GREVE DOS SERVIDORES
Sindicato mantém paralisação
Entidade ignora ordem judicial e tenta sensibilizar profissionais da Saúde. Enquanto a Prefeitura afirma que dias parados serão descontados
A queda de braço entre a Prefeitura de Joinville e o Sindicato de Servidores Municipais de Joinville (Sinsej) terá o primeiro round hoje. Mesmo com a liminar que proíbe os funcionários da Saúde de aderiram à greve, sindicato mantém a paralisação. Um ato público em frente a sede do governo às 9 horas marcará o começo da mobilização.
A Prefeitura afirma que não vai ceder a pressão e que os dias parados serão descontados. Conforme o chefe de gabinete Eduardo Dalbosco, a administração tem um plano de contingência para o setor da Saúde, caso os servidores ignorem a decisão da Justiça, para manter os serviços essenciais à população. “Vamos esperar o desenrolar dos acontecimentos. Respeitamos a greve e contamos com bom senso dos servidores”, diz. Segundo ele, a Prefeitura tem um esquema de segurança patrimonial.
No fim de semana, sem conseguir derrubar a liminar favorável à Prefeitura, representantes do Sinsej visitaram PAs e o Hospital São José, incentivando os funcionários a aderirem ao movimento grevista. Mesmo assim, garantem respeitar, um mínimo de 30% do total de profissionais em cada um dos setores da saúde.
Pela ação judicial, os cerca de 2,7 mil profissionais estão impedidos de entrarem em greve. O documento também veta manifestações dentro ou em acessos a prédios públicos da cidade, o que na prática evita piquetes. Caso as restrições não sejam cumpridas, o sindicato pode ser multado em R$ 50 mil por dia.
A greve foi decretada na segunda-feira passada, quando os servidores rejeitaram a proposta de aumento salarial de 8%, válida a partir de janeiro de 2012, feita pela Prefeitura. O Sinsej quer que este percentual seja válido desde maio.
Acreditando que contará com grande parte dos funcionários, o sindicato anunciou o apoio da maioria dos funcionários da educação, que contam com cerca de 4,2 mil integrantes. “Estamos na Justiça para derrubar a liminar, mas isso não impedirá que tenhamos uma grande manifestação amanhã (hoje) e nos outros dias. Isso fará o prefeito nos ouvir e dar outra proposta”, acredita Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej.
Ontem, o chefe de gabinete Eduardo Dalbosco disse que os profissionais da educação que faltarem terão de repor as aulas depois da greve e que os dias de falta serão descontados da folha salarial. “Iremos cumprir os 200 dias letivos exigidos por lei.” Ele afirma que os alunos não serão dispensados pela Secretaria da Educação.
Outro sinal de que endurecerá ainda mais a disputa com o sindicato, a Prefeitura deve protocolar na Câmara de Vereadores na terça-feira um projeto de lei que incorpora R$ 200 ao abono dos salários dos professores e outro que aumenta em 32% o salário dos agentes comunitários da saúde, que passarão a ganhar R$ 860 em vez de R$ 670 atuais. Os dois pontos faziam parte da proposta oferecida ao sindicato.
Além destes, já estão no Legislativo os projetos que substituem a cesta básica pelo vale-alimentação, o que aumenta o repasse do Vitaserv e um que cria as diárias para os servidores municipais, que eram pedidos pelo Sinsej na campanha salarial de 2010
DENGUE
Casos em 306 cidades do PR
Foram registradas 48.297 suspeitas da doença e 16.284 confirmadas
O Paraná registra casos de dengue em 306 de seus 399 municípios, segundo balanço da Secretaria Estadual de Saúde do Estado. Em todo o Estado, foram registrados 48.297 casos suspeitos e 16.284 foram confirmados.
De acordo com o boletim divulgado no dia 2 de maio, 15.952 casos são autóctones, ou seja, as pessoas se infectaram no Paraná, e 332 casos são importados.
Em 42 municípios, a incidência de dengue é considerada de média a alta. As cidades com maior índice de casos de dengue são: Alvorada do Sul, Nova Fátima, Joaquim Távora, Leópolis, Carlópolis, Jaguapitã, Altônia, Santa Isabel do Ivaí, Cambé, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre,Astorga, Brasilândia do Sul, Bela Vista do Paraíso, Cafeara, Fênix e Bandeirantes.
O Paraná já registra 13 mortes por dengue. Em Jacarezinho, uma das cidades com maior incidência da doença, seis pessoas morreram. Londrina tem três mortes por dengue. As cidades de Ibiporã, Cornélio Procópio e Cambara registram uma morte cada um.
