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OPINIÃO DE A NOTICIA
Superlotação no São José


Se duas obras anunciadas desde meados da década passada estivessem concluídas, talvez o Hospital Municipal São José não continuasse frequentando o noticiário por causa da superlotação do pronto-socorro. É inacreditável que a reforma do quarto andar e a última fase do Complexo Emergencial Ulysses Guimarães não tenham sido concluídas. As duas obras aparecem na imprensa quase em frequência semelhante à da superlotação. Se nem essas duas ações chegam ao fim, impedindo a oferta de mais leitos e serviços à população, fica complicado acreditar que Joinville vá ganhar mais um hospital público, ainda que a longo prazo – a novela de quase duas décadas do Hospital Materno-infantil mostra que não convém otimismo nesse setor.

Se há disponibilidade de mais leitos, não haveria a necessidade de suspender as cirurgias eletivas, aquelas marcadas com antecedência, por exemplo. É possível que mesmo com a ativação dos dois espaços em obras, o pronto-socorro ainda venha a enfrentar a superlotação, até porque a demanda continua crescendo. Mas os efeitos colaterais, com a suspensão das eletivas por causa da falta de leitos para o pós-operatório seriam amenizadas. Além das óbvias vantagens do melhor atendimento aos pacientes. Mas, infelizmente, o São José ainda não conseguiu concluir as duas obras. No ano passado, perto do período eleitoral, exatamente como havia ocorrido dois anos antes, também perto de eleições, parecia que a questão caminhava para um desfecho. Parecia.

 

Geral


SAÚDE PÚBLICA
PRONTO-SOCORRO acima da capacidade

Hospital Municipal São José adota medidas emergenciais para limitar atendimento pela segunda vez neste anoA superlotação no pronto-socorro do Hospital Municipal São José, em Joinville, obrigou ontem a direção a tomar uma série de medidas para tentar amenizar o problema, que chegou a um ponto crítico. À tarde, 87 pacientes lotavam o pronto-socorro, que tem capacidade para atender apenas 43 pacientes. Nos corredores, números identificavam 21 pacientes deitados em macas, impedindo a passagem de médicos e enfermeiros. Para comportar todos os pacientes, a sala de medicação e até consultórios foram transformados em leitos coletivos, onde até 24 pacientes, esperavam um leito vagar, sem privacidade ou conforto. Enquanto isso, médicos clinicavam em meio aos internados.

Como o pronto-socorro do hospital no bairro Bucarein não conseguia mais receber gente, a direção orientou a população a procurar o setor apenas em caso de acidente grave, derrame cerebral ou tratamento de câncer – áreas em que a instituição é referência no Norte. “Os demais devem procurar pronto-atendimentos, postos de saúde ou o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt”, apontou o diretor-geral Tomio Tomita.

Para priorizar atendimentos de urgência e emergência, cirurgias eletivas que precisam de internação foram suspensas. Serão remarcadas assim que a situação for normalizada. “Cirurgias urgentes e de emergência, oncológicas e eletivas que não requerem internação serão mantidas”, disse Tomita. A suspensão das operações agendadas tem sido sempre o primeiro passo da direção nos episódios recorrentes de falta de leitos na emergência. Foi assim no fim de fevereiro deste ano e em novembro de 2010, os registros mais recentes de superlotação.

Segundo Tomita, a direção pediu às empresas contratadas que fazem exames que tenham agilidade na entrega dos resultados, para tentar reduzir o tempo de internação de pacientes. E deve reforçar hoje com técnicos do Samu, durante reunião, a determinação de que casos clínicos não sejam encaminhados à instituição municipal.

Conforme o diretor técnico, Luis Carlos Ferreira, será feito novo pedido para que esses pacientes sejam levados ao Regional, no Boa Vista, “a unidade de referência para estes casos”.

mariana.pereira@an.com.br

MARIANA PEREIRA

 


SAÚDE PÚBLICA
Em macas e colchões no chão

Sentada na cama improvisada no chão de um consultório desativado do Hospital São José, a costureira Eliete Fernandes, 45 anos, aguardava ontem o resultado de exames. Com paralisia em todo o lado direito do corpo, ela chegou ao hospital com suspeita de derrame cerebral na segunda-feira.

“Cheguei às 11 horas e só às 20 horas arranjaram esse cantinho para mim. Antes, fiquei numa cadeira”, conta. “Agora, estou aqui, com dois homens, sem a menor privacidade”, reclama ela, que afirma ter previsão para ficar no hospital mais alguns dias até exames confirmarem a suspeita. “Espero que logo vague um leito”.

O consultório onde ela está, na sala de medicação, está tomado por pelos menos outros 20 pacientes na mesma situação.

A falta de leitos tem exposto pacientes e seus acompanhantes a todo tipo de preocupação. Iolanda Martins, de 71 anos, por exemplo, tem câncer no estômago e estava deitada numa maca ontem à tarde. Um lugar que o filho dela, Paulo Roberto Martins, contou ter tido que “brigar para conseguir”.

