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Informe Político
BOM RELACIONAMENTO
Na Assembleia Legislativa, a relação tem sido a mais cordial possível, bem diferente das rusgas nacionais. Não raro será ver as bancadas alinhadas na atual legislatura. Na conversa, é possível observar, da direita para a esquerda, Jailson Lima (PT), o líder Dado Cherem (PSDB) e o ex-presidente do Legislativo, que volta ao plenário, Volnei Morastoni (PT). A formação dos três – os petistas são médicos e o tucano é cirurgião-dentista – ajuda que a conversa recorrente seja a busca de soluções para a saúde pública.

 

SAÚDE
Diagnóstico: todos precisam melhorar
Os hospitais estaduais em Joinville representam desafios à Secretaria de Estado da Saúde. Um deles: a infraestrutura precária e a falta de pessoal que impedem metade das salas cirúrgicas do Hospital Hans Dieter Schmidt de funcionar. O mesmo problema de déficit na equipe médica permanece há anos na Maternidade Darcy Vargas. Ainda que a meta do governo de Raimundo Colombo (DEM) seja a polêmica disseminação dos hospitais administrados por organizações sociais, mesmo o Hospital Infantil Jeser Amarante tem botões a sintonizar. Pioneira no modelo, em 2008, a estrutura é hoje subutilizada em vários setores como a ala de queimados e a UTI neonatal. O secretário Dalmo Claro de Oliveira reconhece o problema e pretende fazer do hospital uma referência estadual, em vez de apenas regional. Mas a mudança imediata pode vir a ser nas direções da maternidade e do Regional. “Mudar oxigena. É natural e ninguém deve ter medo disso”, afirma

HOSPITAL MATERNO-INFANTIL
A experiência de quase três anos desde que o Hospital Materno-infantil Jeser Amarante começou a funcionar na região central de Joinville, administrado por uma organização social paranaense, traz alguns ensinamentos sobre o sistema de parceria privada defendido pelo governador Raimundo Colombo (DEM). O principal: é necessário um trabalho intenso para adaptar à realidade as previsões de demanda no contrato. No caso do Infantil, houve bastante discrepância.

Exemplo: a previsão era da necessidade de 940 funcionários. O hospital hoje funciona bem com 718. O setor de obstetrícia que atende a grávidas adolescentes calculava cem partos mensais. Metade são registrados. O déficit ficou restrito ao número de atendimentos no pronto-socorro. Em vez de 2,6 mil mensais, o hospital bateu o recorde em dezembro, com mais de 7 mil atendimentos. Isso que o limite de idade dos pacientes baixou para 16 anos, em vez dos anteriores 18. O fato exigiu remanejamento de equipe, como enfermeiros e técnicos de enfermagem, todos contratados pela organização.

Assim, Secretaria de Estado da Saúde e a organização Hospital Nossa Senhora das Graças devem discutir outra adaptação neste ano – desta vez, financeira. O repasse de cerca de R$ 5 milhões mensais tem sobrado no caixa do hospital. Como a organização, por contrato, não pode ter lucro, o que resta vai para a compra de equipamentos ou outros materiais por meio de tomada de preço. Por força disso, o Estado fez acordo para espaçar a entrega do dinheiro até que as contas fiquem mais equilibradas. O último montante foi liberado em setembro.

O contrato com a organização social, em agosto de 2008, desencalhou o Infantil, que chegou a ser chamado de “elefante branco” pelo governador na época, Luiz Henrique da Silveira. A obra custou o dobro do previsto e levou dez anos para ser concluída. O projeto era ainda mais antigo, tinha 15 anos. Equipamentos chegaram a ficar um ano encaixotados na garagem do hospital. Em meados de 2010, uma reforma nas UTIs pediátrica e neonatal adequou a estrutura desatualizada em relação a normas técnicas.

