icone facebookicone twittericone instagram

PAINEL
Saúde é tema de debate na Acij
Evento vai contar com os secretários estadual e municipal e diretores hospitalares

Autoridades estarão reunidas para participar do Painel da Saúde, organizado pela Associação Empresarial de Joinville (Acij). O objetivo é abordar o assunto na cidade e no Estado com profundidade para levantar possíveis soluções. A expectativa da organização é de que mais de 200 pessoas participem do evento, que será realizado hoje, às 18h30, na sede da entidade.

Segundo o diretor executivo da Acij, Diogo Haron, uma das maneiras de estabelecer melhorias é discutir o assunto com os empresários e com a sociedade civil. Diogo adianta que o Painel da Saúde não terá um foco específico e que a Acij, junto com os convidados, tentará fazer uma avaliação geral sobre o setor em Joinville. “Há a possibilidade de melhorar a eficiência e a gestão da saúde. O sistema se beneficiaria com isso”, diz.

O presidente da Federação dos Hospitais de Santa Catarina, Tércio Kasten, apresentará um levantamento da situação da saúde no Estado.

A partir disso, começa a conversa envolvendo o secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, o secretário municipal, Tarcísio Crocomo, e os diretores dos sete hospitais da cidade (maternidade Darcy Vargas, Regional Hans Dieter Schmidt, Municipal São José, Infantil Jeser Amarante Farias, Bethesda, Dona Helena e Unimed). Assim como o prefeito Carlito Merss e o presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina (SJM), Ricardo Polli.

Dalmo de Oliveira preferiu não antecipar a avaliação que fará sobre a situação do setor de saúde em Santa Catarina. Tarcísio Crócomo vai apresentar os resultados do relatório de gestão da secretaria, como a redução na taxa de mortalidade infantil e oferta de consultas gerais. Mas as expectativas dele são em relação às considerações do secretário estadual Dalmo de Oliveira.

 


PREVENÇÃO

O aposentado Anacleto Tomio, 62 anos, aproveitou o Dia Nacional da Vacinação, no sábado, para se vacinar contra a gripe. A campanha vai até 13 de maio.

 


FACÇÃO CRIMINOSA
Gângster escapa de hospital
Internado com meningite, preso há 23 dias pela Deic foge do Nereu Ramos

Davi Schroeder, o Gângster, 27 anos, preso há 23 dias e apontado pela polícia como um dos líderes da facção criminosa que age de dentro das prisões catarinenses, fugiu na tarde de ontem. Ele escapou por uma janela do Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, onde estava internado há dez dias. No momento da fuga não havia escolta policial.

Capturado no dia 9 de abril pela Operação Al Capone da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São José, na Grande Florianópolis, Gângster estaria no hospital havia dez dias com meningite. Por volta das 17 horas, os funcionários deram falta do preso quando um paciente do quarto ao lado ouviu um barulho de moto e avisou os enfermeiros. O funcionário, que não quis ser identificado, acredita que alguém pulou a janela para resgatá-lo.

O servidor reclamou da falta de agente prisional. Disse que Davi estava apenas acorrentado pelo pé e que a escolta “apenas passava por lá, dava uma olhada no preso e ia embora”. A Polícia Militar montou barreiras na ilha e no continente na tentativa de recapturá-lo, mas sem sucesso até o fechamento desta edição.

Ao prendê-lo, em abril, a Deic considerou o feito um golpe à facção criminosa e ao tráfico de drogas. Houve entrevista coletiva e tornaram-se públicas cartas contendo informações sobre alvos da operação e até planos para matar o diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Gonçalves Alves, e o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Adércio Velter.

A mobilização para prendê-lo havia gerado uma investigação pela Deic. Houve intenso acompanhamento dos investigados. Gângster acabou preso em casa, no bairro Bela Vista, em São José.

O diretor da Deic, delegado Cláudio Monteiro, disse, na época, que Gângster era perigoso e tinha na facção a função de disciplina: cabia a ele cumprir ordens dos criminosos vindas das cadeias, como punições a desobedientes.

A responsabilidade sobre a segurança do preso no hospital é desconhecida. Ontem, após a fuga, o delegado Monteiro evitou fazer comentários. Disse que vai se inteirar do fato hoje. Afirmou apenas que tinha feito a sua parte, que foi a de prendê-lo.

Procurado pela reportagem, o diretor do Deap, Adércio Velter, disse que não sabia da fuga. Ele comentou que Davi Schroeder não havia entrado no sistema prisional catarinense e que a sua custódia supostamente caberia a quem o prendeu.

