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SUSPEITA DE BOTULISMO
Fabricante cobra contraprova
Marca de mortadela se queixa de prejuízo à imagem. Governo fala em mais prazo

O fabricante do lote de mortadela recolhido em estabelecimentos catarinenses e gaúchos com a suspeita de contaminação por botulismo cobrou ontem, por meio de comunicado, a divulgação da análise de uma amostra do produto encomendada pelo governo estadual. O resultado dos testes tem sido adiado sucessivamente pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, afirma o governo. A empresa Pena Branca, marca que pertence à fábrica Seara, do grupo Marfrig, suspendeu a produção da mortadela com toucinho logo após a suspeita vir à tona, dia 7 de março.

A moradora de Araquari Benta Janaína Lamego, de 36 anos, foi internada em Joinville se queixando de dores por ter comido uma mortadela daquela marca e morreu quatro dias mais tarde. Em nota oficial enviada à imprensa ontem, a empresa Pena Branca diz esperar que os laudos “sejam rapidamente divulgados” para que clientes e consumidores “restabeleçam a credibilidade” nos produtos da empresa.

No mesmo comunicado, a empresa antecipou que acredita apenas na hipótese de “contaminação cruzada” se o resultado do teste for positivo. Contaminação cruzada significa que algo estranho ao produto foi responsável pela contaminação. Nesse caso, a empresa desconfia que a suposta bactéria possa ter agido depois de a embalagem ter sido aberta.

“A faca que o cortou, a pia em que foi apoiado, as mãos de quem o manipulou, as condições com que foi armazenado e todo o contato que o produto teve depois de aberto até o laboratório pode ter contaminado a amostra”, argumenta o diretor jurídico da empresa, Heraldo Geres.

A demora na divulgação dos testes também é reconhecida pelo secretário do Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira. Apesar de a suspeita ainda não ter sido confirmada, o secretário diz estar convencido de que agiu da maneira certa ao alertar sobre os riscos pelo microblog Twitter.

“Entendo que fui prudente ao evitar que alguém tivesse a saúde em risco. Imagino o problema que isto causa à empresa, mas também estamos ansiosos pelo resultado”, defende. O secretário foi informado ontem que o resultado da análise no laboratório paulista pode se arrastar por mais uma semana.

“Encontraram uma toxina no produto. Mas ela precisa ser isolada para ser identificada. Vai exigir mais tempo.” Conforme Dalmo, a verificação de toxina não significa que a suspeita seja confirmada. “Qualquer produto estragado pode estar contaminado por toxinas.”

 


HOSPITAL SÃO JOSÉ
Pronto-socorro ainda lotado


Ainda não tinham surtido efeito ontem as medidas emergenciais adotadas pela direção do Hospital Municipal São José, em Joinville, para tentar amenizar o problema da superlotação no pronto-socorro. À tarde, a emergência continuava lotada por 85 pacientes – a capacidade é para 43. Na terça-feira, eram 87. Pacientes têm sido acomodados sobre macas e colchões nos corredores e na sala de medicação, que se transformou em uma área de espera coletiva.

Segundo o diretor-geral do São José, Tomio Tomita, a expectativa é de que até o fim de semana o problema da superlotação seja amenizado. Caso contrário, o hospital terá que estudar a possibilidade de medidas mais drásticas, como o fechamento parcial das portas do pronto-socorro, que se restringiria a atender apenas a casos de urgência e emergência. Na terça, a direção afirmou que tentava evitar impor essa restrição.

Para tentar evitar que a situação piorasse ainda mais, na terça-feira a direção do hospital anunciou que as cirurgias eletivas que requerem a internação dos pacientes estão suspensas e serão reagendadas assim que a situação for normalizada. Como a referência do hospital na região Norte é para o atendimento de vítimas de acidentes graves, câncer ou derrame cerebral, pessoas que se queixavam de outros problemas eram incentivados a procurar atendimento em outras unidades. A direção também pediu a colaboração do Samu nesse sentido.

