OUTUBRO ROSA
Com camiseta e balões cor-de-rosa, um grupo de 50 mulheres coloriu a rua Hercílio Luz, em Itajaí, ontem, em uma caminhada pela prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. A caminhada faz parte da programação do Outubro Rosa, mês da luta contra o câncer.
Vida e Saúde
CIÊNCIA
O visionário do genoma
Pioneiro, George Church acredita na alteração de destino genético
Primeiro cientista a sequenciar um código genético humano, o professor de Harvard George Church crê que as evoluções científicas na área podem levar os indivíduos a viver “120, 150 anos”. Cerca de três décadas atrás, Church estava entre a meia dúzia de pesquisadores que sonhavam em sequenciar um genoma humano inteiro – cada A, C, G e T que nos torna únicos.
Seu laboratório foi o primeiro a criar uma máquina para desmembrar esse código, e, desde então, ele tem se dedicado a melhorá-la. Uma vez decodificado o primeiro genoma, o professor defende a ideia de que é preciso ir adiante e sequenciar o genoma de todas as pessoas. Críticos apontaram a alta cifra que o custo de sequenciar o primeiro DNA alcançou: US$ 3 bilhões. Como resposta, Church construiu outra máquina.
O valor agora é de US$ 5 mil por genoma, e o professor crê que em breve esse valor cairá para uma fração disso – mais ou menos o valor de um exame de sangue. Sequenciar o DNA humano de forma rotineira abrirá uma série de possibilidades, disse George Church à rede BBC. Uma vez que “ler” um genoma se torne um processo corriqueiro, o professor de Harvard quer partir para “editá-lo”, “escrever” sobre ele.
CiÊNCIA
Sequência de DNA na rede é polêmica
George Church vislumbra o dia em que um aparelho implantado no corpo seja capaz de identificar as primeiras mutações que possam levar a um potencial tumor, ou os genes de uma bactéria invasora. Nesse caso, será possível tratá-los com uma simples pílula de antibiótico destinado a combater o invasor. Doenças genéticas serão identificadas no nascimento, ou possivelmente até na gestação, e vírus microscópicos, pré-programados poderão ser enviados para o interior das células para corrigir o problema.
Para fins científicos, Church tem defendido a polêmica ideia de disponibilizar sequências de genomas publicamente, para que cientistas tenham oportunidade de estudá-las. Church já postou na rede a sua própria sequência de DNA, além de outras 10. O objetivo é chegar a 100 mil.
– Sempre houve uma atitude (em relação à genética) de que você nasce com seu ‘destino’ genético e se acostuma com ele. Agora a atitude é: a genética é, na verdade, um conjunto de transformações ambientais que você pode empreender no seu destino – acredita Church.
Entretanto, nem todos compartilham o entusiasmo de Church e sua visão de futuro para os usos e efeitos da biologia sintética.
– É preciso ter a imaginação de George e a sua visão se quiser fazer progresso. Mas é tolice pensar que ele fará tudo o que crê – opina o diretor do departamento de Lei, Bioética e Direitos Humanos da Universidade de Boston, George Annas.
– Há uma chance estatística de ser atropelado por um caminhão que dificultará chegar aos 150 anos – diz Chad Nussbaum, co-diretor do Programa de Sequenciamento de Genomas e Análises do Instituto Broad de Harvard e do MIT, um instituto do qual Church é associado, afirmando que “é maravilhosamente inocente pensar que tudo que precisamos é aprender tudo sobre a genética, e viveremos 150 anos”.
Apesar das ressalvas, Nussbaum afirma que admira a visão do professor George Church, assim como sua genialidade.
PESQUISAS MÉDICAS
Camiseta contra morte súbita
O Ministério de Indústria da Espanha financiou a pesquisa de um modelo de roupa inteligente para reduzir os casos de morte súbita de jogadores depois que atletas da primeira divisão tiveram ataques car-díacos em pleno jogo. Puerta, lateral do Sevilla, morreu em 2007, três dias depois de sofrer um ataque cardíaco em campo. E Jarque, zagueiro do Espanyol, morreu em 2008 em um infarto em um hotel. Outros dois jogadores (De la Reb e Sérgio Sanchez) tiveram infarto enquanto jogavam.
A nova camisa tem um sistema de microchip que detecta sinais do coração durante o esforço físico. O sinal é transmitido em tempo real e pode ser captado por um telefone celular ou ir diretamente para um computador. Os dados transmitidos proporcionam um eletrocardiograma completo e ainda medem com precisão o esforço realizado pelo atleta, especificando os quilômetros percorridos por ele e sua velocidade.
Os primeiros modelos da camiseta foram experimentados por pacientes da Unidade de Cardiologia do Hospital La Paz, em Madri. Eles foram monitorados em repouso e durante a atividade física usando a vestimenta.
– A informação coletada pela camiseta inteligente, com tecnologia de tecido eletrônico, é enviada, sem fios, para um sistema de gerenciamento de informações, que mostra localização e os sinais do paciente em tempo real – afirmam cientistas da Universidade Carlos 3, em Madri.
