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Viver Bem
SAÚDE
BENEFÍCIOS COLATERAIS
O uso de anticoncepcionais para tratamentos de saúde é bastante disseminado e tem o apoio de especialistas

A menstruação irregular não era apenas um incômodo para a estudante Larissa Braga, 20 anos. Há cinco, descobriu que tinha ovário policístico. A solução recomendada pela ginecologista foi o uso de anticoncepcionais. “Comecei com um bem fraco, que não era eficiente e me fazia menstruar dia sim, dia não, muito bizarro. Hoje, um mais forte funciona”, conta.

A história de Larissa ilustra bem o uso do medicamento para outros fins que não o de prevenção da gravidez. Os hormônios femininos presentes na fórmula ajudam muitas adolescentes a conviver melhor com problemas de pele e ciclo menstrual. Alguns medicamentos dão conta até de doenças pouco conhecidas, como a hiperplasia adrenal, que causa excesso de hormônio masculino nas mulheres.

“É preciso cuidar na escolha e na dosagem, porque, para cada mulher, vai existir um tipo melhor. E o uso errado pode, até mesmo, levar a uma gravidez”, explica a endocrinopediatra Ana Cristina de Araújo Bezerra.

De acordo com ela, o período ideal para começar o uso do remédio é após a fase de crescimento, que cessa entre os 15 e 17 anos. “Há casos em que o uso se inicia mais cedo, mas só quando há problemas identificados, que exijam o hormônio”, explica.

A variedade também justifica o cuidado em escolher qual será o mais indicado. Usar o anticoncepcional da amiga pode ser perigoso, dizem os médicos.

Só o médico pode avaliar o melhor para cada paciente

“Não existe uma regra para a escolha do remédio. Há que se analisar o momento da vida da paciente, seu histórico anterior. A Organização Mundial de Saúde (OMS), inclusive, listou os critérios médicos de elegibilidade para o uso de métodos anticoncepcionais”, afirma o ginecologista Jarbas Magalhães, secretário da Comissão de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Segundo o especialista, o benefício trazido pelo uso desses medicamentos é maior do que os eventuais efeitos colaterais. Jarbas ressalta que os anticoncepcionais atenuam a acne, ajudam no controle de peso, diminuem a retenção de líquidos e controlam o ciclo menstrual das adolescentes. As ressalvas vêm em seguida. Exigem atenção as versões com alta dose de progestágenos, hormônios derivados da progesterona. Em excesso, eles podem levar a uma futura osteoporose, já que enfraquecem os ossos. “Os que diminuem massa óssea devem ser indicados com cuidado, para não atrapalhar essas meninas mais na frente. Outros, em excesso, trazem alterações uterinas, mas nada que não cesse com o fim da menstruação”, confirma a endocrinopediatra Ana Cristina.

 

CORREIO BRAZILIENSE

 


SAÚDE
ALTERAÇÕES HORMONAIS

Mulheres que usam o anticoncepcional para não engravidar também podem ter benefícios extras. A estudante Johanne Galvão, 19 anos, procurou o ginecologista com essa intenção e levou de brinde o fim das acnes. A estudante explica que também teve uma melhora no seu ciclo. A despeito da regularidade, ela ficava até sete dias menstruando – e com um fluxo muito intenso.

O dermatologista Maurício Santana orienta a todas as adolescentes que o procuram com problemas como queda de cabelo, acne e oleosidade da pele a procurarem um ginecologista antes de qualquer diagnóstico. Ele explica que, em vários casos, esses são efeitos de alterações hormonais e é a ginecologia quem poderá indicar qual é o melhor tratamento. “O anticoncepcional vai atuar nas causas do problema, que são os hormônios alterados. O dermatologista vai cuidar das consequências, como a acne”, explica.

Descontinuar o uso do remédio, às vezes, é problemático. Larissa Braga conta que, mesmo com seus ovários de volta à normalidade, precisa continuar se medicando para que o problema não retorne. O medicamento tem contraindicação para mulheres com varizes e aumenta o risco de sangramento em algumas pacientes, destaca Ana Cristina de Araújo Bezerra.

