SAÚDE PÚBLICA
Planos de nova casa terapêutica
Prefeitura já procura imóvel para atender a pessoas com doenças mentais
Após concluir a transferência de parte dos moradores para a primeira casa terapêutica aberta com dinheiro público do Estado, a Prefeitura de Joinville tenta concretizar uma segunda residência, prevista no projeto aceito no ano passado pelo Ministério da Saúde. Os R$ 10 mil liberados pelo governo federal já foram usados para a compra de móveis. A Secretaria de Saúde busca outro imóvel para alugar. Este primeiro passo já representa o primeiro obstáculo.
A dificuldade em achar uma casa com possibilidade de adaptação física foi um dos motivos para a demora na entrega da primeira residência terapêutica, afirma a coordenadora da saúde mental da secretaria, Sandra Vitorino. O imóvel alugado pela Prefeitura, no bairro Anita Garibaldi, para que pessoas com doenças mentais possam morar fora de hospitais já abriga quase todos os moradores desde o fim de fevereiro.
Levou meses a escolha pela casa, que foi adaptada à necessidade dos moradores – nem todos levam vida autônoma. Depois, foi preciso uma licitação para contratar a ONG responsável por empregar o pessoal, o que durou quase um ano, com o imóvel já alugado por R$ 3,7 mil mensais.
O contrato com o Albergue de Integração Social Um Novo Dia foi fechado em dezembro. A ONG contrata o pessoal para manter a casa e fornece a alimentação. Para isso, recebe R$ 20 mil mensais. Para a segunda casa, o processo terá de ser refeito desde o início.
Na residência terapêutica, já vivem seis das oito pessoas que devem ser transferidas para o local. Uma mulher de meia-idade que mora há quatro anos na ala psiquiátrica do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, por falta de lugar onde ficar, está em fase de adaptação. Passa o dia na casa e volta para dormir no hospital.
A secretaria aguarda a chegada de mais um paciente que vive no Hospital de Custódia, em Florianópolis. Oito pessoas são o máximo permitido pelo ministério.
Segundo Sandra, haveria demanda até para uma terceira casa, com base no número de pessoas da região que moram em hospitais ou em pensões mantidas pela Prefeitura. Ela lembra que o projeto é permanente e não depende da gestão da Prefeitura. “A estada na casa pode ser provisória para os moradores. Alguns têm sonho de mais autonomia. Mas a residência sempre será usada para abrigar pessoas nessas condições”, diz.
CONSTRUÇÃO CIVIL DE JOINVILLE
Câmara quer proibir amianto
Projeto diz que mineral pode causar doenças e, por isso, quer evitar seu uso em contratos firmados pela Prefeitura
A tentativa de proibir que a Prefeitura de Joinville utilize amianto, produto usado em materiais da construção civil como telhas e lajes, deve gerar discussões na Câmara de Vereadores. Informações de que a exposição ao composto pode causar alguns tipos de câncer e que o mineral já tem seu uso proibido em 52 países estão entre os argumentos usado por Tânia Eberhardt (PMDB), autora do projeto.
A vereadora quer impedir que a administração firme qualquer contrato para compra de produtos que contenham em sua substância o composto ou de alugar qualquer local que tenha em sua base materiais com derivados de amianto.
Do outro lado, a Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Joinville (Acomac) argumenta que a proposta geraria prejuízos para a categoria, abrindo espaço para multinacionais tomarem conta do mercado. O texto aguarda parecer das comissões de Legislação e de Urbanismo.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 100 mil trabalhadores morrem por ano em decorrência da exposição ao amianto. A maioria acontece porque as fibras de amianto soltam fragmentos que podem provocar doenças pulmonares. “É um mal claro à saúde. Precisamos combater. A ideia original é fazer valer para toda a cidade, mas primeiro vamos começar com a Prefeitura. Se aprovarmos, fazemos outra proposta para toda Joinville”, diz Tânia.
Em 2008, a vereadora apresentou proposta semelhante e conseguiu aprovar projeto de lei proibindo o uso de amianto em toda a cidade, mas o texto foi vetado pelo então prefeito Marco Tebaldi (PSDB). Quando voltou a plenário, os parlamentares mantiveram o veto.
O presidente da Acomac, Rudi Soares, critica o projeto de lei. Segundo ele, o amianto só é prejudicial em sua fase de exploração, quando gera fuligem. Depois disso, o mineral não traz problemas a ninguém. “Essa proposta é de interesse econômico de multinacionais. Se aprovarem um texto desse, estariam dando um passo para afundar o mercado de construção civil em Joinville. Logo, isso acabaria indo para o País todo”, alega.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, o diretor de saúde ambiental do Ministério da Saúde e especialista em saúde pública, Guilherme Franco Netto, condenou o uso da substância e atribuiu o uso do produto ao seu baixo custo. “Falamos de doenças que vão se manifestar no futuro, mas que exigem uma ação agora. Esse é um grave problema sanitário”, disse. Mesmo assim, em abril, um projeto de lei que impedia o uso de amianto em território nacional foi arquivado no Congresso.
