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  Ficou para a próxima semana a instalação do fórum parlamentar na AL que irá acompanhar a situação dos hospitais filantrópicos e fundações hospitalares. A iniciativa partiu do deputado Mauro de Nadal (PMDB), que em oito anos como prefeito constatou a delicada situação da Fundação Hospitalar de Cunha Porã, similar à de outros pequenos municípios catarinenses. Nadal entende que a defasagem da tabela do SUS e a falta de condições das prefeituras para bancar custos dos hospitais poderiam ser compensadas com uma logística de distribuição de especialidades médicas entre as instituições de cada região. “Sem concorrer entre si, todas poderiam conter gastos e a população ter um atendimento melhor na saúde”, observou.

 


VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO
Mortes de motociclistas sobem 754% em 10 anos
Pesquisa mostra que, de 1998 a 2008, número passou de 1.047 para 8.939. Frota cresceu 368%

 

Está cada vez mais perigoso andar de moto no trânsito das cidades brasileiras. O resultado são acidentes graves e índices altos de mortalidade de motociclistas. De 1998 a 2008, o número de mortes de motociclistas em acidentes de trânsito no Brasil aumentou 754%. Em 1998, foram registradas 1.047 mortes de motociclistas no país. Em 2008, esse número subiu para 8.939.

Os números fazem parte de uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Sangari, que apresentou o Mapa da Violência 2011, com dados de 1998 a 2008.

Segundo a pesquisa, o risco de um motociclista morrer no trânsito é 14 vezes maior que o de um ocupante de automóvel. Se essa tendência continuar, em 2015 a morte de motociclistas no trânsito vai superar os índices de todos os outros veículos juntos.

Em Santa Catarina, também morrem mais motociclistas do que ocupantes de automóveis. Em 2008, foram 503 mortes de condutores de motos e 433 de automóveis.

De artigo de luxo a veículo popular

O pesquisador responsável pelo estudo, Julio Jacobo, atribui o aumento da mortalidade de motociclistas ao crescimento da frota na última década, que foi de 368,8%.

– Há 30 anos, as motos representavam uma parcela praticamente insignificante do total de veículos. Era visto como um artigo de luxo e era inacessível à população. A partir da década de 1990, houve a popularização das motocicletas.

Em Santa Catarina, a frota atual é de 669 mil motocicletas e 183 mil motonetas (Modelo Biz). Os automóveis ainda são maioria – 2.030.780.

O pesquisador explica que a instalação de indústrias de ciclomotores no país e os fortes incentivos fiscais fizeram da motocicleta uma saída para as pessoas que não podiam comprar um automóvel.

– Com o incentivo do governo, começou-se a reduzir o custo da motocicleta e da manutenção. Foi uma maneira de substituir um transporte público, muito problemático, e driblar os problemas do trânsito urbano.

Em 1970, o Departamento Nacional de Trânsito registrava 2,6 milhões de veículos no país, dos quais 62,4 mil (2,4%) eram motocicletas. Em 1998, a quantidade de motocicletas subiu para 2,8 milhões, equivalente, à época, a 11,5% da frota total do país. Dez anos depois, o número havia saltado para 13,1 milhões e representava 24% do total nacional de veículos.

 

DAYANE NUNES

 


VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO
PRF aponta falhas na formação

 

O chefe dos motociclistas da Polícia Rodoviária Federal de SC, Roberto Reckiziegel, aponta a vulnerabilidade da moto e a má formação do condutor como causas do aumento nas mortes.

– Não há estrutura segura na moto. Por isso, geralmente os acidentes são graves e com mortes. Outro problema é que, nas aulas práticas, o condutor não interage com o trânsito – diz.

Reckiziegel também contesta que o crescimento da frota leve ao aumento da mortalidade, uma vez que a frota maior reduz a mobilidade e deveria diminuir o número de acidentes e as mortes.

– Mas não é isso que ocorre. Neste ano, das 171 mortes no trânsito em SC, 37 foram com motos – explica.

Para a proprietária do Centro de Formação de Condutores Harmonia, em São José, Irma Volpato, as mortes estão associadas ao excesso de confiança. Ela também rebate a falta de interação dos motociclistas nas aulas práticas.

– Seria ainda mais perigoso colocar o aluno para aprender no trânsito, visto que ele ainda não é um condutor. A exposição ao risco é maior – explica.