Não existe, até o momento, comprovação científica de que o uso de anticoncepcionais tenha de ser interrompido após um ano. “É um mito. A mulher pode tomá-lo sem pausas, desde que o médico fique atento”, garante Jarbas Magalhães. Ele afirma que a escolha do medicamento é baseada em exames físicos detalhados, de modo a detectar tendências de hipertensão, diabetes e sobrepeso.

 


SAÚDE
QUADRIL SEM DOR
Especialistas esclarecem dúvidas sobre prótese e quando ela é necessária

Alívio para 40 mil pessoas a cada ano no Brasil, as próteses de quadril têm se consolidado como a melhor alternativa para quem sofre de artrose severa (desgaste articular) na região – sobretudo idosos. Cerca de 5% da população acima dos 55 anos desenvolve a doença, número expressivo que é influenciado por fatores genéticos, doenças da infância, problemas reumáticos, pós-traumáticos ou relacionados ao formato do quadril. Embora seja um procedimento feito em larga escala no País, ainda não há uma difusão de conhecimento sobre essa cirurgia. Não raro, os pacientes ficam temerosos quando ela é indicada. Afinal, quando a prótese total é necessária?

“No início, o tratamento da artrose pode ser feito com analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia, associados à redução de atividades físicas e de impacto, como subidas de escadas. Para aqueles que não respondem a essas medidas, a cirurgia é proposta e esclarecemos todos os aspectos sobre o procedimento, seus benefícios e limitações”, diz Ricardo Rosito, cirurgião do quadril.

Normalmente, quem chega ao consultório reclama de dores na virilha, nádega e coxa, que se intensificam após atividades mais intensas. Tarefas simples do cotidiano passam a ser difíceis de executar.

O assunto interessa a boa parte da população, já que a fratura de fêmur – uma das maiores motivações para a operação – está entre as dez patologias do aparelho locomotor que consomem 90% dos recursos destinados à ortopedia, segundo o Ministério da Saúde. As mulheres têm 40% mais chances de terem problemas nesta região, em função da osteoporose. Pesquisas apontam que a expectativa de vida pode ser reduzida em 25% devido a estas patologias, que comprometem, antes de tudo, a qualidade de vida dos pacientes.


SAÚDE
BANCO DE OSSOS

Quando a cirurgia é inevitável, chega o momento da escolha da prótese ideal para a situação de cada paciente. Segundo Rosito, é necessário considerar vários fatores, como idade, sexo, tipo de atividade física, hábitos e condições gerais de saúde.

Há quem defenda que o excesso de exercícios físicos contribui para o aparecimento de algum problema no quadril. Sobre isto, não há unanimidade no meio médico. Mas o chefe do Serviço de Cirurgia de Reconstrução do Quadril do Hospital Ortopédico de Passo Fundo, Milton Valdomiro Roos, acredita que possa haver, sim, maior chance entre os que praticam atividades físicas intensas. Ao contrário do que se defende, exercícios como corrida são contraindicados. “O peso corporal, pulos repetitivos, levantamento de pesos de forma repetida, mesmo usando tênis (com amortecedor) são prejudiciais a qualquer articulação, e não apenas às do quadril”, afirma Roos.

Ele coordena uma unidade de bancos de ossos – uma das quatro existentes no País –, importantes para quando há necessidade da troca da prótese e o paciente apresenta deficiência óssea. Em geral, a vida útil de uma prótese é de 15 a 25 anos. Para substitui-la, não raro, há necessidade de enxertos. Para isso, tem de se recorrer a estes bancos, que têm dificuldades para a captação de doadores.

Outra alternativa surgiu da linha de pesquisa liderada pelo professor da pós-graduação em cirurgia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Roberto Galia, que estuda o uso de ossos liofilizados bovinos para suprir a falta de enxertos humanos.

 


SAÚDE
ALERTA PARA IMPLANTES METÁLICOS

As próteses de quadril viraram notícias no meio científico no último mês. Tudo porque a agência do governo americano responsável pelo controle de alimentos e medicamentos – Food and Drug Association (FDA) – emitiu um alerta aos consumidores, afirmando que os implantes que apresentam a junta artificial de metal-metal soltam partículas minúsculas de cromo e cobalto na corrente sanguínea e podem oferecer danos ao organismo.

