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MEDICINA
Novos rumos para a SJM
Associação troca de comando, e uma das metas é se aproximar mais da população

O médico ortopedista Thomas Huber assumirá a presidência da Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM) com propostas para aproximar a entidade da população e dos profissionais. Em outubro, o atual presidente Ricardo Poli passa o cargo para o colega.

Segundo o novo presidente, foi uma evolução natural e uma continuidade do trabalho. Huber era tesoureiro na atual diretoria da associação. “A minha expectativa é de muito trabalho”, adianta.

Para o médico, essa não é uma realização pessoal, mas ,sim, um trabalho coletivo. Huber tem uma visão otimista da medicina e acredita que a área está em uma fase madura em Joinville.

Com essa crença, ele pretende consolidar a SJM na região, defendo os interesses dos médicos associados e também colocando em pauta assuntos relacionados à saúde.

O médico pretende traçar um plano de campanhas de conscientização dos joinvilenses e mobilizar as instituições sobre a saúde pública e complementar.

Para o novo presidente, é dever de cada pessoa cuidar da própria saúde, evitando riscos e exageros. “Cada um é habilitado para saber o que lhe faz bem ou mal. Não cuidar de si implica problemas para a sociedade”, diz.

Outra meta de Huber, é a saúde do profissional. “Queremos estimular o médico a desenvolver outras habilidades, além da medicina”, destaca.

 

PLANOS DE SAÚDE
Quatro vezes mais usuários que leitos
Geração de novos contratos não acompanha a de vagas em hospitais

O número de usuários de planos de saúde cresceu quatro vezes mais do que o de leitos privados em um ano, segundo o relatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). São quase 4 milhões de brasileiros a mais com plano de saúde, somando 46,6 milhões de pessoas (aumento de 9,3%), contra apenas dois mil novos leitos, totalizando 126.928 vagas (crescimento de 2,2%).

Ao mesmo tempo, as dez maiores operadoras, que em 2010 concentravam 25% do mercado, cresceram 33% e até março passaram a reunir um terço dos beneficiários.

Diante do crescimento acelerado, a dúvida que fica é se a rede está preparada para absorver toda essa demanda. Dados do Procon mostram que as reclamações só têm crescido: no segundo semestre de 2009, foram registradas 5.440 reclamações. No mesmo período de 2010 foram 7.301 queixas contra os planos.

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, diz que o cenário é preocupante.

“Apesar de o mercado estar concentrado em dez grandes empresas, ainda há negativa de coberturas, falta de leitos, descredenciamento de médicos e serviços. Arlindo Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), diz que por enquanto não sente problemas de desabastecimento por causa da concentração. “A não ser que existam problemas pontuais.”

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) diz que as afiliadas buscam frequentemente adequar as redes de prestadores às necessidades de atendimento dos beneficiários e que não tem conhecimento de insuficiência da capacidade de atendimento.

 

 

 

Espaços
Para encampar a candidatura do secretário César Souza Júnior (Cultura, Esporte e Turismo), Dário Berger apresentaria condições. Além de indicar o vice de César Júnior, exigiria espaços no governo do Estado. Se o deputado federal Gean Loureiro não aceitasse compor chapa, o secretário Rodolfo Pinto da Luz (Educação) seria uma opção.

O sonho de Berger seria emplacar o médico João José Cândido da Silva, que é seu secretário da Saúde, no lugar de Dalmo Claro de Oliveira. Difícil seria convencer Eduardo Moreira e o PMDB desta troca, já que Cândido desde sempre foi ligado ao grupo político de Jorge Bornhausen, até que aderiu a Dário Berger. Maior prova é que já foi secretário estadual da Saúde, no último governo de Amin. Resta saber se o governador aceitaria negociar com Berger, a quem, reservadamente, faz restrições de natureza ética. Até porque o prefeito é conhecido por fazer exigências mil para qualquer tipo de acordo.

 

 

 

Donna


Anabolizantes do sexo
Terapeutas afirmam que o efeito em homens jovens e saudáveis é mais psicológico do que fisiológico

O ambiente é uma balada. Ele tem 20 anos e está com ela pela primeira vez. Após goles de uísque, percebe que a noite renderá além de bons amassos. Um amigo saca do bolso uma pílula azul e oferece ao rapaz. Ele pensa na chance de ter uma noite de sexo intensa, de deixar a garota impressionada. O cérebro elenca, em seguida, o raciocínio matador para a decisão pelo sim: Se eu tomar, meu desempenho está garantido. Não vou falhar. Um arremate na bebida e o comprimido para disfunção erétil está a caminho do estômago.