PESQUISAS MÉDICAS
Coração de ouro
Equipe de físicos, engenheiros e cientistas dos materiais usou a nanotecnologia e minúsculos fios de ouro para criar um “remendo” para o coração. São células vivas cultivadas em laboratório – um pedaço de tecido artificial. Quando implantadas no coração, por exemplo, no caso de ataque cardíaco, as células entram em sincronia com as células nativas do coração e se integram ao órgão, efetivamente corrigindo os danos causados pela isquemia.
BEM-ESTAR
Não dá pra segurar
Frequência urinária pode indicar diversos problemas de saúde
Se você tem vontade de fazer xixi a todo momento, sinal de alerta: especialistas afirmam que uma visita ao médico é urgente para diagnosticar um possível problema relacionado ao trato urinário, que geralmente apresentam sintomas em estágio avançado. Como saber, então, se uma pessoa está fazendo xixi demais?
– Adultos saudáveis urinam entre quatro e seis vezes ao dia, sendo que o volume pode variar de 700 ml a dois litros – diz o doutor Paulo Campana, médico patologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
Campana afirma que a análise da frequência, volume e cor da urina do paciente pode apontar para diagnósticos que incluem desde infecção e pedras nos rins até a presença de tumores, falência dos rins e, inclusive, diabetes – já que o doente sente uma espécie de urgência urinária. Há pacientes com doença renal crônica e que apresentam sintomas não específicos, como perda de apetite, sensação de cansaço, náuseas e até mesmo coceira generalizada. Outros sintomas são dor nos flancos, inchaço das pernas e pés, ou, ainda, problemas urinários.
Quando o paciente elimina um volume de urina superior a dois litros por dia, é necessário checar se ele não está ingerindo muito líquido ou se está fazendo uso de diuréticos. Vale lembrar que o álcool e a cafeína também podem ter influência. Outra possibilidade é a taxa elevada de açúcar no sangue, indicando o diabetes.
Quando não se ingere maior quantidade de líquido, mas se sente uma vontade mais frequente de ir ao banheiro, é possível estar com a bexiga pressionada ou ainda irritada. Nesses casos, os sintomas mais comuns da infecção urinária são dor, sensação de bexiga cheia e até febre.
Do diabetes à doença renal
> A vontade constante de urinar pode ser causada por muitas causas: o diabetes, por exemplo, também pode provocar o problema, uma vez que o açúcar extra de sangue na urina puxa mais líquido na bexiga.
> As doenças renais e doenças do coração podem também levar uma micção frequente, uma vez que podem levar ao acúmulo de líquido no corpo. Certos medicamentos, como diuréticos, também causam o desconforto.
> Caso você note um destes sintomas ou uma sensação de queimação, febre, vômitos, cólicas abdominais, urina turva ou com sangue, calafrios, perda de peso anormal, aumento da sede, cansaço ou outros, não hesite em procurar um médico. Somente uma avaliação criteriosa poderá revelar o diagnóstico e tratamento corretos para cada tipo de doença.
BEM-ESTAR
Banana, a fruta que só faz bem
Esqueça a ideia propagada pela marchinha de Carnaval. Os benefícios da banana são muito maiores do que o slogan “engorda e faz crescer”. Ela é uma excelente aliada para a boa saúde. Rica em fibras, potássio, vitaminas C e A, a fruta mais célebre do Brasil promove energia e traz muitos benefícios ao nosso organismo. Possui também grande quantidade de vitaminas B1, B2, B6 e B12, além de magnésio, cálcio, ferro e ácido fólico.
A banana contém três tipos de açúcares naturais: sacarose, frutose e glicose, que combinados com as fibras, promovem grande energia: como tem 22% de carboidratos, ela é realmente mais calórica do que algumas outras frutas: uma unidade (70 g) de banana-prata fornece 62 calorias.
– Apesar disto, ela tem alto valor nutricional, provoca sensação de saciedade e pode fazer parte da alimentação se consumida com moderação, sem contribuir para o ganho de peso – afirma a nutricionista funcional Patricia Davidson Haiat, do Rio de Janeiro.
O indicado é comer, no máximo, duas unidades por dia. Um estudo realizado por três prestigiadas universidades (Berkeley, Cambridge e Twickenham) buscou o alimento considerado perfeito e completo em sua composição e ao alcance da maioria da população. Foi mostrado que, para pessoas que desejam uma solução rápida, não há melhor alimento.
Segundo cientistas, quem come três bananas por dia tem risco até 21% menor de sofrer AVC.
Saiba mais
> A banana contém uma substância chamada serotonina, que ajuda a relaxar e manter o bom humor, portanto, pode ajudar pessoas que sofrem de depressão.
> Por conter ferro, estimula a produção de hemoglobinas e ajuda em caso de anemia.
> Rica em potássio e pobre em sal, perfeita para baixar a pressão arterial.
