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NÃO À MAMADEIRA
Dá para melhorar em Joinville
Maternidade adota campanha para fazer crescer índices de aleitamento na cidade

Começou ontem a Semana do Aleitamento Materno, período em que as atenções se voltam para este ato de amor e, sobretudo, de proteção. Em Joinville, na Maternidade Darcy Vargas, a semana será marcada por uma série de atividades (veja quadro nesta página). Tudo para reforçar que bebês devem ser amamentados no peito até os seis meses de vida, para que tenham bom desenvolvimento físico e intelectual. Mas, segundo a última pesquisa feita na cidade, em 2005, o número de mães que seguem a regra não é maioria: 43,7%.

“O número está acima da média nacional, que em 2008 chegou a 41%, mas ainda assim está muito abaixo do ideal. Conforme a Organização Mundial de Saúde, o índice deveria ser de 90%”, ressalta a coordenadora do banco de leite da Darcy Vargas, Maria Beatriz Reinert do Nascimento.

Segundo a pediatra, é difícil quantificar os reflexos disto aos bebês, principalmente porque outros fatores contribuem para que as taxas de mortalidade no município sejam muito baixas em relação aos índices nacionais. Mas estima-se que a cada dois anos, a vida de uma criança seja perdida por causa da amamentação insuficiente. Número que ajuda a alimentar outra triste estatística: no País, 1,5 milhão de crianças morrem todos os anos por não serem adequadamente amamentadas (dado do Ministério da Saúde).

Até os quatro meses de vida, período em que a maioria das mães tem de licença-maternidade, o número de joinvilenses que mantém a amamentação exclusiva dos filhos sobe para 53%. “E a tendência é de que o número aumente, já que muitas empresas ampliaram o período da licença. Ainda assim, o índice está aquém do esperado”, diz a especialista.

Luana Melina Fagundes, 25 anos, promete ajudar a melhorar a estatística. Ela teve o primeiro filho há dois dias e diz seguir à risca as orientações que buscou no banco de leite. “No começo, estava tendo um pouco de dificuldade, por ser mãe de primeira viagem. Mas agora ele está mamando de três em três horas, e já começou a ganhar peso”, diz a mãe, enquanto amamenta o pequeno Vinícius.

 


NÃO À MAMADEIRA
Estoque de leite em baixa

O que também está muito abaixo do necessário em Joinville é o estoque de leite no banco da Maternidade Darcy Vargas. Principalmente neste período de férias. “O estoque cai muito. Uma explicação são as viagens, ou até mesmo os outros filhos, que, por não estarem na escola, demandam mais atenção da mãe”, explica a coordenadora do banco, Maria Beatriz Reinert do Nascimento.

Por isso, a Semana do Aleitamento é um período também de convocar mães para a doação de leite. Hoje, o banco capta em média cem litros de leite por dia. Mas, segundo Maria Beatriz, seria necessário pelo menos dobrar o número para atender à demanda da maternidade e dos demais hospitais da cidade.

Quando os estoques estão baixos – como agora, –, a prioridade é atender aos bebês da UTI neonatal, que ficam longos períodos internados. Estes bebês são os que mais dependem das doações. “Muitas mães não têm produção efetiva de leite neste período marcado por estresse. E como precisam retirar o leite manualmente, também reduz a estimulação para a produção”, explica.

 

 

 

REGIONAL DE SÃO JOSÉ
Manifestação por mais segurança
Funcionários do hospital param por uma hora em protesto, um dia após seis deles serem agredidos por uma acompanhante

Funcionários da emergência do Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, pararam ontem por uma hora, pedindo segurança no local, que há mais de um mês deixou de ter policiamento. O protesto foi feito um dia depois que seis servidores foram agredidos pela acompanhante de um paciente.

Com o lábio machucado e uma marca roxa na testa, a técnica de enfermagem Juliana Boll, 27 anos, exibia o jaleco rasgado por Deise Urbano da Silva, 18 anos. A funcionária estava de plantão no domingo, quando Deise exigiu que a colega machucada fosse atendida em cinco minutos, ou quebraria o hospital.

