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Sirene toca uma vez a cada hora
Acidentes de trânsito com uma ou mais pessoas feridas foram as ocorrências mais atendidas pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville em 2010. Houve mais de 5,4 mil chamados para este tipo de atendimentoA sirene que indica que há uma emergência na cidade soa pelo menos uma vez por hora no Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Segundo o número total de atendimentos realizados em 2010, a média de ocorrências por dia é de 23,8. E eles saem para atender a todo tipo de problema: incêndios, acidentes de trabalho, quedas e, principalmente, ocorrências no trânsito.

Foi-se o tempo em que a imagem do bombeiro poderia ser representada pelo homem que combate o fogo. No ano passado, mais de 63% das ocorrências da cidade foram para atender feridos em acidentes de trânsito. Do total de 8,7 mil registros, 5.491 deles tiveram alguma pessoa ferida em um veículo – ou seja, 15,1 socorros por dia ou um a cada 96 minutos.

Os números são mais expressivos do que os do crescimento da frota de veículos da cidade, que foi de 8,5% de 2009 para 2010, segundo o Detran. De um ano para outro, o número de acidentes aumentou 11,9% (de 4.903 para 5.491), seguindo a tendência de 2008 para 2009, quando registrou-se acréscimo de 10,6% nas ocorrências (de 4.431 para 4.903).

Estes dados não incluem, por exemplo, acidentes leves como uma batida traseira em um semáforo, onde geralmente não há vítimas e os bombeiros não são chamados.

Um a cada três acidentes de trânsito envolvem carro e moto. Foram 1.850 em 2010, média de 154,17 por mês e 5,1 por dia. Em um levantamento rápido, o subcomandante dos bombeiros, Jaekel Antônio de Souza, concluiu que os locais onde a incidência de acidentes é maior são os bairros Fátima, Iririú e Aventureiro.

A corporação não recolhe e reúne informações sobre os motivos de cada um dos acidentes, mas, numa avaliação extraoficial, é possível apontar a imprudência dos motoristas como o principal fator causador de acidentes na cidade.

Todo e qualquer acidente onde há uma ou mais vítimas com ferimentos é atendido pelos bombeiros. Isso ocorre desde a unificação das centrais de emergência. Hoje, bombeiros, Samu e Polícia Militar atendem na mesma sala, o que facilita quando, por exemplo, alguém aciona a PM em um acidente de trânsito. “Casos de trauma são nossa responsabildiade. Ocorrências clínicas passam todas para o Samu. Como estão todos juntos, isso diminui o tempo de resposta”, diz.


Mais de 1,5 mil pessoas envolvidas

No sistema de voluntariado, Joinville hoje tem a maior corporação de Santa Catarina e uma das maiores do Sul do Brasil. Cerca de 1,5 mil homens e mulheres fazem o atendimento – 10% deles recebem salários. São 12 unidades espalhadas pelas regiões da cidade, totalizando 41 veículos, que vão desde moto até caminhões de combate a incêndio. Em média, são 35 pessoas de plantão por período e cada bombeiro trabalha no sistema de 12 por 36 (112 horas trabalhadas e 36 de folga). Segundo o subcomandante Jaekel Antônio, os bombeiros se dividem em três categorias de especialistas: operadores de incêndio, resgate e atendimento pré-hospitalar. “Cada profissional passa, pelo menos uma vez por semana, por um treinamento que simula uma situação real”, comenta.

Segundo ele, um dos pontos fundamentais é o fator psicológico. Algo que é difícil de incluir em treinamentos. “Sabemos que há profissionais que têm uma estrutura psicológica mais forte e isso conta na hora de designá-lo para determinada função. Somos orientados a agir com a razão, porque quando seguimos a emoção, o risco de erro aumenta consideravelmente”.


Acidentes com motos são maioria

Os acidentes envolvendo motocicletas são, proporcionalmente, os mais comuns. A frota joinvilense de duas rodas em 2010 somou 56.710 veículos.

O número de acidentes foi de 3.278. Os registros envolvendo automóveis somaram um pouco mais: 3.473. Mas há mais de 206 mil automóveis emplacados. Resumindo, se a frota de carros é quase quatro vezes maior, a diferença no registro de acidentes é mínima.

Das três maiores incidências de trânsito, duas envolvem motos. Dos 5.491 registros de 2010, 1.850 envolveram carro e moto no mesmo acidente. Em segundo lugar está a queda de moto, com 560 registros. Só então entram acidentes envolvendo carro e carro, com 508.

