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MEDICAMENTOS
Plantas como tratamento

Chá de erva-doce contra irritação no estômago; de camomila como calmante; e de hortelã como digestivo. Em Joinville, a intenção é que em 2013 os medicamentos fitoterápicos (feitos a partir de plantas) estejam disponíveis por meio do SUS. O embrião do projeto, chamado FitoJoinville, foi lançado ontem, no Dia Mundial da Saúde.

Vários produtos ficaram expostos na praça Nereu Ramos. A intenção é que as plantas, que serão repassadas ao consumidor, sejam cultivadas por agricultores da região e processadas na cidade.

O projeto será acompanhado pela farmacêutica Fabiana Rocha e Silva. “Vamos descobrir quais as doenças que as pessoas costumam tratar com ervas, quais ervas são estas e de que forma elas são utilizadas por essa população”, explica.

 


SURTO DE BOTULISMO
Descoberta não será tão fácil
Vigilância e ministério admitem dificuldade em saber local da contaminação

Pelo que informaram ontem a Diretoria da Vigilância Sanitária de SC e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), deve demorar para descobrir onde ocorreu a contaminação do lote da mortadela Pena Branca que resultou na morte por botulismo da dona de casa Benta Janaína Lamego, 36 anos, moradora de Araquari, em 7 de março. Outras cinco pessoas foram contaminadas pela neurotoxina que causa a doença.

O diretor substituto do departamento de inspeção de produtos de origem animal do ministério, Marcius Freitas, diz que, no momento, não pode apontar onde ocorreu a contaminação.

A diretora da Vigilância Sanitária de SC, Raquel Bittencourt, disse que entregou à Penasul os laudos da investigação no alimento. A entrega marcou o começo do processo administrativo sanitário anunciado na quarta. A diretora afirma que, mesmo com a investigação, não é possível determinar onde ocorreu a contaminação.

Segundo ela, a inspeção feita nos quatro mercados em Araquari e Guaramirim não constatou anormalidades. Agora, cabe à empresa apresentar sua defesa, que será analisada pela secretaria.

O ministério informou que a linha de produção da mortadela com toucinho da empresa Penasul, que teve o lote produzido em 17 de fevereiro contaminado, permanece suspensa. O ministério reconhece que a informação de que a empresa poderia retomar a fabricação foi erroneamente divulgada pela assessoria de imprensa na quarta.

A produção está interrompida desde 10 de março até que o ministério receba o resultado de exames de amostras da mortadela. A previsão de entrega é semana que vem. “Mas a gente não pode dizer hoje quem errou”, diz Freitas. As amostras foram recolhidas na fábrica de Roca Sales, na serra gaúcha, em 14 e 16 de março. A empresa não tinha o lote em estoque.

O que diz a empresa
A assessoria de imprensa da Penasul, marca ligada à empresa Seara, do grupo paulista Marfrig, confirmou a suspensão da linha de produção até que seja liberada pelo Ministério da Agricultura. A assessoria informou também desconhecer a notificação feita pela Diretoria da Vigilância Sanitária de Santa Catarina ao frigorífero localizado na serra gaúcha.

 

 

PARALISAÇÃO
Adesão dos médicos foi de 80%Pelo menos 80% dos médicos aderiram ontem à paralisação ao atendimento para conveniados de planos de saúde. Os dados são do presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, Ricardo Polli. O número seguiu a tendência nacional, segundo a Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

Polli afirmou que somente as consultas foram afetadas e que todas as urgências foram atendidas. E espera que esta movimentação sensibilize as empresas. “Queremos entrar em um acordo.” Ele também acredita que a população entendeu a paralisação. “Se isso não acontecer, logo teremos de pedir licença aos convênios até para fazer exames simples.” Unimed, Bradesco Saúde e Agemed afirmaram que não receberam reclamações dos clientes.

O motivo da paralisação foi “protestar contra a forma desrespeitosa com que os médicos e os pacientes são tratados pelas empresas que atuam no setor”, de acordo com a carta aberta à população distribuída ontem.

 

 

 

Otimismo
Além da Sociedade Joinvilense de Medicina, há entusiasmo dentro do São José com o que a dupla Dalmo Claro e Renato Castro pode fazer pelo Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville. O secretário deverá ajudar o novo diretor a ampliar o atendimento, o que desafogaria o São José. A grande chance seria agora. O próprio Renato Castro já teria admitido que o Regional precisa produzir mais. Faz tempo que município aguarda.

