SAÚDE PÚBLICA
Fechado para cidades vizinhas
Hospital Materno- infantil de Criciúma não atende pacientes de outros municípios
O Hospital Materno-infantil Santa Catarina em Criciúma, no Sul de Estado, está restringindo o atendimento a pacientes de cidades vizinhas. Desde o dia 4, a instituição decidiu que a prioridade será para pessoas que comprovem endereço em Criciúma, por causa das dificuldades financeiras. A administração do hospital é terceirizada pela Prefeitura ao Hospital São José.
O procedimento ainda está em fase de adaptação e as famílias de outras cidades estão sendo orientadas a procurar as unidades de saúde do município onde moram para casos que não sejam graves. As emergências receberão atendimento normal, independentemente do endereço da família, mas essa classificação por risco e procedência é irregular, segundo o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. A entidade alerta que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem obrigação de atender todas as pessoas, independentemente do lugar onde morrm e da gravidade.
O secretário municipal de Saúde, Silvio Avila Júnior, afirma que os casos graves serão atendidos. “Essa classificação por risco é uma medida necessária para reeducar um problema cultural da população, acostumada a procurar socorro imediato no hospital quando poderia buscar ajuda no posto médico do bairro”, diz Silvio.
O ofício com esta determinação está colado no balcão de atendimento do hospital, mas a execução prática pode não ser tão simples como espera a Prefeitura. O diretor clínico, Christian Prado, informa que, por enquanto, nenhuma criança de outra cidade foi mandada de volta para procurar o posto de saúde. “Uma criança pode apresentar mudanças nas primeiras 24 horas e piorar quando sair do hospital”, explica Prado.
Para Airton Costa, diretor do Hospital São Donato, de Içara, a regra criará um obstáculo. “O hospital é regional, tem que atender todos da região. Quem deve dizer se o caso é emergência é o médico”, diz o diretor do hospital.
SAIBA MAIS
No fim de março, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar problemas de gestão do Hospital Infantil, após denúncia de que haveria demissão coletiva de médicos descontentes com as condições de trabalho e baixos salários.
O que dizem
Governo do estado
O secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, informou que tem conhecimento da atual situação do Hospital Maternoinfantil Santa Catarina, mas garante que o governo do Estado só terá uma posição sobre uma possível intervenção ou auxílio após o dia 28 de abril. Ele pretende fazer uma viagem a Criciúma para observar pessoalmente os problemas da instituição.
Ministério da saúde A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que o gestor do hospital tem autonomia para definir ou organizar da melhor maneira possível o atendimento ao público e que isso não interfere de maneira direta no repasse de recursos do governo federal.
Fechado para cidades vizinhas
Hospital Materno- infantil de Criciúma não atende pacientes de outros municípios
O Hospital Materno-infantil Santa Catarina em Criciúma, no Sul de Estado, está restringindo o atendimento a pacientes de cidades vizinhas. Desde o dia 4, a instituição decidiu que a prioridade será para pessoas que comprovem endereço em Criciúma, por causa das dificuldades financeiras. A administração do hospital é terceirizada pela Prefeitura ao Hospital São José.
O procedimento ainda está em fase de adaptação e as famílias de outras cidades estão sendo orientadas a procurar as unidades de saúde do município onde moram para casos que não sejam graves. As emergências receberão atendimento normal, independentemente do endereço da família, mas essa classificação por risco e procedência é irregular, segundo o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina. A entidade alerta que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem obrigação de atender todas as pessoas, independentemente do lugar onde morrm e da gravidade.
O secretário municipal de Saúde, Silvio Avila Júnior, afirma que os casos graves serão atendidos. “Essa classificação por risco é uma medida necessária para reeducar um problema cultural da população, acostumada a procurar socorro imediato no hospital quando poderia buscar ajuda no posto médico do bairro”, diz Silvio.
