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AN PORTAL
A história se repete
No dia 16 de abril de 2010, foi relançada a obra do 4º andar do Hospital São José de Joinville. Com ironia, foi lembrado que a administração anterior tinha prometido entregar a obra ainda em 2008. E realmente prometeu, sem entregar. Pois em abril do ano passado, a promessa do atual governo foi de concluir o 4º andar em “oito a dez meses”. Portanto, agora em fevereiro está acabando o prazo, sem sinal algum de inauguração.

Sindicância
A Secretaria de Gestão de Pessoas de Joinville abriu sindicância para investigar “supostas irregularidades” no cumprimento da carga horária de “alguns” médicos. Em resumo, é para ver se o pessoal está cumprindo a jornada diária. Em Joinville, a rede pública não conta com ponto eletrônico.

AN Estado
ESPERA NO CORREDOR

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa vistoriou ontem o Hospital Regional de São José e constatou que há pacientes esperando por atendimento há mais de duas semanas no corredor.

AN Jaraguá
Colônia de férias só para idosos

Os idosos de Jaraguá do Sul vão ganhar uma programação especial amanhã. O Centro de Referência do Idoso (CRI) vai receber pessoas com 60 anos ou mais na segunda e última edição da Colônia de Férias 2011, a partir das 7h30. O prazo para as inscrições termina hoje.

Estão programadas aulas de hidroginástica, dança na piscina, jogos de mesa como dominó, canastra e general, além de lanches, almoço e baile de carnaval com música ao vivo.

Todas as atividades serão realizadas na Associação Recreativa do Stiv, na Ilha da Figueira, até as 14 horas. Cinco educadores vão acompanhar e animar os exercícios, preparados especialmente para a terceira idade.

Haverá três ônibus à disposição dos idosos. Dois ficarão no Parque Municipal de Eventos (Barra do Rio Molha) e um no Centro de Referência do Idoso. A saída está marcada para as 7h30. São esperados cerca de 300 idosos para o evento.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone 3370-7562 ou no Centro de Referência do Idoso (rua Marina Frutuoso, 740, Centro.

Visor
RECESSO
O posto médico da Assembleia Legislativa não funciona desde o final de dezembro. Com as reformas no Anexo Epitácio Bittencourt, os funcionários foram transferidos para um prédio próximo. Uma servidora da Casa que lá esteve em busca de atendimento foi informada de que o alvará sanitário estava vencido, por isso o centro médico foi fechado até ser feita a regularização.

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O comentário nos corredores do Legislativo é de que os mais de 60 funcionários do posto, entre médicos enfermeiras e auxiliares, foram dispensados e continuam “em recesso”. A Direção de Comunicação da Assembleia diz que desconhecia a informação do alvará sanitário estar vencido e que o posto funciona em condições limitadas, numa espécie de plantão, só até o término das obras de reformas.

DEBATE DE PESO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza hoje, a partir das 9h, audiência pública para discutir a proibição dos moderadores de apetite que atuam no sistema nervoso central, usados para tratar a obesidade. Ela quer banir esses medicamentos do mercado. Os que estão na berlinda são a subutramina, além dos derivados de anfetamina femproporex, mazindol, e dietilpropiona, drogas que estão no país há mais de 30 anos.

Alguns especialistas são contrários, porque os pacientes obesos ficarão sem opção de tratamento e acabão recorrendo a cirurgias de redução de estômago.

VISTORIA NO REGIONAL
Da emergência ao centro cirúrgico
Comissão de Saúde da Assembleia vai pedir abertura de inquérito civil público para apurar as denúncias contra a NutribemUrgência na abertura de um inquérito civil público para apurar as denúncias do caso da empresa Nutribem é o pedido que a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa vai fazer para a Justiça hoje. O pedido é resultado da inspeção realizada ontem pela comissão na cozinha do Hospital Regional, em São José, na Grande Florianópolis, de responsabilidade da Nutribem, que serve a alimentação na instituição.

O grupo formado pelo presidente da comissão, o deputado Volnei Morastoni (PT), pelo deputado Sargento Amauri Soares (PDT) e por integrantes do Sindicato dos Servidores da Saúde de SC (Sindsaúde) teve que esperar 20 minutos para poder entrar na cozinha e no refeitório do hospital.

– Na cozinha aparentemente estava tudo em ordem, só com um pouco de água parada no chão em decorrência dos equipamentos – observou Volnei.

– O mais importante foram os depoimentos dos funcionários, que disseram que a comida é intragável em alguns dias – contou o parlamentar.

Segundo ele, a direção do hospital o informou de que está prevista uma nova licitação para o final do ano.

A visita da comissão se estendeu à emergência e ao centro cirúrgico do Regional. A comissão encontrou lixo espalhado em uma sala perto da emergência, superlotação, falta de médicos, de técnicos e de anestesistas. Havia, ainda, mais de 3 mil pacientes na lista de espera para cirurgias eletivas (as não emergenciais).