Agora, ele afirma estar pedindo insistemente a funcionários um leito no setor de oncologia para ela. “No domingo, já trouxe minha mãe aqui e a liberaram por falta de leito. Mas não tem como ela ficar em casa fraca do jeito que ela está”, argumenta.


Saiba mais
Com 43 leitos, o prontosocorro do São José atende em média 3.171 pacientes por mês. No ano passado, foram 37.847 pacientes, 4.895 de municípios vizinhos.

 

 

SAÚDE PÚBLICA
Aumento de acidentados no Carnaval

Segundo a direção do São José, desde o fim de semana o número de atendimentos no pronto-socorro aumentou. São vítimas de acidentes e derrames que deram entrada no período. “A maioria são pacientes de longa permanência, e começou a falar leitos”, explicou Tomio Tomita, citando ainda casos clínicos “que poderiam ser atendidos em outras unidades”.

O diretor garantiu que o pronto-socorro do hospital não será fechado. Mas fez um apelo. “Pedimos a colaboração da população nesse momento”.

 

 MORTE EM HOSPITAL
TJ-SC decide indenizar casal

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina decidiu conceder a um casal de Joinville indenização pela morte de um garoto de cinco anos ocorrida há 21 anos no Hospital Dona Helena. A Justiça em Joinville havia negado compensação a Bernardo José Steffen e Marizete. Eles afirmam ter havido negligência do hospital e erro do anestesista Antônio Bedin durante a cirurgia a que foi submetido o filho deles, Vilson, em setembro de 1990.

Mas, segundo o TJ-SC, o casal tem direito a indenização de R$ 120 mil por danos morais e pensão mensal relativa ao período em que Vilson teria de 14 a 15 anos. O menino foi internado para uma cirurgia de remoção de fimose, mas uma reação à anestesia o levou a sofrer parada cardiorrespiratória. Ele morreu dias depois, na UTI.

Para o casal, o médico teria sido avisado pelo cirurgião (que confirmou o fato em audiência) sobre uma irregularidade na oxigenação do sangue do menino. E o hospital não teria oferecido infraestrutura pela falta de um aparelho para medir o oxigênio no sangue.

O hospital particular mantido pela Associação Beneficente Evangélica de Joinville deve recorrer da sentença ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília. Segundo o advogado Carlos Adauto Vieira, perícia judicial feita em 1999 confirmou que o hospital tem estrutura para a operação e que não houve falha médica. “O oxímetro é um aparelho que não estava disponível no mercado na época”, afirma.

O advogado da família, Francisco da Silveira Medeiros, preferiu não fazer comentários até haver decisão definitiva. “AN” conversou com o advogado do médico, Gilson Fantin, que não pôde responder especificamente sobre o caso porque estava em viagem.


BUTOLISMO
Pacientes têm alta após tratamento

A enfermaria do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, já não tem mais pacientes observados com suspeita de botulismo. O pedreiro de 34 anos e a dona de casa de 46 que haviam comido a mortadela supostamente contaminada em Araquari receberam alta na segunda-feira.

Eles estavam sendo medicados contra os sintomas da doença, mas não receberam antitoxina botulínica por falta de diagnóstico definitivo. A análise com a amostra da mortadela com toucinho enviada ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, mas ainda não foi concluída.

O produto da marca Pena Branca, fabricado dia 17 de fevereiro, foi recolhido depois que Benta Janaína Lamego, de 36 anos, deu entrada no Hospital Regional de Joinville se queixando de dores após ter comigo a mortadela. Ela morreu dia 6 de março, quatro dias após ser internada.

O laboratório paulista deve confirmar se aquela mortadela estava ou não contaminada pela bactéria Clostridium. Uma análise preliminar feita no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Santa Catarina, apontou a presença de esporos da bactéria.

A expectativa é de que o resultado da análise definitiva seja divulgado ainda hoje pelo laboratório. “Não é um prazo, é só uma expectativa. Eles fazem estudos com camundongos e os períodos desses testes já devem estar perto do fim”, explica o gerente técnico do Lacen, Gilberto Alves.

Mesmo sem ter certeza do que pode ter provocado a morte da mulher, o pedreiro Valcedir dos Santos, 38 anos, busca explicações para a forma com que Benta foi atendida no hospital. A família da vítima garante que os médicos foram negligentes quando a encaminharem à ala psiquiátrica sem confirmar o diagnóstico.

Valdecir visitou ontem a Câmara de Vereadores de Joinville para denunciar o caso. O vereador Maurício Peixer (PSDB) garante que vai pedir que a Comissão de Saúde apure os fatos.

 

 

Visor

 HOSPITAL UNIMED

Nada como a segurança jurídica para novos investimentos. Um dia depois de a Justiça Federal assegurar as licenças para a conclusão do SOS Cárdio, a Unimed Grande Florianópolis lançou o processo de licitação para escolher as empresas e os arquitetos responsáveis pela construção do hospital da cooperativa na Capital. Os valores não foram revelados.