 

Simples
Talvez não saia tão caro perto do benefício que trará. Mas bem que o abrigo de ônibus em frente ao Hospital Materno-infantil poderia ter uma estrutura melhor. Dezenas de pais, talvez centenas, usam o espaço todos dias. Mulheres com bebês no colo ficam ali com reduzida proteção contra o sol e a chuva. Pequenas ações também incentivam o uso do transporte coletivo.


Para as mulheres
A Secretaria de Saúde de Joinville está comprando preservativos femininos. A concorrência não informa quanto o município pretende gastar com a compra do material que deverá ser distribuído na rede pública de saúde.

 

 

 

  REFERÊNCIA
O governador referiu-se a um único colaborador em sua exposição de ontem: Dalmo Claro de Oliveira. Ele destacou o fato de o secretário da Saúde ter tomado a iniciativa de visitar todas as unidades hospitalares, conhecendo sua estrutura

 

 

 

 Visor

CÂNCER
A Rede Feminina de Combate ao Câncer lembra que hoje é o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer. A entidade atende, por ano, cerca de 5 mil mulheres de baixa renda na região metropolitana, através de exames.

 

Geral


SAÚDE PÚBLICA
De olho na qualidade
Ministério que lançar indicador com notas de 0 a 10 para medir o atendimento

O Ministério da Saúde anunciou, ontem, proposta para a criação de um indicador de qualidade de saúde que dará uma nota de 0 a 10 para o acesso e o atendimento em estados e municípios.

Haverá, também, um indicador nacional, que valerá para o país todo. Antes de ser implantado, o projeto ficará disponível no site da pasta (www.saude.gov.br) e poderá receber sugestões de especialistas e do público em geral.

A ideia é que a nota seja calculada com base em diversos indicadores, como mortalidade infantil e materna, realização de mamografias, proporção de partos por cesariana, mortes por acidente vascular cerebral (AVC), população atendida pelo Programa Saúde da Família, número de consultas especializadas, entre outros. O objetivo da medida é permitir um acompanhamento mais de perto da população e facilitar a intervenção onde há problemas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu, também, que os melhores estados e municípios sejam premiados. De acordo com ele, a forma como isso será feito ainda está sendo estudada.

Quem tiver uma nota ruim, segundo ele, não será punido, mas terá que se comprometer com melhorias antes de receber recursos federais.

A iniciativa segue exemplo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que desde 2007 dá uma nota de 0 a 10 para cada escola, cidade, Estado e para o país como um todo.

 

São Paulo

 

 

MÉDICOS PARADOS
Manifestação foi tranquila em SC
População foi avisada antecipadamente, o que fez com que muita gente não fosse, ontem, às consultas por planos de saúde

O Dia Mundial da Saúde, comemorado ontem, foi marcado por uma paralisação de médicos em todo o país. O protesto, que durou apenas um dia, teve um diferencial. Como o serviço de emergência funcionou normalmente e os clientes foram alertados antecipadamente para remarcar as consultas, não houve caos, filas de esperas e nem gritaria na manifestação dos médicos.

Em uma clínica infantil, no Centro de Florianópolis, Luciana Mayer levou o filho de um ano e nove meses para a emergência por conta de uma gripe forte. Antes de julgar o mérito da paralisação, ela chama a atenção para a organização do protesto e a permanência do serviço de emergência.

– Trouxe meu filho porque era emergência. Essa paralisação deve ter sentido. Parece organizada – afirma.

Os médicos reivindicam remuneração digna e o fim do que consideram ingerências dos planos de saúde. O protesto foi decidido em parceria entre a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

De acordo com o primeiro-tesoureiro da AMB, Florisbal Meinão, os planos de saúde reajustaram as prestações acima de 160% a partir de 2000, quando foi criada a Agência Nacional de Saúde. Os médicos reclamam que a inflação esteve por volta dos 100% e que o repasse para os médicos foi de cerca de 60%.

Conforme a AMB, a falta de repasse causou um desequilíbrio econômico nos consultórios médicos. Para compensar esse déficit, muitos médicos teriam sido obrigados a aumentar a carga horária e o número de consultas, que ficaram mais rápidas.

