Canal Aberto

Realidade
As UTIs dos hospitais Bom Jesus (Ituporanga) e Miguel Couto (Ibirama), as grandes vedetes da “descentralização” no Alto Vale do Itajaí, estão precisando de tratamento intensivo. Em Ituporanga, a unidade se mantém à base de rifas e doações. Em Ibirama, faltam profissionais para o funcionamento efetivo. Resultado: a ambulancioterapia leva os pacientes graves para Rio do Sul ou Florianópolis, na maioria das vezes pela mortífera BR-470.

TRATAMENTO DA HANSENÍASE
32 pacientes. Nenhum médico
Secretaria ainda não substituiu profissional que se aposentouA falta de médico na rede pública para atendimento de pacientes com hanseníase em Joinville tem revoltado portadores da doença, que também é conhecida como lepra. O problema começou no mês passado, quando a médica que atuava no setor, na Unidade Sanitária, se aposentou.

Ontem, um paciente que buscou atendimento na Unidade Sanitária reclamou que a doença estava evoluindo por falta de tratamento e disse que procuraria o prefeito para buscar uma solução. Inclusive, os pacientes já se mobilizaram para realizar um protesto. Na sexta-feira pela manhã, eles se reúnem em frente à Unidade Sanitária, na rua Itajaí, para reivindicar a contratação de outro profissional para o setor.

São 32 pacientes diagnosticados que precisam de tratamento. E desde que uma campanha de conscientização foi realizada, no dia nacional de combate à doença (26 de janeiro), a procura por atendimento aumentou.

A Secretaria Municipal de Saúde admite o problema e diz que está à procura de um profissional para ocupar a vaga. Mas diz que ninguém ficou sem tratamento. A secretaria informou, por meio da assessoria de imprensa, que pacientes com a doença devem procurar as unidades de saúde para o agendamento de consultas com outros dermatologistas da rede.

Enquanto isso, a secretaria continua na busca por um profissional para contratar em caráter emergencial, pois todos os concursados já foram chamados sem que a vaga fosse preenchida.

DARCY VARGAS
Secretário visita maternidade

O secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, esteve na tarde de ontem na Maternidade Darcy Vargas, na primeira de uma série de 14 visitas que fará a hospitais públicos de Santa Catarina. No levantamento feito com o diretor da unidade, Armando Dias Pereira, duas questões pontuais precisam ser resolvidas.

A primeira é a reforma no centro cirúrgico que, segundo o secretário, deve terminar em no máximo dois meses. Faltam apenas alguns detalhes para terminar a reforma. “O prédio tem 63 anos e quando começamos a obra encontramos problemas em outros locais, como a parte elétrica”, informou o diretor do hospital. A UTI neonatal também precisa passar por reparos.

A segunda é a falta de profissionais, principalmente enfermeiros. “Fizemos um concurso recentemente e estamos esperando a liberação do governo do Estado para contratarmos médicos, enfermeiros e auxiliar de serviços gerais”, disse Oliveira, referindo-se ao fato de o governador Raimundo Colombo anunciar que não fará contratação nem licitação antes de 30 de abril. A maternidade está fazendo um levantamento para saber quantos profissionais vai precisar e encaminhará os dados à secretaria.

Segundo dados da diretoria, a Maternidade Darcy Vargas gasta hoje cerca de R$ 2,4 milhões por mês e recebe R$ 700 mil do Sistema Único de Saúde (SUS). O resto vem do governo do Estado. A maternidade é a maior do Estado, com média de 455 partos por mês, número que já chegou a 600 antes da inauguração do hospital infantil, que hoje é responsável pelos partos em adolescentes.

O secretário elogiou a estrutura que conta com bons equipamentos e disse que não será preciso investir neste setor. Na manhã de hoje, ele continua a série de visitas e, por volta das 8 horas, deve ir ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, no bairro Boa Vista.

AN PORTAL

POSSE
Ricardo Polli, presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, será o presidente do Conselho Regional de Medicina. A posse será no final de março.

QUEDA NAS DOAÇÕES
Santa Isabel culpa falta de informação

A falta de informação é apontada como o principal problema para a queda brusca na captação de órgãos no Hospital Santa Isabel, de Blumenau, no Vale do Itajaí. No ano passado, foram oito, contra 22 em 2009.

