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SAÚDE PÚBLICA
Pacientes perdem a paciência
Doentes exigem a contratação de médico especialista em hanseníasePacientes com hanseníase reuniram-se na manhã de ontem em frente à Unidade Sanitária, no Centro de Joinville, para exigir a contratação imediata de um médico para o setor. Segundo eles, desde que a dermatologista que atendia aos 32 pacientes com a doença em Joinville se aposentou, no fim de 2010, os pacientes estão sem acompanhamento médico.

É o caso de Amilton Fonseca, de 25 anos, que desde novembro aguarda por uma consulta com o especialista para continuar o tratamento. “Como o caso dele é considerado grave, eles providenciaram uma consulta com uma outra médica da unidade, só para ele receber a receita e não ficar sem remédio, mas ele precisa de um especialista, para avaliar melhor o caso dele”, dizia a cunhada de Amilton, Mirian Fonseca. “Ele está cheio de caroços nos braços, tem febre, dores, depressão, e como ele outros pacientes estão em casa, sofrendo”, diz. “É desumano a Prefeitura deixar logo essa área sem médico; esses pacientes já sofrem com a doença e com o preconceito com a lepra.”

Segundo Cristina Kortmann, coordenadora da Unidade Sanitária, a primeira solicitação de contratação de um dermatologista para substituir a médica que entraria de férias foi feita em fevereiro do ano passado, mas até o momento, a situação não foi resolvida. “Enquanto não contratam um novo médico, estamos tentando remanejar os profissionais que já atendem em outros setores da unidade para atender aos casos prioritários de pacientes que estão em estado crítico e casos novos.”

A Secretaria de Gestão de Pessoas informou, por meio da assessoria de imprensa, que só ontem o pedido correto para contratação de um novo médico para o setor chegou ao gabinete. Isso porque houve um erro na primeira solicitação, que chegou à secretaria em abril. A médica que trabalhava no setor era contratada como clínica geral, e a solicitação de um dermatologista exigia a abertura de uma nova vaga, por isso o trâmite burocrático foi mais demorado.

A Secretaria de Saúde admite o problema e diz que está à procura de um profissional, mas que há falta de interessados. Segundo a Secretaria de Saúde, os médicos concursados serão chamados para a vaga e, se for necessário, um médico será contratado em caráter emergencial, por meio de análise de currículo, para ocupar a vaga. Mas como alguns prazos precisam ser respeitados, a secretaria não sabe informar quando a contratação será realizada e o atendimento normalizado.


Concurso pode ser a solução
No dia 14 de fevereiro, um paciente que sofre de hanseníase foi procurar atendimento em uma Unidade de Saúde e não encontrou médico. Nem ele, nem as outras 31 pessoas que precisam de tratamento para a mesma doença em Joinville.

A Secretaria de Saúde de Joinville espera resolver o déficit de profissionais com o concurso público lançado na quinta-feira pela Prefeitura. São 73 vagas para especialistas que atenderão em postos de saúde da cidade. “A gente sempre procura o que é ideal. E é isso que pretendemos com esse concurso”, resume o secretário da saúde, Tarcísio Crócomo.

O secretário afirma que muitos aprovados nos outros concursos não responderam ao chamado e que esse também é um dos motivos para se realizar uma nova prova. “Existe uma dificuldade neste sentido, mas não é exclusividade de Joinville. Hoje (ontem) participei de uma reunião em Florianópolis e confirmei que isso (falta de médicos) acontece em todo o Estado”, afirma Crócomo. Das 73 vagas disponíveis, 35 são para clínicos gerais e 15 para pediatras, sem contar as que são destinadas aos temporários.

A média salarial oferecida pelo concurso é de cerca de R$ 2,7 mil. O secretário admite que está abaixo do que sugere a classe médica. “Sou médico e sei que este valor não é o ideal. Não tem como negar que isso pode atrapalhar, sim, na hora do profissional escolher a vaga”, diz. “Porém, a gente não pode trabalhar contra a lei que limita o teto salarial do servidor público. Se pudéssemos, com certeza faríamos isso (aumento de salário) não só para os médicos, como para outros setores”, emenda Crócomo. O secretário disse também que o valor está dentro da média oferecida pelos municípios do mesmo porte no País.


