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OPINIÃO DE A NOTÍCIA
Combate à dengue


Em maio, quando foi registrado o primeiro caso de dengue em Joinville com o paciente contaminado na cidade (autóctone), “AN” lembrou da evidente necessidade de reforço na prevenção. O melhor teria sido a inexistência do caso, mas felizmente o sistema de prevenção impediu a doença de se alastrar. Com a temporada de chuvas e o verão chegando, a vigilância precisa ser aumentada.

Nesta semana, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 219 mil para ações de enfrentamento da doença em Joinville, desde que seja apresentado um plano de trabalho, providência esta já em em elaboração pela Secretaria de Saúde.

Além do caso autóctone, a incidência da enfermidade nos dois Estados vizinhos reforça a necessidade de vigilância. Neste momento, está sendo preparada ação de prevenção em empresas que recebem grandes volumes de cargas na cidade. A orientação será principalmente para os caminhoneiros. Outros procedimentos deverão ser realizados para a cidade continuar – com exceção da situação registrada em maio – livre da doença.

A tarefa de prevenção, como todos sabem, não cabe somente às autoridades, embora tenham papel fundamental: a população deve participar evitando o acúmulo de água em recipientes, ação relativamente simples e de grande importância no combate ao aedes aegypti.

  


SAÚDE PÚBLICA
Risco maior do que aparenta
Análise confirma que caramujos de Joinville contêm verme capaz de causar meningite

O molusco grande e escuro que costuma dar as caras no verão em Joinville e, segundo o levantamento mais recente da Secretaria Municipal de Saúde, é encontrado em mais da metade dos bairros, pode ser um risco maior à saúde pública do que se pensa. De acordo com um laudo informado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) à secretaria em meados do ano passado, que rendeu um artigo científico publicado neste ano, Joinville é a primeira cidade do Sul do País a confirmar a existência de caramujos-africanos contaminados por um verme raro que pode causar um tipo de meningite geralmente não fatal.

As análises de amostras enviadas pela Prefeitura à Fiocruz, instituição sediada no Rio de Janeiro que concentra os estudos relacionados a moluscos no Brasil, apontaram que o verme que é endêmico na Ásia circula em Joinville.

As outras cidades que receberam confirmação ficam no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde precisa ser notificada do resultado dos exames, o que foi feito pela Fiocruz no ano passado.

Apesar de o laudo que motivou o artigo ter data de março de 2010, a Vigiância em Saúde municipal recebeu uma cópia apenas no fim de julho passado. O documento traz orientações da Fiocruz que ressaltam a necessidade de controlar a praga com ainda mais eficácia e de fazer campanhas de orientação dos moradores, com base no resultado dos exames.

Atualmente, o ministério tem nota de que, desde 2007, quatro pessoas tiveram meningite por causa do parasita transmitido pelo muco do caramujo gigante no País, duas no Espírito Santo. Mesmo com a ausência de casos na região Sul, o registro em Joinville gera um alerta, acredita a Fiocruz.

“De uma perspectiva de saúde pública, isso (o resultado) enfatiza a necessidade de fiscalização e de controle do A. Fulica (nome científico do caramujo) e dos roedores”, conclui o artigo. Isso porque os ratos também podem abrigar larvas do verme nos pulmões.

 


SAÚDE PÚBLICA
Coleta do molusco caiu na cidade

Conforme a Ambiental, responsável pela coleta de lixo em Joinville, o recolhimento de caramujos gigantes entregues nos pontos definidos pela Prefeitura vem caindo nos últimos meses – seja por queda na ação ou no número de bichos. Desde 2010, uma trituradora comprada pela Fundação Municipal do Meio Ambiente destrói moluscos antes do descarte em vala séptica.

Segundo o gerente regional da empresa, Luiz Antônio Weinand, funcionários têm esperado duas semanas até acumular bichos suficientes para a cota da máquina. A Prefeitura relega a coleta aos moradores com base em artigo do Código de Posturas do município que entrega ao morador a responsabilidade sobre pragas no terreno onde mora.

A Fundema e a Saúde treinaram cerca de 600 agentes ambientais e comunitários de saúde em julho para orientar moradores sobre o combate a pragas. A capacitação não abordou o estudo da Fiocruz. Mas, segundo a gerente de gestão em desenvolvimento da Fundema, Stella Wanis, não haveria necessidade de mudar o treinamento devido ao dado.

 

 País

SAÚDE
Governo lança Programa Melhor em Casa pelo SUS

O governo federal lançou ontem o Programa Melhor em Casa, com o objetivo de ampliar o atendimento domiciliar do Sistema Único de Saúde (SUS). A meta é que, até 2014, o programa tenha mil equipes de atenção domiciliar e 400 de apoio atuando em todo o País. O atendimento será feito por uma equipe multidisciplinar, com médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta.

 

 


INCERTA
Raimundo Colombo mantém um hábito adotado desde os tempos em que era prefeito em Lages: dar uma incerta nas obras sem avisar ninguém, só para ver como anda o serviço. Terça à noite ele bateu na emergência do Hospital Celso Ramos, recém-reformada.

Disse que gostou do que viu.

 

Geral

 

HOSPITAL SÃO JOSÉ
Aniversário com música de quarto em quarto

No dia em que completou 75 anos de fundação, o Hospital São José, de Criciúma, promoveu uma série de ações para comemorar a data, mas nenhuma delas foi mais emocionante do que a apresentação de um trio musical, que passou pelos quartos dos pacientes.

As músicas tradicionalistas, sertanejas e italianas interpretadas de forma vibrante pelos irmãos Paulo, Valdemar e Jorge Sexto Cândido, integrantes da banda Matusa, chegaram como um remédio ao quarto dos enfermos. Pacientes como seu Olávio Alborgheti, 81 anos, até se levantaram da cama para ouvir a animada cantoria.

– Sou descendente de italianos e eles entraram aqui cantando música italiana. Não poderia ter sido melhor – conta o idoso que está no hospital por conta de problemas respiratórios.

Dançar ninguém dançou. Mas deu muita vontade.

– Ah, mas isso ficou bom demais – se divertia dona Maria Rocha Brasil, 86 anos.

Um dos momentos mais comoventes ocorreu na passagem dos músicos por uma ala onde estavam doentes em situação mais delicada.

Quando tocaram algumas canções sertanejas, os três irmãos fizeram chorar seu Alcidino José Capela, 74, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Ele não conseguia falar, mas as lágrimas mostravam o quanto aquela pequena surpresa havia sido importante.

Outros pacientes, acompanhantes e até enfermeiros da mesma ala onde estava seu Alcidino também tiveram aquele nó na garganta. E as cantorias de Paulo, Valdemar e Jorge provocaram efeitos que poucos remédios conseguem durante a alegre passagem pelos corredores.

– Um senhora que está bastante doente e quase inconsciente ouviu a música e, de repente, moveu os braços e mãos como se fosse bater palmas para acompanhar o ritmo da melodia – disse, com certo espanto, um médico do hospital.

O aniversário da instituição foi celebrado de forma oficial em uma missa à noite na Catedral São José, no Centro de Criciúma.

marcelo.becker@diario.com.br

MARCELO BECKER | Criciúma