A justificativa para a superlotação seria, conforme a direção, um aumento no número de atendimentos de vítimas de acidentes de trânsito e de derrames cerebrais desde o último fim de semana. A maioria desses pacientes permanecem longo tempo internados e a falta de rotatividade virou “bola de neve”, afirmou o diretor Tomita. É a segunda vez neste ano que o hospital municipal suspende cirurgias eletivas para conter superlotação no pronto-socorro – a última havia sido no fim de fevereiro.

AN.com.br

 


CENTRINHO
Bebê passa por cirurgia corretiva

Após quase um mês de espera, Marcus Emanuel Fagundes, de um ano e meio, que aguardava cirurgia para corrigir a fissura labiopalatal, foi operado ontem pela manhã no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville. Ele passa bem, mas terá pela frente 30 dias de restrição alimentar e o acompanhamento médico e de fonoaudiólogo, que verificará a fala do bebê.

Marcus foi uma das 80 pessoas que tiveram a cirurgia adiada até que se resolvesse um impasse no pagamento dos cirurgiões que atuam no Centrinho Prefeito Luiz Gomes. Eles ficaram oito meses sem receber pelo procedimento, por isso pararam de fazê-lo em meados de fevereiro.

Segundo a coordenadora do Centrinho, Vivian Cavalheri, já foram feitas pelo menos oito cirurgias. A preferência foi para bebês que estavam perto das idades-limite para cirurgia sem sequelas à fala – um ano e meio no caso da fissura labiopalatal e até cinco meses para labial.

 

 


JOANA DE GUSMÃO
Deputados vistoriam hospital

Crianças entubadas, vestindo camisolas de bichinhos espreitavam pelos vidros dos leitos do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, a comitiva da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, que vistoriou ontem o hospital.

Na visita guiada, o diretor geral do Infantil, Maurício Laerte Silva, mostrou leitos ociosos por falta de enfermeiros e médicos como a UTI neonatal com capacidade para 10 leitos e ocupação de cinco, UTI pediátrica superlotada que causa a remarcação de cirurgias porque as crianças necessitam ficar na unidade depois de operadas, falta de consultórios, entre outros problemas.

– Temos muitas especialidades, mas apenas 16 consultórios. São 3,5 mil crianças esperando consulta nessa área. Das 400 cirurgias necessárias, cem são realizadas por mês – informou o diretor.

Ele disse que pacientes que ultrapassam a idade são atendidos para que não acabem em outra fila.

– Precisamos urgente também de um abrigo para resíduos. Não estamos cumprindo regras ambientais rigorosas porque não temos onde destinar os resíduos apropriadamente – observou o diretor, que elogiou o trabalho dos voluntários do hospital.

O diretor informou que faltam 11 médicos na emergência, 50 técnicos de enfermagem, sete enfermeiros, ortopedistas pediátricos, um cirurgião cardíaco, um neonatologista, e um hematologista.

– Diversas solicitações foram feitas à Secretaria Estadual de Saúde (SES) – disse o diretor.

A SES informou que recebeu as solicitações, mas por orientação do governo estadual, as contratações só podem ser feitas a partir de abril.

– Se os políticos precisam de votos da gente, sabem onde encontrar. Na hora que precisamos, eles somem – disse Rossana Tricárico, que esperou mais de duas horas para atendimento dos filhos trigêmeos.

De acordo com a comissão, o resultado do raio-x dos hospitais será encaminhado aos órgãos responsáveis para que tomem providências. Não há prazo de conclusão do diagnóstico. Audiências públicas para debater os problemas na Saúde estão marcadas. A próxima é dia 30 de março, em Criciúma.

 

GABRIELA ROVA

 


SAÚDE
Hospital de Tijucas terá nova gestão

O Hospital Santa Isabel assume, nesta semana, a gestão do Hospital Chiquinha Galotti, de Tijucas.

A decisão conjunta entre os hospitais e a direção da Sociedade Divina Providência (SDP), mantenedora das duas instituições de saúde, visa a fortalecer, tornar atuantes e participativas as unidades fundadas e dirigidas pelas irmãs da Congregação da Divina Providência.

O cargo de diretor do hospital será assumido por Juliano Petters, que é o atual coordenador de projetos do Hospital Santa Isabel. Ele trabalha há 15 anos na entidade, em Blumenau.