Referência na especialidade, a diminuição afetou os números do Estado, colocando SC em segundo lugar no ranking nacional de doações depois de cinco anos no topo. De 19,8 doadores por milhão de população (PMP) em 2009, foi para 17,7 PMP no ano passado. São Paulo assumiu a liderança, com 21,2 PMP em 2010.

Para a diretora de Enfermagem do hospital, Marcia Regina Fidauza, campanhas sobre a importância e a necessidade da doação de órgãos deveriam ser permanentes, pois, com o passar do tempo, as pessoas esquecem do assunto e as dúvidas acabam retornando. Em 2009, dos 295 potenciais doadores no Estado, apenas 109 famílias autorizaram a retirada dos órgãos. A lista de espera, que é nacional, pode chegar a seis meses.

– Hoje, ainda há familiares que acham que, se fizer a doação, o corpo ficará todo mutilado e não será possível fazer o velório. É preciso haver esclarecimento sempre – ressaltou a diretora, que contou ainda que, este ano, a entidade já conseguiu fazer quatro captações, numa tentativa de reverter o quadro do ano passado.

Marcia garante que as outras duas razões apontadas como problemas em Santa Catarina – diminuição da oferta de cursos de capacitação e falta de gratificação para as equipes – não atingem o Santa Isabel. Em Blumenau, o hospital investe no treinamento. O último curso ocorreu em dezembro do ano passado. Quanto à gratificação, toda a equipe de transplantes do Santa Isabel ganha 33% de sobreaviso e as horas trabalhadas.

HANSENÍASE
Pacientes pedem mais médicos

A falta de médicos para atendimento de pacientes com hanseníase, em Joinville, tem revoltado portadores da doença, mais conhecida como lepra.

Desde que a médica que atuava neste setor, na Unidade Sanitária, se aposentou, há um mês, os pacientes reclamam que ficaram sem tratamento. Na sexta-feira pela manhã, eles prometem se reunir em frente à Unidade Sanitária, na Rua Itajaí, para reivindicar a contratação de um novo médico para o setor.

Joinville possui 32 pacientes diagnosticados. A Secretaria Municipal de Saúde admite o problema e diz que está à procura de um profissional para ocupar a vaga. Mas diz que ninguém ficou sem tratamento.

O principal sintoma da hanseníase é o aparecimento de manchas mais claras na pele, associadas à perda de sensibilidade no local.

Serviço
Aleitamento materno é o melhor remédio

O leite materno é o melhor alimento para o bebê. A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês recebam o leite materno até, pelo menos, dois anos de idade. Além disso, recomenda que seja esse o único alimento até, pelo menos, os seis primeiros meses de vida da criança.

Especialistas alertam que o ideal é que os bebês, logo após o nascimento, sejam colocados em contato com a mãe o quanto antes, sem o mínimo de intervenções para que conheçam os cheiros e sons da mãe. Atos como pesar e medir devem ser feitos depois. Mamadeiras e chupetas devem ser evitadas por oferecer risco de contaminação do leite e também por desestimular o corpo da mãe a produzir mais leite.

O aleitamento na primeira hora de vida é extremamente importante. O colostro (leite ainda em formação, mas rico em anticorpos) é responsável pela imunização da criança e aumenta a capacidade de proteção contra infecções, principal causa da mortalidade de recém-nascidos.

Depois disso, a primeira mamada também estimula a produção do leite materno e agiliza a liberação do hormônio ocitocina, que induz as contrações do útero e evita as hemorragias depois do parto.

ÓRGÃOS
Caem as captações no Santa Isabel
Redução dos procedimentos fez SC perder liderança em ranking nacional BLUMENAU - A falta de informação é apontada como o principal problema para a queda brusca na captação de órgãos no Hospital Santa Isabel. Ano passado foram oito, contra 22 em 2009. Referência na especialidade, a diminuição colocou Santa Catarina em segundo lugar no ranking nacional de doações depois de cinco anos no topo. São Paulo assumiu a liderança (veja tabela).

Para a diretora de Enfermagem da instituição, Marcia Regina Fidauza, campanhas sobre a importância e a necessidade da doação de órgãos deveriam ser permanentes, pois com o passar do tempo as pessoas esquecem do assunto e as dúvidas retornam. Ano passado, dos 295 potenciais doadores no Estado, apenas 109 famílias autorizaram a retirada dos órgãos. A lista de espera, que é nacional, pode chegar a seis meses.