No dia em que Gângster foi preso, o advogado dele negou que o cliente integrasse facção criminosa e que ele era inocente da acusação de tráfico.

 


SAÚDE
O LADO PSICOLÓGICO DA DOR
Pesquisa indica que fatores emocionais ou de percepção visual podem influenciar resistência a estímulo doloro
so

A dor é psicológica. Por mais absurda que possa parecer, a afirmação tem seu fundo de verdade, afirmam especialistas britânicos. Segundo estudo desenvolvido no Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade de Londres, a resistência a um estímulo doloroso pode aumentar ou diminuir dependendo das circunstâncias. E mais: o simples fato de olhar para o próprio corpo pode ajudar alguém a suportar melhor uma situação dolorosa.

“Trata-se de uma experiência complexa e subjetiva. Fatores como emoções, motivação e expectativa podem mudar os níveis de dor”, diz uma das autoras do estudo, Flavia Mancini.

Durante a pesquisa, publicada recentemente na revista médica “Psychological Science”, um grupo de médicos testou a resistência de 18 pessoas ao calor. Uma sonda cuja temperatura aumentava gradualmente foi posicionada sobre a mão esquerda dos participantes, colocada sobre uma mesa. Quando começavam a sentir dor, eles pisavam em um pedal que desligava a sonda e fornecia aos cientistas a informação de qual temperatura cada voluntário tinha suportado.

Em seguida, os médicos colocaram uma estrutura espelhada impedindo que os participantes vissem sua mão esquerda, a que recebia o calor. Quando eles tentavam enxergá-la, viam, refletida no espelho, sua mão direita invertida, dando a impressão de que estavam observando a parte do corpo aquecida. Nessa situação, as pessoas suportavam, em média, uma temperatura três graus mais alta do que a que tinham aguentado da primeira vez. Ou seja, só de olharem para a mão que aparentemente recebia o estímulo doloroso, os voluntários se tornaram mais resistentes.

Em outro momento, os cientistas usaram espelhos côncavos e convexos, fazendo com que a imagem da mão parecesse, respectivamente, maior e menor. Quando viam a “falsa” mão esquerda ampliada, os participantes suportavam ainda mais o calor, permitindo que a temperatura da sonda ficasse quatro graus maior do que a do primeiro experimento. Com uma imagem reduzida, eles aguentavam menos dor.

“Nosso estudo sugere a importância de fatores de percepção que não carregam nenhum conteúdo emocional. O que você vê influencia o que você sente”, resume Flavia. Segundo ela, isso ocorre porque a imagem que o cérebro forma do corpo tem um forte efeito na experiência das sensações táteis: “Isso indica uma interação entre as partes que processam a visão do corpo e a dor”.

 

Por que é importante
- O estudo pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos contra a dor. As abordagens normalmente focam apenas a fonte do desconforto.
- A descoberta do grupo de pesquisadores britânicos indica que outros aspectos poderiam ser levados em conta na hora de buscar amenizar o sofrimento de pacientes

 


SAÚDE
HORA DA INJEÇÃO

Como saber qual é a melhor maneira de agir na hora de tomar uma injeção ou ter o braço espetado para a coleta de sangue? O estudo não fornece uma resposta única, mas mostra que diferentes estratégias podem realmente diminuir a sensação incômoda.

Segundo uma das autoras do estudo, Flavia Mancini, se não há traumas ou fatores emocionais fortes ligados ao estímulo doloroso, olhar para o local onde a dor ocorre pode ser eficiente. É o que prefere fazer a advogada Vívian Mattos, 30 anos. A decoradora Jacqueline Bittencourt, 24 anos, adota a estratégia oposta. Ela prefere não olhar: “Acho melhor virar o rosto e não ver”.

 

 


SAÚDE
DOR CRÔNICA PROVOCA MUDANÇAS CEREBRAIS
Professor norte-americano revela que pacientes com males como fibromialgia e artrite chegam a perder massa cinzenta devido à duração do sofrimento

Para um terço da população mundial, viver dói. Essa é a quantidade estimada de indivíduos que sofrem de desconfortos intensos, constantes e incuráveis em diversas partes do corpo, como fibromialgia, artrites e neuropatias. Embora seja possível controlar a dor crônica por meio de medicamentos e outras terapias, não existe cura para o mal, pelo simples fato de que nem mesmo os médicos conseguem explicar a origem do problema. Cada vez mais, porém, os cientistas se aproximam dos mecanismos cerebrais escondidos por trás da dor crônica, o que, potencialmente, poderá colocar fim ao sofrimento diário de 2,6 bilhões de pessoas – o número é superlativo, mas correto.