O Brasil se tornou vice-líder mundial em vendas de remédios para impotência sexual em 2010. Entre agosto de 2010 e julho de 2011, o mercado movimentou R$ 621 milhões no país, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O número de comprimidos vendidos pulou de 19,5 milhões, entre maio de 2009 e abril de 2010, para 40,5 milhões no mesmo período de 2011, de acordo com números da IMS Health – empresa que faz auditoria no setor, divulgados pela Pfizer. Diante de dados pomposos, é lógico pensar: os brasileiros andam às voltas com dificuldades de ereção – logo o Brasil, um país famoso pelo fervor sexual.

Raciocínio equivocado. À exemplo da cena descrita na abertura deste texto, a mudança de comportamento entre jovens de 18 a 30 anos é um dos fatores que explica a expansão no mercado – o que significa que os rapazes não estão ficando broxas.

– Estava numa festa com uma garota. Um amigo me ofereceu. Tomei. Otimiza bastante – contou um estudante de 28 anos do Departamento de Odontologia da UFSC.

O uso recreativo dos medicamentos para disfunção erétil é uma realidade, embora ainda não existam métodos de prevenção ou de alerta sobre o tema. Três estudos publicados recentemente comprovam a prática. A revista científica Saúde Pública publicou em 2008 um estudo da Faculdade de Farmácia, da Universidade Nove de Julho (Uninove), de São Paulo. A universidade investigou o uso dos remédios no campus. Questionários foram passados para um número de alunos que equivalem a 5% do total. Verificou-se que 14,7% dos entrevistados já haviam utilizado as pílulas, sendo que 83,5% usaram uma única vez e o restante pelo menos uma vez ao mês. O destaque é que nenhum dos entrevistados relatou dificuldade para ter ou manter a ereção. As motivações para o uso foram curiosidade (70%), potencialização da ereção (12%), ejaculação precoce (12%) e aumento do prazer (6%).

– O uso recreativo é comum no Brasil, e um alerta precisa ser dado logo. Isso acontece porque o governo brasileiro cedeu ao lobby dos grandes laboratórios e permite a venda sem receita. Em outros países, como EUA e na Europa, o controle é mais eficaz – afirma Eduardo Lopes, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O urologista critica a apresentação do remédio em embalagens como a do recém-lançado Levitra ODT, que aparece na capa desta edição do Donna. A embalagem ugere um remédio “mais pop”, que derrete na língua, o que tende a ter mais apelo entre os jovens. Nelson Ambrogio, diretor da unidade de negócios Medicina Geral da Bayer, fabricante do Levitra, rebate a crítica, dizendo que estudos comportamentais mostram que homens com disfunção erétil têm certa resistência em assumir que precisam do medicamento.

– A nova apresentação traz mais conforto e discrição – completou.

Em 2010, a Sociedade Internacional de Sexualidade Humana veiculou artigo sobre o tema feito na Argentina. A pesquisa recolheu 400 depoimentos de homens entre 18 e 30 anos em universidades, academias e escolas. 21,5% dos entrevistados já haviam usado alguma pílula para disfunção erétil sem indicação médica. O que chamou mais a atenção é que as medicações foram usadas em 53,4% dos relatos combinadas com drogas ou álcool. Um estudo mais amplo foi publicado, em abril de 2010, pela Springer, publicação científica internacional. Nele, foram ouvidos 2 mil jovens de 497 instituições de ensino dos EUA – 4,5% usaram o remédio pelo menos um vez e, desses, 1,4% usam de forma recorrente. A publicação também identificou a falta de problemas de ereção entre os usuários e chamou a atenção para um comportamento de risco, pois os entrevistados usaram o remédio em relações sexuais sem camisinha e aliado ao uso de drogas. Os três trabalhos ressaltam a preocupação com a venda dos remédios sem receita e com- a falta de estudos dos efeitos dos remédios em jovens saudáveis.

A garota e o rapaz de 20 anos viveram uma maratona sexual naquela noite. Ela jamais soube do empurrão químico no vigor dele.

