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MENINGITE EM JOAÇABA
Confirmados seis casos em escola
Estudantes estão sendo monitorados. Doença é considerada surto no município

O sexto caso de meningite viral foi confirmado neste fim de semana entre os alunos do Centro de Educação Infantil Girassol em Joaçaba, no Meio-oeste. Outras cinco infectadas pelo vírus – com idades entre dois e nove anos – estão internadas em locais isolados no Hospital São Miguel, em Joaçaba. As aulas, que seriam retomadas hoje, estão temporariamente suspensas. A doença é considerada como surto na cidade.

A recomendação para adiar a retomada das atividades foi sugerida pelos médicos que tratam dos pacientes. Segundo o neurologista Jean Ragnini, o vírus pode ficar incubado de sete a 15 dias em materiais de uso comum dos alunos, como maçanetas de portas e bebedouros. Ele pediu à direção da escola a suspensão das aulas durante este período.

O Girassol divulgou um comunicado na sexta-feira, informando que está tomando todas as medidas para evitar novas infecções pela meningite viral. No documento, a direção informa ter recebido laudo da Vigilância Epidemiológica atestando que a escola está livre do vírus, após desinfecção feita na última semana.

Segundo os médicos, os pacientes passam bem. Os demais alunos da escola serão monitorados por pelo menos dez dias, para ver se mais alguém apresenta os sintomas da doença.

A Secretaria de Saúde de Joaçaba está organizando, a pedido da escola, uma palestra informativa à população, sobre a meningite viral, os riscos, os cuidados e a forma de contágio. A data ainda não foi marcada.

Para o diretor de Vigilância Epidemiológica de SC, Luis Antonio Silva, orientar os pais é fundamental para conter o surto. Eles devem estar atentos para crianças que ficam sem se alimentar, em estado febril e abatidas.

Segundo ele, os índices de meningite costumam ficar em cerca de 250 casos por ano no Estado. Ele explica que há possibilidade da doença se manifestar em qualquer parte de SC, mas não há motivo de preocupação.

 

 

CAPACITAÇÃO
Fundamas abre inscrições para curso na área de saúde

A partir de novembro, a Fundamas Escola de Saúde vai abrir inscrições para os cursos de cuidador de idoso, recepcionista para serviços de saúde e para o técnico em enfermagem. Serão 25 vagas para cada atividade, com duração de 80 horas/aula. Os cursos de capacitação ocorrem semestralmente. As matrículas poderão ser feitas na Fundamas, que fica na rua Rui Barbosa, 495, bairro Costa e Silva. Mais informações pelo telefone (47) 3425-0114.

 


SAÚDE PÚBLICA
Médicos e servidores do SUS param por uma hora

Médicos e servidores, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), devem parar o atendimento amanhã entre as 13 e 14 horas. A mobilização é nacional e reivindica melhores salários para a categoria, mais investimento no setor e contratação de mais profissionais. Esta é a terceira mobilização nacional dos profissionais de saúde.

 

Viver Bem


CANCÊR DE MAMA
ANTICORPOS
Pesquisas apontam que combinação de novas substâncias pode substituir, no futuro, uso da quimioterapia no combate ao câncer de mama

A associação de alguns tipos de anticorpos como medicamento está sendo estudada em centros de pesquisa de todo o mundo como nova droga de combate ao câncer de mama. As novas opções de tratamento estudadas foram apresentadas em Gramado em agosto, durante o 6º Congresso Câncer de Mama pelo diretor científico do Instituto Catalão de Oncologia, Ramon Colomer.

Foram enfatizadas pelo pesquisador os avanços que o tratamento deste tipo de câncer teve nos últimos dez anos, que o fazem não ser mais considerado um vilão para as mulheres. Mas para avançar no tratamento, principalmente da doença tipo HER2 positivo, que contempla 20% dos tipos de câncer de mama, dezenas de pesquisas com novos medicamentos vêm sendo desenvolvidas com testes em centros de diversos países, incluindo o Brasil.