O empreendimento deve possuir cem leitos, seis salas cirúrgicas, pronto-atendimento, centro de diagnóstico, 20 leitos de terapia intensiva e usina de oxigênio própria. Todos com possibilidade de ampliação antes mesmo da inauguração. O terreno para a construção deverá ter cerca de 40 mil metros quadrados de área total e a região preferencial para a instalação é a rodovia SC-401. É o mercado em ebulição.

 

Geral

 

TRAGÉDIA NA BR-282

Doação dos órgãos ajuda sete pessoasTrês catarinenses já foram beneficiados com os órgãos de Jussara Lamel dos Santos Schuster, 27 anos, 28ª vítima do acidente entre o ônibus e o caminhão carregado de tábuas, na madrugada de 5 de março, na BR-282, em Descanso, no Oeste.

Jussara teve morte cerebral confirmada às 13h30min de segunda-feira, no Hospital São Francisco, em Concórdia, onde estava desde o dia do acidente.

Segundo Nara Rux, da Comissão Intrahospitalar de Doação de Tecidos e Órgãos e Tecidos para Transplantes do hospital, a captação dos órgãos levou cinco horas e foi realizada por uma equipe médica de Blumenau, com o auxílio da equipe local. Foram retirados rins, córneas, fígado, pâncreas e válvulas cardíacas.

De acordo com o coordenador estadual de transplantes de Santa Catarina, Joel Andrade, ontem foram realizados os transplantes de rins, fígado e pâncreas em Blumenau e Joinville. Os órgãos foram colocados em três pessoas de cidades diferentes de Santa Catarina. As cidades não foram divulgadas. Um dos beneficiados, que tinha diabetes, recebeu rim e pâncreas. Andrade disse que os receptores estão numa lista única e foram escolhidos por um sistema informatizado, totalmente impessoal, que analisa critérios de gravidade e compatibilidade dos pacientes.

As córneas devem beneficiar outras duas pessoas nos próximos dias. Já as válvulas pulmonar e aórtica foram encaminhadas para Curitiba, onde serão tratadas e guardadas até serem destinadas a outras duas pessoas. No final, sete pessoas podem ser beneficiadas com a autorização de doação da família Schuster.

Andrade disse que já foram feitas 31 captações em 2011, o melhor resultado num primeiro semestre, mesmo ainda na metade de março. Em 2010, foram 26 captações da SC Transplantes no primeiro trimestre.

darci.debona@diario.com.br

DARCI DEBONA | Concórdia

 
SUSPEITA DE BOTULISMO
Laudo sobre bactéria não saiu ainda

A enfermaria do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, já não tem mais pacientes observados com suspeita de botulismo. O pedreiro de 34 anos e a dona de casa de 46, que haviam comido a mortadela supostamente contaminada em Araquari, receberam alta na segunda-feira.

Eles estavam sendo medicados contra sintomas, mas não receberam antitoxina botulínica por falta de diagnóstico certo. O resultado da análise com a amostra da mortadela com toucinho enviada ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, ainda é um ponto de interrogação.

O produto da marca Pena Branca, fabricado dia 17 de fevereiro, foi recolhido depois que Benta Janaína Lamego, 36 anos, deu entrada no Hospital Regional de Joinville se queixando de dores após ter comigo a mortadela. Ela morreu dia 6 de março, quatro dias após ser internada.

O laboratório paulista deve confirmar se aquela mortadela estava ou não contaminada pela bactéria Clostridium. Uma análise preliminar feita no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Santa Catarina, apontou a presença de esporos da bactéria. A expectativa é de que o resultado da análise definitiva seja divulgado ainda hoje.

– Não é um prazo, é só uma expectativa. Eles fazem estudos com camundongos e os períodos desses testes já devem estar perto do fim – explica o gerente técnico do Lacen, Gilberto Alves.

Mesmo sem ter certeza do que pode ter provocado a morte da mulher, o pedreiro Valcedir dos Santos, 38 anos, busca explicações para a forma com que Benta foi atendida no hospital. A família da vítima garante que os médicos foram negligentes quando a encaminharam à ala psiquiátrica sem confirmar o diagnóstico.

 

Joinville

 

Colunista Cacau Menezes

Falta muito


Um só exemplo de como ainda é mais dramática a situação da saúde pública. Florianópolis está sendo invadida pelos caramujos africanos, que podem chegar a 15 centímetros de comprimento por oito de largura e transmitir uma série de doenças – recomenda-se às pessoas não manipulá-los sem luvas, pois o simples contato pode causar o contágio. O animal é encontrado aos montes em hortas e jardins e mais frequentemente em terrenos baldios. A vigilância sanitária do município nada pode fazer para dar combate à praga, que se alastra em proporções geométricas, porque dispõe apenas de dois funcionários para a tarefa, sendo que um dos servidores está afastado em perícia médica