Fora reclamações de demora no atendimento, que a direção do Infantil afirma serem sazonais, o hospital alcança bons resultados em pesquisas de satisfação com pais de pacientes internados (exigência contratual). O Infantil enfrentou uma situação complicada há quase um ano. Felipe Malaquias, de um ano e cinco meses, deu entrada com sintomas de bronquite, recebeu uma injeção e morreu segundos depois, nos braços da mãe. O inquérito policial continua. A enfermeira que aplicou a injeção não trabalha mais no hospital: pediu demissão meses depois.

MATERNIDADE DARCY VARGAS
O prédio de 64 anos da Maternidade Darcy Vargas atravessa o oitavo mês seguido em uma reforma geral. As obras exigiram a improvisação de espaços, instalação de tapumes que apertam corredores e uma lotação maior em certos quartos. As obras eram para durar cinco meses, mas se estenderam além da conta e precisaram de aditivo contratual. Segundo o mapa de obras do Estado, a reforma da área de 450 m² deveria custar R$ 260 mil; está em R$ 423 mil.

Deve ficar pronta em mais 60 dias, projeta a Secretaria da Saúde. Ao fim disso, o diretor da unidade, Armando Dias Pereira Jr. acredita que boa parte da infraestrutura terá sofrido uma melhoria drástica, principalmente o centro cirúrgico (onde são feitas as cesáreas).

As mudanças no hospital já vêm há algum tempo. A Darcy Vargas hoje tem ar-condicionado central, TVs de LCD nos quartos e salas de espera, portas automáticas, roupas de cama novas. Aparelhos novos também, como o de videolaparoscopia, comprado pelo Estado por R$ 220 mil, e o segundo ultrassom, custeado pela Prefeitura para seguir um convênio, após queda de braço entre os governos. A abertura do centro obstétrico no Hospital Infantil ajudou a aliviar apenas um pouco a demanda de partos da maternidade (500 por mês).

Mas os problemas da unidade são antigos. Um é a falta de espaço. O terreno do hospital, no bairro Anita Garibaldi, possibilita poucas ampliações. Um plano gestor prevê a construção de um novo prédio, anexo ao antigo, com mais andares. Hoje, o aperto é sentido em áreas como a UTI neonatal, onde as incubadoras ficam um pouco juntas demais às outras. Apesar disso, a ampliação da Darcy Vargas não é hoje prioridade para o governo estadual, segundo o secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira.

Outro obstáculo é bem mais difícil de ser resolvido: falta de pessoal, o grande vilão da demora no atendimento que volta e meia enerva gestantes atendidas na instituição. A maternidade hoje tem déficit de seis enfermeiras e 27 técnicos de enfermagem. As vagas de médicos ainda não foram preenchidas totalmente pelo último concurso público. Ampliar o quadro de funcionários é também o grande obstáculo para a ampliação física da maternidade.

O hospital tem projetos de referência, como o banco de leite, que chegou a funcionar 24 horas por dia em 2010. Voltou ao horário normal por falta de gente para mantê-lo. Na que pode ser a primeira mudança, segundo Dalmo, é possível que os médicos da maternidade sejam responsáveis por sugerir três nomes que podem vir a assumir a direção.

HOSPITAL REGIONAL
A Secretaria de Estado da Saúde vê uma série de necessidades urgentes para o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, no bairro Boa Vista. E não é por menos. Hoje o Regional tem metade das oito salas cirúrgicas ociosas, por falta de pessoal e de infraestrutura. E o déficit de funcionários dificulta até que o hospital se mantenha aberto continuamente.