Os estudos ainda estão em andamento, mas apontam melhoras na resposta ao tratamento, dando sobrevida à paciente e estabilizando a doença quando uma combinação de anticorpos é ministrada juntamente com a quimioterapia. Entre os anticorpos de maior poder, Colomer destaca a associação do pertuzumab e do trastuzumab com o docetaxel, medicamento da quimioterapia.

Testados em pacientes em estágios diferentes da doença, em diferentes quantidades e associações, as novas drogas estão tendo seu poder de ação potencializado quando ministradas combinadas.

“A tendência para o tratamento no futuro é a associação dessas drogas, que têm mais ação do que quando ministradas separadamente”, enfatiza o pesquisador.

Segundo o oncologista brasileiro Sérgio Simon, os novos medicamentos chegarão aos consultórios médicos dentro de três anos e poderão, no futuro, a partir de mais pesquisas, substituir a quimioterapia.

“Pesquisas em laboratório, com ratos, já mostram que é possível, mas ainda é preciso avançar para aplicar aos humanos”, adianta.


VANESSA FRANZOSI

 

 

TRANSTORNO BIPOLAR
Montanha-russa de emoções
Transtorno bipolar exige persistência no tratamento

Imagine que você está num carrinho de uma montanha-russa, num parque de diversões, pronto para zarpar até o ponto mais alto. No trajeto, você começa a sentir um bem-estar muito grande: fica inquieto, fala e pensa muito rapidamente. Próximo do topo, tem ideias, sente vontade de viver, ser feliz, comprar, amar e, principalmente, poder fazer o que quiser, quando quiser. Ninguém pode impedi-lo. Até que começa a descida, aquela que vem antes do looping. A medida em que o carro desce, toda aquela sensação de euforia, de querer e poder, começa a se esvair. O que vem é um sentimento de tristeza profunda. Vem a melancolia, a depressão, sensação de cansaço constante, baixa autoestima, falta de apetite, falta de amor próprio, podendo chegar à perda da vontade de sair à rua. Até a ideia de tirar a própria vida se torna atraente.

A metáfora de uma viagem de montanha-russa, com seus extremos, ajuda a explicar como funciona uma mente bipolar: em extremos, com mudanças bruscas de humor. Ao contrário do que muita gente pensa, tanto os estados de hipomania e mania, caracterizados pela “subida”, e a depressão, pela “descida”, são bem diferentes das alterações de humor diárias, comuns no nosso dia a dia.

“As doenças entram e saem de moda, mas as descrições iniciais da doença bipolar já foram feitas pelo discípulo de Hipócrates, Araeteus da Capadocia, no ano 100 D.C. Nos anos 1900, o psiquiatra alemão Emil Kraepelin qualificou a doença como psicose maníaco-depressiva. Só mais recentemente, esta doença foi descrita como transtorno bipolar. As pesquisas atuais apontam para uma doença grave, muitas vezes progressiva”, explica o psiquiatra Flávio Kapczinski, coordenador do programa do transtorno bipolar do Laboratório de Psiquiatria Molecular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Ele lembra que, na medida em que o problema não é tratado, e ocorrem os episódios, pode haver um agravamento da doença e de dificuldades na concentração e memória.

O paciente, nessas condições, está longe de ser aquele amigo “de lua”, pelo qual você passa na rua e ele não cumprimenta. E muito menos um sujeito mal humorado, que está sempre irritado. A doença bipolar, que pode começar na infância mas que se manifesta com mais força por volta dos 20 anos, tem como comportamento clássico a alteração da forma de ser. Uma das principais características é a mudança brusca de humor: da euforia à depressão, da alegria à tristeza. Quem convive com esse tipo de pessoa costuma ficar extremamente confuso.

Entretanto, o diagnóstico do transtorno bipolar demora, em média, dez anos para ser feito, o que pode causar muito sofrimento e gerar tratamentos ineficazes. Uma das complicações da doença pode ser o suicídio: daí a grande preocupação com a prevenção dos episódios depressivos. De maneira geral, o problema afeta cerca de 1% da população mundial em sua forma mais grave e 4% em sua forma mais atenuada.