O problema já havia sido detectado na Agência Nacional de Saúde desde 2004. Como nada foi modificado, os médicos decidiram pela paralisação no Dia Mundial da Saúde como forma de alertar as pessoas sobre a situação da classe médica.

 

 

 

MORTADELA
Ministério suspende linha de produção
Produto, que teve lote contaminado por botulismo, está sob análise

Por meio de um comunicado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, ontem, que a linha de produção da mortadela da marca Pena Branca, que teve o lote produzido em 18 de fevereiro contaminado por botulismo, está suspensa.

Responsável por verificar as condições de qualidade das fábricas de produtos derivados de animais, o ministério reconhece que a informação estava errada de que a empresa poderia retomar a produção, como divulgou a assessoria de imprensa do órgão na quarta-feira.

Mas confirmou que medidas de prevenção contra novos casos foram tomadas assim que foi registrada a morte da dona de casa Benta Janaína Lamego, de 36 anos, em 7 de março. Moradora de Araquari, ela morreu na ala psiquiátrica do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Outras cinco pessoas, em Araquari e Guaramirim, foram intoxicadas pela neurotoxina que causa o botulismo.

Diretor substituto do departamento de inspeção de produtos de origem animal do Mapa, Marcius Freitas, afirma que a produção está interrompida desde 10 de março até que o ministério receba o resultado de exames de amostras encomendados a dois laboratórios goianos. A previsão de entrega é semana que vem. As amostras foram recolhidas na fábrica de Roca Sales, na serra gaúcha, nos dias 14 e 16 de março.

Segundo Freitas, a empresa não tinha mais o lote em estoque. As amostas são de mortadelas retiradas anteriormente nos pontos de venda pela Penasul e estocadas na empresa.

Freitas afirma que as condições da linha de produção da mortadela com toucinho foram verificadas, mas que nenhum resultado preliminar pode ser divulgado.

– O diagnóstico tem de ser conclusivo – explica.

Ele admite que, no momento, o Ministério não pode apontar com certeza onde ocorreu a contaminação:

– É importante informar, para juízo do evento, que o produto precisa ser submetido a um processo de pasteurização, que reduz a carga microbiana. A responsabilidade de definir um prazo de validade para o produto é da empresa. E os diversos elos da cadeia de consumo têm que manter as condições especificadas na embalagem.

 

Contraponto
O que dizem a empresa e os órgãos públicos envolvidos no caso
A assessoria de imprensa da Penasul, marca ligada a empresa Seara, do grupo paulista Marfrig, confirmou a suspensão da linha de produção. A assessoria informou, também, desconhecer a notificação feita pela Diretoria da Vigilância Sanitária de Santa Catarina ao frigorífero localizado na serra gaúcha
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A diretora da Diretoria da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, informou ontem que entregou à empresa Penasul os laudos da investigação feita pela Secretaria de Estado da Saúde com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde. Segundo Raquel, a entrega marca o começo do processo administrativo sanitário anunciado na quarta.

A diretora também afirma que, mesmo com a investigação, não é possível determinar onde ocorreu a contaminação do lote da mortadela Pena Branca. Mas, segundo ela, a inspeção feita nos quatro mercados em Araquari e Guaramirim não constatou anormalidades. “São mercados pequenos, de cidades pequenas, mas têm câmara refrigeradora funcionando corretamente”, afirma. Segundo Raquel, cabe agora à empresa apresentar sua defesa, que será analisada pela secretaria. Ela diz que qualquer empecilho relacionado à “territorialidade” – a empresa é gaúcha – também será abordada no processo.Por meio da sua assessoria de imprensa, a Secretaria da Saúde gaúcha afirmou que tomou medidas para monitorar casos suspeitos (até então nenhum) e manter a mortadela do lote fora do mercado. Mas não informou se pretende investigar a atuação da empresa.