Será implantado novo modelo de gestão

Na instituição hospitalar de Tijucas será implantado um novo modelo de administração, o de gestão participativa, mais conhecido como cogestão.

Nesse modelo, caberá ao Hospital Santa Isabel, por exemplo, disponibilizar os profissionais que integram as equipes administrativas e assistenciais para auxiliar as equipes do hospital de Tijucas.

 Tijucas

 


REMÉDIO GRATUITO
Distribuição teve aumento de até 61%

O Ministério da Saúde informou, ontem, que a distribuição gratuita de remédios contra a hipertensão aumentou 61% e, para o tratamento de diabetes, subiu 50%, entre os dias 14 de fevereiro e 14 de março deste ano, no programa Saúde Não Tem Preço, em comparação com o período de 30 dias anterior. O programa, uma das primeiras ações na área da saúde do governo Dilma dentro do já existente Farmácia Popular, subsidia 100% do valor desses remédios.

O programa Farmácia Popular – que distribui medicamentos com até 90% de subsídio – apresentou crescimento de 45% entre 14 de fevereiro a 14 de março de 2011.

 

 

MAIS DOADORES
Brasil bate recorde de transplantes

O Brasil registrou, no ano passado, 21.040 transplantes – um número recorde –, contra 20.053 realizados em 2009. O aumento mais expressivo ocorreu nas cirurgias para transplantes dos chamados órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rins e pâncreas), com elevação de 7% em relação ao ano anterior. Transplantes de medula óssea, por sua vez, registraram um aumento de 10% no período – de 1.531 para 1.695.

Os números, porém, ainda estampam as imensas disparidades regionais. São Paulo é responsável por 47% dos transplantes realizados no país (9,9 mil). A marca é quase cinco vezes maior do que a apresentada por Minas, o segundo colocado. Tocantins, Amapá e Roraima não realizaram nenhuma cirurgia do tipo. Para tentar reduzir a diferença, o governo quer lançar um projeto de incentivo para estados onde o serviço é inexistente ou apresenta deficiências e, ainda tentar dobrar o número de doares.

– A ideia é fazer investimento em toda a rede. Mas daremos atenção especial a estados que têm mais deficiências – disse o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda.

Par isso, devem ser montados polos transplantadores, que ficarão encarregados do atendimento de pacientes de determinada região. Uma das ideias em estudo é a de que o Distrito Federal, por exemplo, seja transformado em centro responsável pela realização de transplantes de coração para as regiões Norte e Nordeste.

21.040
doadores em 2010

20.053
doadores em 2009

 
HOSPITAL DA UNIMED
Prazo para projetos é até dia 30

A Unimed abriu o processo de escolha da empresa que construirá seu novo hospital em Florianópolis. As interessadas têm até o dia 30 deste mês para apresentar os projetos seguindo uma série de requisitos predeterminados. Aquele que for mais adequado será escolhido.

O vencedor vai erguer o prédio, e no final o imóvel é comprado por um preço pré-combinado. Também haverá seleção de arquitetos e engenheiros. Quando a obra estiver funcionando, somente pessoas com convênio Unimed e consultas particulares serão atendidas no local.

Para o presidente da cooperativa, Edevard de Araujo, o empreendimento fecha um ciclo de atendimento na Grande Florianópolis.

Ele afirmou que haverá um aumento na qualidade dos serviços prestados ao cliente. Araujo destacou ainda a geração de empregos para médicos cooperados.

O hospital deverá ser construído na SC-401 num limite máximo de seis quilômetros em direção ao Norte da Capital contando a partir do cemitério do Itacorubi. A área mínima é de 40 mil metros quadrados.

 

 

 

Ações que passam antes pelo seminário que Colombo fará com todas as 23 secretarias centrais, a partir da próxima semana, na Casa d’Agronômica. Repetirá idênticas reuniões realizadas com os dirigentes e servidores das 29 empresas, fundações e autarquias estaduais. Foram encontros reveladores.