As outras ocorrências com moto envolveram também: outra moto (254), bicicleta (202), caminhão (150), pedestre (126), ônibus (44), obstáculo fixo (64), animais (21), carroças (6) e rios (1). O terceiro veículo com maior registro de acidentes é a bicicleta. São 936 no ano, o que representa 17,1% e média de 2,5 por dia. Há também ocorrências curiosas. Por exemplo, há nove registros de incidentes com carroças. “As ocorrências curiosas são mais comuns na zona rural, especialmente nos dias de calor, quando as pessoas se deslocam para os rios”, explica o subcomandante Jaekel Antônio. Os números também mostram que, nas férias, as ocorrências caem consideravelmente. Nos meses de janeiro e dezembro, ficaram abaixo dos 400.

INIBIDORES DE APETITE
Médicos terão de se adaptar
Anvisa pretende proibir os remédios para emagrecer mais comuns nas receitasDiante da possibilidade de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirar do mercado a sibutramina, um dos inibidores de apetites mais usados no País, além de outros três remédios para emagrecimento chamados anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol), médicos se veem sem alternativas para o tratamento da obesidade com uso de medicamentos. “Não existe outro com essas propriedades”, afirma Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Estudo da Anvisa de outubro de 2010 concluiu que os medicamentos têm eficácia desproporcional em relação aos problemas que podem causar, como dependência, arritmias cardíacas e aumento da pressão arterial e pulmonar. Uma audiência pública vai propor, na quarta-feira, o cancelamento do registro desses inibidores.

Segundo nota técnica da área de farmacovigilância e da gerência de medicamentos da Anvisa, a sibutramina ajuda pouco na redução de peso e quem consegue emagrecer sente dificuldade em manter-se assim em longo prazo. No fim de 2010, a agência proibiu a comercialização e a importação de dois suplementos alimentares, vendidos como naturais, que continham sibutramina. Eram facilmente comprados em farmácias ou na internet.

O único remédio que fica à disposição dos pacientes é, segundo especialistas, o orlistate, que dificulta a absorção de gordura. Os médicos defendem que o uso dele pode causar efeitos colaterais desagradáveis caso não conte com inibidores. “Se a pessoa comer mais do que o normal, o intestino passa a funcionar de maneira excessiva e provoca diarreia intensa. O inibidor ajuda a educar o paciente para que ele não coma muito”, explica Meirelles.

Outro argumento dos médicos é que mais pessoas possam tentar recorrer a métodos de emagrecimento mais agressivos, como a redução de estômago. Aos 22 anos, a empresária Camila dos Santos Quilici pensa nisso, de tanto conviver com o efeito sanfona. Já recorreu à sibutramina pelo menos três vezes para emagrecer, com ajuda médica.

“Perdi entre seis e sete quilos em um mês, mas engordei tudo de novo.” Recuperou o peso e aumentou mais cinco quilos. “Queria fazer redução de estômago, mas os exames não apontam a taxa de IMC (índice de massa corpórea) necessária.”

* Com Correio Braziliense.


Fitoterápicos podem ser os substitutos

O médico Márcio Bontempo, da Associação Brasileira de Nutrologia, costuma receitar remédios fitoterápicos (produzidos com produtos naturais), mas também acredita que a proibição dos inibidores convencionais pode ser um prejuízo. Segundo o nutrólogo, a suspensão tende a criar aumento de doenças relacionadas à obesidade, como a diabetes tipo 2 e problemas de coluna, além de aumentar a procura pela cirurgia bariátrica – de redução de estômago –, “que tem mortalidade de 2%”, diz. Para ele, o ideal seria tornar ainda mais rigorosa a fiscalização da venda.

O Brasil não tem remédios com o mesmo princípio ativo dos que serão questionados na audiência desta semana, segundo Maria Eugênia Cury, chefe do Núcleo de Investigação em Vigilância Sanitária da Anvisa. Mas o estudo do órgão descarta a possibilidade de exceções: “Em nenhum deles se encontrou mais benefícios do que o outro, a ponto de poder ser liberado.”

Os fitoterápicos até são uma opção para o tratamento da obesidade, defende o nutrólogo Márcio Bontempo. Mas ressalta que eles pedem mais paciência para perder peso, já que os efeitos não são imediatos como os dos anorexígenos anfetamínicos. A vantagem é que os resultados tendem a ser mais duradouros depois que a medicação é suspensa. “O processo é feito em um prazo maior.”