O Estado criou um Comitê Gestor Intersetorial para combater a dengue. O órgão será responsável por ações durante todo o ano. Segundo a Secretaria de Saúde, a atuação do comitê é dividida em cinco áreas: assistência aos doentes; vigilância epidemiológica; controle do mosquito; comunicação e mobilização; responsabilização dos gestores.
A Secretaria de Saúde informou ainda que, em 2011, houve uma redução de 39,6% no números de casos autóctones em relação ao mesmo período do ano passado. Até esta semana, foram confirmados 15.952 casos autóctones; no mesmo período de 2010 foram 26.421 casos autóctones
MENOPAUSA
Levando numa boa
Cercada de medos, mitos e tabus, a menopausa traz mudanças no corpo e na mente das mulheres. Saiba como manter o bom humor e a disposição nesta faseA palavra, de origem grega, indica o fim de um ciclo: a “pausa na menstruação”, ou menopausa, já foi tratada como loucura pelos vitorianos. Hoje, ela é tratada como um período natural de toda mulher. Há aquelas que, mais precoces, já notam sintomas por volta dos 45 anos. Porém, a maioria para de menstruar, definitivamente, na faixa dos 50 anos. Se pensarmos que a expectativa de vida feminina gira em torno dos 78,6 anos em Santa Catarina, veremos que as catarinenses podem passar mais de um terço de sua história nesta fase, que traz muitas mudanças. “Esse é um momento de alterações físicas e psicológicas. Isso porque os hormônios fabricados nos ovários, progesterona e estrógeno, desempenham um papel estratégico no organismo feminino”, afirma Sílvia Campolim, autora do livro “A Menopausa” (Editora Folha).
Além dos sintomas físicos mais evidentes, como o aumento da gordura corporal, osteoporose, diminuição da massa magra, pele flácida e cabelos secos, é comum que as mulheres notem reflexos no seu humor e libido, assim como hipertensão e irritabilidade. “Isso depende muito de cada mulher. Há aquelas que enfrentam um turbilhão de mudanças e as que não percebem nada”, explica a médica Carla Vanin, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e coordenadora do Ambulatório de Climatério da Santa Casa.
Pode parecer simples, mas a receita básica – fechar a boca e realizar exercícios – segue sendo primordial também quando o assunto é menopausa. A vice-presidente da Associação Brasileira de Climatério (Sobrac), Maria Celeste Wender, afirma que os exercícios e a alimentação elevam a qualidade de vida das pacientes, mas há casos em que a reposição hormonal é inevitável, bem como a administração de antidepressivos. “Hoje, há muito mais recursos. O importante é que as mulheres tenham qualidade de vida neste período”, ressalta.
Levando numa boa
Na véspera de completar 47 anos, Laina Saurin diz “não ter medo de nada – muito menos da menopausa”. Esportista por influência do pai, que era atleta, ela não tem dúvidas sobre a importância de realizar exercícios físicos para que consiga encarar o início desta nova etapa com disposição e bom humor. Mãe de uma garota de 15 anos, Laina vai todos os dias à academia, pratica corrida e musculação. Bem-humorada, compara a menopausa com a adolescência:
“É uma época de muitas incertezas. Vejo minha filha, que tem dúvidas sobre o que virá daqui para a frente, sobre seu corpo, suas relações afetivas, e noto uma grande semelhança com os meus dilemas e os das minhas amigas na mesma faixa etária”, lembra.
Para algumas mulheres, a chegada da menopausa, apesar de trazer alguns desconfortos, é um marco a ser comemorado. É o caso da dona de casa Marilene Seadi, 62 anos, que sentiu na pele as transformações que chegaram por volta dos 55 anos, mas “não tem do que reclamar”.
“Fiquei por mais de um ano me sentindo estranha. Tive até anemia e depressão. Mas procurei auxílio médico, fiz reposição hormonal e mudei meus hábitos alimentares. Hoje, sinto que consegui passar bem por este período por encarar na boa e, sobretudo, por estar disposta a mudar meu estilo de vida. No final, foi bom em todos os sentidos. Pois parar de menstruar foi a glória, já que comecei a usar absorventes com 11 anos”, conta.
GRIPE
Coloque a mesa CONTRA A GRIPE
Alimentos importantes na imunidade podem ajudar a prevenir a gripe
A Campanha Nacional de Vacinação ainda se estende até sexta-feira – com imunização gratuita para idosos, crianças entre seis meses e dois anos, gestantes, profissionais da saúde e indígenas –, mas quem quiser dar uma força à vacina pode buscar fortalecer o organismo por meio da alimentação.