Soube-se, por exemplo, que a Secretaria da Saúde tinha um milionário contrato de serviços de jardineiros para atendimento de todos os hospitais públicos do Estado, 24 horas por dia e durante 365 dias do ano. Ganha uma passagem de viagem à Lua o catarinense que viu algum jardineiro trabalhando de noite ou de madrugada num dos hospitais do governo.

 

 

Hospital São José está em estado de alerta, em Joinville
Direção anunciou medidas para conter a superlotação no pronto-socorro, que atingiu níveis críticos nesta terça-feira

 
A superlotação no pronto-socorro do hospital municipal São José nesta terça-feira fez a direção da unidade tomar uma série de medidas para tentar amenizar o problema, que chegou a um ponto crítico. A direção informa que apenas vítimas de acidentes graves ou derrame cerebral devem ser encaminhados para o hospital. Os demais pacientes devem procurar atendimento nos Pronto Atendimentos (PA's), postos de saúde ou no Hospital Regional.


Para priorizar atendimentos de urgência e emergência, cirurgias eletivas que precisam de internação estão sendo remarcadas. E a direção do hospital também já solicitou às empresas terceiradas, que realizam exames, agilidade na entrega dos resultados, para tentar reduzir o tempo de internação de pacientes.


Pela manhã, 87 pacientes lotavam o pronto-socorro, que conta com apenas 43 leitos. Segundo a direção do hospital, desde o fim de semana, o número de atendimentos no pronto-socorro aumentou muito, principalmente devido ao número grande de vítimas de acidentes e derrames que deram entrada no hospital nesse período. E nesta segunda-feira, o hospital entrou em estado de alerta.

 

 


SAÚDE PÚBLICA
Saúde respira sem aparelhos

 
Com aumento de salários, há médicos em todos os postos de Blumenau. Mas ainda há filas O sistema público de saúde em Blumenau ganhou sobrevida. Depois de enfrentar crises pela falta de médicos nos postos, a cidade conseguiu completar o quadro de profissionais nas 68 unidades. Para chegar ao patamar mantido há 30 dias, o município teve de aumentar salários em até 220% em dois anos, mas estabeleceu critérios mais rígidos a serem cumpridos. Dos 30 postos de saúde consultados e visitados pelo Santa entre segunda-feira e ontem, só não havia médicos fixos em quatro porque dois estão em férias e dois pediram demissão semana passada. Nestes, o atendimento é feito com profissionais itinerantes. Porém, ainda não dá para comemorar. As filas nos postos à espera de uma data para consulta continuam.

– Falta médico para atender toda a demanda. Se tivesse mais gente, conseguiria suprir a necessidade das pessoas que vêm cedo para a fila – opina Elisa Schulenburg, que esperou 13 dias para conseguir uma consulta no Posto de Saúde Augusto Viana, no Bairro da Velha.

Para conseguir agendar o atendimento, o marido de Dona Elisa chegou na fila às 6h do dia 1º de março. Ficou com a penúltima senha. Atualmente, a demora para marcar consulta é, em média, de 10 dias, mas quem chega de madrugada consegue ser atendido no mesmo dia. A espera já chegou há um mês, assim como ainda ocorre em especialidades como ginecologia, por exemplo.

– Para uma consulta eletiva, esperar de uma semana a 15 dias é um tempo bem aceitável. Hoje, mesmo quem tem plano de saúde espera mais do que isso para algumas especialidades – defende o secretário de Saúde, Marcelo Lanzarin.

Algumas soluções são decididas com a própria comunidade. No posto que Dona Elisa frequenta, a população reuniu-se com os coordenadores da unidade. A saída para evitar que os pacientes madrugassem em busca de senha foi o agendamento por telefone. Outras soluções vieram a partir de conversas entre a Secretaria de Saúde e os médicos. O salário dos que trabalham 40 horas nos postos de Estratégia de Saúde da Família (ESFs) recebeu nos últimos dois anos reajuste de 73% (está em R$ 10,3 mil) e os de ambulatórios e policlínicas, 220% (chega a R$ 5,1 mil).