A comissão vai realizar audiência pública com todos os municípios da Grande Florianópolis e fazer um levantamento completo da área na Saúde da região na tentativa de desafogar o Hospital Regional.

MEDULA ÓSSEA
Picadinha de agulha que salva

Uma iniciativa para copiar. Cerca de 20 integrantes da Casa da Amizade e do Rotary Club de Herval d’Oeste, no Meio-Oeste do Estado, fizeram o cadastro, ontem, no sistema nacional de doadores de medula óssea. Cada um retirou 5 militros de sangue, que pode passar por testes de compatibilidade no futuro.

O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) é responsável pelo cadastro e pelo exame de tipagem genética. Todas essas informações são enviadas ao Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso um dos doadores seja compatível com pacientes doentes, é convocado para a retirada de líquido da medula, responsável pela produção das células do sangue. Cerca de 10% do líquido é retirado do osso da bacia através de punções. A ação não causa danos à saúde e o tecido se regenera em menos de uma semana.

Indolor e dura somente cinco minutos

Explicações como esta fizeram a vendedora Lourdes Schmidt, integrante da Casa da Amizade, doar sangue pela primeira vez. Depois da picadinha da agulha, ela saiu orgulhosa pela oportunidade de ajudar.

– Eu sabia como funcionava o cadastro para doar medula porque meu marido já fez. Não dói nada e podemos salvar a vida de outra pessoa – incentiva.

A iniciativa não deve parar por aí. Segundo Solange Maliska Haack, orientadora da Casa da Amizade de Herval d’Oeste, o objetivo é explicar às pessoas como funciona o cadastro para doação de medula. Muita gente tem receio de ser prejudicado pelas punções.

A orientadora reforça que serão realizadas palestras para incentivar mais moradores do Meio-Oeste a comparecer a unidades do Hemosc.

– O procedimento dura menos de cinco minutos, é indolor e, caso o doador seja compatível com um doente, a cura é praticamente garantida.

A doação de medula óssea é a única forma de cura para portadores de leucemia e outras doenças do sangue. A chance de encontrar um doador compatível, de acordo com o Hemosc, pode chegar a uma em um milhão.

Para se tornar um possível doador de medula óssea, a pessoa deve ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em boas condições físicas. No box ao lado confira os telefones para mais informações de como doar.

 

SAÚDE
REMÉDIO, SÓ NA FARMÁCIA POPULAR
Convênio da iniciativa privada com o governo federal, válido há 10 dias, é alternativa ainda pouco difundida à falta de medicamento para diabetes e hipertensão nos serviços do SUS

Todas as semanas, Vicente Veber, 47 anos, e José Roberto Zunino, 46, vão até o posto de saúde nos bairros onde moram em busca de Metformina 500 mg, remédio usado para o controle da diabetes. E desde novembro saem de mãos abanando. Quem usa Enalapril, que combate a hipertensão, também não consegue. Na rede pública, o medicamento está em falta há três meses e a previsão é normalizar a situação nos postos de saúde até segunda-feira. Mas os pacientes não precisam esperar. Em Blumenau, há 48 farmácias que doam remédios de diabetes e hipertensão, graças ao convênio com o programa federal Aqui Tem Farmácia Popular, lançado dia 14. Porém, 10 dias depois, a procura ainda é pequena e muitos pacientes desconhecem o benefício.

Os estabelecimentos que tiverem um adesivo semelhante ao que ilustra esta página, com os dizeres Aqui Tem Farmácia Popular, estão aptos a doar medicamentos específicos (ver tabela) para as duas doenças mediante receita médica, CPF e um documento com foto. Antes do dia 14, esses medicamentos eram oferecidos com descontos nas farmácias cadastradas no programa. Pacientes que não têm condições de ir até as farmácias, podem retirar os remédios por meio de um representante legal.

A Secretaria de Saúde de Blumenau explica que a falta de medicamentos para diabetes e hipertensão nos postos de saúde renderá punição aos distribuidores. O secretário Marcelo Lanzarin afirma que o Enalapril e o Metformina 500 mg já foram licitados, mas a entrega atrasou:

– Já chamamos a atenção dessas empresas porque estão descumprindo os prazos de entrega. Agora, elas vão ser multadas, mesmo que entreguem até o final desta semana.

No caso no Enalapril, a previsão era que o município recebesse os comprimidos até a última sexta-feira, mas os distribuidores pediram para renegociar o prazo. José Roberto Zunino, que não sabia da possibilidade de se beneficiar do programa Aqui Tem Farmácia Popular, reclama:

– Na farmácia não é muito caro, mas é ruim ter que desembolsar dinheiro só porque o remédio está em falta. O pior é que ninguém no posto de saúde sabe informar direito por que não tem.