O ofício com esta determinação está colado no balcão de atendimento do hospital, mas a execução prática pode não ser tão simples como espera a Prefeitura. O diretor clínico, Christian Prado, informa que, por enquanto, nenhuma criança de outra cidade foi mandada de volta para procurar o posto de saúde. “Uma criança pode apresentar mudanças nas primeiras 24 horas e piorar quando sair do hospital”, explica Prado.
Para Airton Costa, diretor do Hospital São Donato, de Içara, a regra criará um obstáculo. “O hospital é regional, tem que atender todos da região. Quem deve dizer se o caso é emergência é o médico”, diz o diretor do hospital.
SAIBA MAIS
No fim de março, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar problemas de gestão do Hospital Infantil, após denúncia de que haveria demissão coletiva de médicos descontentes com as condições de trabalho e baixos salários.
SAÚDE PÚBLICA
Audiência para explicações
No começo do ano passado, a gestão do Hospital Materno-infantil Santa Catarina foi terceirizada e a instituição passou a ser administrada pelo Hospital São José, que receberia R$ 660 mil por mês da Prefeitura.
O repasse de verbas nem sempre foi feito de maneira integral e a crise no hospital especializado no atendimento infantil, que envolve problemas como demora no atendimento e a seletividade por nível de gravidade e procedência dos pacientes, motivaram a Câmara de Vereadores de Criciúma e foi feita uma audiência pública.
A proposta de audiência surgiu a partir de conversas entre os vereadores e cerca de 30 lideranças sindicais e sociais da região. Segundo o presidente da Câmara dos Vereadores, Antônio Manoel (PMDB), a situação do hospital se agrava a cada dia. Ele diz que a audiência foi agendada para discutir com entidades públicas, privadas e sociedade diversos temas, entre eles, o projeto de lei para autorizar um convênio. “Nossa maior preocupação é a discriminação entre os pacientes do SUS e de convênios. A situação preocupa a população”, afirma o presidente
Nos últimos dias, representantes da Prefeitura de Criciúma e de cidades vizinhas e direção do Hospital São José se reuniram para buscar soluções que viabilizem o funcionamento do hospital infantil. A ideia é agilizar a liberação de R$ 3 milhões aprovados no orçamento estadual para a instituição, que passaria a receber R$ 250 mil por mês.
OPINIÃO
O polo catarinense de saúde
Nada é mais importante do que a continuidade administrativa. E nada mais medieval do que a interrupção de obras e ações por governos que se sucedem. O sinal mais evidente de cuidado com os cofres públicos é a continuação e o aprimoramento de programas que deram certo. Os governadores Leonel Pavan e Raimundo Colombo têm tido essa visão de continuidade, como, entre outras iniciativas, a reforma da Ponte Hercílio Luz, o acesso ao aeroporto da Capital, a duplicação da SC-401, os acessos, em andamento, às últimas sete das 55 cidades beneficiadas em nosso governo e a atração de inúmeras empresas de grande porte.
No extenso rol de grandes empresas atraídas pelo governo estão as fábricas da Votorantim, em Vidal Ramos e Imbituba; as de MDF (Guararapes e Sudate), em Caçador e Otacílio Costa; a de MDP (Berneck), em Curitibanos; as de fumo, de Joinville (Universal) e Araranguá (Aliance e CPA); a Hyosung, em Araquari; os portos da Babitonga, de Itapoá e Navegantes; a GM e as 82 empresas instaladas no Perini Business Park, em Joinville. Sem contar os milhares de reais, objeto de renúncia fiscal (Super-Prodec e Pró-emprego), que beneficiaram a expansão de centenas de empresas catarinenses.
Mas dentre as iniciativas que foram tocadas para frente por Pavan e Colombo, está o polo logístico de saúde, que já atraiu a SC tradicionais empresas dessa atividade, com destaque para a Roche, Mead Johnson, Convatec, Nycomed, Ipsen, Capsugel, ABL e Airela, com grande possibilidade de incorporar a Philips, a GE, a Hospira, a Covidien, a GlaxoSmithKline, o Genomalab, a Baxter, a Bristol-Meyers Squibb. O polo é articulação do governo com a empresa italiana Bomi, a Luft Logistics e a Multilog para oferecer serviços inovadores de gestão integral de armazenagem e distribuição de produtos farmacêuticos, médico-hospitalares, cosméticos e diagnósticos clínicos.