Em julho de 2010, o pronto-socorro do Regional ficou fechado pelo menos dois dias por falta de médico. No ano passado, o mesmo setor registrou duas vezes menos atendimentos do que o do Hospital Infantil Jeser Amarante e quase 20% menos que o do Hospital Municipal São José. Isso que de maio a outubro de 2003, o pronto-socorro fez 15 mil atendimentos a mais, segundo o Regional. Ainda que, na época, a demanda do Regional fosse jogada para cima pela ausência de pronto-atendimentos na cidade.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira, o hospital precisa de obras de infraestrutura sérias, como reformas no centro cirúrgico, alas de internação, lavanderia, cozinha e farmácia. “Há realmente muitas obras físicas necessárias no Regional. Ele está muito deteriorado em alguns setores”, admite ele, sobre o prédio inaugurado na década de 1980. Por enquanto, Dalmo ressalta, os primeiros quatro meses do ano não servirão para planejamento ou começo de obras, apenas para diagnóstico das necessidades. Uma ala de 650 m² do hospital de 204 leitos passou por reforma recente, ao custo de R$ 1 milhão. Quase R$ 300 mil vieram de um aditivo no contrato, segundo o mapa de obras do governo estadual, no Sistema Integrado de Controle de Obras Públicas. A falta de pessoal deve ser resolvida pelo Estado “dentro das nossas limitações”, aponta o secretário Dalmo. A folha de pagamento do hospital tem 850 funcionários concursados – 132 a mais que o Infantil. Em janeiro de 2003, eram 807. Uma parcela, cujo percentual não foi divulgado, é de funcionários afastados por licenças médicas e demais benefícios.

Mesmo que a forma de contratação por meio de administração por organização social preveja menos benefícios que no caso do funcionalismo público e retire do Estado a responsabilidade pela contratação, o secretário vê como “difícil” a implantação do modelo em um hospital já em funcionamento. “Mas temos que fazer o que é melhor para as pessoas”, ressalta.

Hoje, o Regional é referência na região Norte do Estado nas áreas de psiquiatria, cardiologia e gastroenterologia – é onde são feitas as cirurgias de redução de estômago pelo SUS. A diretora da instituição, Ana Maria Jansen, foi procurada por “A Notícia”. Ela preferiu que o secretário da Saúde falasse sobre o hospital.


OPINIÃO DE A NOTICIA
Desafios da saúde
Até pelo tamanho e a consequente maior capacidade de atendimento, o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt é a unidade hospitalar estadual de Joinville que merece maior atenção da Secretaria de Estado de Saúde, agora comandada por um médico com atuação na cidade. É evidente que Dalmo Claro é responsável pela gestão de saúde de todo o Estado e não somente da região Norte, mas sua proximidade com Joinville deve facilitar na melhor compreensão das necessidades locais.

O Regional tem mais dificuldades de contratação de profissionais médicos na comparação com a Maternidade Darcy Vargas e o Hospital Materno-infantil, este administrado por uma organização social – uma OS também está presente no Regional, mas atua apenas na área de humanização. Também o Hospital Regional é o que mais necessita de ampliação. Além do atendimento das demandas de cada uma das unidades estaduais, é preciso maior conexão com a rede municipal, em especial o Hospital Municipal São José, o maior de Joinville. São recorrentes as queixas – e não somente do atual governo municipal, administrações anteriores diziam o mesmo – sobre a atuação estadual na saúde pública, para maiores investimentos. Uma maior articulação entre as duas esferas evidentemente dará maior eficiência na utilização dos recursos públicos. Uma obviedade que os administradores precisam se dar conta.


AN.Portal
A partir de hoje, as regionais da Secretaria de Saúde de Joinville começam a distribuir 10 mil camisinhas acompanhadas de orientações sobre doenças transmitidas pelo sexo. A ação especial é por causa do Carnaval. De 2005 até junho do ano passado, Joinville registrou 1,2 mil casos de Aids. A grande maioria, 728, foi entre heterossexuais, segundo dados do Ministério da Saúde. Os homens ainda são as principais vítimas, mas o número de mulheres cresce, diz a Secretaria Saúde de Joinville.


AN.SERVIÇO
Aulas de emagrecimentoO Centro de Estudos da Família oferece cinco vagas para um curso que ensina técnicas antidesejo e comportamentais para quem quer emagrecer e melhorar de vida. O custo é de R$ 200. Mais informações: (47) 3422-7033 ou (47) 9196-4556.