> Ricas em fibras, a inclusão de bananas nas dietas ajuda a normalizar o trânsito intestinal, permitindo melhorar os problemas de constipação sem o uso de laxantes.
> Comer uma banana entre as refeições ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue elevados, combatendo o cansaço.
> A banana acalma o estômago e ajuda na digestão.
> Seu alto teor de vitamina B acalma o sistema nervoso.
> A fruta ajuda a normalizar o batimento cardíaco, que auxilia a ida do oxigênio para o cérebro e que regula a repartição de água pelo corpo.
> A banana diminui as câimbras, contendo bastante vitamina B6 e B12, indicada para quem parou de fumar, pois tira os efeitos da falta de nicotina.
BEM-ESTAR
Cigarro é inimigo no1 da pele
Cada vez mais, homens e mulheres estão preocupados com a aparência, mas os que fumam se esquecem que o cigarro é o grande vilão para a saúde e beleza da pele. Além de causar dependência, o fumo compromete a cicatrização da pele, pois ocorre uma diminuição natural da circulação sanguínea, acabando por potencializar os efeitos negativos sobre a pele.
Considerado por muitos como um símbolo de status, o cigarro é um dos piores inimigos da saúde e tornou-se um problema mundial, por causa da nicotina, causadora da dependência. A cirurgiã plástica Edith Kawano Horibe, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, alerta que além do risco de necrose e gangrena, há a possibilidade de abertura da sutura e de a pele voltar a enrugar em razão da menor sustentação. Algumas cirurgias são mais suscetíveis, como a de rejuvenescimento facial e as plásticas de abdome, já que existe o desdobramento e o tracionamento da pele, podendo apresentar dificuldade de cicatrização.
Associações e moradores do Continente protestam em defesa do Hospital Florianópolis
Os manifestantes reivindicam a manutenção da administração pública e também protestam pela falta de atenção na educação pública do bairro
Letícia Mathias
Florianópolis
Moradores do bairro Estreito realizam manifestação na manhã deste sábado (15). O protesto é pela manutenção da administração pública e agilidade nas reformas do Hospital Florianópolis e por mais atenção do governo estadual à educação.
Cerca de 60 pessoas partiram da Praça Nossa Senhora de Fátima, na rua Fulvio Aducci no Estreito, em direção à Escola Estadual Aderbal Ramos da Silva, depois seguiram pela rua Eurico Gaspar Dutra e Araci Vaz Callado com o objetivo de chegar ao Hospital Florianópolis. Além dos cartazes, faixas, carro de som, apitos e camisetas, os manifestantes levavam a frente do grupo uma maca com presentes e um bolo com vela de dois anos, que, segundo eles, simbolizava ironicamente o aniversário das obras do Hospital que já eram para estar concluídas.
A vice-presidente da Associação do Moradores da Coloninha, Tânia Ramos, diz que a comunidade se empenhou mais em brigar pelos direitos dos cidadãos do bairro desde que a Escola Estadual Professora Otilia Cruz, no Jardim Atlântico, foi fechada. A demora na reforma do Hospital Florianópolis e a chance da gestão ser entregue a uma OS (Organização Social) só piorou a situação para eles. O grupo teve uma renião com o Secretário de Saúde do Estado, Dalmo Claro de Oliveira, no final de setembro e não gostou da conversa. "Chegamos na reunião tristes e saímos mais tristes ainda porque eles não tinham prazo para a conclusão da reforma do hospital e manteram a ideia da OS. Queremos diálogo, uma audiência pública para discutir essas ações", diz Tânia.
Na última sexta-feira (14) o grupo entregou seis mil panfletos em frente ao TICEN (Terminal Integrado do Centro) alertando a população sobre a situação do hospital e colhendo assinaturas para um abaixo-assinado. Para a moradora Adriana Carvalho é uma ação que precisa ser feita e a luta não é apenas pelo Hospital Florianópolis e escolas da região, a intenção é despertar e incentivar o governo a prestar mais atenção na saúde e educação de todo o Estado. "Claro que esse bolo é uma ironia, vamos cantar até parabéns pelo aniversário da reforma no hospital. Nós pagamos imposto e deveríamos ter o retorno disso, o que não está acontecendo. Acredito que estes pequenos atos podem fazer a diferença", opina.
Participaram do manifesto os moradores e associações da Coloninha, Canto, Balneário, Estreito e Ponta do Leal. Funcionários do hospital e representantes de diversos sincatos, entre eles o de saúde. O grupo se reune todas as quartas-feiras para discutir assuntos pertinentes. A Guarda Municipal de Florianópolis acompanha o trajeto e o trânsito fica em meia pista até o fim da passeata, por volta de 12h30.
Segundo o secretário da Saúde, Dalmo de Oliveira, para operacionalizar a UTI e os Centros Cirúrgicos do Cepon será necessária à apresentação de projetos por parte da Fundação. Assim que estiverem definidos poderá ser solicitada a verba necessária.