– Ainda há familiares que acham que, ao doar, o corpo ficará mutilado e não será possível fazer o velório – alerta a diretora.

Conforme ela, os profissionais fazem o trabalho de esclarecimento dentro do hospital, junto aos familiares, numa tentativa de reverter o quadro de 2009. Até sexta-feira, a entidade conseguiu captar quatro órgãos. Porém, deveria haver novas campanhas estaduais ou nacionais.

Em Blumenau, toda a equipe recebe sobreaviso

Outros duas razões apontadas como problemas no Estado, segundo Marcia, não atingem o Santa Isabel. De acordo com o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, o bom desempenho catarinense nos anos anteriores foi resultado da oferta de capacitações. Em 2010, os cursos oferecidos pelo Estado diminuíram, o que gerou desânimo entre os profissionais. Em Blumenau, o hospital continuou treinando a equipe. O último curso foi em dezembro.

Outro motivo seria a falta de gratificações, pois só algumas funções recebem hora-plantão e sobreaviso. No Santa Isabel, toda a equipe de transplantes ganha 33% de sobreaviso e as horas trabalhadas.

Para reverter o quadro, a SC Transplantes enviou ao Ministério da Saúde um projeto para criar três organizações de procura de órgãos, com o objetivo de remunerar os servidores. Em dezembro, vieram R$ 60 mil para ajudar no projeto. O dinheiro ainda não foi usado, pois o Estado está em contenção de despesas. Para continuar recebendo, o Estado precisa implantar o projeto, orçado em R$ 140 mil por mês.

Desorganização: a situação da Saúde na região
A redação buscou dados junto às Secretarias Municipais de Saúde, mas apenas obteve êxito com o município de Papanduva

Mesmo com todo o apoio do governo estadual e federal, o sistema de saúde nos municípios da região do Planalto Norte está completamente desorganizado.

A equipe do Diário do Planalto testemunhou um exemplo típico da situação.

Enquanto a redação do jornal procurava dados para acrescentar à matéria, muitas secretarias de saúde não correspondiam à expectativa e prontidão que a equipe precisava. Dados básicos sobre a quantidade de portadores de algumas doenças, segundo essas secretarias, ainda precisavam ser levantados. Nem valores aproximados, tampouco dados corretos e confiáveis.

A desorganização se mostra ainda maior pelo fato de existirem tantos programas para armazenagem de dados. Com isso, as informações ficam dispersas e desencontradas.

O município que cedeu mais informações foi Papanduva, porém o sistema de divisão em unidades não permite o valor total de pacientes com hipertensão e diabetes. De Major Vieira esperamos retorno via e-mail e até o fechamento desta edição não recebemos resposta. Três Barras colaborou apenas com o número aproximado de pacientes com Aids e Hepatite. Em Monte Castelo entramos em contato com as três unidades que cobrem o município, mas até mesmo com a unidade central não obtivemos êxito. Já em Bela Vista do Toldo ninguém atendeu ao telefone.

Em Canoinhas, o jornal Diário do Planalto vem enfrentando dificuldades para entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde desde novembro do ano passado. Com o intuito de produzir matérias especiais sobre saúde, tentamos entrar em contato com a secretária de Saúde, Telma Regina Bley, no entanto apenas conseguimos falar com a recepção da Secretaria. Tantas vezes deixamos recados e aguardamos retorno, mas não conseguimos nenhum tipo de declaração, tampouco conseguimos marcar entrevistas.

Como uma alternativa, a equipe do Diário do Planalto buscou a Gerência Regional de Saúde que deveria ter em mãos alguns dados necessários. No entanto, segundo as funcionárias, nem todas as informações dos municípios passam pela Gerência, pois as unidades de saúde trabalham com diferentes sistemas e o cadastro de pacientes não acontece em alguns casos.

Ficamos, por tanto, com as declarações da Apoca e pelos dados obtidos de Papanduva e Três Barras.

O Jornal Diário do Planalto lamenta a situação do setor na região, pois não há controle de dados e centralização de informações.

Brasil fará genérico para Aids e hepatite
Em todo país, cerca de 65 mil pessoas fazem o uso do tenofovir, um dos medicamentos que o Brasil passará a fabricar

Brasil - Portal Brasil e Ministério da Saúde
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, por meio da Resolução 487/2011, o registro de comercialização da versão genérica do tenofovir ao laboratório oficial Fundação Ezequiel Dias (Funed), de Minas Gerais. Com a autorização, nove milhões de comprimidos começarão a ser produzidos a partir da próxima semana, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 410 milhões ao país no decorrer de cinco anos (até 2015). A medida confirma a política da Saúde de investir na produção nacional de medicamentos para essas doenças.