DISTÚRBIO DA FALA
GAGUEIRA NÃO TIRA TRONO
Favorito ao Oscar de melhor filme e ator, “O Discurso do Rei” mostra as dificuldades do monarca britânico George 6º em lidar com distúrbio da fala que, segundo especialistas, é neurológico, e não emocional

Quem assistiu ao filme “O Discurso do Rei” e viu o personagem do monarca britânico George 6º disfarçando a aflição diante do microfone, aterrorizado pelo receio de tropicar nas palavras e comprometer discursos decisivos à história, pode ter saído da sala de cinema convicto de que a gagueira é um problema de saúde.

A percepção é correta. Ainda assim, grandes líderes, como Moisés e o próprio George VI, foram gagos – e isso não impediu que mudassem os rumos da humanidade. O tratamento melhora a fluência e quase elimina os indesejados travamentos da fala.

Uma das que se empenha em inserir a gagueira na agenda da saúde pública é a diretora educacional do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a fonoaudióloga Anelise Junqueira Bohnen. A especialista diz que é preciso romper “os preconceitos e a ignorância” em torno de um distúrbio que tem causas no cérebro.

“Achavam que fosse emocional. Atualmente, sabe-se que a gagueira é o resultado de falhas no sequenciamento da fala em regiões bem definidas do hemisfério esquerdo do cérebro”, ressalta Anelise, mestre em fonoaudiologia pelo Ithaca College (EUA).

A fonoaudióloga diz que o estado emocional (nervosismo, raiva, tensão) apenas exacerba a gagueira já existente. Especializada no tema pela Fundação Americana de Gagueira e Northwestern University, Anelise informa que cientistas já provaram o envolvimento de genes no distúrbio da fala. Também está confirmado que dois terços dos pacientes têm algum antepassado gago. Em uma tese de doutorado para o curso de letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Anelise investigou 60 crianças e 60 adultos com gagueira, entre 1986 e 2005. Num total de 12 mil palavras pronunciadas, houve trancamentos em 1.326 delas. Em 97% das vezes, as gagueiras localizaram-se nas primeiras sílabas das palavras. Outra conclusão interessante: 48% dos tropeços ocorreram em monossílabos, especialmente em preposições e conjunções.

A gagueira não tem cura, atinge cerca de 1% da população. Mas pode ser controlada, especialmente se o tratamento começar na infância, tão logo se manifeste. A criança tem de 98% a 100% de chances de sair da gagueira se o tratamento for o mais próximo possível do surgimento das rupturas. Já nos adultos, a fluência pode ficar muito boa, mas ainda não se oferece cura.


SAÚDE
O rato não roeu a roupa do menino
Distúrbios de fluência podem ser superados com tratamento e não impedem pacientes de alcançar objetivos

Em “O Discurso do Rei”, o ator Colin Firth, na pele de George 6º, dispunha dos recursos da época – alguns obsoletos. Atualmente, a fonoaudiologia avançou nos seus métodos. “Uma criança que gagueje hoje, no século 21, pode não se tornar um adulto com gagueira”, diz Anelise, autora do livro “Sobre a Gagueira”.

Sua majestade real britânica tentava aperfeiçoar a fluência introduzindo bolas de gude na boca ou rolando no chão. A fonoaudióloga Clara Rocha, formada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), observa que esses exercícios não são mais utilizados, por serem ineficazes. Fonoaudióloga responsável pela Divisão de Aparelhos para Fluência no Grupo Microsom, de São Paulo, Clara destaca que há soluções para tipos de gagueira, como o aparelho auditivo SpeechEasy.

Crendices e simpatias também foram tiradas do repertório de cura. Não adianta bater num gago com uma colher de pau virgem, sem que ele note, na esperança de que o susto eliminará o distúrbio. No cinema ou na vida real, a gagueira é assunto para a ciência.

