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CAMPANHA CONTRA O CIGARRO
Força para quem quer parar
Pelo menos 200 pessoas de Joinville já conseguiram vencer o vício com a ajuda do Programa de Controle do Tabagismo. Serviço é gratuito e está em 19 unidades de saúde da cidade


Pelo menos 30 das 35 pessoas de Joinville que morreram por causa do câncer de pulmão neste ano na cidade, segundo o Ministério da Saúde, fumavam muito ou tinham a doença diretamente associada ao fumo. Mas um outro número tem sido motivo de alegria para quem trabalha com a prevenção na cidade.

Com a ajuda do Programa de Controle de Tabagismo, coordenado pela Secretaria de Saúde, 212 pessoas conseguiram parar de fumar desde 2005.O programa é oferecido de forma gratuita em 19 unidades de saúde da cidade. Mais de 600 pessoas já iniciaram o tratamento. “Estamos dentro da estatística que prevê o Ministério da Saúde, que diz que o ideal é ter acima dos 30% de casos de sucesso”, diz a coordenadora do projeto, Maria Julia Coimbra. A médica pneumologista explica que é considerado um ex-fumante a pessoa que consegue passar um ano sem o cigarro. “Acompanhamos todos os casos durante um ano. Todos participam de um grupo de apoio, e os médicos é que designam o tipo de tratamento, quais os remédios que pode precisar, ou se o adesivo antinicotina é o suficiente”, afirma.

Hoje, mais de mil profissionais da saúde de Joinville, entre médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos e assistentes sociais, estão capacitados para trabalhar no programa. “A ajuda para parar de fumar é necessária. Por isso, quanto mais gente capacitada, melhor. Apenas 2% a 3% das pessoas conseguem parar sozinhas”, afirma Maria Julia.

O aposentado Arlindo Bento da Rocha, 78 anos, está no programa e há um mês não fuma. Ele teve um enfisema pulmonar e hoje depende de oxigênio para respirar. “O cigarro é o grande responsável pela minha doença”, afirmou. Seu Arlindo diz já sentir a diferença depois que largou o cigarro, não consome mais remédios e participa dos grupos para tentar largar totalmente o vício. “Acho que a pessoa precisa ter força de vontade”, acredita.

Saiba mais

O Instituto de Psicologia Fronteiras Gestálticas e o plano de saúde dos servidores públicos de Joinville (Vitaserv) farão uma campanha no dia 27 – das 9 às 13 horas, na praça Nereu Ramos, no Centro da cidade.

julimar.pivatto@an.com.br 


JULIMAR PIVATTO

 


CAMPANHA CONTRA O CIGARRO
Há três tipos de dependência

Especialistas apontam que o cigarro causa três tipos de dependência em cada pessoa e uma delas está sempre mais evidente. “A principal delas é a nicotina, que causa a dependência química. Depois, tem a psicológica, em que a gente procura descobrir com o que o dependente associa o cigarro (status é um exemplo). Por fim, o comportamental, que é aquele que toma um café e precisa fumar”, explica a médica Maria Julia. Os tipos de medicamento são diferentes também para cada caso. “Pelo menos 40% dos pacientes precisam de medicamento”, comenta.

Na segunda-feira é comemorado o Dia Nacional de Controle do Tabagismo. E o tema deste ano é estudar os aditivos que as empresas estão colocando nos cigarros. “Para diminuir aquela repulsa inicial que o cigarro causa na primeira vez que a pessoa usa, a indústria está usando açúcar, o que diminui também a irritação na garganta”, diz Maria Julia, que participou de um simpósio no Rio de Janeiro que tratou deste tema. “Um fiscal da Anvisa nos informou que hoje a indústria do tabaco compra mais açúcar do que a de chocolate. Além disso, estão investidos nos cigarros mentolados, que dão uma sensação de frescor”, disse também a médica.

Na segunda-feira, a Prefeitura promove o Respira Joinville. Das 9 às 13 horas, profissionais da Saúde estarão orientando a população na praça Nereu Ramos, no Centro, sobre o Programa de Controle de Tabagismo. Além de informações sobre os malefícios do tabaco, orientações sobre alimentação saudável, exames de pressão arterial, glicemia, oximetria e teste para medir a dependência física causada pela nicotina, o programa de controle do tabagismo também levará para a praça o pulmão de uma pessoa fumante. “A intenção é chocar mesmo, fazer com que os fumantes vejam o quanto o cigarro lhe faz mal”, disse Karina Pereira, que é psicóloga do programa.


