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País

 DENGUE
Pior epidemia da história do Rio
Secretaria de Saúde espera uma estação com número recorde de casos da doença

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que está se preparando para o que espera ser a pior epidemia de dengue da história da cidade. O secretário municipal de Saúde, Hans Dohman, disse que a Prefeitura está pronta para enfrentar e combater o mosquito, mas que, para isso, é fundamental que a população colabore com o trabalho preventivo.

Na semana que passou, a Prefeitura organizou, em diversos pontos da cidade, caminhadas para incentivar a população a continuar os esforços no combate ao mosquito da dengue. Profissionais de saúde participaram da ação, orientando as pessoas a identificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti. O trabalho foi feito nas unidades de saúde e em algumas escolas municipais.

“Esse esforço não será suficiente sem a participação dos cidadãos, cada um de nós que moramos no Rio de Janeiro tem de cuidar da cidade, fazer esse trabalho preventivo que está muito mais nas casas das pessoas que nas áreas públicas”, disse Dohman. Ele lembra que 82% dos focos do mosquito estão em residências.

Este ano, a cidade vive o momento mais intenso no combate à dengue e montou a maior estrutura já vista para atendimento à população e combate à doença.

 

Anexo


SAÚDE
Apague o cigarro
Drauzio Varella começa hoje nova cruzada contra o tabagismo no “Fantástico”

O taxista Marcos tem um dia a dia difícil com o cigarro. São quatro maços a cada 24 horas. Aos 52 anos, dependente da nicotina desde os 14, o motorista boa gente seria um ótimo personagem para o quadro que o médico Drauzio Varella estreia neste domingo no Fantástico. O Brasil sem cigarro é uma espécie de reality sem o show de programas do gênero. Nele, o médico, que já ultrapassou a barreira de oncologista respeitado no mundo todo para ser médico da família brasileira, pretende mostrar que é possível se livrar do fumo.

“Não conseguir parar de fumar não está ligado a sem-vergonhice ou fraqueza de caráter. A dependência de nicotina é a pior de todas. Ela provoca a pior crise de abstinência que alguém pode ter, porque chega em minutos. A nicotina só serve para aplacar a crise de ansiedade que ela mesma provoca. E ela tem um detalhe: é fumada, o que vicia muito mais. Compare ao crack que vicia em horas. A nicotina leva de seis a dez segundos para chegar ao cérebro. E você fica meio letárgico”, explica o médico, que parou de fumar há 32 anos: “Até hoje sonho que estou fumando. Se eu fumar um cigarro agora, ficarei tonto, mas, imediatamente, vou querer fumar outro e outro”.

Pelo menos uma vez por semana, Drauzio irá até a casa de cada participante para ver como estão as coisas, dar dicas e, por que não, alento a quem está prestes a recair.

“As pessoas voltam a fumar no desespero ou acham que, de vez em quando, pode. Aí, fuma um e recomeça. Não vamos nem entrar nesse mérito. Não é vergonha tentar e não conseguir. A vergonha é nem tentar parar de fumar. Esse é o ponto crucial”, defende.

Quando parou de dar suas baforadas, aos 36 anos, Drauzio já era médico cancerologista. Um ano antes, morando nos Estados Unidos para um curso, achou bastante rígidas as regras para se fumar por lá. Num hospital de Houston, onde fazia o curso, percebeu que não podia fumar em qualquer lugar, como acontecia aqui até pouco tempo: “Era uma sala fechada, com um sofá velho, um cheiro horrível. No que entrei na sala, saí fora. Não podia passar por isso”.

O cigarro só foi largado após uma noite de muita conversa e, claro, tragadas intermináveis, com um amigo, fumante inveterado, que já havia tido um infarto. No dia seguinte, Drauzio não fumava mais o maço que comprava diariamente. E, confessa, foi um sofrimento e tanto. Drauzio largou o cigarro e descobriu a maratona.

Drauzio parece um senhor do tempo. Acorda religiosamente às cinco da manhã. Pega o carro, dirige 12 minutos até o Parque do Ibirapuera, onde põe-se a correr. De uma a três horas, três vezes por semana. Dependendo dos compromissos que tem, é mais ou menos veloz. Volta para casa, toma um banho e às terças, quartas e quintas dá plantão em sua clínica o dia todo. Segunda é dia de voluntariado na penitenciária feminina, e à tarde faz suas gravações. Nos intervalos, tenta terminar um novo livro com a cadeia, novamente, como tema central. Aliado a tudo isso ainda tem as consultas que dá, muitas vezes, na rua, para quem passa e o reconhece.

“Me incomodava um pouco essa coisa de tirar foto e dar autógrafos. Pôxa, sou médico! Não sou ator. E acabava fazendo porque não queria decepcionar as pessoas. Hoje, encaro com mais naturalidade”, conta.