TRANSPLANTES
SC começa o ano com mais doações
Se continuar até o fim do ano o mesmo índice de doadores de janeiro e fevereiro, Santa Catarina pode retornar a ser o primeiro Estado no ranking de doações por milhão de habitantes do País, posto perdido para São Paulo em 2010. Enquanto foram 17 doações nos dois primeiros meses do ano passado, em 2011 já foram registrados a 23.

O secretário de Estado da Saúde, Dalmo de Oliveira, afirma que é muito cedo para uma avaliação. Ele diz que esse bom desempenho pode cair nos próximos meses. “Não depende só do nosso trabalho, mas também da morte cerebral de pacientes, uma questão variável e não desejada.”

Segundo o secretário, o aumento é confirmado nos dados de janeiro e fevereiro deste ano, quando foram notificadas oito mortes e seis doações a mais do que no mesmo período do ano passado. Mas o mesmo cálculo não pode ser aplicado nos resultados dos últimos dois anos, já que de 2009 para 2010 aumentou o número de mortes, mas caiu as doações de 120 para 109.

Esse diferencial mostra a existência de outros fatores determinantes na queda dos índices de 2010. A enfermeira Neide Knihs lembra que a constante troca de profissionais nos programas de capacitação prejudica a qualidade do serviço. Ela trabalha na criação das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) para a SC Transplantes – responsável pelas captações de órgãos. O projeto, que começaria em janeiro, com investimento em capacitações e remuneração de funcionários, será feito a partir de maio por causa de contenção de despesas no governo do Estado. “Muitos não recebem nada por participar do processo, o que gera uma alta rotatividade de trabalhadores. Acabamos tendo profissionais sem experiência para acolher as famílias dos doadores”, diz Neide.


NOVOS GENÉRICOS
Cinco genéricos chegam no mercado do País: dacarbazina, contra o câncer; a entacapona, para o tratamento do mal de Parkinson; a rosuvastina cálcica, para diminuir o colesterol; a quetiapina, prescrita em casos de esquizofrenia; e o tenofovir, contra Aids e hepatite B.

 

MOACIR PEREIRA
O ar que mata
O tema é recorrente, continha ganhando destaque nas principais capitais da Europa e vem merecendo severas punições pela União Europeia. A poluição do ar por gases emitidos pelos veículos, problema grave nas metrópoles brasileiras, deveria entrar na pauta dos prefeitos e governantes de SC.

Trata-se de uma questão polêmica e explosiva, vinculada ao grave problema da imobilidade urbana e à qualidade de vida nas grandes cidades.

Durante os encontros do presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, com dirigentes empresariais, o setor de transportes coletivos foi quase sempre analisado sob dois aspectos: o da funcionalidade e o da proteção ambiental. E sempre com veículos não poluentes, como os bondes elétricos, que nas três capitais visitadas (Zagreb, Praga e Bucareste) cumprem uma função social e de grande interesse público. Os ônibus com motores de combustão estão sendo substituídos por veículos elétricos. Ou, como revelou a embaixadora Leda Lúcia Camargo na capital da República Tcheca, estão usando etanol brasileiro, experiência que São Paulo terá em breve com 50 ônibus fabricados pela sueca Volvo.

Entre as cidades da Europa Ocidental com maior índice de contaminação atmosférica estão Madri, Londres, Berlim, Barcelona, Londres, Roma, Atenas e Paris. Todas aferidas com instrumentos técnicos pela União Europeia, que já vem aplicando pesadas multas aos países que não adotam medidas para combater o aumento da poluição.

O Comitê de Meio Ambiente da Câmara dos Comuns realizou estudos concluindo que a contaminação do ar causa a morte de 50 mil pessoas por ano no Reino Unido. O prefeito Boris Johnson garante que só em Londres são 4,5 mil mortes provocadas pela poluição dos veículos. Ele ampliou a área central com cobrança de pedágio de carros particulares. E tem planos para restringir ainda mais, com pagamento de taxas mais pesadas. Seu antecessor, o trabalhista Ken Livingston, teve a ousadia de implantar o pedágio, em 2003, reduzindo em 20% a contaminação do ar atmosférico no centro da capital britânica.

O novo prefeito tem planos mais ambiciosos. Quer transformar Londres na capital mundial dos carros elétricos. Prevê 100 mil veículos elétricos nos próximos cinco anos.

No norte da Europa, uma das opções tem sido também pela massificação do uso de ônibus elétricos.