 


HOSPITAL REGIONAL
Mais cirurgias neste sábado
Mutirão pretende operar 20 pacientes joinvilenses com problemas de hérnia

O Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, vai dar continuidade nas cirurgias programadas no mutirão do governo do Estado. A cidade começou a fazer este tipo de procedimento há cerca de 15 dias, sendo a primeira cidade de Santa Catarina a promover as cirurgias eletivas. Serão feitas 20 operações para retirada de hérnia. As primeiras começam às 7 horas de sábado.

Segundo o diretor do hospital Renato Castro, cada procedimento deve durar entre uma hora e meia e duas horas. “Assim como ocorreu no último mutirão, quando realizamos as cirurgias de vesícula, o objeto é liberar o paciente operado pela manhã já no final do dia”, garante.

Castro explica que os contatos telefônicos com as pessoas na fila de espera começaram há duas semanas e que neste mutirão o hospital não encontrou dificuldades em localizar os pacientes. Porém, o diretor lembra que para haver agilidade durante o processo de contato, é necessário que as pessoas mantenham os telefones atualizados.

A expectativa do Hospital Regional é de fazer 191 cirurgias até dezembro. No dia 10 de setembro, a unidade deve fazer mais um mutirão, atendendo as especialidades de cirurgia geral ou urologia. O mutirão de cirurgias eletivas da Secretaria Estadual de Saúde vai custar R$ 20 milhões e pretende fazer 22,6 mil procedimentos até o fim de 2012 em Santa Catarina. Em Joinville, a previsão é fazer 2.338 cirurgias no período.

Na semana passada, o secretário de Estado da Saúde Dalmo Claro de Oliveira participou de uma reunião para esclarecer dúvidas de médicos de Joinville sobre o mutirão de cirurgias eletivas e os critérios do programa. Segundo ele, o atendimento vai obedecer à ordem de inscrição feita nos municípios.

 


SIBUTRAMINA
Anvisa volta atrás sobre veto

Após seis meses de debate com a indústria farmacêutica e médicos, a equipe de técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou atrás e decidiu recomendar a manutenção da sibutramina, remédio usado para emagrecimento, no mercado. A agência manteve, no entanto, a decisão de indicar a proibição de drogas inibidoras de apetite: dietilpropiona, femproporex e mazindol. A pressão da indústria e de médicos se concentrou em garantir a manutenção da sibutramina, deixando de lado os demais emagrecedores.

O documento sugere que a sibutramina continue no mercado, desde que respeitadas algumas condições: a droga não pode ser prescrita por um período superior a 60 dias, o paciente tem de assinar um documento em que mostra estar ciente de todos os riscos causados pela droga, e a receita é submetida a um rígido controle.

O relatório será apresentado a diretores da agência, a quem caberá decidir, até o fim do mês, o destino dos inibidores de apetite. Pela praxe, a diretoria colegiada segue a recomendação do relatório.

Ontem, integrantes da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) ficaram ao mesmo tempo surpresos e indignados com documento dos técnicos da Anvisa.“Pensávamos que iríamos colocar uma pá de cal nessa discussão e tirar de uma vez por todas esses medicamentos do mercado”, afirmou um dos presentes.

Durante a reunião de ontem, a equipe da Anvisa foi questionada sobre as razões da mudança de postura em relação aos emagrecedores. No início do ano, o mesmo grupo era favorável à retirada desses remédios. O argumento era de que os riscos superavam os benefícios desses remédios. A convicção foi mantida mesmo depois das duas audiências públicas para ouvir especialistas e sociedade.

 

  

 


Por quê?
Na manhã de hoje, o pessoal do Conselho Municipal de Saúde vai perguntar no Hospital Regional de Joinville por que estão faltando médicos.

 


Os médicos de SC irão eleger hoje a nova diretoria da Associação Catarinense de Medicina, a mais antiga representação da classe no Estado, com 74 anos de atividades. O pleito será em chapa única, com o urologista Aguinel Bastian Junior como candidato à presidência no triênio 2011-2014. Também serão escolhidos os novos vice-distritais da ACM nas regiões Sul, Planalto, Norte, Vale do Itajaí, Centro-oeste e Extremo-oeste, assim como os presidentes das regionais e dos delegados junto à Associação Médica Brasileira.