Em visita ao Brasil para participar de um encontro com médicos, em abril, o pesquisador norte-americano Vania Apkarian apresentou os resultados de seus trabalhos mais recentes. Apkarian é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Feinberg, em Chicago, e há duas décadas estuda o assunto. Seus últimos estudos mostram que pessoas com dores crônicas não apenas reagem diferentemente a estímulos externos, mas seus cérebros sofrem uma reorganização anatômica. “Apesar de muito se saber sobre as áreas do cérebro que decodificam as propriedades sensoriais desencadeadas por um estímulo doloroso, o circuito complexo que envolve a tradução da dor em um comportamento continua obscuro e pouco explorado”, alega (leia entrevista).

Entre as modificações anatômicas, a equipe de Apkarian descobriu que a perda de densidade do cérebro está relacionada com a duração da dor – 1,3 centímetro cúbico de massa cinzenta, a parte do cérebro que processa a informação e memória, é perdido a cada ano pelos pacientes que sofrem do mal. A equipe de pesquisadores usou imagens obtidas por ressonância magnética funcional para comparar os cérebros de 26 participantes que tinham dor lombar crônica aos de indivíduos saudáveis.

Todos os voluntários do primeiro grupo sofriam de dores incessantes há mais de um ano, principalmente na região lombossacral, incluindo nádegas e coxas. Segundo Apkarian, é possível que a diminuição da massa cinzenta seja provocada pela retração do tecido cerebral, sem perda significativa de neurônios. A atrofia também pode ser atribuída a processos irreversíveis, como a neurodegeneração. Outra pesquisa da equipe constatou que os neurônios da medula espinhal sofrem apoptose – morte celular – em ratos com dor neuropática, o que explicaria a diminuição do tamanho do cérebro.

 

PALOMA OLIVETO | CORREIO BRAZILIENSE

 


SAÚDE
MISTÉRIO E PRECONCEITO

Entrevista/Vania Apkarian

Há duas décadas, o cientista americano Vania Apkarian estuda a dor crônica, tanto em modelos animais quanto por meio de análises de ressonâncias magnéticas realizadas em humanos. O objetivo do pesquisador, que já publicou artigos nas principais revistas especializadas do mundo, é compreender o mecanismo da dor no cérebro para chegar a terapias específicas ou mesmo à cura dessa condição. Na entrevista a seguir, ele se diz animado com as recentes descobertas e critica os profissionais da área médica que vinculam a dor crônica a problemas comportamentais. “Profissionais da área tendem a culpar o paciente por condições que eles não entendem ou para as quais não possuem terapias apropriadas”, afirma, defendendo que a dor crônica deve ser encarada como uma doença real.

Quais os principais resultados obtidos por suas pesquisas até agora?

Nós observamos que a atividade cerebral relacionada à dor crônica é diferente da que ocorre nos casos de dor aguda, e que distintas condições de dor crônica parecem acionar padrões de atividade cerebral únicas. Acima de tudo, a atividade do cérebro em pacientes com dor crônica aparentemente afeta regiões mais envolvidas com o processo emocional que o sensorial. Também observamos que a anatomia do cérebro muda na dor crônica, geralmente com uma atrofia regional. Essa atrofia é diferente para cada tipo de dor crônica. Além disso, as relações entre a anatomia de diversas partes do cérebro também mudam nessa condição. Em resumo, concluímos que viver com dor crônica reorganiza o cérebro humano em padrões específicos para cada diferente condição. O exato mecanismo dessa reorganização ainda não foi determinado.

Por que o senhor se tornou interessado pelo tema dor crônica?

A dor continua sendo uma das modalidades sensoriais menos entendidas e mais misteriosas. As pesquisas têm importantes implicações clínicas, porque entender melhor a dor pode trazer enormes benefícios à humanidade. Além disso, é um caminho para estudar as propriedades do cérebro humano.

Alguns médicos sugerem que a dor crônica é um problema apenas emocional. Qual sua opinião a respeito?

Historicamente, profissionais da área médica tendem a culpar o paciente por condições que eles não entendem ou para as quais não possuem terapias apropriadas. A dor crônica certamente continua dentro dessa categoria. Mesmo se nossos estudos não consigam alcançar nada mais do que um único marcador cerebral relativo a condições crônicas, já indicam que a dor deve ser considerada uma doença específica.

Os estudos que o senhor tem conduzido podem levar ao desenvolvimento de uma nova abordagem terapêutica?