Insistência é a chave

De acordo com a psiquiatra Angela Paludo, a adesão do paciente às recomendações médicas é um fator decisivo na melhora dos sintomas, assim como a insistência no tratamento correto. “Estudos recentes mostram que aproximadamente 50% dos pacientes abandonam o tratamento pelo menos uma vez por não se considerarem doentes e por sentirem falta dos momentos de euforia”, revela Angela.

A associação da medicação com a psicoterapia torna o tratamento bastante eficaz, pois permite um melhor entendimento da doença, conforme afirma Angela. De uns tempos para cá, a preocupação em não diagnosticar pacientes como se fossem, unicamente, depressivos, tem aumentado, o que significa um grande avanço. Segundo Kapczinski, a medicação utilizada para depressivos é bem diferente daquela usada na bipolaridade.

“Descobriu-se que os antidepressivos podem piorar a doença, produzindo aquilo que nós chamamos de ‘virada’, deixando a pessoa mais agitada, acelerada, fazendo coisas extravagantes, mudando seu jeito de ser. O tratamento correto deve ter como base estabilizadores de humor”, afirma o médico, lembrando que o uso de medicações só deve ser realizado em casos confirmados e com acompanhamento médico.

 

Câncer
Por trás daqueles olhos
Retinoblastoma, câncer que tem 400 casos por ano no Brasil, pode ser notado até em fotos

O olhar de um bebê diz muito: se ele está feliz, triste, irritado, com sono e, inclusive, com câncer. É para essa janela da alma que oftalmologistas e oncologistas de todo o mundo estão atentos – e preocupados. A incidência do tumor intraocular, que atinge as crianças menores de quatro anos e pode levá-las à morte, é, no Brasil, duas vezes maior que nos Estados Unidos (EUA) e na Europa. Por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são diagnosticados 400 casos no País. Algumas cidades brasileiras registram entre 21,5 e 26 casos por milhão (nos EUA, esse indicador varia de 10 a 12 casos por milhão). Apesar de não ser tão conhecido como outros tipos de tumor, o retinoblastoma tem uma “vantagem” sobre vários outros cânceres: ele dá sinais de sua existência e pode ser percebido por meio de uma simples fotografia.

A brasileira Zélia Correa é oncologista ocular e tem se dedicado ao assunto na Universidade de Cincinnati, nos EUA. Durante o 36º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, ocorrido em Porto Alegre no mês passado, a especialista levantou a bandeira da causa. Ela contou que o mal não escolhe sexo nem raça. “Sabemos que 40% das ocorrências são por herança genética. E, em todos os casos, o diagnóstico precoce é o melhor remédio”, alerta, dizendo que a melhor forma dos pais estarem atentos a isso é tirar, com flash, uma fotografia do bebê. “Se em um dos olhos a pupila aparecer branca na foto, pode ser um sinal de que a criança esteja com esse tipo de câncer. O melhor é procurar imediatamente um oftalmologista”, aconselha.

Segundo Zélia, o retinoblastoma é um tumor maligno que acomete a retina (parte do olho onde se forma a imagem que será traduzida pelo cérebro). Entre as causas não hereditárias (60% dos casos), está a alteração de um gene situado no cromossomo 13, responsável pelo controle da divisão celular da retina. Ele pode estar presente já no nascimento, mas, em geral, aparece até os dois anos e meio, podendo atingir um ou os dois olhos. “O mais comum é o problema ser unilateral. O diagnóstico tem que ser dado o mais rápido possível, pois a doença pode causar a morte. E isso pode ocorrer em dois ou, no máximo, três anos”, alerta a especialista.

Na sua evolução, o retinoblastoma invade o nervo óptico e alcança o cérebro, podendo ainda determinar metástases. Em outras palavras, se o diagnóstico for tardio, há poucas chances de resultados favoráveis. O tratamento do retinoblastoma depende do estágio de sua evolução. Tumores pequenos são tratados a laser. Tumores médios precisam de quimioterapia, braquiterapia e laser. Já os grandes, geralmente, só podem ser atacados com a remoção do globo ocular.