 


Visor-Rafel Martini


METADE FOI
Subiu de 77 para cem o número de hospitais que aderiram ao mutirão das cirurgias eletivas, o que representa metade das instituições hospitalares de SC. O secretário Dalmo Claro de Oliveira, que está em Brasília tentando captar mais dinheiro, garante que o governo já dispõe de R$ 20 milhões para a realização de 22,6 mil cirurgias

 

 Geral

PLANOS DE SAÚDE
ANS quer mostrar a qualificação

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) obrigará as operadoras de plano de saúde a divulgar a qualificação dos médicos, hospitais, laboratórios e demais prestadores de serviço de sua rede credenciada. A ideia é dar ao usuário ferramentas para comparar planos e empresas. Segundo o diretor do órgão, Bruno Sobral, a operadora terá de informar, por exemplo, quais hospitais de sua rede já passaram por programas de qualidade e quais médicos possuem título de especialista concedido pela Associação Médica Brasileira (AMB). A resolução deve ser publicada hoje.

Um comitê será criado para determinar quais serão os critérios de avaliação. No caso dos hospitais, um dos itens considerado será a participação no Programa de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar (Qualiss). Os hospitais incluídos no Qualiss terão de informar dados como taxa de infecção hospitalar.

 

 


NOTA
Hospital sem tomógrafo

BALNEÁRIO CAMBORIÚ - Está previsto para voltar a funcionar até amanhã o aparelho de tomografia do Hospital Santa Inês, estragado desde sexta-feira. Os pacientes estão sendo encaminhados para o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí. Por dia, são feitos 20 exames no equipamento. Segundo o diretor geral do hospital, Eroni Foresti, o tomógrafo tem 20 anos de uso e, para substitui-lo, seriam necessários R$ 700 mil

 

 

 

Projeto piloto do Ministério da Saúde é implantado em Antônio Carlos
QualiDia foi apresentado nesta quarta-feira (24) e pretende expandir ações para o cuidado da diabetes
 
Antônio Carlos 



Pouco mais de 220 habitantes de Antônio Carlos são diabéticos. Apesar da pequena fatia dos moradores serem portadores da doença, o município é um dos três do Estado escolhidos pelo Ministério da Saúde para implantação do programa piloto QualiDia - Educação em saúde para auto-cuidado, avaliação contínua e qualidade da atenção da diabetes.

No primeiro ano, somente nove cidades de três estados brasileiros têm a oportunidade de fortalecer e expandir as ações do SUS (Sistema Único de Saúde) para o cuidado da diabetes. Conforme a enfermeira do posto de saúde de Antônio Carlos e responsável pelo programa, Maria Aparecida Fraga Rosa, o objetivo é incentivar o auto-cuidado e orientar os doentes.

“A diabetes é uma doença crônica não transmissível, se não cuidada pode acarretar em consequências e complicações na saúde do portador”, explica Maria. Conforme a enfermeira, o programa tem a duração de um ano e táticas para a capacitação da ESF (Estratégia da Saúde da Família) serão traçadas, pois é a equipe que tem o primeiro contato com o portador.

Em Antônio Carlos, 100% da população é atendida pelas três equipes da ESF, um dos motivos pelo qual a cidade foi escolhida pelo órgão nacional. Representante do Ministério da Saúde, Marta Barreto, afirma que o sistema de saúde do município é organizado e servirá de modelo para outras cidades.

“Queremos implantar uma nova estratégia de trabalho e vamos investir em três oficinas nos meses de outubro, dezembro e abril às equipes”, ressalta Marta. Em Santa Catarina, cidades de grande, médio e pequeno porte, como Florianópolis, Tijucas e Antônio Carlos são participantes.

Doença controlada

A diabetes de Rosenei Maria Schmitt Shwartz, 48, foi descoberta há cinco anos. Moradora do interior de Antônio Carlos, da localidade do Egito, ela procurou o posto de saúde depois de um mal estar e pressão alta. “Os exames diagnosticaram a doença e precisei tomar alguns cuidados com a alimentação e ingerir medicamentos”, destaca.

A alimentação de Altaide Silva, 44, também precisou ser modificada depois da descoberta da doença, há oito anos. “Eu tomava muita água e o médico achou estranho. Fiz alguns exames e, agora, tomo remédio diariamente”, ressalta. Com a doença diagnosticada cedo, Silva consegue ter uma vida normal.

