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SAÚDE
NO OLHO DA POLÊMICA
Conselho Federal de Medicina determina que lentes de contato só podem ser receitadas por oftalmologistas

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reacendeu um debate em torno das lentes de contato. Uma resolução publicada no “Diário Oficial da União”, no início do mês, determina que apenas oftalmologistas podem receitar esses produtos. De agora em diante, segundo o documento, cabe ao médico definir itens como material, modelo, desenho e demais parâmetros técnicos.

O oftalmologista Bernardo Avelino Aguiar, que também é advogado, acredita que a determinação faz com que a população tenha mais consciência de que receitar, acompanhar o uso e a adaptação das lentes de contato é próprio da medicina.

“Tem gente que já perdeu o olho por utilizar essas lentes sem receita médica. Mal recomendadas, podem causar lesão grave na córnea. Isso não ocorre todas as vezes, mas ocorre muitas vezes. Uma percentagem significativa das lentes colocadas por pessoas não-habilitadas pode causar algum problema, e como estas pessoas não são oftalmologistas, não poderão fazer nada do ponto de vista terapêutico”, diz.

Para Aguiar, há uma tendência de o paciente comprar as lentes de contato em óticas por ser mais rápido e barato: “No consultório, o paciente é avaliado, e uma lente especial para ele é fabricada. Esse processo tem custo mais alto”.

O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico (Sindióptica) do Rio Grande do Sul, Roberto Tenedini, defende que o comércio de lentes só pode ser feito em estabelecimentos licenciados pela Vigilância Sanitária.

Nas lojas, é exigida a presença de um técnico em ótica, que é um profissional com 250 horas dedicadas à aprendizagem sobre lentes de contato. Mesmo assim, Tenedini acredita que mais de 80% das vendas sejam feitas em consultórios médicos: “A emissão da receita passa por um oftalmologista, mas o técnico é capacitado para fazer medições complementares e ajudar na adaptação”.

Para Tenedini, a nova resolução só tem caráter institucional, pois existe uma legislação que permite a venda em óticas com a apresentação do receituário e não impede o livre comércio.

 

KAMILA ALMEIDASaiba mais
- Como qualquer prótese, as lentes de contato também podem causar rejeição. Por isso, é importante que o paciente tenha um profissional de referência para recorrer em caso de dúvidas ou desconforto.
- Visite o seu oftalmologista a cada seis meses para verificar se as lentes estão de acordo com o seu grau. Ele também pode averiguar a higienização do produto.
PROBLEMAS
- Vermelhidão, se as bordas pressionarem excessivamente os vasos do olho.
- Infecção, geralmente, desencadeada por um corpo estranho. Nesses casos, a pressão ocular pode aumentar e ter glaucoma como consequência.
- Se não tiver mobilidade, pode-se desenvolver ceratite, infecção da córnea.
- Agentes agressivos, como depósitos de lipídios e de proteínas acumulados durante o uso, podem deixar a estrutura ocular vulnerável a bactérias.

 

 

CRESCE GASTO COM SAÚDE


Joinville gasta cada vez mais em saúde pública. Em apenas cinco anos, a despesa anual passou de R$ 158 milhões para R$ 312 milhões, segundo dados do Portal do Cidadão, mantido pelo Tribunal de Contas do Estado. No sistema de controle do governo federal, ainda não chegaram os dados do segundo semestre do ano passado. Os montantes incluem os repasses dos governos federal (principal financiador da saúde pública no País) e estadual. Só no governo Carlito Merss, iniciado em 2009, o salto foi de 21%, em boa parte pelo reforço na folha do Hospital São José (determinado pelo prefeito) e pelo aumento geral de despesas com pessoal – situação esta encaminhada pelo governo anterior. A produção aumentou. Em 2008, foram 29 mil internações pelo SUS em Joinville. No ano passado, fechou em 34,7 mil, um número ligeiramente inferior ao registrado em 2009. Ainda pela fonte, o Datasus, houve avanço no atendimento ambulatorial nos últimos dois anos. Os sistemas de informação não trazem dados sobre consultas – onde o atual governo não conseguiu reduzir a demanda em várias especialidades (aliás, até aumentou). Ainda assim, o atual governo tem o recorde de gasto proporcional com saúde nos últimos dez anos: chegou a 31,8% em 2009. O dado do ano passado, repete-se, não está no Datasus.

 

 


NA FARMÁCIA
Uma campanha para combater a automedicação

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde, lançou a Campanha de Uso Racional de Medicamentos em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina na última sexta-feira, no Conselho Regional de Contabilidade, em Florianópolis. A convenção teve como objetivo mostrar o quanto o farmacêutico é responsável pela orientação do uso correto e explicar para os clientes os riscos da automedicação.

A presidente do Conselho Regional de Farmácia, Hortência Tierling, afirma que estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 50% de todos os medicamentos são prescritos, vendidos e usados inadequadamente. Para melhorar estes dados, o conselho está realizando cursos para aperfeiçoar a instrução e qualificação da categoria farmacêutica. O próximo será dia 29, em Chapecó, no Oeste catarinense. Em uma farmácia no Bairro Trindade, a funcionária Silvia Vieira concorda com a campanha de conscientização. Já o cliente, Sérgio Scheidemantel, analisa os prós e contras:

– Existe o problema da automedicação, de tomar remédio por conta própria, por qualquer motivo. Mas, por outro lado, complica porque temos que pagar a consulta para pegar uma receita – disse Scheidemantel.

 

 


  Ainda não
O vice-governador passará o dia na região Sul do Estado e não deve conversar com Colombo, hoje, sobre os oito nomes que faltam ser anunciados nas secretarias regionais.Acompanhado pelo secretário Dalmo Claro de Oliveira (Saúde), Pinho Moreira, que também é médico, irá circular pelos hospitais São José, de Criciúma, e Regional de Araranguá. A agenda fará com que Pinho Moreira chegue em cima da hora no jantar da Casa d’Agronômica

 


 


Doação do terreno para Hospital Oncológico Pediátrico será oficializada
A instituição fará diagnóstico, prevenção e tratamento de câncer em crianças
 

São José 

O projeto para a construção do CROP (Centro de Referência em Oncologia Pediátrica), único no Estado, está mais perto de sair do papel. Neste sábado, às 12h, o prefeito de São José, Djalma Berger, irá assinar o projeto de lei que doa o terreno no loteamento Anna Clara I, no bairro Areias, para a construção da instituição. Na oportunidade, será oferecido carreteiro e refrigerante a população, além do show com a dupla Mayk e Rey.

O projeto do Centro de Referência está sendo finalizado pela Fhopsc (Fundação Hospitalar Oncológica Pediátrica de Santa Catarina), que há mais de um ano foi criada com intuito de construir um hospital exclusivo para o diagnóstico, prevenção e tratamento de câncer em crianças.

De acordo com o presidente da entidade, Ademir Silveira, a Fhopsc recebeu da Câmara de Vereadores de São José o título de entidade pública. A organização da Fundação costuma fazer eventos para arrecadação de recursos e revertê-los para construção do hospital. “É um processo muito burocrático e vamos correr atrás de parcerias para construí-lo”, destaca. O hospital oferecerá tratamento gratuito exclusivamente às crianças com câncer e terá capacidade para 40 leitos.