 

 

 Diario do Leitor

Saúde pública
Diariamente, a mídia tem publicado imagens deprimentes e desumanas sobre a saúde pública no Brasil. De norte a sul do país temos visto cenas lamentáveis, onde vidas humanas são humilhadas pelo descaso público e político. O que fazem os políticos de Brasília, que só legislam em questões de interesse próprio? Onde está o Ministério Público, para tomar frente a um quadro caótico e vergonhoso em que nos encontramos? Verdadeiras atrocidades contra a população são cometidas, notadamente aos mais pobres e humildes que abarrotam hospitais e ficam jogados nos corredores como se fossem objetos inanimados. O Brasil tem que dar continuidade aos avanços conseguidos pelo SUS.

 

Eduardo Tagliapietra
Videira


Consultas médicas
O que é que está acontecendo com os planos de saúde? Vagas para consultas com especialistas variam de dois a seis meses ou mais. Tem casos que no SUS é mais rápido. Vale a pena pagar caro por um atendimento precário nas clínicas particulares?

 

Alcir José Falavigna
Por e-mail

 

 

Colunista Cacau Menezes


Discriminação


Este DC , edição de anteontem, 6, na página 25, noticiou que desde segunda-feira (dia 4/4) , o Hospital Infantil Santa Catarina, de Criciúma, passou a dar prioridade a pacientes que residem naquele município.

Esquecem que o Hospital de Caridade São Marcos, de Nova Veneza, acolhe, desde 1933, as vítimas da exploração do carvão, a maioria provenientes de Criciúma. O mesmo fazem os hospitais de Urussanga, Içara, Meleiro, Turvo e Araranguá. Esquecem que Criciúma “cresceu” às custas, também, dos municípios vizinhos, os mais penalizados com a mineração, hoje com a bacia hidrográfica comprometida e áreas consideráveis de terras, antes agricultáveis, agora arrasadas.

Jean Luca de Mattia, a criança de Nova Veneza que deixou de ser atendida a partir da adoção desse critério injusto, desumano, imoral e ilegal, é o símbolo do inconformismo dos moradores do Sul catarinense

 

 

 

A longa viagem em busca da cura
Em Santa Catarina quase 20 mil pessoas buscam tratamento no Sistema Único de Saúde para algum tipo de cancêr
 Ana Maria Veiga

Tijucas 

Flávio Tin/ND
Aos 79 anos, Antônio Alves de Passos tem que ir diariamente até a capitalTrês vidas se cruzaram no caminho da luta contra o câncer. Juntos, eles já percorreram mais de 34 mil quilômetros em busca de tratamento. Eles fazem parte do grupo de 47 pessoas que saem de Tijucas todos os dias para fazer rádio e quimioterapia em Florianópolis. À procura da cura do tumor, os pacientes passam mais tempo na estrada do que dentro do hospital.

Antônio, Lourdes e Eduardo estão entre 19 mil catarinenses que lutam contra o câncer no Estado. Destes, somente 1.340 moram na Capital. Os que vivem em cidades interioranas têm que pegar estrada, fracos e debilitados, para encontrar tratamento nos grandes centros. Aos 79 anos, Antônio Alves de Passos percorre o mesmo caminho há sete meses. Durante esse tempo, ele segue pela BR-101, num carro da Prefeitura de Tijucas, para tratar um câncer no reto no Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas), em Florianópolis.  “Já me acostumei com o balanço da estrada. Só quero ficar bom logo”, desabafa.

 


Pacientes do SUS terão transporte gratuito em Itapema
Circular da Saúde começa a funcionar a partir de amanhã na cidade. Ônibus tem capacidade para 21 passageiros
 

Itapema 

Divulgação
Ônibus tem elevador para o transporte de pacientes com deficiênciaOs moradores da cidade terão transporte gratuito para os postos de saúde. A partir de amanhã entra em operação o Circular da Saúde. O coletivo terá capacidade para 21 passageiros. O micro-ônibus transportará pacientes das unidades de cada bairro para os locais que possuem médicos especialistas. O investimento inicial foi de R$ 160 mil. O deslocamento dos usuários será realizado de segunda a sexta-feira. Segundo o secretário municipal de Saúde, Roberto Carlos Ruiz, a iniciativa é pioneira em Santa Catarina.  “Este serviço contribuirá decisivamente na maior acessibilidade aos serviços e humanização da atenção em saúde”, destaca.

 

  


E a Vida Segue -

O governo do Estado quer as organizações sociais administrando os hospitais públicos. O CEPOM, especializado no tratamento de câncer, não é um bom exemplo. Sobram problemas e dificuldades.