CONSTRUÇÃO CIVIL DE JOINVILLE
Prefeitura critica
Hoje, a Prefeitura usa muitos produtos que contêm em sua base o amianto. Mas, segundo a Secretaria de Administração, não há como saber quantas empresas que têm contratos com o governo usam o mineral nem quantos locais têm produtos feitos à base da substância.
Segundo o secretário Márcio Cysne, a proposta da vereadora é inviável. “Seria muito mais coerente apresentar um projeto que diminuísse a variações baixíssimas o uso do mineral. Seria mais eficaz e conseguiríamos colocar em prática”, alega. Mesmo assim, o secretário alega que tentará colocar nos editais de licitação produtos com menos potencial de agressão à saúde, substitutos do amianto.
Para a Secretaria de Infraestrutura, caso a proposta seja colocada em prática, aumentaria o custo de compra de alguns produtos licitados pela Prefeitura. “O amianto é mais barato que produtos feitos com outros compostos. O município pagaria mais caro nas licitações”, diz o secretário Ariel Pizzolatti. Atualmente, o amianto é usado na confecção de telhas e caixas-d’água de equipamentos públicos.
CONSTRUÇÃO CIVIL DE JOINVILLE
Riscos à saúde
Para o médico pneumologista de Joinville Jaime Ferreira, o amianto gera problemas apenas na sua fase de extração e processamento. Segundo ele, quem trabalha na retirada do produto da natureza pode inalar partículas do amianto que, se tiverem até três milésimos de milímetro, vão parar no pulmão e podem causar doenças respiratórias, como falta de ar, bronquite e asma, além de alguns tipos de câncer. “Se o amianto já estiver industrializado – nas telhas, lajes e caixa-d’água –, não trará problema algum para o homem. O verdadeiro problema é com quem irá fazer a industrialização do produto”, comenta Ferreira.
Posição diferente tem a professora Sandra Medeiros, do curso de engenharia ambiental da Univille. Para ela, o produto deveria ser proibido, independentemente de trazer malefícios em sua fase de produção ou utilização. “Temos de pensar no ciclo de geração e nas doenças que traz”, fala. Para o professor José Carlos Gesser, chefe do departamento de química da UFSC, a ideia de se proibir o uso de amianto é viável, até porque há outros materiais que podem ser usados em substituição.
MEMÓRIA
Lapsos de memória
Saiba como identificar os primeiros sinais que ajudam no diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer
Esquecer o guarda-chuva, o local onde estacionou o carro ou não fazer ideia do nome daquela pessoa que você acabou de conversar são situações pra lá de constrangedoras. Mas quem nunca passou por isso na vida? Porém, se essas falhas de memória começam a ficar frequentes demais, é hora de ligar o alerta vermelho.
Segundo Cássio Bottino, psiquiatra e coordenador do Programa Terceira Idade (Proter), da Universidade de São Paulo (USP), esquecimento de fatos recentes é um dos sintomas mais comuns do início da Doença de Alzheimer (DA), que afeta principalmente pessoas que ultrapassaram a faixa dos 65 anos.
“Se analisarmos somente as falhas de memória, não é possível afirmar que é Alzheimer. O esquecimento de alguns fatos pode ser fruto de alguma dificuldade pela qual a pessoa possa estar passando, problemas familiares, sobrecarga de trabalho, depressão, alcoolismo, drogas, entre outros”, esclarece Bottino.
Porém, o diagnóstico precoce é a chave para impedir que os efeitos da doença avancem e comprometam a qualidade de vida do idoso. A DA tem evolução lenta, e essa é uma forte barreira para sua detecção. Nesse sentido, a participação e observação da família torna-se fundamental. Prestar atenção nas mudanças de comportamento e fazer uma comparação com pessoas da mesma idade é uma boa forma de saber se é hora de procurar tratamento.
Se há diagnóstico de Alzheimer, é preciso saber que os esquecimentos aumentarão em fre-quência, já que a doença não tem cura. Estimular a pessoa a manter a mente ativa, seja através de leitura, jogos ou atividades físicas é essencial. E para quem já tem DA, essas medidas e o tratamento medicamentoso específico podem retardar de forma significativa o declínio da função cognitiva em pacientes com a condição em estado leve a moderado. O médico deve ser sempre procurado para avaliar e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente
UTILIZAÇÃO DO LASER
Cirurgia além da IMAGINAÇÃO
Quando a recomendação da cirurgia é inevitável, seja ela plástica ou clínica, a vontade do paciente é uma só: de que a invasão no corpo ocorra da menor maneira possível. A ansiedade para que ela seja realizada com laser – o que provocaria menos dor, sem cortes, com uma recuperação mais branda – é bastante comum. Porém, o desejo do paciente e a vontade do médico de simplificar a maneira como será realizada a cirurgia podem ser os pivôs da confusão instalada nos blocos cirúrgicos. E são os procedimentos realizados por vídeo os que vivem no centro das ideias deturpadas.