Sim e, de fato, já publicamos alguns estudos realizados com ratos para novas drogas em potencial para a dor crônica, que foram desenvolvidas especificamente baseadas nas nossas descobertas sobre a atividade cerebral no problema. Agora, estamos iniciando um estudo clínico com humanos para verificar se essa abordagem será de ajuda no campo clínico.

O senhor acredita que a ciência está próxima de descobrir os mecanismos por trás da dor crônica?

Estamos começando a aprender os mecanismos cerebrais relacionados. É uma época muito animadora, à medida que descobertas surpreendentes têm vindo à tona tão rápido, mas ainda há muito mais trabalho a fazer. Tenho confiança, porém, que estamos no caminho certo para estabelecer um paradigma científico que, finalmente, revele a dor crônica.

Atualmente, qual o status do tratamento para o mal?

Por enquanto, a dor pode ser apenas controlada e estamos longe de entendê-la completamente, mas acredito que, quando esse assunto amadurecer no meio científico, seremos capazes de desenvolver uma série de novas e específicas terapias para cada condição de dor crônica e também prevenir sua ocorrência. Acredito que poderemos até mesmo curá-la. Mas até agora continuamos apenas controlando a dor, usando procedimentos não específicos e arbitrários para fornecer o mínimo de benefício para o paciente.


 

 
SAÚDE
GENÉTICA TAMBÉM TRAZ RESPOSTAS

O pesquisador Ariel Darvasi, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, trabalha com a linha da genética para entender como a dor crônica é desencadeada. Um estudo realizado por sua equipe e publicado na revista especializada “Genome Research” indica que os genes podem estar por trás do problema. Usando modelos animais, Darvasi identificou uma região do cromossomo 15 que contém variantes genéticas associadas à dor. Como a área é formada por 155 diferentes genes, foi preciso mapeá-la completamente para encontrar qual a mutação envolvida no processo. “A partir de abordagens biotecnológicas e análise dos dados genéticos, conseguimos achar um único gene, o Cacgn2, que nos pareceu o candidato mais provável”, disse. Esse gene é conhecido por seu envolvimento com a epilepsia mas, até então, nunca havia sido descrita sua ligação com a dor crônica.

No entanto, ainda não se sabe se a versão humana do gene também tem conexão com o problema. Analisando um grupo de pacientes com câncer de mama que se submeteram à remoção total ou parcial do seio, os pesquisadores descobriram que alterações profundas no Cacgn2 estavam associadas à dor crônica após a cirurgia. “Apesar de essa associação precisar de mais análises, o resultado é encorajador. O significado imediato de nossas descobertas é que as diferenças na percepção da dor podem ter uma predisposição genética”, diz Darvasi. “Isso pode fornecer dados para o tratamento da dor crônica por meio de novos mecanismos”, acredita.

 

 

SAÚDE
ESTUDO REVELA QUE UMA MOLÉCULA ESTARIA LIGADA À FIBROMIALGIA

Além da anatomia cerebral e dos componentes genéticos, a fisiologia molecular também pode estar envolvida com os processos de dor persistente. Pesquisadores da Universidade de Michigan encontraram uma ligação entre a dor e uma molécula específica do cérebro, uma descoberta que, de acordo com eles, poderá lançar uma nova luz sobre a fibromialgia, condição que afeta até 5% da população mundial. Em pacientes que sofrem do mal, os cientistas descobriram que a dor diminuía quando os níveis de uma molécula chamada glutamato caíam. Os resultados do estudo, que foi publicado na revista “Arthritis and Rheumatism”, podem ser úteis para a busca de novas terapias.

O glutamato é um neurotransmissor, o que significa que passa informações para os neurônios por meio do sistema nervoso. Estudos anteriores haviam demonstrado que, em pacientes com fibromialgia, há um acúmulo da substância na região cerebral da ínsula, responsável pelo controle da emoção, entre outras funções. Por meio de exames de ressonância magnética funcional, os pesquisadores haviam constatado que os neurônios dos pacientes são mais ativos nessa área. A equipe de Harris suspeitou que a atividade maior entre os neurônios poderia estar relacionada ao nível de glutamato na região.

Para avaliar a relação entre dor e glutamato, os pesquisadores usaram uma técnica não invasiva que gera imagens cerebrais, chamada espectroscopia de prótons por ressonância magnética. O exame foi realizado antes e depois de os pacientes serem submetidos a quatro semanas de acupuntura, procedimento que visa diminuir a dor. Ao final desse período, os voluntários disseram que os sintomas se reduziram significativamente. “O mais importante é que a diminuição da dor ocorreu ao mesmo tempo em que constatamos reduções nos níveis de glutamato na ínsula”, conta Harris. “Caso os resultados forem confirmados em estudos que envolvam um grande número de pacientes, o glutamato poderá ser um marcador biológico da fibromialgia”, acredita.