Sintomas e consequências

-Sintomas: emagrecimento precoce, sede excessiva, pressão alta, mal estar

-Consequências: se não controlada a diabetes pode causar problemas renais, intestinais, de visão e até amputação de membros causado por trombose

 


Direção do hospital Regional, em Joinville, fecha dez vagas na UTI

Pacientes novos em estado grave só serão atendidos no pronto-socorro.Em casos extremos, poderão ser transferidos a outros hospitais

 

UTI vai funcionar com metade de sua capacidade no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt

Leitos fechados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e anúncio de contratações para o pronto-socorro. A situação no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt oscila. De um lado, “soluções emergenciais” se apresentam. De outro, o quadro se agrava. Nove dos 20 leitos da UTI estão fechados, por falta de enfermeiros. Ainda na quarta-feira (24), o décimo leito seria desativado, por tempo indeterminado, tão logo o paciente recebesse alta. Para o fim de semana, médicos clínicos não devem atuar no plantão da emergência. “Estamos perto do caos”, diz a sobrinha de uma paciente internada na UTI.

De acordo com o diretor-geral do hospital, Renato Castro, “o secretário de Estado da Saúde [Dalmo Claro de Oliveira] conseguiu convencer o governador [Raimundo Colombo] a contratar oito médicos clínicos, quatro médicos cirurgiões, quatro enfermeiros e 15 técnicos de enfermagem para trabalhar somente na emergência. Esta é a grande notícia que estava ávido em receber”, comentou ontem, ao informar que os profissionais serão chamados na próxima semana e terão 30 dias para se apresentar, com possibilidade de prorrogar a contratação em mais um mês. Ou seja, se tudo correr bem, no máximo até outubro devem assumir.

Apesar da notícia animadora para o pronto-socorro, as possíveis contratações não amenizam o problema da UTI. A razão para a interdição feita pela própria direção é a falta de enfermeiros. De 12 que trabalhavam na UTI, há apenas cinco. “Reduziu bastante o número de funcionários”, diz uma enfermeira. A redução estaria relacionada a pedidos de demissão, mudança de cidade, contratos seletivos e até licença de saúde.

Transferências podem acontecer

O diretor Renato Castro espera que no máximo em 30 dias a situação na UTI esteja resolvida, desde que sejam contratados os profissionais necessários. Até lá, com os dez leitos fechados e outros dez ocupados, pacientes em estado grave que forem levados ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt só serão atendidos no pronto-socorro. Em casos extremos, os pacientes poderão ser transferidos a outros hospitais, como o já sobrecarregado Hospital São José.

Para agravar mais a situação, no próximo fim de semana – do mesmo modo que no anterior – deve faltar médicos no plantão, o que pode elevar a necessidade de transferir pacientes para o PA Leste, do Aventureiro, pela proximidade com o hospital. No sábado, quando houve falta de médicos, foram recebidos 159 pacientes no PA Leste, no domingo, 121, e na segunda (22), 223, número considerado normal. No PA Sul, o movimento manteve-se praticamente o mesmo. Mas a Secretaria de Saúde afirma que não será estranho o aumento repentino de atendimentos por conta de problemas no Regional. “Isso ocorre há tempos”, diz um servidor.

Conforme o diretor-clínico do Regional, Hercílio Fronza, por problema de escala é inevitável o hospital ficar sem clínicos em determinados horários. “No fim de semana, o movimento cai. Então, é melhor o médico estar disponível durante a semana. Há deficiência de médicos clínicos no pronto-socorro”, completa o diretor Renato Castro.“Agora que arrumaram a UTI, faltam médicos”, comenta Osnildo Firmo, 59, cuja mãe está internada há mais de um mês na UTI. “Como vão ficar os coitados que vão precisar de atendimento?”, pergunta sua tia Maria Ribeiro, 61, ao completar que o atendimento “é ótimo, pena que faltam médicos.”

Mais um mutirão confirmado para sábado

Mesmo com as deficiências, no próximo sábado o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt realiza sua segunda etapa no Mutirão Estadual de Cirurgias Eletivas. Desta vez, serão realizadas 20 cirurgias de hérnia umbilical e ingnal. Os pacientes já confirmaram as cirurgias, ou seja, não acontecerá o mesmo problema da primeira etapa, quando estavam previstos 15 e foram realizados apenas oito procedimentos.

 


# Segundo relatou a presidente da Associação Catarinense de Medicina, Márcia Regina Ghellar, para participar do mutirão de cirurgias deve haver um incentivo financeiro. O objetivo, ela deixa claro, é dar assistência, mas com remuneração e trabalho decentes.