O grande medo dos pais de pacientes com a enfermidade, segundo lembra a médica, é a mutilação dos olhos. “O tratamento é a quimioterapia, a radioterapia ou, em alguns casos, a remoção dos olhos e a colocação de um olho de vidro”, explica a oncologista ocular, lembrando que o mal pode ser sugerido por meio do estrabismo precoce, da dificuldade de visão ou da aparência anormal do olho.

Segundo a oftalmologista Ângela Maestrini, especialista em retina e catarata, a doença em adultos e idosos é mais traiçoeira, pois é assintomática. “Ela é chamada de melanoma de coroide. Trata-se de um tumor escuro. Por isso, é importante, depois dos 40 anos, ir sempre ao especialista da visão”, alerta. A doença pode acometer diferentes partes do olho, desde as mais externas (pálpebras e conjuntiva) até as estruturas internas, como a íris, o corpo ciliar e a coroide. A que costuma ser mais acometida é a coroide, camada do olho entre a esclera e a retina. Essa parte não é visível a olho nu, sendo necessário dilatar a pupila e examiná-la com equipamentos especiais.

 

LUCIANE EVANS | CORREIO BRAZILIENSE

 

Há dez anos
Desde outubro de 2001, dez anos portanto, é lei em Joinville a obrigatoriedade de instalação de helipontos em hospitais públicos e privados. Mas a lei não prevê nenhuma punição a quem não cumpri-la. O maior hospital da cidade, o São José, não tem.

 

 

 

 Visor

BOM DE BOCA
Várias atividades estão programadas para amanhã no Largo da Catedral, em Floripa, dentro da Semana de Saúde Bucal. Entre as 9h e 16h, a criançada poderá assistir a teatro de fantoches e participar de escovação supervisionada ensinando a prevenção às cáries.


DOENÇA DE PELE
No próximo sábado celebra-se o Dia Mundial da Psoríase. Nesta data, médicos dermatologistas farão palestra aberta ao público, no auditório do Hospital Universitário, em Florianópolis, às 9h. O propósito é informar sobre a doença e acabar com o estigma. Psoríase não tem cura, mas pode ser tratada, e é muito bom que se diga: não é contagiosa

  

SAÚDE NA UTI
Os médicos resolveram botar o bloco na rua para protestar contra o que classificam de descaso com o Sistema Único de Saúde. Amanhã, todas as atividades nos ambientes que atendem pelo SUS serão paralisadas entre as 13h e 14h. A faixa fixada em frente à emergência do Hospital Celso Ramos (foto ao lado) faz parte do movimento nacional.


 

Geral

 

MENINGITE
Confirmado o sexto caso em Joaçaba
Direção de escola acata a recomendação médica e suspende as aulas

O sexto caso de meningite viral foi confirmado neste final de semana entre os alunos do Centro de Educação Infantil Girassol, em Joaçaba, no Meio-Oeste do Estado. As aulas, que seriam retomadas nesta segunda-feira, estão temporariamente suspensas. A doença já é considerada surto no município.

A medida de paralisar as atividades segue a recomendação dos médicos que tratam dos pacientes. Segundo o neurologista Jean Ragnini, o vírus pode ficar incubado de sete a 15 dias em materiais de uso comum dos alunos, como maçanetas de portas e bebedouros. Por conta disso, ele pediu à direção da escola a suspensão das aulas durante este período.

O Girassol emitiu um comunicado na sexta-feira, aos pais e à comunidade, informando que está tomando todas as medidas para evitar novas infecções pela meningite viral. No documento, a direção informava ter recebido laudo da Vigilância Epidemiológica atestando que a escola está livre do vírus, depois da desinfecção feita na última semana.

As crianças infectadas pelo vírus têm entre dois e nove anos de idade. Todas estão internadas em locais isolados no Hospital São Miguel, em Joaçaba. Segundo os médicos, os pacientes passam bem.

Os demais alunos da escola serão monitorados por pelo menos 10 dias, para ver se mais alguém apresenta os sintomas da doença.