O estudante de dez anos fica diante da fonoaudióloga Arlete Barth e repete o divertido trava-línguas que ajuda a melhorar a dicção, a leitura e a fala. A frase flui sem nenhum indício de gagueira: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”

O menino mostrou sinais de gagueira aos três anos de idade, e seus pais logo buscaram tratamento, o que é recomendado por especialistas. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o resultado. No momento, ele alcançou 98% de fluência, e interlocutores não percebem que tem o distúrbio.

“Quando vou ler um texto em aula, não leio rápido”, conta o garoto, que aprendeu os macetes para se expressar sem tropeçar nas palavras.

Especialista em voz e motricidade orofacial, Arlete observa que, na maioria das crianças, a gagueira melhora espontaneamente em até um ano após o aparecimento dos sintomas. Como os pais não têm como saber antecipadamente as chances de ocorrer a recuperação natural, é recomendável procurar um fonoaudiólogo. Serão avaliados fatores de risco, como ser do sexo masculino, ter familiares com gagueira, complicações durante o parto, traumatismo craniano com perda temporária da consciência, entre outros. “Se o risco for baixo, de modo geral o acompanhamento é mensal, para observar se está ocorrendo a recuperação espontânea. Já se o risco for alto, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, diz a fonoaudióloga.

Arlete confirma que, até o momento, não existe cura para a gagueira. No entanto, os tratamentos proporcionam uma diminuição significativa nos travamentos, persistindo alguns resquícios, mesmo que raros e sutis. “É preciso dizer que a fluência é como andar, dirigir, concentrar-se, fazer cálculos, ou seja, é uma habilidade de domínio da linguagem. Requer tempo, vai depender de cada pessoa”, esclarece.


“O microfone é minha bengala”
Relato/Cláudio Roberto Pires Duarte

Adotando táticas próprias, Cláudio Roberto Pires Duarte, o Claudião, 59 anos, domou a gagueira que o acometia desde criança. Bicampeão brasileiro pelo Internacional, ex-treinador da dupla Grenal e de vários times do País e da Arábia Saudita, Claudião também se desempenha como comentarista esportivo e palestrante motivacional. Confira o depoimento:

“Nunca fugi das dificuldades que tive. Quando me concentro e falo oficialmente, não há travamentos. Recebo e-mails e telefonemas de pais que têm filhos com esse problema. Perguntam com quem me tratei. Acontece que nunca me tratei com ninguém. Sou autoditata. Tomei consciência da dificuldades, me informei, treino duas ou três vezes por semana com métodos próprios. Um deles: troco de timbre, falo com a voz mais grave. Virei craque em sinônimos. Se noto que vou trancar numa palavra, escolho outra rápido. Mas tem que saber o sinônimo antes.

Botei na cabeça que a gagueira é uma das tantas dificuldades da vida que precisava superar, e não foi a mais complicada. Como jogador, precisava dar entrevistas depois dos jogos. Como presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais, precisava me manifestar por eles. Quando virei treinador, era preleção todo dia e entrevistas à imprensa. Então me conscientizei: ‘Vou conseguir que irão me escutar sem notar a dificuldade’.

Há pessoas que discursam fluentes na frente de 50, cem pessoas, mas engasgam diante do microfone. Decidi que deveria perder o medo de microfones de rádios e TVs. Ele passou a ser a minha bengala. De inimigo potencial, o maior alicerce. Toda vez que me derem um microfone, vai simbolizar que tenho de falar bem. Trouxe ele para o meu lado. Como? Fiz instintivamente, até que desse certo.

Sempre digo aos amigos. Ser gago é que nem ser alcoólatra. Nunca vai deixar de ser, não pode se descuidar, o prejuízo está logo ali na frente. Tem de se cuidar sempre. Com a família, tranco e não estou nem aí. Em situação profissional, inclusive como palestrante motivacional, embalo e vou embora.”