Ministério Público zerou investigações contra falta de médicos em postos

O Ministério Público Estadual, que recebe denúncias de irregularidades nos postos, também percebeu que houve queda nas queixas por falta de médicos na rede municipal de saúde. Hoje, não há nenhuma investigação pendente, informa o promotor responsável pela 15ª Promotoria da Comarca de Blumenau, Rogério Ponzi Seligman:

– O que ainda recebemos de reclamações são sobre as filas de espera para cirurgias em diversas especialidades.

Em 2009, o Santa problematizou em reportagens a ausência de médicos nos postos. Das 26 oportunidades abertas em fevereiro daquele ano, por exemplo, apareceram 10 interessados. Para amenizar o déficit, era necessário rodízio entre os profissionais. Hoje, dois médicos ficam disponíveis para cobrir férias e os outros trabalham fixos nos postos.

anderson.silva@santa.com.br

ÂNDERSON SILVA
 
SALÁRIOS 
A estrutura 
Atualmente, Blumenau tem 261 médicos para 68 unidades de saúde (ambulatórios, ESFs e policlínica). Faltam profissionais fixos nos postos Augusto Viana, Adelina Brueckheimer, Walter Reiter e Willian Schurmann, que atuam com médicos itinerante.

 


TIJUCAS
Santa Isabel administrará hospital

BLUMENAU - O Hospital Santa Isabel assume esta semana a gestão do Hospital Chiquinha Galotti, de Tijucas. A decisão conjunta entre os hospitais e a Direção da Sociedade Divina Providência (SDP), mantenedora das duas instituições de saúde, visa a fortalecer, tornar atuantes e participativas as unidades fundadas e dirigidas pelas irmãs da Congregação da Divina Providência.

O cargo de diretor do hospital será assumido por Juliano Petters, atual coordenador de Projetos do Santa Isabel. Ele trabalha há 15 anos na entidade, em Blumenau.

Na instituição hospitalar de Tijucas será implantado um novo modelo de administração, o de gestão participativa, mais conhecido como co-gestão. Nesse modelo, caberá ao Hospital Santa Isabel, por exemplo, disponibilizar os profissionais que integram as equipes administrativas e assistenciais para ajudar as equipes do hospital de Tijucas.

 
NOTA
Falta de medicamentos

 BALNEÁRIO CAMBORIÚ - Os medicamentos Levodopa e Carbidopa, usados no tratamento da Doença de Parkinson, estão em falta na Farmácia Municipal. De acordo com a farmacêutica responsável, Patrícia Schlichting, não é apenas Balneário Camboriú que sofre com o problema. Os medicamentos estariam em falta em todo território nacional e sem previsão de regularização, por falta da matéria prima, importada da China. A Secretaria de Saúde informou que fará a compra emergencial do medicamento com outras distribuidoras

 

 

 


Piscina do Centro Catarinense de Reabilitação deve voltar a funcionar no prazo máximo de 90 dias
O espaço foi interditado há dois anos por defeito no aquecedor de água

 

O Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) enfrenta já há dois anos dificuldades para atender deficientes físicos que necessitam da hidroterapia, tipo de tratamento realizado dentro de uma piscina adaptada. Em fevereiro de 2009, o aquecedor de água da piscina apresentou problemas e o governo decidiu, então, realizar uma reforma geral no espaço, que não passava por modificações desde a inauguração do CCR, em 1973. Em setembro as obras iniciaram e em dezembro a sala foi entregue.

Avaliações de engenheiros da Secretaria de Estado da Saúde (SES) comprovaram a qualidade do serviço realizado pela empresa Bonfim Engenharia Ltda., que venceu o processo licitatório. Porém, dias após a entrega, o novo aquecedor de água foi danificado e a piscina teve que ser interditada um dia antes dos pacientes voltarem para o tratamento.

“Desde então chamamos a empresa várias vezes para tentar solucionar o problema. Conseguimos que eles arrumassem uma infiltração de água que acontecia na casa das máquinas, entretanto a questão da piscina ainda não foi resolvida. Agora abrimos um novo processo licitatório para agilizar a troca deste aparelho. Esperamos que entre 60 e 90 dias possamos utilizar novamente a piscina”, explica o engenheiro da SES, Luis Carlos de Souza Junqueira.