 

Fiocruz vai estudar motivos da opção por parto normal ou cesariana
Rio de Janeiro - Uma equipe de pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Enasp), ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai investigar os motivos que levam a mulher a optar pelo parto normal ou pela cesariana e avaliar que consequências a escolha pode trazer para a mãe e o recém-nascido.

Com base em 24 mil entrevistas que serão realizadas em hospitais públicos e privados em todos os estados, os pesquisadores procurarão saber quais fatores influenciam a escolha pelo parto normal ou pela cesariana.

O projeto está sendo conduzido em parceria com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), universidades estaduais e federais e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os resultados devem ser apresentados até o fim deste ano.

De acordo com a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, que coordena o estudo, a alta incidência de cesarianas no país, principalmente em hospitais da rede privada, pode estar relacionada ao aumento do número de casos de bebês prematuros.

Segundo Maria do Carmo, quase metade (47%) dos 3 milhões de partos que ocorrem anualmente no país são feitos por cesariana. Nos hospitais públicos, as cesarianas representam 30% dos nascimentos e, nas unidades particulares, 80% do total. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o percentual fique entre 15% e 20%.

A médica citou estudos que apontam relação entre o crescimento do número de cesarianas, cerca de 44% nos últimos 33 anos, e o aumento da prematuridade, que com alta de 130% em 22 anos. "Queremos entender por que isso vem ocorrendo e se esses fatos estão relacionados à forma de assistência ao parto. Afinal, a medicina é cada vez mais intervencionista em todas as áreas e também no nascimento”, afirmou Maria do Carmo.

Ela ressalta que a cesariana é importante quando há risco de complicações para a mãe ou necessidade de salvar a vida do bebê, mas diz que, na maioria dos casos, não é esse o motivo da intervenção médica.

Segundo a médica, embora haja padrões que indiquem que o bebê está pronto para nascer, nenhum exame é capaz de determinar seu total amadurecimento. “Só é possível saber isso quando a criança 'avisa'. Afinal, o processo de amadurecimento varia, e umas precisam de mais tempo do que outras. Por isso, para um bebê que iria nascer com 40 ou 41 semanas, nascer com 38 semanas é prematuridade.”

Tecnicamente, porém, os bebês não são considerados prematuros a partir da 37ª semana de gestação. Segundo Maria do Carmo, o indicador mais frequente de um nascimento antecipado é a imaturidade respiratória. Para a mãe, entre os problemas que podem ocorrer em função do parto cesariano, estão maiores possibilidades de infecção devido à cirurgia e mais dificuldade para amamentar o bebê.

Foram esses riscos que levaram a publicitária carioca Aline Barbosa a optar, logo no início da gestação, pelo parto normal. Ela disse à obstetra que fazia questão do parto normal e começou a fazer sessões de ioga para gestantes no terceiro mês de gravidez, para preparar o corpo para o nascimento do bebê.

“Tinha muito medo das possíveis complicações de uma cirurgia. Além disso, a recuperação no pós-parto é mais difícil em caso de cesariana", disse Aline. Segundo a publicitária, muitos médicos encontram nos exames feitos durante a gravidez diversos motivos para indicar a cesariana. Seu caso, porém, foi diferente. "Não tive problemas. Minha médica me orientou e fez de tudo para viabilizar o parto normal”, contou Aline, que deu à luz, em parto normal, Maria Clara. A menina nasceu com 48 centímetros e pesando 3,6 quilos.

“Muitas mulheres têm medo do parto normal porque não sabem o que está acontecendo com o corpo. Por isso, buscar informação faz diferença. Não ameniza a dor, mas garante maior tranquilidade”, acrescentou Aline.

 

PLANOS DE SAÚDE
Médicos prometem paralisar em abril
Classe vai suspender atendimento eletivo para pedir reajuste nos honoráriosMédicos de todas as especialidades e em todo o país prometem paralisar o atendimento eletivo a pacientes de planos de saúde no dia 7 de abril, o Dia Internacional da Saúde.

O objetivo é convencer as operadoras a negociar reajustes nos honorários médicos e a adequar os contratos. Os serviços de urgência serão mantidos. A decisão foi tomada sexta-feira em reunião na sede da Associação Paulista de Medicina, onde estavam presentes as principais lideranças médicas do país.

