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SUSPEITA DE BOTULISMO
Resultado adiado pela terceira vez
Contraprova deveria sair hoje, mas agora é esperada para o fim da semana

 

A Secretaria da Saúde de Santa Catarina havia estipulado para hoje o prazo de entrega do exame de contraprova para ter a confirmação se as três pessoas internadas em Joinville na última semana realmente sofreram uma intoxicação alimentar rara chamada de botulismo. Mas pode demorar ainda mais. O resultado da contraprova, exame encomendado ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, deve apenas sair no fim da semana, acredita o gerente técnico do Laboratório Central de Saúde Pública em SC (Lacen), Gilberto Alves.

“Acho difícil o laboratório divulgar hoje. Os testes não são simples e devem demorar mais do que o planejado.” As primeiras análises realizadas pelo Lacen com uma amosta da mortadela consumida pelas pessoas que se sentiram mal apontou presença dos esporos da bactéria Clostridium. “O botulismo é uma das possibilidades. Como não fazemos testes mais específicos, as amostras foram para São Paulo”, afirma Alves. O micro-organismo causador do botulismo produz uma neurotoxina cuja ação, associada à demora no diagnóstico, pode ter causado a morte da dona de casa Benta Janaína Lamego, de 36 anos, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

A Seara, fabricante da mortadela suspeita de contaminação, analisou amostra do lote do embutido, mas o resultado do exame não foi divulgado. A unidade industrial da marca Pena Branca, em Roca Sales (RS), já produziu 100 mil toneladas do produto sem registrar problemas, afirma a fabricante. Na semana passada, a Seara afirmou que retiraria o produto dos mercados gaúcho e catarinense.

Por prevenção, a Vigilância Sanitária de Joinville continua vistorias em mercados pela mortadela com toucinho da marca Pena Branca, fabricada em 17 de fevereiro. O produto foi achado em só um comércio, no Bom Retiro.

A equipe do Regional monitora a saúde das três pessoas internadas. A mulher que deu entrada com sintomas parecidos, mas afirmando não ter consumido mortadela, está em observação. O pedreiro de 34 anos e a dona de casa de 46, moradores de Araquari, ainda não têm previsão de alta. Segundo a direção, estão sendo medicados contra sintomas, mas não receberam antitoxina botulínica por falta de diagnóstico certo.

 

 

 

 

Identificação


Pelo blog do Hospital São José de Joinville, se descobre que está mudando o sistema de identificação dos pacientes. É que cada setor usava um padrão, o que trazia “grande dificuldade” para os servidores, segundo o próprio hospital. Agora, a identificação está sendo padronizada, com uso de cartazes e pulseiras. O sistema foi trazido do Sírio-Libanês, de São Paulo.

 


SOS CÁRDIO
Justiça nega pedido de liminar do MPF

A Justiça Federal negou ontem a concessão de liminar ao Ministério Público Federal (MPF), que pedia a suspensão das licenças e impedia a inauguração do Hospital SOS Cárdio, na Capital.

 

Na decisão, a juíza substituta da Vara Federal Ambiental de Florianópolis Marjorie Freiberg escreveu que esta medida só deve ser tomada em casos de extrema necessidade, requisito não preenchido pela alegação genérica da Procuradoria da República de possível poluição do mangue, sem apontar o tamanho do prejuízo.

Ela também extinguiu alguns itens citados na ação civil pública. Na prática, significa que eles sequer irão a julgamento. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça federal, a medida foi tomada por motivos processuais. As únicas questões consideradas válidas para serem discutidas no tribunal foram a inadequação do projeto de tratamento de esgoto e a falta de estudos ambientais. Mesmo assim, a juíza avaliou que não é nada que justifique a suspensão das licenças ambientais.

O processo foi aberto a pedido da procuradora Analúcia Hartmann sob argumentação de que o prédio da SOS Cárdio foi erguido sobre o mangue do Itacorubi. A alegação é que houve um aterramento e, mesmo com a recuperação do local, o empreendimento continua sobre área de preservação permanente. A juíza escreveu que a situação já foi resolvida no acordo prévio citado pelo MPF que contou com a participação de órgãos ambientais e do prórpio MPF. Por este motivo, não há razão para reanálise, na interpretação dela.

Inauguração do hospital deve ocorrer em abril

A decisão de ontem se refere apenas ao pedido de liminar. O processo segue, e defesa e acusação podem apresentar argumentos. Mas os itens que pediam a suspensão das licenças ambientais, cancelamento do registro imobiliário do terreno e medição da área da União no local não serão tratados. O impedimento da prefeitura e da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) em liberar obras no mangue do Itacorubi, onde estaria a SOS Cárdio conforme o MPF, também não será julgado.

A decisão agradou ao advogado Tullo Cavallazzi Filho, que defendeu o hospital. Ele repetiu que todas as licenças foram concedidas ao empreendimentos. A inauguração da SOS Cárdio está marcada para abril. PEREIRA

felipe.pereira@diario.com.br

FELIPE

 

 

Fato


Adotar o sistema das Organizações Sociais na administração de hospitais públicos, elogiada por uns e combatida por outros, não visa exatamente redução de custos. Foi o que deixou bem claro o secretário da Saúde, Dalmo de Oliveira frisando que de repente isso não deve ocorrer. Mas a grande vantagem é a agilidade permitindo um atendimento mais eficiente e necessário ao paciente. As OS não precisam enfrentar a Lei das Licitações se tornando mais rápidas na solução de entraves.