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Colunista Cacau Menezes

 

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Chamou a atenção, na edição de quinta-feira do DC, o anúncio classificado de um homem de 50 anos que se declara HIV positivo e procura companheira, também HIV positiva, para “relacionamento sério”.Uma situação que tende a se tornar frequente na sociedade, pois o Ministério da Saúde estima em 630 mil o número de infectados pelo vírus HIV (e cerca de 255 mil não sabem que possuem o vírus). E o amor, é claro, se não cura os males do corpo, cura os da alma


Doações
O número de doadores efetivos de órgãos no Brasil cresceu 14% e chegou a 1.896 em 2010. O país atingiu a marca de 9,9 doadores por milhão de pessoas (PMP). Alguns estados, como Santa Catarina e São Paulo, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, como Espanha e Canadá, que mantêm médias acima de 20 doadores PMP. Os índices de doações de Santa Catarina e São Paulo são, respectivamente, de 17 PMP e 21 PMP

 

 

 

MOACIR PEREIRA

Os hospitais na UTI


O deputado Volnei Morastoni (PT) está demonstrando como é possível exercer o mandato sem ficar na dependência de projetos do Poder Executivo, oferecendo contribuição concreta à melhoria dos serviços públicos prestados à população. Médico, em apenas duas semanas como presidente da Comissão de Saúde da Assembleia visitou dois hospitais estaduais que têm registrado situações que estão chegando ao limite do suportável. Roteiros que cumpriu praticamente de improviso, como devem ser estas inspeções, para evitar arranjos de última hora que acabam mascarando realidades terríveis.

A primeira, no Hospital Regional de São José, abarrotado de doentes e cuja emergência está mais parecida com um campo de batalha. Problema gravíssimo que começa com a falta de policlínicas nos municípios da Grande Florianópolis para reduzir a demanda de pequenas ocorrências, passa pela ausência de gestão, atravessa a conhecida burocracia do setor público e termina na falta de autonomia financeira. A segunda, no Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde estas dificuldades se agravam.

Estas visitas vão continuar em outras unidades hospitalares mantidas pelo governo. Que prossigam, sejam inesperadas e que aconteçam logo, para que as medidas a serem propostas à Secretaria da Saúde ocorram a tempo e antes que o novo governo execute a anunciada política de terceirização dos serviços, através das chamadas organizações sociais.


FALTA GESTÃO

Fica cada vez mais claro que Santa Catarina, como de resto o Brasil, não tem uma política pública de saúde. Como o governador Raimundo Colombo declarou e reafirmou na campanha que a prioridade seria a saúde, e como o seu lema é “as pessoas em primeiro lugar”, é preciso agir rápido. E ter um diagnóstico da realidade. Depois, como propõe o deputado Morastoni, fazer uma criteriosa avaliação sobre as experiências de organizações sociais.

Uma fórmula que, diga-se, tem funcionado muito melhor do que a gerência pelo próprio governo. Até pelas amarras intransponíveis da Lei 8.666, que atrasa licitações, retarda compras e eleva o custo de manutenção. O Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, é mantido há anos pelo Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que gerencia dezenas de unidades em seis estados e em vários municípios catarinenses. A Beneficência Camiliana Brasileira, com sede em Concórdia, também administra, com êxito, quatro hospitais em SC e um no Rio Grande do Sul. Segundo o deputado Moacir Sopelsa (PMDB), há décadas os camilianos cuidam muito bem do Hospital São Francisco, de Concórdia. Só no município, têm 6 mil planos de saúde. Os camilianos operam agora, também, o Hospital Regional de São Miguel do Oeste. Santa Catarina tem um diferencial em relação a outros estados: a assistência médica é garantida, em mais de 70%, pelos hospitais filantrópicos e comunitários. O que vem matando o sistema é a tabela de pagamento do SUS. E, para os públicos, a falta de gestão. A Comissão de Saúde fez constatações de arrepiar. A reforma do Hospital Infantil de Florianópolis arrasta-se por dois anos.

Achou muito? Vai levar mais três anos para ser concluída. Quer cenário pior? Os pacientes da emergência convivem com barulho, poeira e tudo de ruim numa construção. Infecção hospitalar? Esquece! O hospital tem capacidade para 195 leitos, mas opera com 128. Possui 10 UTIs, mas só cinco funcionam. O pessoal é deficiente. E, ainda assim, o número de licenças é de 20% ao mês. A enfermagem está no limite físico. A fila de cirurgias é um escândalo. Só na otorrinolaringologia, existem 3,5 mil pacientes sofrendo. O Infantil devia operar 400 doentes por mês. Atende só cem. Está ruim? Ou o novo governador age rápido ou vai ficar muito pior

 

 

“Precisamos humanizar o SUS, tanto no atendimento aos pacientes quanto na valorização do trabalhador.”

VOLNEI MORASTONI,
deputado do PT, que é médico, ao defender o sistema público durante a abertura do Encontro de Secretários Municipais de Saúde de Santa Catarina, em Porto Belo
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