Segundo a nutricionista Bruna Murta, da Rede Mundo Verde, uma alimentação equilibrada, com a ingestão de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, que são alimentos ricos em vitaminas e minerais, reforça o sistema imunológico e deixa as pessoas mais resistentes aos vírus e bactérias. Uma pessoa que se alimenta de forma adequada está melhor preparada para enfrentar gripes, infecções e outras doenças do que uma pessoa mal nutrida. “Mas não adianta esperar ficar doente para fazer mudanças na alimentação, é preciso rever os hábitos alimentares antes que o vírus da gripe ataque o organismo”, diz a nutricionista.
Ela também recomenda a prática de atividade física, pois exercícios regulares estimulam o funcionamento do sistema imunológico, deixando as pessoas mais resistentes a gripes e infecções. “Alguns estudos mostram que caminhadas diárias de 20 a 30 minutos podem reduzir o número de vezes que ficamos gripados”, explica.
Pesquisa com probióticos
Um estudo publicados na revista científica “Vaccine”, mostrou que o consumo regular de uma bebida láctea fermentada, contendo o probiótico Lactobacillus casei defensis, por um grupo de idosos saudáveis ajudou na obtenção de anticorpos específicos após a vacinação contra a gripe.
A pesquisa foi realizada na França, envolvendo cerca de 30 lares para a terceira idade. E revelou que a quantidade de anticorpos específicos de combate à gripe em resposta à vacinação foi maior em voluntários que consumiram o produto probiótico, em relação ao grupo que não consumiu. O resultado final do estudo clínico sugere que o consumo diário deste leite fermentado com probióticos pode potencializar a resposta imunológica à vacinação contra a gripe em idosos.
“Epidemias sazonais de gripe, principalmente no inverno, são um problema de saúde pública e há necessidade de se buscar estratégias que otimizem a resposta imunológica à vacina contra o vírus em públicos mais vulneráveis, como os idosos”, afirma Artur Timerman, infectologista.
Os indicados
Probióticos
Possuem microorganismos vivos que recuperam a microbiota intestinal e fortalecem o sistema imunológico. Encontrado em pó ou cápsulas.
Alho
Fonte de alicina, estimula a resposta imunológica, prevenindo as gripes comuns no inverno. Use amassado no feijão, sopas, em temperos de saladas ou se preferir, cápsulas de óleo de alho.
Cogumelo shitake
Esse cogumelo possui lentinana, uma substância que aumenta a produção das células de defesa do organismo.
Acerola
Fruta riquíssima em vitamina C (30 a 50 vezes mais que a laranja). Essa vitamina age na reconstituição dos leucócitos em períodos de queda de resistência.
Gengibre
Excelente alimento ajuda no fortalecimento do sistema imunológico. É imunoestimulante, expectorante, reduz a inflamação e a dor. Adicione a raiz a chás e a sucos.
Chá verde e branco
Ricos em catequina, poderoso antioxidante que atua no combate aos radicais livres. Possui ação imunoestimulante, fortalecendo o sistema imunológico. Pode ser consumido na forma de chá ou cápsulas.
Couve, cenoura e tomate
O betacaroteno, um antioxidante presente nesses alimentos, combate as infecções e estimula as células imunológicas.
Óleo de coco
Rico em ácido láurico e caprílico, o óleo de coco possui atividade antiviral e antibacteriana. Diversos estudos mostram seu efeito imunomodulador. Use em sucos, shakes ou vitaminas.
Suco verde
Fonte de zinco, ferro e vitamina C, nutrientes antioxidantes que reforçam o sistema imunológico.
Mel
Tem ação bactericida e antisséptica. Estudos mostram que é um bom coadjuvante no tratamento de problemas pulmonares e da garganta. Contém substâncias que agem como antibióticos naturais. Eficaz contra os sintomas de gripes e resfriados.
Própolis
Fonte de flavonoides que auxiliam no combate às doenças que atacam o homem. Atua como “antibiótico natural”. Eficaz em casos de inflamação e infecção na garganta, além de ajudar no combate a tosses.
Geleia real
Estimula o sistema imunológico e combate as infecções de vírus e bactérias.
Pólen
Rico em proteínas, vitaminas e minerais que ajudam na formação de anticorpos, fortalecendo o sistema imunológico. É um alimento versátil, que pode ser consumido puro ou adicionado em diversos alimentos, como sucos, iogurtes, vitaminas e frutas.
FONTE: NUTRICIONISTA BRUNA MURTA
Preocupação
Tarcísio Crócomo discorda de expressão empregada neste espaço sobre o número de diabéticos em Joinville “Não há espanto algum, há preocupação”, diz o secretário de Saúde de Joinville. O número de doentes na cidade seria superior à média nacional.