– Eu estava na sala de medicação, ela chegou, me jogou água, puxou meu jaleco – relembrou Juliana.

A técnica disse ter sido ameaçada por Deise, que tem seis passagens na polícia por agressão, desacato e furto.

– Ela disse que o meu rosto está marcado. Estou com medo de voltar a trabalhar na emergência.

A técnica em enfermagem Regina da Silva Coelho – uma das que tentaram segurar a mulher – levou um chute no estômago. Para ela, se houvesse um policial no momento, seria mais fácil controlar a agressora. A maioria dos funcionários da emergência é mulher. No momento da agressão, elas estavam em quatro e chamaram dois colegas. Um deles, o enfermeiro Artur Henrique Leimann, levou uma mordida no braço ao tentar controlar Deise.

Os funcionários sentem-se desprotegidos. Há menos de dois meses, um paciente agrediu dois funcionários.

– Aqui chega de tudo: traficantes, baleados. Agressões verbais e empurrõezinhos são rotina. Se nada for feito, teremos situações piores. Quando trabalhava no Hospital Florianópolis, tive uma arma apontada para minha testa – disse o técnico em enfermagem Sátiro Torquato, que ajudou a conter a agressora no domingo.

Superlotação irrita quem espera pelo atendimento

Nada justifica a violência, mas pacientes do Regional – como Angélica da Silva, 17 anos – dizem ter, sim, motivos para ficar muito irritados. Ontem, ela estava muito mais incomodada com o atendimento precário do que com a falta de segurança. Com uma alergia na perna e de licença no trabalho, tenta atendimento desde sexta-feira. A jovem, que mora em Palhoça, chegou às 9h30min e até meio-dia, não tinha sido atendida:

– A gente chega aqui, demora para ser atendido, o médico trata mal, não explica o que a gente tem. Tem que perder a paciência mesmo.

julia.antunes@diario.com.br

JÚLIA ANTUNES LORENÇO | São José

 


DIREITOS DOS BEBÊS
Ministério lança cartilha

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançou ontem no Rio de Janeiro a campanha da Semana Mundial de Amamentação.

Acompanhado da atriz Juliana Paes, madrinha da campanha este ano, ele apresentou o Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê.

O guia é uma cartilha que informa como garantir os direitos das mães e dos recém-nascidos.

– A ideia é que todas as gestantes do Brasil, as famílias, saibam dos direitos que têm desde o pré-natal, passando pela assistência ao parto, o desenvolvimento e crescimento da criança até os dois anos de idade – afirmou o ministro.

A publicação tem ilustrações do cartunista Ziraldo. O guia destaca os benefícios do aleitamento materno para a saúde dos bebês. A semana da amamentação é comemorada anualmente e este ano irá até o dia 7.

 Rio de JaneiroMeta é chegar a 80%

- Segundo o Ministério da Saúde, amamentar é a forma mais eficaz para a redução da mortalidade infantil, além de proteger a criança de inúmeras doenças.
- Atualmente, apenas 41% dos bebês menores de seis meses no país são alimentados exclusivamente com leite materno, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A taxa é semelhante à média mundial, calculada pela Organização Mundial da Saúde em menos de 40%, mas é bem abaixo do percentual ideal definido pela organização – entre 90% e 100% das crianças nessa faixa etária.
- A meta é chegar a 80%.

 
REPASSE PARA O CEPON
Verba de R$ 1,7 mi na luta contra o câncer

O governador Raimundo Colombo e o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, assinam, às 10h30min de hoje, no Complexo do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), na Capital a autorização para a celebração do 10º termo aditivo ao contrato de gestão no valor de R$ 1,7milhão.

Os recursos serão divididos em quatro parcelas de R$ 425 mil, destinados à ativação das unidades de internação (Hospital-Dia e Pronto Atendimento).

Desde 2005, o Cepon atua nas áreas de quimioterapia, radioterapia e oncologia clínica. Cerca de 3 mil pessoas, com todos os tipos de câncer, são atendidas no local, que é administrado pela Fundação de Apoio ao Hemosc-Cepon.