Beneficiado por um programa especial de incentivos, o polo ocupa, em Itajaí, área construída de armazém climatizado de 7 mil m² e pé-direito de 12 metros livres que custaram aos investidores R$ 20 milhões. Trata-se de uma construção da mais moderna tecnologia mundial em acondicionamento de produtos de saúde, com câmaras que vão de menos 70 a mais 25 graus, promovendo, com segurança, a integração da cadeia de abastecimento.
As empresas faturarão, neste ano, R$ 900 milhões, garantindo a SC receita de R$ 40 milhões, criando 195 empregos diretos e 405 indiretos. Além disso, o polo destinará mais de R$ 4 milhões à pesquisa científica e idêntica quantia ao Fundosocial. Afora os investimentos diretos que as indústrias farmacêuticas e de equipamentos de saúde se obrigaram a fazer em parceria com nossos centros de excelência, sendo que já está em implantação, no Sapiens Parque, o Centro de Análises Pré-clínicas, que será o pilar central de inovações do polo.
LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, SENADOR
IMPACTO DO ISOLAMENTO
A síndrome de amoque VEIO PRA FICAR
O PSICÓLOGO THALES VIANNA COUTINHO COMENTA O IMPACTO DO ISOLAMENTO E OS DIAGNÓSTICOS PRECIPITADOS SOBRE WELLINGTON MENEZES DE OLIVEIRA
O dia 7 de abril foi marcado por uma chacina que chocou não apenas o Brasil, como também o mundo inteiro. Wellington Menezes de Oliveira, um rapaz de 23 anos, vestindo um sobretudo (num dia de calor) entrou na escola na qual havia se formado e atirou para matar, em alunos, funcionários e professores. Total de vítimas até o momento? Doze, sendo 10 meninas e 2 meninos.
A barbárie, com certeza, entrou para os anais de crimes hediondos da história da humanidade, principalmente pelo agravante desta situação específica: o assassino vitimou, nas palavras da presidente Dilma: “brasileirinhos que foram tirados tão cedo da vida”, jovens entre 11 e 15 anos. A história terminou quando o sargento da polícia militar Márcio Alves, hoje tratado como herói (sim, ele estava só fazendo seu trabalho, mas num País em que tantos não fazem, ele merece ser tratado como herói) entrou no prédio da escola, encontrou Wellington e o atingiu na perna, sendo que, na sequência, o atirador cometeu suicídio.
Pronto. Um final trágico, mas já acabou, certo? Ainda não. Agora, com o vilão morto e as vítimas em profundo desespero, necessitando de ajuda (sangue e suporte psicológico), ainda resta responder à questão: “O que o fez cometer tal atrocidade?”. Nesse momento, eis que aparece tudo quanto é especialista, enquadrando Wellington em tudo que é teoria para explicar os porquês dos porquês.
Antes de qualquer coisa é importante esclarecer o seguinte: Wellington está morto. A única pessoa que poderia responder porque fez aquilo era ele, assim como a única pessoa que poderia se submeter a uma avaliação psicológica e/ou psiquiátrica para chegar a um diagnóstico formal era ele. Conclusão: ele nunca disse porque fez (a carta é ininteligível) e jamais foi avaliado por médicos ou psicólogos (há relatos de que iniciou psicoterapia, mas parou logo na sequência, antes de ser feita alguma avaliação aprofundada).
Outra coisa: buscar informações com parentes próximos, vizinhos e colegas é importante, porém, é obvio que, depois do ocorrido, a memória deles está repleta de associações com emoções negativas que, para elas, será natural. Já não é muito fácil, em condições normais, distinguir uma memória verdadeira de uma falsa; nessa situação, a dificuldade será maior ainda, o que faz dessas fontes de informação importantes, mas sem ignorar possíveis distorções. Tem a família também e, como sempre, existem profissionais que atribuem a gênese de seu comportamento à forma como ele foi criado.