Dizem os terapeutas que o efeito do remédio em homens saudáveis é mais psicológico do que fisiológico. Não há trabalho de prevenção sobre o uso recreativo dos remédios.

 
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 Nas gôndolas, a variedade é farta

No mercado, existem 13 remédios para disfunção erétil, com preços que variam de R$ 8 a R$ 40. O mais vendido é o Cialis, do laboratório Eli Lilly. O Viagra virou o medicamento de referência por ter sido o pioneiro. Está no mercado há 11 anos e, ano passado, teve sua patente quebrada, o que fez o preço cair de cerca de R$ 30 para R$ 12 em média. O mercado para estes medicamentos é tão agressivo que um dia após a quebra da patente, em junho de 2010, já estava nas gôndolas das farmácias o genérico Sildenafila - hoje em dia campeão de vendas (leia mais na página 11).

A curiosidade fica por conta da forma como o Viagra foi descoberto. O remédio era pesquisado para tratamento de cardíacos. Mas nos testes com voluntários se evidenciou uma potencialização significativa da ereção nos participantes da pesquisa, enquanto os resultados para cardiopatias foram pífios. Assim, direcionou-se o remédio para a disfunção erétil, o que provocou uma revolução no comportamento sexual da sociedade atual.

– Eu tenho um casal de pacientes. Ele tem 87 anos, e ela, 82. Eles têm uma vida sexual ativa e feliz graças ao uso desse tipo de remédio – comenta o urologista Jovânio Fernandes Rosa.

Existem quatro tipos de substâncias (sildenafil, vardenafil, todalafil e ladenafil) que combatem a disfunção erétil. A mais comum é o sildenafil, princípio ativo do Viagra, Ah-zul, Dejavu, Escitan, Sollevare, Suvvia, Vasifil, Videnfil e do genérico Sildenafila. Vardenafil compõe o Levitra (na capa desta edição) e o Vivanza. Todalafil está no Cialis, e o ladenafil, no Helleva, único produzido por um laboratório brasileiro. As quatro agem da mesma forma (confira infografia). O que varia é o tempo de ação e o tipo de efeito colateral, o que também tem a ver com o organismo de cada um. O Cialis garante 36 horas ( se houver estpimulo sexual). O Viagra, 12horas, e o Levitra, 10 horas, de acordo com Jovânio.

 
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 Precisa de receita, sim!

A venda sem receita de remédios para disfunção erétil nas farmácias é tão frequente que virou lugar-comum dizer que não precisa de receita. Mas, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses medicamentos são de tarja vermelha, o que implica receita.

– De uns três anos pra cá, esses remédios viraram uma febre, uma modinha mesmo. Você pode comprar em qualquer farmácia sem receita. Não há controle. Isso é um risco e uma prática errada – afirma a farmacêutica Carolina Junkes, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácias.

A conclusão de um estudo publicado pela revista Saúde Pública, em 2008, sobre o uso recreativo dos remédios, priorizou a falta de controle na venda do remédio: “Um resultado de certa forma preocupante foi o fato de 100% dos usuários terem adquirido o medicamento sem receituário médico, indicando a ausência de diagnóstico para o consumo desses fármacos. Contudo, têm sido utilizados de forma inconsequente e em desacordo com os princípios do uso racional de medicamentos”.

Urologista em Florianópolis, com especialização em andrologia (a área que estuda a saúde sexual do homem) pela Escola Paulista de Medicina, Jovânio Fernandes Rosa defende um controle rígido na venda do remédio.

– Tem alguns rapazes que vem consultar só para ter a receita. Não sabem que, hoje em dia, é só chegar na farmácia e comprar – contou.

Carolina reforça que o papel do farmacêutico é essencial. É ele quem vai exigir a receita e orientar sobre o uso.

 
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 A opinião deles

Uma volta de cerca de uma hora pelo campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, é suficiente para perceber que o uso de remédios para disfunção erétil sem indicação médica é conhecido e comum entre os jovens. Veja alguns comentários:

“Usei uma única vez e faz tempo. Mas eu não tenho nenhum problema de ereção. Usei por curiosidade. Eu estava numa festa com uma gatinha. Um amigo me sugeriu para dividirmos. Eu topei. Normal. Posso dizer que otimiza bastante, potencializa a ereção. E, ó, dá uma acelerada no coração. Mas hoje vejo que a turma está começando a usar bastante. Claro que eu não contei pra ela e acho que meu amigo também não. Eu acho que uns 80% usam só para se desinibir. Tenho a sensação que é para impressionar as meninas.”

