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PÓLIO E SARAMPO
Joinville ainda não atingiu metas de vacinação

Mais de oito mil crianças ainda precisam receber a segunda dose contra a paralisia infantil para Joinville alcançar o índice de 34. 527 vacinados. Já o número de crianças que receberam a vacina tríplice viral (sarampo) soma 63% da meta. O total de crianças entre um a seis anos de idade é de 41.359 e a cidade terá de atingir o índice até 16 de setembro, data do fim da campanha.

 

SAÚDE PÚBLICA
A longa espera por cirurgia
Paciente com a perna quebrada aguarda sete dias por cirurgia nos corredores do São José

Hoje faz sete dias que a vítima de um acidente de trânsito aguarda por cirurgia no corredor do Hospital Municipal São José, ao lado de outros pacientes. Nelson da Cruz, 52 anos, quebrou a perna após ser atingido por um carro, na sexta-feira passada, quando voltava do trabalho de mobilete. Nelson aguarda a cirurgia para corrigir a fratura no fêmur.

“O médico disse que o meu padrasto corre o risco de ficar com sequelas se não for operado, mas diz que tem outras pessoas na frente e que a cirurgia pode demorar até 30 dias”, diz Marcelo Alves.

Segundo a família, assim que deu entrada no pronto-socorro do São José, Nelson chegou a ficar quase cinco horas num quarto. Depois, por falta de leito, foi para maca no corredor do hospital, onde permanece à espera da cirurgia. “Sem cirurgia, o médico já disse que ele pode ficar manco ou ter um problema ainda mais grave”, diz a esposa de Marcelo, Vanessa.

A assessoria de imprensa do São José disse, ontem à noite, que há casos mais urgentes na fila esperando por uma cirurgia ortopédica. E que assim como Nelson, outros pacientes são mantidos na unidade de saúde porque são casos de emergência e que se forem liberados para irem para casa entrarão na fila das cirurgias eletivas. Nesse caso, segundo o hospital, a espera poderá ser ainda maior.

O hospital admite a falta de leitos para acomodar todos os pacientes, principalmente as vítimas de acidentes. Ontem à noite, faltavam 33 leitos e os pacientes tiveram de esperar no corredor. A situação só será resolvida, conforme a assessoria, com a finalização das obras do quarto andar do prédio.

 

 

 

VISOR | RAFAEL MARTINIO

MAU EXEMPLO DO CONSELHO DE MEDICINA 

Sequer os pais de Iara Penteado (foto), uma das vítimas, tiveram acesso, quarta. Tiveram de ficar três horas na rua.

O argumento do sigilo é que cabe recurso no Conselho Federal. Não se discute o direito à ampla defesa, uma garantia constitucional. Já a sonegação de informação tem cara do bom e velho corporativismo. 

 

Geral

 

DOENÇAS CRÔNICAS
Plano para reduzir as mortes

O governo federal lançou ontem um plano que pretende reduzir a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no prazo de 10 anos.

Segundo dados de 2009 do Ministério da Saúde, as mortes por estas doenças – circulatórias, respiratórias, câncer e diabetes – representam cerca de 72% dos óbitos no país. A meta do governo é reduzir em 2% ao ano a taxa da chamada mortalidade prematura (até os 70 anos) por estas doenças.

O plano será centrado nas doenças cujos fatores de risco são modificáveis, como tabagismo, álcool, alimentação não saudável, obesidade e sedentarismo. Ao incluir álcool e tabaco como fatores de risco, o governo pretende fazer o fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool, com o objetivo de reduzir o consumo. Com o tabaco isso já foi feito.

 

Brasília

 

MUTIRÃO DAS CIRURGIAS
Reunião para resolver impasse
Novo encontro entre entidades médicas e o secretário de Saúde foi marcado para a semana que vem

As lideranças médicas de Santa Catarina esperam superar, na semana que vem, o impasse que envolve o mutirão de cirurgias eletivas proposto pelo governo do Estado.

A principal reclamação deles diz respeito à remuneração extra que o órgão pretende pagar para a rede hospitalar: R$ 10 mil para cada 50 cirurgias, o que corresponde a R$ 200 por procedimento, que deve ser dividido entre a casa de saúde e o médico.

Ontem, em reunião com o secretário do Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, o Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (Cosemsc) também cobrou do governo o fato de não terem sido chamados para discutir o assunto e negociar valores.


Remuneração não incluída no planejamento

Segundo o secretário, a remuneração não foi incluída no planejamento porque o acerto ficaria a cargo dos hospitais participantes do mutirão.

– Sabemos que o valor pago pelo SUS é insuficiente e, por isso, fizemos o prêmio para atrair os hospitais. Mas a forma como as casas de saúde vão distribuir esse valor que estamos oferecendo pode variar entre um caso e outro – justificou Dalmo.

Por isso, uma nova reunião entre ambos foi pré-agendada para segunda-feira, com a presença dos representantes dos hospitais. A intenção é justamente discutir como será distribuído esse dinheiro e, dependendo, tentar negociar um novo valor.