Realmente a história familiar é sempre importante para a compreensão do sujeito, porém, desde que seja a família biológica. Wellington era adotivo. Neste ponto, muitas pessoas podem estar discordando de mim, então recomendo a leitura de artigos científicos publicados principalmente pelo professor Adrian Raine, onde encontrarão mais explicações para a relevância significativa e polêmica dos fatores biológicos hereditários sobre a conduta agressiva. Porém, há relatos de que sua mãe sofria de esquizofrenia e havia cometido suicídio em função da doença. Como a ciência já demonstrou, a hereditariedade da esquizofrenia é enorme. Claro, sempre lembremos que genética não é destino, mas é uma potente fonte para probabilidades. Então, é importante registrar que, se essa informação sobre a mãe dele for verdadeira, ele tinha uma forte tendência genética a também ser esquizofrênico.
THALES VIANNA COUTINHO
HOSPITAL INFANTIL
CRM diz que é irregular priorizar o atendimento
Decisão de dar preferência a moradores de Criciúma é criticada por entidades e pais de pacientes
Enquanto a população aguarda pela ampliação do atendimento médico e contratação de mais profissionais para melhorar a área da saúde, o Hospital Materno-infantil Santa Catarina, de Criciúma, estabelece normas que restringem o acesso a pacientes que residem nas cidades vizinhas. Desde o dia 4 de abril, a instituição decidiu que a prioridade no atendimento será dada a pessoas que comprovem endereço em Criciúma.
O procedimento ainda está em fase de adaptação e as famílias de outras cidades estão sendo orientadas a procurar as unidades de saúde de suas cidades caso o problema de saúde não seja grave no futuro. Os casos de emergência receberão atendimento normal independente do endereço da família, mas essa classificação por risco e procedência é irregular, segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM) em Santa Catarina.
A assessoria jurídica do CRM informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem obrigação de receber todas as pessoas, não importa onde elas residam ou se o caso é grave ou não. Segundo o CRM, uma criança com febre comum não pode ser encaminhada do hospital para um posto de saúde com a justificativa de que não é uma emergência.
Secretário garante que todos serão atendidos
O secretário municipal do Sistema de Saúde, Silvio Avila Júnior, esclarece que casos graves de qualquer cidade serão atendimentos e que essa classificação por risco é uma medida necessária para reeducar um problema cultural da população, acostumada a procurar socorro imediato no hospital quando poderia buscar ajuda no posto médico do seu bairro.
O ofício com essa determinação está no balcão de atendimento do hospital, mas a execução prática da ideia pode não ser tão simples quanto espera a prefeitura. O diretor clínico, Christian Prado, informa que por enquanto nenhuma criança de outra cidade foi mandada de volta para procurar o posto de saúde.
– Como médico, não posso dispensar o atendimento, é um risco muito grande. Uma criança pode apresentar mudanças nas primeiras 24 horas e piorar quando sair do hospital – explica Prado.
Famílias que procuram o hospital em Criciúma rebatem a opção dos postos de saúde porque as unidades têm infraestrutura precária e o tempo gasto na busca de atendimento pode agravar o problema dos filhos.
– Não tinha como deixar meu filho no hospital da minha cidade e vim para cá – diz a manicure Camila Cândido, 21 anos, de Siderópolis, que levou Daniel, de 12 dias de vida, com manchas no peito e precisando de atendimento especializado.
O casal Maicon da Silva, 26 anos, e Edneia de Lima, 28, mora em Criciúma, mas entende que a seletividade só atrapalha.
– Se perde muito tempo indo no posto de saúde, pois na maioria dos casos não há médicos ou remédios, então é mais fácil ir direto ao hospital – afirma Edneia, mãe das gêmeas Eduarda e Érica, dois anos.