 


ANIMAIS
ELES PODEM SER PERIGOSOS
Como driblar as alergias provocadas pelos animais de estimação

Começa com recorrentes espirros, seguidos por tosse, olhos inchados e lacrimejantes, coceiras e placas vermelhas espalhadas pelo corpo. Com os sinais claros de que algo está causando alergia, a pessoa parte para a investigação dos possíveis motivos e descobre, com muita tristeza, que a doença é provocada pelo bicho de estimação. Não bastassem os desconfortos comuns citados, a pessoa que insiste em conviver com o animal ainda pode sofrer complicações sérias, levando inclusive ao chamado edema de glote – uma obstrução da laringe provocada por inchaço. Nesse momento, começa a saga em busca de tratamentos que amenizem ou até curem o mal, uma vez que se desfazer do tão amado e bem tratado bichinho – considerado, muitas vezes, como um ente da família – está fora de cogitação. Para tanto, médicos e criadores contam como driblar a alergia e continuar recebendo e dando amor aos bichinhos.

Apaixonado por gatos, o bancário Luiz Antônio Gomes insistiu tanto que, entre reações alérgicas sérias e o desejo de criar um filhote, descobriu qual substância no animal causava a alergia e como fazer para que não isso não lhe prejudicasse. Em idas e vindas ao alergista, Gomes soube que o alérgeno estava na saliva e era passada para o pelo – que, solto pela casa, atacava seu organismo. Munido de informações, que para ele eram preciosas, o rapaz testou e atestou que escovar o bichano diariamente e manter a casa arejada o “imunizava” da alergia. “Procuro manter a casa limpa e pentear os animais com pelos longos para evitar a queda excessiva”, ensina.

Atualmente, Gomes convive não só com o gato da raça himalaia apelidado de Chico, mas também com a cadelinha chiuaua Miucha – e um aquário. Quando, mesmo com todos os cuidados, a doença dá sinais de que vai voltar, o bancário toma logo as devidas precauções. “Uso a medicação própria para rinite alérgica e coceira na pele e tomo banho imediatamente após escovar o gato”, conta.

De acordo com a médica Cristina Kokron, alergista do Hospital Israelita Albert Einsten, o ideal é afastar o animal do indivíduo alérgico, uma vez que as substâncias alérgenas, proteínas específicas para cada animal, estão na pele, no pelo, na urina ou na saliva. No entanto, se não há essa alternativa, o alergista Roberto Ronald explica que pode ser feito o tratamento com medicamentos como anti-histamínicos, anti-inflamatórios hormonais (esteroides) ou não hormonais, controles de ambiente ou imunoterapia específica. “Essa última se dá pelo contato repetido com a substância agressora, mudando o padrão reacional do paciente”, conta.

A solução encontrada por Tomás Rodrigues foi deixar seu bicho de estimação em outro local. Mesmo sabendo que iria sentir saudades de Bartolomeu, um buldogue inglês, o cão foi para a casa da mãe, que tem um quintal grande e arejado. Rodrigues conta que, após um ano e meio convivendo com o bichano, passou a sentir os sintomas da alergia, mas, mesmo assim, insistiu em manter o animal dentro do apartamento. “Quando começou a complicar, tive que fazer uma escolha. Estava com dores nas costas, o pulmão ardia, sentia falta de ar”, recorda. Rodrigues lembra que em qualquer ambiente aberto não apresenta uma reação alérgica, mas basta colocar o cachorro no colo para sentir os sintomas.

 

REBECA RAMOS | CORREIO BRAZILIENSE

 

 ANIMAIS
COMO É DETECTADA A ALERGIA

ristina conta que, para se ter certeza de que uma pessoa é alérgica a algum animal, é necessário ter sintomas clínicos à exposição. “A comprovação se dá por meio da pesquisa de Ig

E, o anticorpo responsável pelas alergias específicas ao animal, seja por testes cutâneos ou por uma pesquisa do sangue”, explica.

O alergista Roberto Ronald conta que a doença é detectada com testes laboratoriais com dosagem das moléculas existentes no paciente que entraram em contato com o alérgeno. “Ou testes no próprio paciente, em que a substância agressora é colocada em contato com ele por introdução na pele, por inalação ou por ingestão”, descreve. Dessa forma, segundo ele, é possível desencadear as reações no paciente e até simular, controladamente, os sintomas.