A construção para o setor de internação, com 19 quartos em cada um dos dois andares, está pronta há mais de um ano. Mas a verba era aguardada para a compra dos equipamentos necessários para que a área começasse a funcionar.

Conforme o secretário de Estado da Saúde informou ao DC semana passada, a outra parte do Complexo, com a UTI e o centro cirúrgico, deve estar concluída no ano que vem. Para concluir todo o complexo, são necessários R$15 milhões.

 


INFÂNCIA
Ministério lança a campanha de amamentação 2011

RIO DE JANEIRO - Com o tema Apoie a mulher que amamenta, seja um amigo do peito, o Ministério da Saúde lançou ontem a Campanha Nacional de Amamentação 2011. Durante o evento, que marcou a abertura da Semana Mundial de Amamentação, também foi lançado o Guia dos Direitos da Gestante, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Para a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, a sociedade brasileira precisa apoiar mais as mães:

– Muitas mulheres ainda sofrem preconceito ao amamentar em público. É um ato que deve gerar solidariedade, não discriminação.

No Brasil, o índice de crianças de até seis meses que se alimentam exclusivamente de leite materno está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Enquanto o considerado ideal está entre 90% e 100%, no País são apenas 41%.

– Queremos chegar, sim, a 80% do aleitamento materno exclusivo e precisamos de um conjunto de ações para isso. Não depende só do governo, mas das próprias famílias e também das empresas – disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Para o presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP), Luciano Borges, uma das soluções está na lei de 2008, regulamentada em 2010, que aumentou de quatro para seis meses a licença maternidade. A adesão, no entanto, é facultativa. Entre janeiro e dezembro de 2010, 10.518 empresas se comprometeram a conceder os 60 dias adicionais.

Somente Acre e Maranhão, de acordo com a SBP, ainda não concederam os seis meses às servidoras públicas estaduais.

O ideal, segundo a OMS, é o aleitamento materno até dois anos ou mais, com a adição de outros alimentos saudáveis a partir dos seis meses.

– O aleitamento é bom para mãe e bebê. Nas crianças, previne contra doenças infecciosas e crônicas, como obesidade e hipertensão. Nas mulheres, provoca redução rápida de sangramento e anemia, além diminuir o risco de câncer de mama e ovário – explica Borges.

 

 Vacinação contra hepatite B é ampliada

BRASÍLIA - A faixa etária alvo da vacinação contra a hepatite B será ampliada dos 24 anos para 29 a partir do próximo ano pelo governo federal. A modificação deve atingir maior número de gestantes, principalmente. A hepatite B pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez.

 

 

 

Medo Toma conta do Regional

Violência- Agressões a médicos e enfermeiros deixam funcionários apreensivos

São José- A agressão que Juliana Boll, 27 anos, técnica de enfermagem do Hospital Regional de São José Homero de Miranda Gomes, sofreu de uma paciente no último domingo (31) não será esquecida tão fácil. Traumatizada, ela e outros funcionários fizeram uma manifestação em frente à emergência na manhã desta segunda-feira pedindo policiamento e mais segurança no local.

Um policial militar fazia rondas em todo o hospital, o que oferecia uma sensação de segurança aos funcionários, mas há poucas semanas o profissional foi deslocado.


Três casos foram registrados em 90 dias

Em 90 dias esta foi à terceira agressão registrada no estabelecimento por pacientes que aguardam atendimento na emergência. Sátiro Torquart, também técnico de enfermagem, lembra que há pouco mais de dois meses foi agredido por uma paciente com uma muleta

 

 Coluna Ponto Final - Colunista Carlos Damião

Selvageria

Atos de violência contra servidores públicos não se justificam sob qualquer hipótese, ainda que o atendimento em locais como o Hospital Regional de São José não seja lá essas coisas. Os funcionários pagam pela precariedade dos serviços. Eles não são culpados. O problema é do sistema e isso não é de hoje. A situação apenas se agravou nos últimos oito anos.