Algumas especialidades, como ginecologia e anestesiologia, vêm fazendo protestos isolados desde o ano passado, mas é a primeira vez que toda a categoria estará mobilizada. O diretor da Associação Médica Brasileira, Florisval Meinão, diz que uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina que contratos entre médicos e operadoras tenham uma cláusula com os critérios e a periodicidade do reajuste. Mas, segundo ele, a maioria dos contratos não cumpre a regra.

– As empresas resistem em negociar. Por isso, decidimos tomar uma atitude – afirma Meinão.

Também foi definido sexta-feira que as lideranças de cada Estado farão um balanço da situação regional para enviar propostas de reajustes para as operadoras.

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá, explica que há outra frente de negociação que envolve a ANS e o Ministério Público do Trabalho.

– Já fizemos algumas reuniões com a mediação do Ministério Público também para regulamentar a questão dos contratos de trabalho.

A FenaSaúde, entidade que representa os planos, informou, por meio de nota, que “suas associadas buscam constantemente aperfeiçoar o seu relacionamento com os médicos, apresentando propostas concretas nos fóruns de debates”.

GERAIS
Samu comemora cinco anos no Vale

O Samu comemora cinco anos de serviços prestados no Vale do Itajaí. O evento que comemorará a data será segunda-feira, no auditório da Ammvi (Rua Albert Stein, 466, Bairro da Velha). O destaque da programação será às 14h com uma simulação de atendimento integrado com o helicóptero Arcanjo, no Parque Ramiro Ruediger.

Hospital quase troca bebês na maternidade
Duas meninas, nascidas no Hospital Tereza Ramos, em Lages, quase foram trocadas na maternidade. Por volta das 17h30min de quinta-feira, uma paciente do hospital deu à luz. Cerca de 40 minutos depois, outra mulher teve seu bebê. Ao brincar com a filha na sexta-feira, uma das mães percebeu o nome da outra na pulseira de identificação. Segundo a diretora administrativa do hospital, com a análise das crianças como peso, altura, perímetro encefálico constatou-se que os bebês estavam trocados.

Um exame de DNA será feito para sanar qualquer dúvida.

TRANSPLANTES
Santa Catarina começa o ano com mais doações
Foco precisa ser mantido para Estado superar, em 2011, a queda no desempenho de 2010Se continuar, até o fim do ano, o mesmo índice de doadores de janeiro e fevereiro em SC, o Estado pode retornar a ser o primeiro no ranking de doações por milhão de habitantes do país, posto perdido para São Paulo em 2010. Enquanto foram 17 doações nos dois primeiros meses de 2010, em 2011 já chegaram a 23.

O secretário de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, está satisfeito com a melhora, mas lembra que é muito cedo para uma avaliação. Ele diz que esse bom desempenho pode cair nos próximos meses.

– Não depende só do nosso trabalho, mas também da morte cerebral de pacientes, uma questão variável e não desejada.

A observação do secretário é confirmada nos dados de janeiro e fevereiro deste ano, quando foram notificadas oito mortes e seis doações a mais do que no mesmo período do ano passado. Mas o mesmo cálculo não pode ser aplicado nos resultados dos últimos dois anos, já que de 2009 para 2010 aumentou o número de mortes, mas caíram as doações de 120 para 109.

Esse diferencial mostra a existência de outros fatores determinantes na queda dos índices de 2010. A enfermeira e doutoranda em Transplantes pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Neide da Silva Knihs observa que a constante troca de profissionais nos programas de capacitação prejudica a qualidade do serviço. Ela trabalha na criação das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) para a SC Transplantes – responsável pelas captações de órgãos. O projeto, que começaria em janeiro, com investimento em capacitações e remuneração de funcionários, será feito a partir de maio por causa da contenção de despesas no governo do Estado.

– Muitos não recebem nada por participar do processo, o que gera alta rotatividade de trabalhadores. Acabamos tendo profissionais sem experiência para acolher as famílias dos doadores – diz Neide, que fez dois cursos da Espanha, país referência em doações.

De outubro para cá, os hospitais conseguiram manter as equipes com a promessa da criação das OPOs. Para o coordenador da SC Transplante, Joel de Andrade, a disposição dos servidores com a novidade já surtiu o efeito na melhora do resultado deste ano.

O secretário de Sáude concorda que é preciso mais investimentos. Mas diz que a injeção de recursos será feita de acordo com a possibilidade da máquina pública e lembra que o índice de SC está satisfatório.