A Secretaria de Saúde de Joaçaba está organizando, a pedido da escola, uma palestra informativa à população, que deve falar sobre a meningite viral, os riscos, os cuidados e a forma de contágio. A data ainda não foi marcada.

Casos no Estado ficam em torno de 250 por ano

Para o diretor de Vigilância Epidemiológica de SC, Luis Antonio Silva, não havia a necessidade de suspender as aulas. Ele destaca que, com os alunos em sala, poderia ser até mais fácil identificar os novos casos. Só mandar os alunos para casa, para ele, não vai resolver o problema se os pais não forem orientados. Eles devem estar atentos para crianças que ficam sem se alimentar, em estado febril, abatidas. Nesses casos, o indicado é comparecer a uma unidade de saúde para se tratar a doença o quanto antes.

Silva lembra que não só as crianças podem contrair a meningite, mas que elas estão mais suscetíveis à doença pelo contato direto e constante com colegas. A recomendação geral, para evitar a doença, é se hidratar, manter os locais arejados e os cuidados de higiene.

Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica, os índices de meningite costumam ficar em cerca de 250 casos por ano no Estado. Ele explica ainda que há possibilidade da doença se manifestar em qualquer parte de SC, mas não há motivo de preocupação.

A região de Joaçaba e, principalmente, as comunidades próximas à creche Girassol continua sendo monitorada pela Vigilância Epidemiológica estadual.

– A doença pode demorar alguns dias para se manifestar. Nos dias que se seguem ainda podem ser encontrados um ou outro caso – alerta Silva.

* Colaborou Gabrielle Bittelbrun TROMBETTA * | Joaçaba

daisy.trombetta@diario.com.br

DAISY

 


HOSPITAL CELSO RAMOS
A agonia de passar de um corredor para outro

Mais de 10 pacientes de ortopedia já ocupam o corredor principal da emergência do Hospital Governador Celso Ramos, inaugurada no último dia 19. Transferidos do corredor da antiga emergência, alguns deles estão há 10 dias aguardando atendimento cirúrgico, com fraturas e muita dor.

–Estou desesperado. Penso até em pedir transferência para outro hospital – diz, exausto, o motoboy Marcelo Rosa, 30 anos, que está há oito dias aguardando para entrar na sala de cirurgia, com fraturas na perna, na clavícula e nas costelas. Para aliviar a dor, só com morfina.

A esposa, Daiana, 25, não sai do lado de Marcelo, ajudando-o a ir ao banheiro e a tomar banho. Grávida de sete meses, ela passa a noite em cadeiras de plástico, pois não há onde deitar.

– Na noite passada, eu dormi no chão. Não aguento mais – desabafa, em lágrimas.

– O Celso Ramos é referência em ortopedia, só que a gente é tratado dessa forma desumana. Lá fora tudo é lindo, mas estão escondendo a gente aqui – revolta-se o serígrafo Fabiano Costa, 31 anos, que está há 10 dias aguardando para ser operado.

Desde que chegou com a patela do joelho e as costelas quebradas, já passou por três corredores.

– Já viramos motivo de piada. Falam que somos a turma da Favela do Siri, porque todo mundo fica se batendo como siri quebrado no balde – conta Michele, indignada com a indiferença de alguns funcionários.

De acordo com o diretor técnico do hospital, Paulo Roberto Gobo, a demanda de acidentados é maior do que a capacidade de atendimento da emergência, que prioriza atender os casos de maior urgência.

– A partir de semana que vem, vamos contar com mais quatro médicos ortopedistas e tentaremos fazer um mutirão para atender os casos menores – diz.