 

Dicas para ficar longe da alergia
- Dar banho no gato uma vez por semana e escová-lo todos os dias.
- Dar banho no cachorro duas vezes por semana e passar óleo mineral.
- Manter o animal em áreas externas e longe do quarto.
- Limpar a casa com pano úmido e usar aspirador com filtro de água.
- Levar o animal para fazer exercício e pegar sol.
Sintomas
- Respiratórios (espirros, obstrução nasal, prurido nasal, coriza).
- Sinusite (dor ou não).
- Otite (coceira, dor).
- Faringite (coceira).
- Laringite (falta de ar).
- Asma (chiado no peito, tosse, falta de ar).
- Sinais na pele (coceiras, urticária).
- Dor de cabeça.
- Problemas no aparelho digestivo (diarreia, dor abdominal).
- Anafilaxia (reação alérgica generalizada podendo apresentar urticária) e até choque anafilático, com a queda da pressão arterial, taquicardia e distúrbio de circulação sanguínea, podendo ser acompanhado do fechamento das vias respiratórias.

 

 

VISOR | RAFAEL MARTINI

ASSOCIAÇÃO LUTA CONTRA A CEGUEIRA DA BUROCRACIA


O laboratório para análises oftalmológicas da Associação Catarinense para Integração do Cego (Acic) foi inaugurado em março de 2010 com direito a placa na entrada do prédio. Mas nunca foi utilizado por falta de médico para atender aos pacientes. A estrutura com equipamentos de última geração, montada numa parceria entre a prefeitura de Florianópolis e a entidade, está orçada em mais de R$ 100 mil. O computador, inclusive, está conectado à rede de consultas do município há mais de um ano. Só que nunca agendou nada, segundo o presidente da entidade, Carlos Henrique Geller, o Caíque (foto ao lado). A Acic sofre da síndrome crônica das entidades filantrópicas em SC: falta dinheiro, sobra vontade. Com auxílio externo, um prédio com 24 apartamentos foi construído há três anos para receber portadores de deficiência visual das demais regiões. Todos os quartos, com duas camas cada, estão mobiliados, com banheiro privativo, jogo de cama e travesseiros (foto do meio). Tudo novinho, mas vazio. É que a entidade não tem dinheiro para bancar cozinheiras, camareiras e o pessoal da limpeza. São 48 vagas que fariam toda a diferença no Estado.

 

A Acic atende, hoje, 219 portadores de deficiência visual, desde a alfabetização para crianças até cursos profissionalizantes para adultos. O cabeleireiro aposentado Valdir Caetano da Cruz, 68 anos, mais conhecido como Coca, perdeu a visão há seis anos e há cinco descobriu a associação, onde já fez vários cursos, o mais recente de tear (foto abaixo). Coca resume seu sentimento sobre a associação:

– Eles salvaram a minha vida e hoje fico mal-humorado se não venho pra cá. É assim com todos.

Caíque estima que a abertura do laboratório e do hotel ajudariam a reduzir a demanda de quase quatro mil pessoas à espera de tratamento oftalmológico no Estado. Hoje, eles lutam para levantar os R$ 30 mil necessários aos custeios mensais, em função de atrasos burocráticos nos repasses de convênios. Ao conhecer a estrutura de 5 mil metros de área construída, no Bairro Saco Grande, fica difícil entender o por que das prefeituras e governo do Estado não investem mais na associação. Como diz o ditado: o pior cego é aquele que não quer ver.

 

Geral


COMBATE À GRIPE
Até sábado, 333 mil vacinados

A vacinação contra a gripe segue até 13 de maio. O público-alvo são os idosos com mais de 60 anos, crianças de seis meses a dois anos, gestantes, indígenas e trabalhadores da saúde de unidades que fazem atendimento para Influenza.

O Dia D de vacinação, aconteceu no sábado em todo o país. Na Capital, o movimento no Posto de Saúde do Bairro Abraão era tranquilo. As pessoas não encontraram filas. Ao chegar na unidade, os interessados preenchem um cadastro e são encaminhados para a vacinação.

Em Santa Catarina, foram vacinadas, desde o dia 25 de abril, 333 mil pessoas. A meta é de 80% da população alvo, ou seja, cerca de 1 milhão de pessoas. Além da imunização contra a gripe, a vacina pneumocócica 23 valente será aplicada em idosos que moram em instituições e a vacina contra o tétano estará disponível para as pessoas com mais de 60 anos.