Atendimento
Pelas contas da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Joinville tem em torno de 27 mil diabéticos, sendo que dez mil não sabem da doença. Entre quem sabe, 8 mil são cadastrados e atendidos nos postos de saúde. A maior demanda seria por médicos: segundo o presidente da SBD/SC, Luiz Antônio Araújo, são apenas dois endocrinologistas para atender aos doentes.
Ao TJ
Mas no sábado, o sindicato recorreu ao TJ, tentando derrubar a liminar que determina multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Até o início da noite, o TJ não havia se decidido. Pelo Twitter, o sindicato informou ter feito reuniões ontem no Hospital São José.
Na decisão judicial de suspensão da greve na saúde, foram explicados os motivos da rejeição do mesmo pedido para os CEIs. No caso da educação, há chance de troca de servidores. Mas foi anotado que a greve dos CEIs traz “fortes transtornos (...) aos de renda mais baixa (...) (e que) o direito de greve se sobrepõe à necessidade de certa parcela da população”.
... na promessa
No dia 10 de outubro de 2008, ainda no governo Tebaldi, foi prometida a entrega dos 36 leitos “poucos dias”. São esses leitos que ajudariam a desafogar o pronto-socorro. Em 16 de abril de 2010, já no governo Carlito, a obra foi relançada, com direito a ironias ao governo anterior. Até agora, nada. Nem data para entrega.
Visor
DIA DE RAINHA
Olha só que bacana. As mães que acompanham seus filhos em tratamento no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, terão hoje o seu dia de rainha. Na Tarde da Beleza serão oferecidas sessões de massagem, maquiagem e penteados especiais.
Geral
PLANOS DE SAÚDE
Contrato antigo pode ser mudado
ortadores de planos de saúde antigos poderão dentro de 90 dias alterar seus contratos para um formato novo, adaptado à lei que regulamenta o setor, de 1998. Depois de uma consulta pública, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou sexta-feira as novas regras que permitem a mudança.
Esta é a segunda vez que a ANS traz regras para que pessoas com planos de saúde firmados antes de 1998, os chamados contratos antigos, façam a mudança.
– É uma alternativa dada aos consumidores. Caso eles queiram, podem permanecer com contrato original – afirmou Rosana Neves, da gerência Atuarial e de Financiamento de Produtos da ANS.
A primeira tentativa fixava um prazo para que a opção fosse feita. A operação foi um fiasco. Na época, a maioria dos usuários (98%) preferiu manter o contrato como estava.
– Desta vez não há prazo. As pessoas poderão pedir para que a operadora apresente uma proposta de migração ou de adaptação do contrato – disse Rosana.
A ANS calcula que atualmente 9,3 milhões de pessoas tenham planos de saúde firmados antes de 1998, os chamados contratos antigos.
GERAIS
Servidores param hoje, em Joinville
A queda de braço entre a prefeitura de Joinville e o Sindicato de Servidores Municipais (Sinsej) terá o primeiro round hoje. Um ato público em frente a sede do governo está marcado para às 9h e marcará o começo da greve dos servidores. Sem conseguir derrubar a liminar favorável à prefeitura, que impede a paralisação na área da saúde, representantes do Sinsej passaram o fim de semana visitando PAs e o Hospital São José, incentivando os funcionários a ignorarem a ação judicial.
Diario do Leitor
Ótimo atendimento
Vou todos os anos ao posto de saúde mais próximo de minha residência, para ser vacinado contra a influenza (que ótimas campanhas estas, da área da saúde pública. Prevenção é muito importante). Infelizmente, estando impossibilitado de me locomover, achei que iria ficar sem ser vacinado este ano, mas tive uma grata surpresa: minha esposa foi ao posto de saúde do Bairro Jurerê e uma equipe veio até minha residência e aplicou a vacina, tudo isso sem qualquer ônus para mim. Quero tornar público este ótimo atendimento e agradecer a Mariana, a Tânia e a Talma, as moças que, com um sorriso nos lábios, me atenderam.
Vilmar Teodoro
Por e-mai
Voluntárias
A rede feminina de combate ao câncer de Florianópolis completa, no dia 19 de maio, 25 anos de atendimento em seu ambulatório às mulheres da Grande Florianópolis, que lá comparecem para fazer seu preventivo ginecológico de câncer e de mama. São mais de 40 mil pacientes atendidas e, com certeza, muitas vidas já foram salvas. Parabéns às abnegadas voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer pela dedicação e excelente trabalho oferecido à comunidade.