A imaginação de que tudo é resolvido ao toque de mágica com o uso do raio laser pode ter começado pela oftalmologia. Na década de 1970, quando a correção de miopia começou a ser realizada por intermédio da técnica, criou-se a sensação de que as demais intervenções da medicina poderiam acontecer no mesmo formato. Junto a isso, quando os médicos queriam explicar como seria a cirurgia, acabavam comparando com a oftalmológica. “ Vai ser só um ‘piquezinho’, tipo aquela de laser”, diziam os cirurgiões. Isso gerou na cabeça das pessoas a ideia de que tudo poderia ser solucionado com o laser. É o que acredita o ortopedista Luiz Roberto Marczyk. “Sobretudo nos procedimentos feitos por vídeo, por exemplo, quando há cortes mínimos e uma recuperação rápida, surge essa incorreção”, diz o especialista.
O oftalmologista e cirurgião de olhos Luis Ricardo Tarragô Carvalho concorda com Marczyk e defende que o grande sonho das pessoas é de se tratarem sem corte aparente, mas explica que isso nem sempre é possível. “O laser é absorvido por alguma cor, e os tecidos dos olhos são transparentes. É por isso que é possível atingir a região da córnea e retina sem danificar o resto. Em outras partes do corpo, é muito mais delicado”, destaca Tarragô.
É muito comum que as cirurgias minimamente invasivas sejam confundidas com laser, conforme o oncologista Antonio Kalil. Para ele, esse é um dos grandes mitos na área cirúrgica: “Em alguns casos, fazemos minúsculas incisões, por onde são introduzidos pequenos instrumentos. O laser é usado especialmente na oftalmologia, e não nas cirurgias minimamente invasivas, como a de abdômen e a de tórax”.
AÇÃO DOS RAIOS
Os raios laser são fontes de energia movidas por gases nobres (como gás carbônico e argônio) e a pedra rubi, e usados em várias especialidades médicas. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, Claudio Roncatti, arrisca dizer que o laser é capaz de substituir o bisturi em qualquer situação. Mas, na prática, apenas 5% das cirurgias atuais são feitas com laser, conforme o ortopedista Luiz Roberto Marczyk.
Há uma unanimidade entre os médicos que utilizam laser: eles afirmam que as vantagens são maiores. Como se trata de um procedimento de invasão microscópica, reduz-se o tempo de hospitalização e de recuperação. Os riscos de sangramentos e infecções também são menores. Por outro lado, não é por ser feito a laser que a anestesia pode ser dispensada ou os riscos eliminados. Por lidar com níveis de calor, um procedimento mal realizado pode resultar em queimaduras e comprometimento dos órgãos.
Diferenças entre as técnicas
Por ter cortes mínimos, as cirurgias por vídeo são as mais confundidas pelos pacientes com aquelas a laser. A técnica, que consiste em algumas perfurações no local a ser tratado, permite que uma câmera ótica seja introduzida no interior do organismo juntamente com um bisturi. Por ser de menor agressão ao corpo, permite que os pacientes se recuperem mais rapidamente. Veja os principais tipos:
Videolaparoscopia: a técnica é comumente usada para a retirada de pedras de vesículas e de apêndices, com quatro cortes na barriga (dois de um centímetro e dois de cinco milímetros). É possível também a retirada do útero e operações de esôfago, estômago, rins e para obesidade por este método, com até cinco cortes em dimensões semelhantes.
Videoartroscopia: dois ou três furos no local de meio centímetro são suficientes para se operar articulações como ombro, joelho e cotovelo. Em um dos orifícios, é introduzido o soro fisiológico, que expande a área a ser tratada para que a câmera introduzida por outro orifício possa observar o interior da estrutura. É usada por muitos atletas.
Emergência volta a atender população
A reabertura da emergência só aconteceu às 20 horas. Uma divergência entre a classe médica e as secretarias estaduais e municipal acerca de um termo de compromisso atrasou a abertura do serviço.
As portas da emergência Hospital Nossa Senhora dos Prazeres amanheceram fechadas. O dia começou com um impasse acerca de um termo de compromisso que fora rejeitado pela classe médica.
Segundo o diretor administrativo do hospital, Canísio Winkelmann, disse que a reabertura da emergência não foi imediata por causa de um termo em que o estado se compromete a fazer uma política para as emergências da região.
O presidente do sindicato dos médicos, Fernando Pagliosa explicou que foi mandado um documento em que o compromisso não estava explícito.”Queremos prevenir que o problema se repita”.
O problema é a forma de financiamento da emergência, que é feita a partir de contratos. Quando o contrato acaba, a emergência fecha. Como aconteceu.
Canísio Winkelmann explica que a secretarias de Estado da Saúde e a municipal, têm um prazo de 120 dias para apresentar uma proposta que dá uma solução definitiva para o problema.
Enquanto a solução definitiva não chega, o novo contrato de financiamento prevê um fundo de R$ 1,6 milhão, que garante o funcionamento do serviço até dezembro.