A campanha passou a incluir crianças de seis meses a um ano 11 meses e 29 dias, gestantes em qualquer período da gravidez e trabalhadores da área da saúde que atuam no atendimento de pacientes e na investigação de casos de infecções respiratórias.

 


SAÚDE NA CAPITAL
Protesto por reabertura de hospital

Com cartazes e até encenações teatrais, manifestantes se reuniram no Bairro Estreito para pedir a reabertura completa do Hospital Florianópolis.

Em frente à unidade, moradores fizeram um protesto, enquanto atores encenavam situações comuns enfrentadas pela pessoas que procuram a Emergência da instituição. Segundo a vice-presidente da Associação de Moradores da Coloninha, Tânia Ramos, a manifestação foi realizada porque o Hospital Florianópolis está há dois anos em reforma.

A comunidade está apreensiva com a possibilidade de a gestão do Hospital Florianópolis ser concedida a uma Organização Social (OS). Desde a campanha eleitoral, o governador Raimundo Colombo (DEM) defende que as unidades hospitalares sejam administradas por organizações sociais, o que, avalia ele, tornaria os serviços mais ágeis. Tânia vê esta proposta como uma possível privatização do serviço de saúde.

– O governo do Estado quer entregar o hospital para uma OS, que na verdade nada mais é do que ter clínicas particulares dentro da unidade. Hoje, o Hospital Florianópolis é o único que atende 100% pelo SUS e queremos que continue assim. Nosso receio é que, com a mudança, a maior parte dos serviços seja direcionada para atendimentos particulares – afirma Tânia

 

Colunista Cacau Menezes

 
A vacina
Está na época da vacinação contra a gripe Influenza, e os brasileiros não podem perder a oportunidade de dar atenção à saúde. Que essa vacina é importante, todos sabem, porém, o que outros tantos querem saber é quando vai ser aplicada a vacina contra o tráfico de influenza

 

 

 


Governo federal quer privatizar o Hospital Universitário
Deputados catarinenses querem ampliar o debate sobre a proposta que afeta o Hospital Universitário de Florianópolis


Especial para o Notícias do Dia

A bancada catarinense no Congresso Nacional tentará modificar, nos próximos dias, a Medida Provisória 520 que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Na última semana vários deputados de Santa Catarina participaram do debate promovido pelas Comissões de Educação e de Seguridade Social da Câmara para discutir a matéria, que segundo seu relator, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), deverá entrar em votação no plenário da Câmara neste mês.

“Ainda dá tempo de negociar a Medida Provisória. Eu vou conversar com o diretor do Hospital Polydoro Ernani de São Thiago nesta semana e ouvir dele sua opinião sobre a proposta do governo”, afirmou o deputado Esperidião Amin (PP), que participou do debate promovido com o ministro da Educação, Fernando Haddad, na última quarta-feira, quando o ministro defendeu a proposta.

 Uma das MPs mais polêmicas do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, editada no dia 31 de dezembro de 2010, ao apagar das luzes do ano passado, a MP encontra resistência forte dentro da chamada bancada da Saúde no Congresso. Ela versa sobre a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A.

A nova empresa, vinculada ao Ministério da Educação, tem entre suas finalidades, prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e laboratorial à comunidade e apoiar o ensino, a pesquisa e a formação de recursos humanos no campo da saúde pública, dentro das instituições federais de ensino superior.

A criação da empresa integra o conjunto de medidas do Programa de Revitalização dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), instituído em 27 de janeiro de 2010.
 “A essência da MP 520 é criar uma empresa cem por cento pública e cem por cento comprometida com o SUS”, disse Fernando Haddad durante o debate na Câmara.

 Segundo o ministro da Educação, Hospital de Clínicas de Porto Alegre foi o modelo para a elaboração da MP 520, que autoriza o Executivo a criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH.

A Medida Provisória autoriza o governo federal a criar empresa sob a forma de sociedade anônima, para administrar unidades hospitalares vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo o país tem 46 hospitais universitários, sendo o Hospital Polydoro Ernani um dos principais do Estado de Santa Catarina.

Parlamentares defendem
melhora da gestão do hospital

Os parlamentares catarinenses querem não apenas a melhoria da gestão do Hospital Universitário do Estado, querem garantir principalmente a melhoria do atendimento público de saúde em Santa Catarina, que na avaliação de muitos deputados, ainda é bastante precário.