– Nós já deixamos bem claro que para que haja uma adesão ampla da categoria os valores não podem se assemelhar à tabela do SUS. Queremos esclarecer bem este assunto, senão o mutirão corre o risco de não atingir seu objetivo – alerta o presidente do Sindicato dos Médicos, Cyro Soncini. FRANTZ

samia.frantz@horasc.com.br

SÂMIA

 

 


CASO DAS ENDOSCOPIAS
Segue o mistério sobre julgamento
Médico responsável por clínica de Joaçaba continua trabalhando


A decisão do Conselho Regional de Medicina (CRM), na última quarta-feira, sobre a conduta do médico Denis Conci Braga – responsável pela clínica de Joaçaba onde três pacientes morreram após exames de endoscopia em maio do ano passado – continua desconhecida, até mesmo pelos familiares das vítimas. Enquanto isso, ele pode trabalhar, porque cabe recurso.

A justificativa dada pelo RM, para não revelar a decisão, é que o processo ainda está tramitando. O médico poderia sofrer cinco punições (ver quadro). Qualquer que tenha sido a punição, ainda cabe recurso ao Conselho Federal de Medicina, em Brasília.

O CRM alega que as famílias das vítimas não tiveram acesso ao julgamento porque não são parte dele. Foram apenas testemunhas do processo.

O presidente do Conselho Federal, o médico Roberto d’Ávila, que também é conselheiro regional do Estado, explicou que isso é um cuidado, recomendado pela assessoria jurídica da organização. De acordo com ele, se a punição foi a cassação permanente, por exemplo, isso pode ser abrandado pelo Conselho Federal.

– Caso seja divulgado que o registro foi cassado, e depois o conselho federal der uma suspensão durante 30 dias, o médico pode alegar que foi prejudicado – esclareceu.

Até o recurso ser julgado na esfera federal, podem passar entre seis meses a um ano. Durante esse tempo, o profissional pode continuar atuando.

Uma das vítimas foi a adolescente Iara Penteado, 15 anos, que morreu 15 dias após a endoscopia. Os pais dela estiveram na Capital para acompanhar o julgamento.

– Vamos tentar, nem que seja pela Justiça, para conseguir o resultado. Esperamos que ele tenha o registro cassado – afirmou Emerson Penteado.

Conci ainda pode responder por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) e lesão corporal culposa. A denúncia ainda não foi oferecida pelo Ministério Público à Justiça.

 

Penas possíveis

ADVERTÊNCIA CONFIDENCIAL

Aplica-se em casos de atrasos para chegada ao trabalho, emissão de receita por telefone, letra ilegível em receita, discordância entre médicos.

CENSURA CONFIDENCIAL
Aplica-se no caso de reincidência
da punição A.
CENSURA PÚBLICA
(
PUBLICAÇÃO EM JORNAIS)
Aplica-se em casos de negligência, imperícia ou imprudência, cobranças por procedimentos do SUS, atuação sem formação ou sem especialização que resultou em erro, divulgações e realização de técnicas não confirmadas cientificamente, propaganda enganosa.

SUSPENSÃO POR 30 DIAS
Aplica-se em casos de reincidência
da punição C.

CASSAÇÃO
Aplica-se em casos muito graves,
como aborto, pedofilia, procedimentos
errados ou sem formação que resultaram em lesão grave aos pacientes,
má prática médica.

 

 

 

- A Grande Florianópolis vive, há anos, uma grave crise na assistência médico-hospitalar. Hospitais públicos lotados, emergências em estado lamentável e obras intermináveis. Há outra situação mais grave. No Hospital Celso Ramos há 90 leitos desativados. Por falta de pessoal, segundo o secretário Dalmo de Oliveira. No Infantil, outros 60 leitos parados, informaram as entidades médicas na primeira reunião, ontem, com o secretário.

 

 


Mutirão (1)
Secretário da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, confirmou ao governador que há necessidade de alguns ajustes para cumprir a meta de 22,6 mil cirurgias até 2012. Entre eles, reavaliar os valores propostos como premiação aos profissionais que atuam na área e que soltaram o verbo contra o mutirão anunciado pelo governo.

Raimundo Colombo lhe deu respaldo ao saber que a maioria dos hospitais, 77 até o momento, aderiu à proposta. Também pediu firmeza ao secretário.


Mutirão (2)

A sociedade aguarda ansiosa pelas cirurgias.

Mesmo assim, Dalmo ainda tem trabalho, na próxima segunda-feira, quando receberá o presidente da Federação dos Hospitais de Santa Catarina, representantes da Associação dos Hospitais e da Associação Catarinense de Medicina, do Sindicato dos Médicos e do Conselho Regional de Medicina para discutir como aprimorar o programa. Não seria mais fácil ter feito isso antes.

 

 
EDITORIAIS

A fila dos padecentes

A informação de que o Ministério da Saúde cortou 50% das cirurgias eletivas a cargo do Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina, mais do que chocante, é revoltante. Segundo revelou o secretário estadual da Saúde, Dalmo Oliveira, à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, os 12 mil procedimentos cirúrgicos autorizados em 2010 foram reduzidos para 6 mil este ano sem maiores explicações. A quota já foi esgotada.