PROBLEMAS DE VISÃO
Infância BORRADA
Falta de diagnóstico de problemas de visão em crianças pode levar à permanência dos prejuízos pelo resto da vida

Se os olhos de uma criança não enxergam bem, a infância perde cores e contornos importantes. A deficiência ofusca o aprendizado e o desenvolvimento dos pequenos, já que eles costumam não conseguir identificar ou relatar o mau funcionamento da visão. Muitas vezes, nem pais nem professores conseguem perceber o problema.

Dados do Ministério da Saúde revelam que 30% da garotada em idade escolar apresenta algum problema na vista. Por isso, o retorno às aulas é sempre época de alerta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 400 mil crianças cegas no mundo, 94% delas em países em desenvolvimento.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica calcula a existência de 180 crianças cegas e 720 com baixa visão para cada milhão de brasileiros. As duas principais causas de cegueira evitável no Brasil são a catarata e a falta de óculos. Oito em cada dez casos poderiam ser evitados se detectados precocemente.

A recomendação é que a primeira consulta oftalmológica ocorra até o segundo ano de vida. O oftalmologista Celso Boianovisky explica que supostos atrasos de evolução motora podem ser provocados por deficiência visual, facilmente diagnosticada e, na maioria das vezes, com boas chances de tratamento. Cerca de 90% do desenvolvimento da visão ocorre até os dois anos. Por isso, todas as crianças devem ser submetidas a exames de acuidade visual.

“Qualquer alteração ocular não corrigida na infância acarreta prejuízos para o resto da vida, pois limita as perspectivas escolares, culturais e profissionais da gurizada”, diz o médico.

A ambliopia e os vícios de refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo – são os problemas mais comuns. Também conhecida como visão preguiçosa, a ambliopia pode levar à cegueira. Ela ocorre quando há privação da boa qualidade de imagem em um dos olhos. O cérebro, então, elege o olho saudável, e o desenvolvimento neurológico acaba desequilibrado. O estrabismo, a opacidade na córnea, a catarata congênita e a ptose – queda da pálpebra – também desencadeiam a ambliopia. “A criança que tinha uma deficiência simples e tratável em apenas uma das vistas adquire um prejuízo definitivo. Se passar dos oito anos, o tratamento é difícil e, mesmo com todos os estimulos o problema torna-se irreversível”, alerta Boianovisky.


NOTAS

Ouvido atentos
A incidência de otite externa, infecção que atinge o canal externo do órgão auditivo, dobra com a chegada do calor. Segundo o otorrinolaringologista Marcelo Hueb, o contato excessivo com água é a principal causa das infecções. Quando o ambiente está úmido e quente, a água pode modificar o revestimento do canal auditivo externo, ocasionando descamação e coceira. O resultado são escoriações que facilitam a entrada de bactérias e fungos. Segundo Hueb, o lema é “não molhar, não coçar e procurar um médico.

Trânsito
No verão, é habitual dirigir por horas para chegar ao local de férias. Sem algumas precauções, o condutor pode chegar ao destino sem condições de aproveitá-lo, por conta de dores nas costas e nas pernas. Para não estragar o passeio, a dica é fazer alongamento antes e depois da viagem.

Segundo o ortopedista Agnaldo de Oliveira Junior, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, também é importante fazer paradas durante o trajeto para alongar a musculatura. O alongamento pode ser feito em pé ou sentado: com os joelhos retos a pessoa deve tentar alcançar os pés com as mãos.

Previna-se
- Seque bem os ouvidos após nadar, mergulhar ou após o banho. Use uma toalha de papel ou mesmo papel higiênico na ponta do dedo indicador.
- Nunca introduza cotonetes, grampos ou algums outro objeto no canal externo do ouvido.
- Nunca nade em locais considerados impróprios para banho.
- Não pingue nada no ouvido além dos remédios receitados pelo médico.
Antes de pegar a estrada
- O hábito de dirigir com a carteira no bolso traseiro da calça não é o mais indicado. O volume comprime os músculos na região glútea, podendo provocar dores na perna.
- A posição mais indicada para o banco do motorista é com o encosto ligeiramente inclinado para trás, para acomodar melhor a coluna.
- Uma sugestão é o uso de almofada de apoio em casos de hiperlordose (curvatura acentuada na região cervical e lombar da coluna).
- O ideal é que o alongamento seja adotado como prática diária, independente de viagens longas.