Estudante, 28 anos, do Departamento de Odontologia.

“O pessoal costuma usar com uísque. Pra mim, o pessoal usa por medo. Sabe aquele medo de falhar na hora? Está com uma menina que não conhece muito bem, e depois fica pensando o que ela pode falar. Eu nunca usei. Mas não tenho preconceito. Usaria por curiosidade.”

Estudante, 21 anos, do departamento de Odontologia.

“Eu nunca tinha pensado sobre isso, nem ouvido falar. Mas, sei lá, talvez usaria por curiosidade.” João Paulo Fernandes, 20 anos, estudante de Jornalismo."

João Paulo Fernandes, 20 anos, estudante de Jornalismo

 

Viagra não é uma bala qualquer”“...Ora, a possibilidade da broxada nos torna mais humanos, mais sensíveis, atentos…”

A frase acima foi retirada de um texto do colunista Xico Sá, para o jornal Folha de S.Paulo, numa crítica bem-humorada ao uso das pílulas por homens jovens. Segundo o urologista Jovânio Fernandes da Rosa, chegam próximo a 100% os casos de origem psicológica na dificuldade de ereção apresentada por pacientes com menos de 30 anos e que não têm os fatores de risco (diabetes, hipertensão ou algum tipo de cardiopatia).

– Viagra não é uma bala qualquer. Se não orientado médica e psicologicamente, sua dependência psicológica pode partir já do uso do primeiro comprimido. Na clínica, temos jovens que, aos 18 anos, já são dependentes dos potencializadores de ereção e não conseguem manter uma relação sexual satisfatória se não estiverem usando – afirma Marlon Mattedi, psicólogo, especialista em Sexualidade pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana e pela Fundação Sexpol, da Espanha.

Para Mattedi, as causas do uso estão associadas às dúvidas quanto à própria sexualidade:

– São jovens que não tiveram educação sexual, não conhecem o próprio corpo. Em geral, mantêm uma baixa autoestima, buscam no sexo a autoafirmação e projetam no Viagra a solução momentânea.

A educadora sexual e ginecologista Maria Inês Gasperini afirma que a prática tem origem em um contexto de sociedade que valoriza a performance excepcional, onde você tem que ser o melhor em tudo. Assim, a broxada passa a ser uma falha grave. Maria Inês chama a atenção para as relações sexuais antecipadas, antes de o casal ter afinidade, o que potencializa a insegurança masculina.

– São jovens e estão com os estímulos à flor da pele. Não precisam do remédio. Mas temos um problema grave. Ninguém sabe quais os efeitos colaterais do uso a longo prazo desses remédios. O mais antigo deles, o Viagra, só está no mercado há 11 anos. É pouco tempo para a medicina – afirma.

Jovânio explica que os efeitos colaterais comuns são transitórios e leves (veja no box acima). Há, no entanto, relatos de efeitos graves como priapismo (ereção ininterrupta e dolorosa que pode causar impotência) e queda da pressão arterial no uso associado ao álcool. Outros efeitos adversos considerados de maior gravidade estão relacionados à função cardíaca.

Os laboratórios ouvidos pela reportagem – Pfizer, Bayer, Elli Lilly e EMS – afirmaram que os remédios não foram testados em homens sem problemas de ereção e que são contra o uso sem indicação médica.

 

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Preste atenção

Efeitos colaterais comuns

- Dor de cabeça, rubor facial, corisa ou crise de rinite, gastrite, refluxo, dor de estômago, pressão baixa e visão embaçada

Indicação

- Pessoas acima de 50 anos (com recomendação médica), com doenças como diabetes, hipertensão e cardiopatias. Usuários de remédios para depressão ou humor e pessoas que passaram por cirurgia de próstata

  

Ereção facilitada. Será?

Quem já usou, mesmo sem ter impotência sexual, garante que há uma potencialização da ereção. Urologistas e psicólogos afirmam que o remédio facilita a ereção, mas que o efeito físico é muito sutil.