O investimento total da obra foi de R$140 mil reais, destes cerca de R$30 mil foram utilizados para a compra do aparelho. Além disso, a piscina ainda apresenta nas barras, que deveriam ser de aço inoxidável, sinais de ferrugem. “A qualidade do serviço deixou a desejar”, comenta Junqueira.

Segundo o dono da empresa que realizou a obra, Norberto Santos Bonfim, o equipamento que constava na licitação não era o adequado para o CCR. “Contrataram minha empresa para instalar um sistema manual, que precisa de pessoa habilitada para manipular. Como não havia isso, o equipamento queimou. Depois eles viram que existiam sistemas automatizados e agora vão abrir licitação. Eu não acho que devo trocar se foi o pessoal do centro que queimou. Conversei várias vezes sobre isso com os técnicos da secretaria (de saúde), eles aceitaram as explicações, e achei que isso já era assunto resolvido”, afirma. Ele ainda relata que a água da piscina tem muito sal, o que causou a corrosão das barras. “Se colocar ouro ali dentro também vai correr”, conclui.

Para Junqueira, o equipamento solicitado era o correto e o empreiteiro contratado tem a responsabilidade sobre a qualidade da obra. “Temos o código de defesa do consumidor, código civil e a lei das licitações do nosso lado. A piscina nunca funcionou. A obra tem garantia de cinco anos e ele não vai conseguir se eximir da responsabilidade. Ele está agindo de má fé”, salienta.

Benefícios do tratamento

Enquanto a piscina não funciona, o CCR utiliza tratamentos alternativos para quem necessita da hidroterapia. “Usamos o turbilhão, que é como uma hidromassagem, mas alguns pacientes não conseguem entrar completamente, como, por exemplo, aqueles que apresentam problemas nos ombros. Também usamos corrente elétrica, porém essas alternativas são mais dolorosas e menos eficazes do que a hidroterapia. Pacientes com pós operatório de coluna não estão sendo atendidos”, explica Eliana Trevisan, assistente técnica geral do CCR.

Segundo ela, a hidroterapia melhora a capacidade funcional. “É um tratamento global, mais prazeroso, que diminui as dores e auxilia no trabalho da musculatura para pacientes neurológicos, principalmente pela diminuição da ação da gravidade dentro da água”, observa.

Pacientes ficam dois anos sem a hidroterapia

Mais de 160 pacientes seriam atendidos por semana se a piscina estivesse disponível. Uma dessas pessoas que necessitam do tratamento é Lia Marlene Machado D’Avila, 59. Ela caiu de uma escada durante o trabalho, em 1981, e teve uma lesão medular que a impede de caminhar. “Faço tratamento no hospital Sara Kubitschek, em Belo Horizonte, e preciso continuar o processo aqui no Estado, mas não tenho onde fazer. Temo perder o tratamento no Sara e regredir na minha reabilitação. Não quero viver o resto da minha vida em uma cadeira de rodas”, explica ela.

Lia ficou dois meses hospitalizada no Sara e precisa retornar a cada seis meses para avaliação dos médicos sobre a evolução do tratamento. “Já estou brigando por isso há 28 anos. Não acho justo ter uma piscina parada enquanto muitas pessoas precisam dela. O Estado não nos dá condição de fazer o tratamento aqui”, conclui.

 

Cidade
Clima é tenso em hospital
Florianópolis. Remanejamento provoca boatos de demissões e fechamento da instituição
 