Confesso defensor da privatização do maior número possível de serviços prestados pelo governo, o coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, Edinho Bez (PMDB) elogia a gestão do Hospital Polydoro Ernani de São Thiago, mas acredita que todas as medidas que vierem para desburocratizar o sistema e melhorar o atendimento são muito bem vindas.

“A MP é favorável para o país. O poder público no Brasil comprovadamente mais atrapalha do que ajuda. Enfrentamos muita burocracia, é terrível. Sou favorável à privatização ao máximo em tudo. Quanto aos hospitais temos que ter controle, regulamentar, cobrar cláusulas contratuais porque a situação da saúde em geral está péssima”, afirma Bez.

O Hospital tem como seu forte o atendimento de emergência e nele são atendidas em média 400 pessoas por dia em seu Pronto Socorro. As obras de construção do HU iniciaram-se em 1964  e ele foi inaugurado em maio de 1980. A tocoginecologia, o Centro Obstétrico e as unidades de neonatologia foram implantadas em outubro de 1995.

 Pela proposta 26 mil servidores públicos vão para o regime CLT

A proposta de transformar os 26 mil servidores públicos que trabalham nestes hospitais  universitários pelo Brasil em trabalhadores do regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) não deve ser, na opinião do deputado federal Esperidião Amin, um empecilho para a aprovação da proposta no Congresso Nacional.
“Justamente a questão dos servidores que se pode aperfeiçoar. É uma questão pontual que deve ser discutida. A meritocracia é mais importante que o vínculo”, diz Amin.

Amin diz que há tempo para discutir a MP

“Sou fã do Hospital Universitário de Santa Catarina como ex-governante e como cliente. Sofri um capotamento há mais de 20 anos e fui atendido lá de forma excelente. Entendo que a MP trata dos critérios de gestão dos hospitais e isto não é privatização. A exposição do ministro foi muito interessante mas acho que podemos trabalhar mais a proposta no Congresso antes de sua aprovação”, afirmou Esperidião Amim.
 “Os hospitais universitários passam, com a aprovação da MP, a ter pai e mãe que serão os Ministérios da Saúde e da Educação que já pactuaram a divisão dos recursos para financiamento das unidades”, afirma Fernando Haddad. O diretor do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que serviu de modelo para MP, assegurou que não há diferença no tratamento entre pacientes do SUS ou de planos privados.

 
Base aliada é contrária à proposta do governo

O deputado Pedro Uczai (PT), apesar de ser da base aliada, se coloca francamente contrário a proposta nos moldes como ela foi apresentada pelo governo. “Não deve privatizar. Deve ser uma empresa 100% pública e esta é uma garantia do governo. Uma segunda questão é a possibilidade da medida descaracterizar o SUS (Sistema Único de Saúde)”. Segundo Uczai, a MP 520 foi editada “correndo” no final do ano passado, para encontrar uma solução para os mais de 26 mil servidores dos hospitais que ficariam descobertos na virada do ano. “Não há sectarismo, mas não podemos de forma alguma falar em privatização. Temos que buscar alternativas e acho que ainda dá tempo para isto”.

Segundo o deputado Esperidião Amin é muito pouco provável que a MP 520 seja votada em maio, como quer o relator, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), “porque vamos votar o Código Florestal. As duas matérias são importantes, com certeza a MP só entrará em votação depois do Código, o que nos dará mais tempo”, acredita o deputado.

Ex-presidente Lula é quem editou a MP


O relator da MP 520, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), apresentará, na primeira semana de maio, o seu parecer sobre a matéria, uma das MPs mais polêmicas do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, editada no dia 31 de dezembro de 2010, ao apagar das luzes do ano passado. A MP encontra resistência forte dentro da chamada bancada da Saúde no Congresso.

A MP tem sido alvo de campanha contrária à sua aprovação por médicos e estudantes de todo o país, que querem evitar o que chamam de privatização dos hospitais universitários. Pela Medida Provisória, a empresa fica sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive, quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Justamente o fim do status de funcionários públicos para passarem ao regime celetista é a maior crítica dos funcionários dos hospitais universitários.

Forte tenta vencer a resistência de parlamentares de governo e da oposição para aprovar a MP. Para o deputado não se trata de privatização, mas sim de “moralização” dos hospitais e ele cita como exemplo o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que serviu de modelo.
“A performance do Hospital de Clínicas de Porto Alegre é um exemplo. Se todos os hospitais universitários fossem como ele, não teríamos problemas. Ele não tem déficit orçamentário, tem superávit. Os recursos são investidos no próprio hospital. É a entidade com maior número de publicações nas revistas científicas do meio e seus profissionais fazem uma média de 600 atendimentos por dia”.