– O efeito é mais psicológico. Se usasse uma pílula de farinha teria o mesmo efeito – comenta Eduardo Lopes, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

O urologista Jovânio Fernandes da Rosa explica que com o remédio pode acontecer a diminuição dos intervalos entre as ereções. Em casos mais raros, chega a não existir intervalo, com a pessoa ejaculando sem perder a ereção.

O terapeuta Marlon Mattedi afirma que é preciso orientar jovens e adultos que é mito a história de que o Viagra produz uma superereção ou orgasmos mais intensos.

– O que ocorrerá com os jovens saudáveis é apenas uma ereção parecida com a que seria produzida naturalmente pelo organismo – comenta o terapeuta.

Prova disso é um estudo divulgado em 2006 pela Organização Pan-americana de Saúde (OPA), instituição ligada à Organização Mundial de Saúde. Foram feitos testes com o sildenafil (similar ao Viagra) em 10 homens sadios, de 22 a 34 anos, e com parceira fixa. Eles receberam quatro cápsulas do remédio para usar em casa num período de duas semanas, uma hora antes da atividade sexual. Num segundo período de duas semanas, receberam quatro idênticas pílulas de placebo. Os efeitos encontrados foram muito pequenos, não atingindo significância estatística. O estudo concluiu que em indivíduos jovens e sadios, o remédio não muda significativamente o desempenho sexual.

 
Um mercado acirrado e em expansão

Desde a quebra da patente do Viagra, em 20 de junho de 2010, o mercado de medicamentos para disfunção erétil vive uma concorrência acirrada e um crescimento fora do comum.

De acordo com dados da auditoria IMS Health, a venda de caixas do remédio cresceu 141,72% entre agosto de 2010 até julho de 2011. Em março deste ano, o Sildenafila, genérico do Viagra, ultrapassou a marca de 1 milhão de unidades vendidas num único mês (veja os dados no gráfico abaixo).

Não à toa, a indústria farmacêutica mira no setor. O Cialis, líder de vendas do mercado depois de 2006, até a entrada do genérico, é o medicamento mais vendido do laboratório Eli Lilly, e a perspectiva é que continue assim nos próximos anos, segundo informou a assessoria de imprensa do laboratório. No segundo semestre de 2010, a empresa lançou o Cialis Diário, único medicamento voltado ao uso contínuo.

Mesmo com a quebra da patente, o Viagra teve crescimento de vendas. De acordo com o laboratório Pfizer, fabricante do remédio, entre janeiro e dezembro de 2010, foram comercializadas 7,4 milhões de pílulas. Já em 2009, também entre janeiro e dezembro, o número de comprimidos vendidos foi de 6,9 milhões, ou seja, houve um crescimento de 6,7%. O Viagra foi o líder no setor entre 2001 e 2006.

– O mercado brasileiro de medicamentos para disfunção erétil (DE) é bastante concorrido e em ascensão. Com a entrada dos genéricos do Viagra (Sildenafila), o mercado dobrou de 19,5 milhões de pílulas vendidas, em abril de 2010, para 40,5 milhões de comprimidos em abril de 2011 – afirma Adilson Montaneira, diretor da Unidade de Negócios e Produtos Estabelecidos da Pfizer Brasil.

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A opinião delas

No Facebook do Donna e também em um mural no nosso site, as mulheres se manifestaram sobre o tema. Leia dois depoimentos.

"A sociedade deveria debater o porquê da insegurança masculina. Por aí vai a forma como mulheres e homens se comportam hoje. Claro, temos a parcela que usa por curiosidade, mas a maioria é por insegurança. Acredito que não somente dos homens, porque as mulheres estão cada dia mais preocupadas com o corpo, com as técnicas de sedução, o que leva o ser humano a tentar melhorar o desempenho, e não só no campo sexual."

Sonia Silva, de Florianópolis

"É muito relativo. Às vezes, o homem fica nervoso demais com o que a mulher vai achar e acaba não rolando. Uma segunda chance talvez seja necessária. Eu não desistiria porque ele broxou. Com certeza, é uma preocupação da parte deles. Mesmo você sendo compreensiva, que homem se imagina deixando na mão uma mulher que ele tanto quis? E o maior medo é o que você vai pensar e falar para amigas, e se os amigos deles souberem."

Scheyla Jaqueline, de Florianópolis