A preocupação voltou a inquietar os funcionários do Hospital Florianópolis. Tudo porque o departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde marcou para hoje, às 13 horas, uma reunião com os funcionários do setor administrativo. Ao todo, o Hospital Florianópolis tem entre 650 a 700 funcionários. Do total, 110 do setor administrativo serão consultados sobre interesse em transferência para outras unidades do estado. A convocação da reunião provocou rumores e boatos de que haverá demissão e até o fechamento do hospital.Uma enfermeira que não quis se identificar disse que as transferências têm sido sempre traumáticas e frustrantes. O hospital funciona num sistema misto. Funcionários dos quadros do Ministério da Saúde foram cedidos para o estado. E em outras unidades, eles teriam sido maltratados e hostilizados. Outra funcionária revelou que a lista de transferência está pronta. “Vivemos numa atmosfera de terror. É muita angústia”, afirma.
 O diretor do Hospital Florianópolis, Élcio Madruga, desfaz os boatos e informa que a reunião pretende saber dos 110 servidores do administrativo se eles querem ser removidos para outras unidades. O diretor vê manobras do sindicato para tumultuar o processo de remanejamento. Desde a campanha eleitoral, o governador Raimundo Colombo fala em passar os hospitais públicos para Ocisp. E cada possibilidade de que isso venha a ocorrer  reacende a preocupação nos funcionários e amigos do hospital. “Mesmo que uma organização social assuma a direção, não haverá demissões. A não ser que os servidores não queiram ficar”, afirma o ortopedista Élcio Madruga.

 


Suposto desvio de R$ 40 mil é investigado


O Hospital Florianópolis tem sido alvo de denúncias e um inquérito civil está em fase de apuração na 26º Promotoria de Justiça da Capital. O caso esta aos cuidados do promotor Aor esteffens Miranda, da promotoria de Defesa da Moralidade Administrativa. A promotoria apura uma denúncia de suposto desvio de R$ 400 mil. Esses recursos teriam sido arrecadados pela associação de amigos do hospital. É grande a revolta na entidade, que exige a apuração das irregularidades. Em 2010 houve uma audiência pública na Câmara de Vereadores, quando foi feito um relato da situação. A associação atua na defesa do hospital e teme que ele seja fechado. A presidente do Sindisaúde, Edileuza Fortuna, que é lotada no Hospital Florianópolis, diz que tem informações de que os remanejamentos serão para a Maternidade Carmela Dutra, Hospital Infantil e Hospital Celso Ramos. Os diretores destas unidades solicitarão. Na Carmela Dutra serão doze. Edileuza afirma não tem nenhuma dúvida de que estas transferências são o caminho para passar o Hospital para organizações sociais.” Há dois anos eu venho afirmando que o objetivo é entregar a administração para uma Ocisp”afirma.

 


Até 300 pacientes atendidos por dia

O Hospital Florianópolis atende, em média, de 250 a 300 pacientes por dia. A instituição está em obras e o atendimento se restringe a dois ambulatórios, um de ortopedia, um geral, e outro serviço de emergência. A UTI do hospital foi transferida para o Hospital Regional. A previsão de conclusão das obras é de seis meses. “O hospital precisa de obras de readequação para receber a nova UTI”, diz o diretor Élcio Madruga.
O Hospital de Florianópolis é o único da área continental de Florianópolis e atende mais de cem mil pessoas, já que é procurado por pacientes de municípios vizinhos como Biguaçu, Palhoça e Governador Celso Ramos.
Funcionários ouvidos pela reportagem não descartam o risco de fechamento do hospital. “Esse risco existe. É real. Nós tememos pelo pior”, alega uma enfermeira

 


Número de doadores cresce
Transplantes. Volume avança 14% em um ano, atingindo marca recorde no país

São Paulo - O Brasil registrou um número recorde de doações de órgaos em 2010. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram 1.896 doadores, contra 1.658 no ano anterior, um crescimento de 14% em apenas um ano.
Com isso, o país atingiu a marca histórica de 9,9 doadores por milhãoi de pessoas (pmp). A média nacional teve um aumento de 13,8% em relação a 2009, quando o índice era de 8,7pmp. Nos últimos sete anos, a média de crescimento anual foi de 7%.
Alguns Estados, como Sáo Paulo e Santa Catarina, mantêm índices de doações próximos aos de países altamente desenvolvidos no setor, com Espanha e Canadá, que mantém médias acima de 20 doadores pmp. Os índices de São Paulo e Santa catarina são, respectivamente, de 21pmp e 17pmp.
O número de transplantes de érgãos sólidos - coração, fígado, pulmão, rim e pâncreas - cresceu 7% em apenas um ano, seguindo a tendência de crescimento sustentado. No último ano, foram realizados 6.422 transplantes do tipo no Brasil, contra 5.999 em 2009.