1941-2011
)
• Inauguração do Cedope (Centro de Documentação e Pesquisa) 2011.
• Abertura de seminários sobre dependência química, transtorno bipolar, terapia ocupacional.
• O busto do ex-governador Nereu Ramos, que inaugurou o instituto em 10 de novembro de 1941, foi resgatado de um depósito e recolocado na praça.
• O memorial dos ex-diretores foi reformado.
• A visitação do Cedope está aberta à comunidade e grupos de estudo, diariamente, mediante agendamento.
• Informações: (48) 3954-2000.

Números
• 250 pacientes-moradores
• 22 vivem nas residências terapêuticas
• Cerca de 50 têm contato com a família
• 160 vagas são para tratamento de até um mês
• O Ipq-SC é mantido pela Secretaria de Estado da Saúde
• Investimento mensal é de R$ 2,6 milhões