Sônia Maria Momm Côrte
Por e-mail
SAÚDE
Médicos fogem da pediatria
Vale do Itajaí tem hoje 245 profissionais, mas o ideal para a região, conforme a OMS, são 298
FLORIANÓPOLIS - A tarefa é cansativa. Os pais chegam preocupados, as crianças desanimadas e o salário não ajuda.
– Oh, anjinho, vou te examinar de novo – diz o residente do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, Diego Schuh, 29 anos.
Tayara, de um ano e nove meses, responde com um choro.
– O pulmão está com chiado. Ela vai ter de fazer nebulização e tomar antibiótico – explica Schuh à mãe, Claudenice Anastácio.
Para Schuh, a maior recompensa é um sorriso, após a recuperação da criança. Mas isso não basta para a maioria dos recém-formados. A prova é a redução no número de profissionais que optam pela área. Segundo a Sociedade Catarinense de Pediatria, há 15 anos, 30% dos estudantes se especializavam em pediatria. Hoje, são 6%. No Vale do Itajaí, há 245 profissionais, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 298 para suprir a demanda dos 1,4 milhão de habitantes.
A presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, Denise Bousfield da Silva, explica que a queda é decorrente do baixo salário. Mesmo tendo de fazer até três anos de residência, o pediatra recebe o mesmo que um clínico-geral. Na rede estadual, a média salarial é de R$ 4,5 mil para 20 horas semanais. O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (Cremesc) luta pelo piso de R$ 7 mil.
Com 24 anos de profissão, Lúcia Regina Schultz era sócia de uma clínica, mas migrou para o serviço público. O retorno financeiro não ajudava e as longas consultas e o recebimento de muitas ligações fizeram-na a abandonar o negócio:
– Pediatria é sacerdócio. Os pais ficam desesperados e ligam a qualquer hora. Uma vez, atendi por duas horas a mãe de um bebê com problema que poderia levá-lo ao retardo do desenvolvimento. Como iria dizer àquela mulher que a consulta era de 20 minutos?
Coordenador do curso de Medicina da UFSC, Carlos Eduardo Pinheiro, afirma que outro fator são as mudanças de mercado, que ficou mais atrativo para áreas ligadas a recursos tecnológicos, como oftalmologia e otorrinolaringologia, além da medicina estética. Profissões em que o médico não atende em emergências e a remuneração é melhor.
SAÚDE
No interior, a situação é pior
A falta de pediatras ocorre principalmente no interior do Estado. A disparidade em comparação com a Capital é alta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são necessários 20 especialistas para cada 100 mil habitantes. A Grande Florianópolis é a única que está acima desse índice (veja mapa).
Segundo a presidente da Associação Catarinense de Medicina, Marcia Ghellar, geralmente, nas capitais estão as melhores condições de trabalho e remuneração. Para inverter essa situação, a médica defende que os municípios invistam em propostas de salários mais atrativas.
Em nota, o secretário de Estado de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, afirmou que a pasta está atenta sobre a situação:
– Considero fundamental que crianças sejam tratadas por médicos especializados. A Secretaria de Estado da Saúde está preocupada com a diminuição desses profissionais no mercado de trabalho, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS)
Vacinação contra a gripe vai até o próximo dia 13 em SC
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde atingiu, até esta sexta-feira (6), 52,74% de cobertura em todo o território catarinense com a vacinação contra a gripe. A campanha teve início no dia 25 de abril e terá o seu encerramento no próximo dia 13. A meta é imunizar cerca de um milhão de pessoas, o que corresponde a 80% do público alvo.
“Estamos acompanhando as coberturas e achamos que está adequada na maioria dos grupos porque muitos municípios ainda estão fazendo os roteiros da área rural", afirma a gerente de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização, Luciana Amorim. Ela diz que a maior preocupação está com o grupo de gestantes, que até o presente momento tem o menor percentual de cobertura. "Em função disso estamos orientando os municípios para rever as estratégias para esse grupo”, completa.
O grupo com maior cobertura vacinal até agora é o das crianças de seis meses a dois anos, com 72.129 doses aplicadas, correspondendo a 56,40% da meta. Logo em seguida vem o grupo das pessoas com 60 anos ou mais, com a aplicação de 346.625 vacinas, equivalente a 54,66% do objetivo. Depois vem os profissionais da saúde, com 29.728 pessoas vacinadas (48,58%), seguido das comunidades indígenas, com 4.042 imunizações, correspondendo a 42,16%. Por último, está o grupo das gestantes, que recebeu 28.010 doses, perfazendo 36,03% da meta.