Se a situação não for revertida, significa que milhares de catarinenses segurados do SUS e que dele dependem, exclusivamente, para ter acesso aos serviços de saúde, continuarão sofrendo em intermináveis filas de espera. Há casos de pacientes que aguardam há mais de cinco anos por cirurgias de hérnia, amígdalas, catarata e outros procedimentos de média complexidade.

Nenhuma explicação foi dada pelo governo federal para justificar a infeliz medida, que também atinge em cheio o programa da administração estadual de realizar um mutirão para atender 22,6 mil padecentes cidadãos catarinenses cujos males se agravam enquanto a espera se arrasta.

Apesar de alguns equívocos no lançamento e ser de complicada execução, o “mutirão cirúrgico” catarinense já tem a adesão de 77 hospitais espalhados pelo Estado e já recebeu listas de pacientes à espera em 157 dos 293 municípios. Agora, apesar do “desserviço” do ministério, impõe-se levá-lo à frente.

Há que concordar com o jornalista Moacir Pereira. Em sua coluna, publicada na nossa edição de ontem (18/08), ele concluiu que ou o Ministério da Saúde está completamente desinformado sobre a realidade da saúde pública no Estado ou Santa Catarina continua a ser discriminada pelo Planalto, e não apenas no que respeita à infraestrutura viária e transferências de recursos a outras áreas vitais. Com efeito, isso tudo dá o que pensar...

 

 


 

Médicos e governo esperam superar impasse do mutirão de cirurgias 

 O Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (Cosemesc) esteve reunido nesta quinta-feira (18) com o secretário estadual de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira. Na pauta além de temas relacionados ao Samu, a situação dos hospitais e judicialização da medicina, foi realizada a primeira conversa com os representantes médicos sobre o mutirão de cirurgias.

 O secretário explicou aos representantes dos médicos a forma de ação do mutirão de cirurgias e informou que a remuneração da categoria não foi incluída no planejamento porque o acerto ficaria a cargo dos hospitais que irão participar do mutirão.

 “A remuneração para a atividade é devida e reconhecemos que o valor SUS é aviltante em alguns casos. Por isso, fizemos o prêmio para os hospitais. Não nos ocorreu buscar a negociação porque temos muitas diversidades Estado afora. São hospitais municipais, estaduais e filantrópicos e caberia a eles realizar este acerto com os médicos”, justificou Dalmo.

 Por entenderem que o acerto para que o mutirão possa se realizar dentro do projeto do governo catarinense, os representantes das entidades e o secretário de Saúde agendaram para segunda-feira (22) uma reunião com os representantes dos hospitais. No entendimento do presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc), Cyro Soncini, é preciso agilizar a negociação para que haja interesse dos profissionais em participar do mutirão.

 “Não vamos mais entrar no mérito do que foi feito e se foi certo ou errado. Precisamos chegar a um consenso para que os médicos tenham interesse em realizar estas cirurgias para evitar a frustração de algo que é importante para a população. Queremos poder dizer aos médicos que participem do mutirão, mas por valores de remuneração adequados. Se isso não acontecer o mutirão corre risco de não atingir seu objetivo”, explicou.

 A presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Márcia Ghellar, espera que seja possível que os valores de remuneração dos médicos seja acertado com os representantes das unidades hospitalares. “O secretário tem consciência de que a tabela do SUS é baixa e que é importante que todos os envolvidos no processo façam esse acerto”.

 O vice-presidente do Simesc, Vânio Lisboa, e a diretora de Relações Intersindicais, Maria Cristina da Costa Fortuna, também participaram da reunião no gabinete do secretário de Saúde. Uma reunião entre o Cosemesc, os representantes dos hospitais e o secretário Dalmo Claro de Oliveira está pré-agendada para segunda-feira (22), às 18 horas, no gabinete do secretário.

 Em Lages, o secretário municipal de Saúde, Juliano Polese, reúne-se hoje, às 9 horas, na sede da secretaria, com secretários de saúde dos municípios da região, além de representantes dos hospitais, para discutir o assunto.

 

A postura do Conselho Regional de Medicina (CRM) de não divulgar a decisão do julgamento do médico Denis Conci Braga, de Joaçaba, pode até ser legal. Mas soa como imoral. Braga é o responsável pela clínica onde três pacientes morreram após exames de endoscopia.

 

 

 

Reação

“O secretário Dalmo de Oliveira está informando mal o governador. Ele acha que administrar o Estado é igual a administrar a Unimed,” reagiu o secretário de saúde de Florianópolis João Cândido contrário a informação de que problemas com o mutirão de cirurgias estavam concentrados na Capital. “Isso não é verdade. O Conselho dos Secretários Municipais de Saúde vai se posicionar. Em todo o Estado há problemas. Somos a favor do mutirão, mas não foi pactuado com os municípios, hospitais e médicos. A lista tem que ficar às claras. Fizeram politicagem ao passar para as SDRs,” continuo Cândido reforçando que é amigo do governador.