 

Licenças ambientais de novo hospital em Florianópolis são questionadas três anos depois
Ministério Público Federal pede apresentação das licenças concedidas pelos órgãos públicos ao SOS Cárdio

 
Termina nesta segunda-feira (28) o prazo de 72 horas concedido pelo MPF (Ministério Público Federal) para que a Floram (Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis) e a Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) apresentem os documentos que autorizaram a construção do novo prédio da SOS Cárdio, hospital de cardiologia previsto para inaugurar em abril.

Depois de estar praticamente pronta, a construção do prédio foi questionada pelo MPF que propôs ação civil pública. Segundo o órgão, a construção do complexo hospitalar SOS Cárdio teria ocupado irregularmente as margens e parte do manguezal do Itacorubi, na rodovia SC-401, em Florianópolis.

A SOS Cárdio classifica a ação judicial de inesperada, por entender que houve tempo hábil para os questionamentos. A obra começou em 2007, depois de três anos para liberação de projetos e capitalização de recursos.

Para a construção do hospital, foram investidos mais de R$ 40 milhões, com recursos privados e financiamento obtido junto ao BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul).

A ação, ajuizada pela procuradora Analúcia Hartmann, requer a derrubada das obras e retirada do entulho, seguidas da recuperação ambiental.

 

Santa Catarina ganhará 120 novos leitos para tratar dependentes de drogas
Nove municípios foram contemplados, entre eles Joinville, Palhoça, Balneário Camboriú, Itajaí, Criciúma e Blumenau
 
Mais de 120 leitos para o tratamento de dependentes químicos serão abertos no Estado em 2011. O número é resultado do edital lançado pela Secretaria Nacional Antidrogas para apoio às comunidades terapêuticas e foi exposto sexta-feira (25) ao secretário de Articulação Nacional Acélio Casagrande, pela secretária Nacional da pasta, Paulina Arruda Duarte. Ao todo, entidades de nove municípios foram contempladas e receberão, por paciente, R$ 800,00 mensais para o tratamento. “É preciso agora que exista um acompanhamento e organização destas instituições”, orientou Paulina.

A visita de Acélio teve o objetivo de incluir o Governo Federal na luta contra as drogas no Estado. “Temos que juntar forças para trabalhar a prevenção, o tratamento e o narcotráfico”, reforçou o secretário. Por outro lado, Paulina destacou as ações da Secretaria que visam à capacitação de servidores do SUS em parceria com universidades, bem como a ampliação da rede de atendimento.

No entanto, segundo ela, os editais lançados até o momento para credenciamento de hospitais gerais e criação de casas de acolhimento transitório não tiveram a resposta desejada. De 2,5 mil vagas para comunidades terapêuticas, apenas 900 foram preenchidas. “Os municípios não responderam e teremos que chamar novamente, isto nos impressionou. Para se ter uma ideia, atualmente é repassada R$ 26,00 para uma AIH do SUS. Para tratamento de drogas, a diária chega a R$ 112,00”, revelou.

Outro benefício destacado por Paulina serão os R$ 300 mil a serem destinados a quatro universidades para capacitação de 1,2 mil profissionais. Os convênios para estas parcerias, a pedido de Acélio, deverão ser assinados em Santa Catarina.

Cidades eu ganharão mais leitos para comunidades terapêuticas

Curitibanos – 4
Itajaí – 10
Balneário Camboriú – 10
Criciúma – 19
Joinville - 38
Rio do Sul – 5
Canoinhas – 5
Palhoça – 13
Blumenau - 20