O diretor técnico argumenta que os pacientes que estão no corredor não estão em estado grave e deveriam ficar na enfermaria, onde há 50 leitos específicos para a ortopedia. No entanto, a estrutura foi interditada em julho deste ano pela Vigilância Sanitária e só será reaberta depois de reformada. 

lais.novo@horasc.com.br

LAÍS


MORTE PRECOCE
Pais acusam médicos de negligência na Capital
Diagnosticada com catapora, após uma injeção, menina teria tido trombose e três paradas cardíacas

A avó de Érika Araújo de Carvalho, Irma de Fátima Alves, de 50 anos, não se conforma que a neta, que era tão saudável, tenha tido três paradas cardíacas. Irma também não aceita que a criança teria morrido com trombose na perna esquerda. – Ela nunca teve problema do coração, não tinha nada – conta.

Amenina de um ano e três meses foi diagnosticada com catapora na última quinta-feira, por uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Segundo a mãe, Maria Eloisa Alves, 15 anos, foi dada toda a medicação recomendada. Na sexta-feira, a febre de 40ºC não baixou e Érika, que estava sem se alimentar e nem tomar água, foi levada novamente ao pronto-atendimento.

Maria explica que deram uma injeção e informaram que a menina poderia ir para casa.

– Disseram que catapora não mata e que, depois da injeção, era só cuidar – afirma a mãe.

– Falaram para pararmos de reclamar que em três dias ela estaria boa – complementa a avó.

No sábado de manhã, Érika não estaria mexendo a perna esquerda – lado em que foi dada a injeção. Mas, à tarde, a menina tomou suco e água.

– Achei que ela estava melhorando porque tinha voltado a tomar líquido – conta Maria.

Pelas 17h de sábado, a perna de Érika teria ficado roxa e ela já teria chegado ao Hospital Universitário sonolenta e sem reações. A menina foi encaminhada, então, ao Hospital Infantil Joana de Gusmão. Já desacordada e com oxigênio, Érika foi para a UTI. Segundo Maria, os médicos informaram que a menina foi infectada, em casa, por um vírus ou bactéria. Para a família, houve negligência médica.

– Depois da injeção, ela não ficava no colo, só chorava – explica a avó.

Por volta da uma hora da manhã de ontem, Érika não resistiu à terceira parada cardíaca.

Foi instaurado inquérito na 5ª Delegacia de Polícia da Capital para analisar o caso e o corpo foi encaminhado para o Instituto Geral de Perícias (IGP). No Joana de Gusmão, plantonistas informaram que só a diretoria, que não estava ontem no local, pode se manifestar. A assessoria da Secretaria de Saúde não retornou as ligações.

 

GABRIELLE BITTELBRUN

 

 

Diario do Leitor

 

Médicos - A Comissão de Residência Médica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina abriu o processo seletivo para residência médica 2012. Os candidatos devem se inscrever no site www.residenciamedica.ufsc.br até o dia 16. São oferecidas 45 vagas em várias especialidades.

 

Colunista Cacau Menezes

 

Buraco negro
É grande a ansiedade entre os funcionários públicos estaduais em relação ao que virá depois que deixar de valer o plano de saúde da categoria com a Unimed, dia 30 de dezembro. Os médicos também estão apreensivos.

 

 

 

 

Coluna Ponto Final - Carlos Damião

 

Protesto

Todos os ambientes hospitalares que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) serão paralisados nesta terça-feira (25), entre 13 e 14h. Trata-se de um protesto nacional em defesa do próprio SUS. Conforme o vice-presidente do Simesc (Sindicato dos Médicos de Santa Catarina), Vânio Lisboa, "a falta de políticas públicas para a saúde ao longo das últimas décadas resultou no evidente colapso desse serviço no Brasil".

 

Emergência...

Tem gente avaliando que os servidores da saúde escolheram um momento inoportuno para protestar, durante a inauguração da nova e moderna emergência do Hospital Celso Ramos. Afinal, uma obra que se arrastava por muito tempo foi concluída com o empenho especial do secretário Dalmo Claro de Oliveira e determinação

do governador Raimundo Colombo.

... e soluções

Além disso, uma das reclamações dos servidores é da falta de pessoal, o que é verdade, mas também é fato que o secretário Dalmo de Oliveira já iniciou o processo de contratação de 596 novos profissionais da saúde em todo Estado, processo que nem sempre é rápido. Menos mal que o protesto foi divertido e respeitoso.