Os italianos também estão buscando alternativas. Em Roma, por exemplo, o cenário é mais grave. A média da cidade é de 700 veículos por grupos de mil habitantes, e até agora não há cogitações de limitação do uso de carros particulares. As medições sobre poluição são, também, as mais elevadas da Europa.

Finalmente, na Espanha, em pelo menos três cidades os governos examinam a cobrança de pedágio e a imposição de limites para a circulação de veículos no Centro, com penalidades: Madri, Barcelona e Sevilha.

Em SC, a poluição ambiental pode ser detectada em várias cidades. A incidência é variável, mas começa, por exemplo, na Beira-Mar Norte, em Florianópolis, a zona residencial mais cara do Estado. Ali, milhares de pessoas caminham todos os dias. Todas consumindo ar contaminado pelos gases de carros.

Países europeus adotam, há mais de 10 anos, controles rigorosos de veículos. Quando o ex-governador Amin visitou a Galícia, teve a oportunidade de conhecer empresas que, credenciadas pela autoridade de trânsito, checam os índices de poluição por gases veiculares e fiscalizam até equipamentos de segurança.

No Estado, transitam carros antigos queimando óleo 50 sem qualquer penalidade.

 Dia a Dia
- Farmácia - Estão abertas, no Senac Joaçaba, as inscrições para o curso de Balconista de Farmácia. As aulas começam no dia 14 de março. O profissional que trabalha nas farmácias necessita de qualificação, pois atua na interpretação eficiente de receitas médicas. Informações: (49) 3906-5600.

TELEVISÃO
Globo na onda saudável

A Central Globo de Jornalismo estreia na próxima segunda-feira o programa Bem Estar. Apresentado pelos jornalistas Mariana Ferrão e Fernando Rocha.

Bem Estar vai tratar de saúde e qualidade de vida, abordando temas como cuidados com o corpo, melhorias nos hábitos alimentares e na transformação no ambiente da casa e do trabalho. Tudo para mostrar como integrar os bons hábitos no dia a dia, sem impor fórmulas radicais ou metas inatingíveis.

– O programa faz com que a gente olhe para a nossa vida e pense em melhorar os hábitos, mas sem ditar regras ou propor modelos de beleza e saúde – diz Mariana.

Apresentado pelos jornalistas Mariana Ferrão e Fernando Rocha, irá ao ar de segunda a sexta-feira, logo após o Mais Você.

– A ideia é mostrar que, como na vida, tudo é possível desde que seja com moderação. Sem contra-indicação – completa Fernando.

O programa contará com as reportagens da jornalista Marina Araújo que vai mostrar como os brasileiros podem colocar em prática o conceito de equilíbrio na vida.

Os médicos especialistas terão papel fundamental no esclarecimento de dúvidas e questões levantadas pelo programa. O telespectador poderá participar com perguntas para os profissionais e sugestões pela internet, no site do programa, que entrará no ar no dia da estreia (www.g1.com.br/bemestar).

 

NOTA
Samu completa cinco anos

BLUMENAU - O Samu completa neste mês cinco anos no Vale. O evento que comemorará a data será segunda-feira, no auditório da Ammvi (Rua Albert Stein, 466, Bairro da Velha). A programação começa às 9h. Às 10h, ocorre o lançamento do projeto Samu. Cristina Machado Pires fará uma palestra, às 11h, sobre a Central Regional de Emergência. Como destaque, às 14h, haverá a simulação de atendimento no Parque Ramiro Ruediger.

Sistema de refrigeração é conferido oito vezes ao dia no Hospital Regional de São José
A temperatura da câmara fria da cozinha do Hospital Regional de São José continua sendo monitorada a cada três horas.  A prática de conferência agora está aliada a verificação dos disjuntores do equipamento de refrigeração.

O aumento do cuidado se fez necessário após um problema na câmara que obrigou responsáveis da empresa Nutribem, que serve as refeições aos pacientes, a descartar 100 quilos de carne, na manhã de quarta-feira.

A assessoria de comunicação da Nutribem informou que os responsáveis preferiram jogar fora o alimento ainda que não apresentassem cor nem odor alterados, a causar algum dano à saúde dos pacientes em reabilitação clínica. A decisão foi tomada com base nas regras da empresa. E ainda pelo desconhecimento do tempo exato em que o alimento ficou exposto ao calor.