No final de março, o Ministério Público Federal abriu inquérito civil para apurar problemas de gestão do hospital infantil. O procurador da República Darlan Airton Dias chegou a ser comunicado que haveria demissão coletiva de médicos descontentes com as condições de trabalho e os baixos salários.
marcelo.becker@diario.com.br
MARCELO BECKER | CRICIÚMA
A triagem
Depois de passar pela recepção, onde é feito um cadastro, o paciente é encaminhado para uma avaliação e diagnóstico inicial. Por enquanto, todos os pacientes seguem para o atendimento definitivo, mas a intenção é sugerir aos pais para, no futuro, procurar o posto de saúde mais próximo de casa caso não seja constatado risco ou gravidade.
Os hospitais da região: se o atendimento for vetado, a população das cidades vizinhas tem à disposição, além dos postos de saúde, os hospitais São Donato, em Içara; Caridade São Roque, em Morro da Fumaça; São Lucas, em Siderópolis; São Marcos, em Nova Veneza; e Nossa Senhora da Conceição, em Urussanga. Em Criciúma, outras opções são os hospitais São José e São João Batista, que é privado.
O hospital
- Administração: municipal, mas terceirizada para o Hospital São José.
- Estrutura: o local conta com pronto-atendimento e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Ao todo são 120 funcionários, sendo 26 médicos e 13 enfermeiros.
- Capacidade de atendimento: 45 mil por ano. Em 2010, foram 62 mil.
- Deficiência: são apenas dois pediatras no plantão. Falta concluir as obras da maternidade, centro cirúrgico e centro obstétrico, que começaram há 10 anos e dependem de recursos do governo do Estado.
- Recursos: o SUS destina cerca de R$ 200 mil para manter o hospital.
- Governo do Estado: representantes das prefeituras da região e do Hospital São José estiveram reunidos para buscar soluções que viabilizem o funcionamento do hospital. A ideia é agilizar a liberação de R$ 3 milhões do orçamento estadual para a instituição, que passaria a receber R$ 250 mil/mês.
O que diz...
...O GOVERNO DO ESTADO
O secretário de Estado de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, informou que conhece a situação, mas disse que o governo só terá uma posição final sobre uma possível intervenção ou auxílio após 28 de abril. Nesse dia, ele pretende fazer uma viagem a Criciúma para observar pessoalmente os problemas da instituição.
...O SUS
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que o gestor do hospital tem autonomia para definir ou organizar da melhor maneira possível o atendimento ao público, e que isso não interfere de maneira direta no repasse de recursos do governo federal.
...O DIRETOR DO HOSPITAL SÃO DONATO, DE IÇARA
Acirton Costa diz que priorizar pacientes de Criciúma e só atender crianças de outras cidades em casos de emergência é um obstáculo que impede o acesso da comunidade à saúde pública. Segundo ele, a instituição é regional e tem que atender a todos da região.
– Quem deve dizer se o caso é emergência ou não é o médico, e não o prefeito.
DENGUE
Bioinseticida para matar o mosquisto
Fundação Oswaldo Cruz anuncia transferência de tecnologia para empresa privada paulista
Após 10 anos de estudos, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou a transferência de tecnologia desenvolvida pelo instituto para uma empresa privada, visando à fabricação de bioinseticidas para o combate às larvas do mosquito da dengue e de outras doenças tropicais.
A expectativa é que o produto chegue ao mercado daqui a dois anos. O convênio foi assinado com a BR3, empresa abrigada na incubadora da USP, que vai produzir em escala comercial o produto.
A companhia foi escolhida por meio de licitação e pretende investir ao menos R$ 2 milhões até o lançamento do bioinseticida no mercado.
Produzido a partir de bactérias encontradas no solo brasileiro, o bioinseticida pode ser aplicado em caixas d’água, cisternas, lagos, reservatórios e até pequenos recipientes domésticos capazes de acumular água parada – ambiente no qual as larvas se proliferam com mais facilidade.
– Ele tem um impacto ambiental muito menor que os produtos químicos – diz Elisabeth Gomes Sanchez, pesquisadora da Fiocruz que coordena o projeto, destacando que o produto não ataca os predadores naturais das larvas, o que potencializa sua ação contra o mosquito.
RIO DE JANEIRO