Serviço 
Programa Aqui Tem Farmácia Popular - A lista com as farmácias conveniadas em cada município, endereços e telefones está disponível no site www.saudenaotempreco.com 
REMÉDIOS GRATUITOS 
Hipertensão 
- Captopril 25 mg, comprimido 
- Maleato de enalapril 10 mg, comprimido 
- Cloridrato de propranolol 40 mg, comprimido 
- Atenolol 25 mg, comprimido 
- Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido 
- Losartana Potássica 50 mg 
Diabetes 
- Glibenclamida 5 mg, comprimido 
- Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido 
- Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido 
- Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido de ação prolongada 
- Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 10 ml 
- Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 5 ml 
- Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 3ml 
- Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 1,5ml 
- Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 10 ml 
- Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 5 ml 
- Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 3ml 
- Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável, refil 1,5ml 
Fonte: Ministério da Saúde 

 

Vistoria de deputados no Hospital Regional confirma caos enfrentado no local
Mexer na ferida é o que pretende a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa ao questionar a situação do hospital
 
Uma visita surpresa de deputados estaduais ao Hospital Homero de Miranda Gomes, o Regional de São José, na manhã desta terça-feira constatou o drama enfrentado por pacientes e funcionários na instituição. Os membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Volnei Morastoni (PT) e Amauri Soares (PDT), ouviram reclamações e o desabafo de quem não sabe mais a quem recorrer para ver mudanças.

Hiperlotação, grande demanda da fila de espera por cirurgias ortopédicas e baixa qualidade dos alimentos servidos aos pacientes e funcionários foram as questões mais ouvidas nos corredores do hospital. A visão de pacientes amontoados pelos corredores chocou os parlamentares que saíram do hospital decididos a modificar a situação.

 A visita dos deputados foi acompanhada por representantes do SindSaúde (Sindicato dos Servidores em Saúde), que argumentavam a cada explicação apresentada pelos diretores do hospital, Marlize Rodrigues e Fernando Luz.

 “Precisamos por o dedo nesta ferida”, declarou Volnei Morastoni. Diante da situação encontrada o membro do Legislativo buscará as medidas necessárias para que sejam sanados os problemas. O deputado disse que a Comissão fará um balanço da situação para posteriormente acionar os prefeitos da região e demais autoridades responsáveis e assim desenvolver estratégias e apontar soluções. “É preciso ampliar o Instituto Cardiológico, contratações e muitas mudanças na emergência. Além de uma atenção especial à alimentação”, avaliou.

 Sinais de limpeza recente

A inspeção começou na cozinha, seguiu para o refeitório, emergência e Instituto de Cardiologia. Na cozinha, primeiro local visitado, foi possível observar a agitação dos funcionários que limpavam e guardavam utensílios apressadamente. Na hora de entrar no almoxarifado da empresa Nutribem, responsável pelas mais de 1.200 refeições servidas diariamente no local, um policial militar controlava o número de pessoas por determinação da empresa.

No refeitório, questionados sobre a qualidade da comida, os servidores que ali se alimentavam tenham a mesma resposta: ruim. O auxiliar de enfermagem Armando Santino da Silva não se calou nem mesmo diante da presença da direção do hospital. “Tem uma semana que passei muito mal. Essa comida é um lixo. É mal conservada e cheia de sal para disfarçar o gosto”, denunciou.

“Trago a minha comida de casa”, revela a servidora Ivone Cecília Martins. Ela conta que há mais de 20 anos trabalha no local e que nunca a comida foi tão ruim. “A carne é um perigo. Geralmente está cheia de tempero para disfarçar o gosto amargo”, denuncia. Ivone lamenta que dezenas de reclamações não tenham sido atendidas.

Foi nos corredores da emergência onde os deputados viram o drama real dos pacientes. Nas poltronas espalhadas junto às paredes estavam dezenas de pessoas à espera de um leito e de cirurgia ortopédica.

Ali, o marceneiro Jair Medeiros Vieira, 38, padece há cinco dias. Além da revolta com a qualidade da comida que tem recebido, Vieira criticou em voz alta o que chamou de “corredor da morte”. “Isso aqui é pior que o inferno. Eu quero ficar bom! Quero sair daqui”, exclamava. O paciente, irritado com sua situação, conta que por reclamar tem sido ignorado por alguns funcionários. “Quando é que alguém vai dar um jeito neste lugar?”, gritava.

A falta de leitos e a dificuldade em contratar anestesistas foi apontada pelo diretor administrativo Fernando Luz como a principal causa da fila de espera que se arrasta pelos corredores. Coincidentemente, durante a visita havia somente um lado do corredor ocupado por pacientes. Situação diferente da encontrada normalmente na emergência.

“A situação do hospital só tende a piorar se os governos municipais não atenderem seus moradores de maneira ambulatorial”, alerta Luz. A diretora geral Marlize Rodrigues afirma que em todo o espaço se trabalha acima da capacidade.

“São José precisa de UPA (Unidades de Pronto Atendimento) com a máxima urgência”, ped. Ela lembrou os mais de 600 atendimentos diários que somados ultrapassam 11 mil acolhimentos mensais.