O presidente da Sociedade Brasileira de Quadril, (SBQ), Luiz Sérgio Marcelino Gomes, destaca que, se espalhados pelo organismo, os resíduos podem provocar uma reação alérgica nos tecidos ao redor do implante, provocando dores, falsos tumores (sem células cancerosas) e até destruição óssea.

“Mulheres em idade fértil não deveriam usá-la pois ainda não se conhece os danos desse material no feto. Quem tem doença renal também pode ter o problema agravado. Apesar da predisposição para liberar partículas metálicas ao redor da prótese, o risco de câncer ainda é investigado”, explica Marcelino.

Em parceria com a SBQ, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou o registro nacional das cirurgias do quadril, para acompanhar a evolução dos pacientes e estabelecer parâmetros confiáveis.

Os implantes de metal-metal não passam de 4% dos casos no País. Os mais usados são à base de polietileno e cerâmica e estão todos regulamentados pela Anvisa e também podem liberar partículas, mas têm ação local e não oferecem riscos ao organismo.

 


SAÚDE
DIMINUINDO OS RISCOS
Médicos são aconselhados a diminuir os pedidos de tomografia

Baseados em estudos recentes – que revelaram que até 2% dos cânceres nos Estados Unidos são resultantes de irradiações da tomografia computadorizada –, médicos brasileiros estão diminuindo os pedidos de tomografia e substituindo o exame por outros que não emitem radiação ionizante, como o ultrassom e a ressonância magnética.

A iniciativa, confirmada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), também está em discussão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que revisa uma portaria de 1995 que regulamentou a radiologia no Brasil. A nova versão do documento vai estabelecer o limite de radiação que os pacientes podem receber.

A razão da mudança é a comprovação de que a radiação ionizante pode causar morte celular, e a probabilidade de câncer é proporcional à dose recebida. Hoje, não há um limite estabelecido de quantos exames uma pessoa pode fazer para estar segura. A orientação é quanto menos, melhor. A preocupação cresceu porque, nos últimos anos, a tomografia passou a ser uma das ferramentas para diagnóstico mais pedidas pelos médicos e, muitas vezes, ela poderia ser substituída por outros métodos.

Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, a tomografia responde por 50% de toda radiação recebida em exames. Estima-se que até 40% dos exames feitos por ano sejam desnecessários. No Brasil, não há estimativas do tipo, mas estudos mostram situação parecida.

Em grávidas, a situação é ainda mais complicada. Radiologistas pediátricos recomendam que o exame seja realizado somente em casos de extrema necessidade.


NOTAS
Morangos reforçam glóbulosUm estudo da Universidade Politécnica de Marche (UNIVPM), na Itália, e da Universidade de Granada (UGR), na Espanha, aponta que os morangos fortalecem os glóbulos vermelhos frente ao estresse oxidativo, um desequilíbrio relacionado com diversas doenças. Isso se deve à quantidade de compostos fenólicos, como os flavonoides.

 

 

NOTAS
Congelando as gordurinhas

Uma nova técnica, recém-chegada ao Brasil, promete eliminar a gordura localizada por meio do resfriamento das células. Chamada de criolipólise, a tecnologia é alvo de marketing intenso na mídia americana, onde é usada desde 2009. O aparelho, batizado de Coolsculting, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em novembro de 2010.

A criolipólise consiste em sugar a pele da região a ser tratada com um poderoso aspirador, baixando a temperatura da área a quatro graus centígrados, iniciando um processo de morte das células de gordura que levará, em média, dois meses para ser concluído. Cada sessão dura uma hora e o método é indicado para pessoas que estão no peso certo mas têm algum “pneuzinho” localizado.


 

 

Rede estadual
Se conseguiram atender a mais gente por causa da greve municipal, os hospitais Regional e Materno-infantil têm como produzir. Não tanto quanto nos dias da paralisação, mas mais do que está sendo feito.

 

 


Silenciosos

Dá para perceber em Joinville que há os postulantes a 2012 declarados e os silenciosos. A disputa à prefeitura da cidade poderá revelar nomes que no momento desconversam ou evitam o assunto. Dá para descartar os secretários da Saúde, Dalmo de Oliveira, e da Educação, Marco Tebaldi? Será que o deputado Mauro Mariani realmente está fora? Além disso, há jovens políticos no páreo ofertando um quadro de renovação.