Atualmente, cerca de 64 mil pacientes de Aids e 1,5 mil de vários tipos de hepatite fazem uso do tenofovir no País. Em Papanduva são cinco pacientes de Aids e dois de hepatite B. Já em Três Barras, estima-se que sejam 25 pessoas, entre pacientes com Aids e hepatite.

Essa produção tornou-se uma realidade em função de parceria público-privada, viabilizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. O primeiro lote nacional do tenofovir estará disponível para os pacientes no final de março.

Com o início da fabricação, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ser fabricados no Brasil, diminuindo em cerca de 47% os custos com a importação do medicamento (até 2015) e fortalecendo a autonomia do País na produção de fármacos.

A concessão também comprova a capacidade técnica de produção nacional e reafirma o compromisso com a sustentabilidade do tratamento para as duas doenças.

Redução do peso aumenta fertilidade feminina
Obesidade contribui para distúrbios ovulatórios, anormalidades no ciclo menstrual, infertilidade, disfunções sexuais e aumento nas taxas de abortamento Considerada a epidemia do século, a obesidade está relacionada a diversas doenças, como diabetes, hipertensão e diversos tipo de câncer. Na mulher em idade fértil, porém, a obesidade também causa um grande impacto na saúde reprodutiva, gerando problemas hormonais e causando dificuldades específicas para a gravidez.

Existe uma relação entre a obesidade e a alteração da produção de insulina, liberada pelo pâncreas, que pode levar a uma condição de infertilidade, conhecida como Síndrome do Ovário Policístico (SOP). Esse problema está associado a ciclos menstruais irregulares, anovulação (diminuição ou parada da ovulação) e níveis elevados de hormônios, diminuindo, dessa forma, as chances de gestação.

O excesso de gordura corporal influencia, ainda, a produção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), essencial para regular a ovulação nas mulheres. Esse hormônio é responsável pela liberação do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH), ambos fundamentais para o desenvolvimento de óvulos.

“Mulheres obesas que pensam em ser mãe precisam de um acompanhamento médico prévio, pois, além da dificuldade para conseguir engravidar, o risco de uma gestação complicada é muito alto. Quanto maior o grau de obesidade, maior o problema para a mulher e para o feto”, destaca o cirurgião especialista em obesidade, Dr. Roberto Rizzi.

Um estudo realizado nos Estados Unidos, na Brown University School of Medicine, avaliou 54 mulheres em idade sexualmente ativa com obesidade mórbida antes e depois de serem submetidas à cirurgia bariátrica, conhecida popularmente como cirurgia de redução de estômago.

As mulheres tiveram um índice de massa corporal (IMC) de 45 antes da cirurgia, que significa que estavam com cerca de 50 kilos a mais que o peso recomendado. O IMC é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. Ele é determinado pela divisão do peso da pessoa pela sua altura ao quadrado.

Antes do procedimento cirúrgico, 63% das mulheres apresentaram algum problemade disfunção sexual. As pacientes que foram submetidas à cirurgia perderam em média 40% do peso em seis meses e, em uma nova avaliação, apenas 32% das mulheres ainda apresentavam alguma disfunção sexual. “A cirurgia bariátrica é muito benéfica para mulheres com obesidade extrema, é uma ajuda rápida na função sexual. Há uma melhora hormonal e na auto estima da mulher, que se sente mais bonita e atraente”, diz Dr. Rizzi.

Quase todas as mulheres do estudo relataram melhoras em todos os aspectos da função sexual, incluindo o desejo, excitação e satisfação.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida, ou seja, estão com pelo menos 40 quilos acima do peso corporal ideal.

A cirurgia de redução do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher.

O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade. “A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais”, diz Dr. Rizzi.

A cirurgia, porém, não garante a redução de peso em definitivo. O paciente precisa fazer uma adaptação a sua nova realidade e contar com acompanhamento de profissionais da saúde para se adaptar a sua nova rotina. “O paciente perde muito peso com a cirurgia, porém, para manter o peso saudável é preciso uma mudança radical no estilo de vida e adotar hábitos saudáveis, como controlar a alimentação e praticar atividades físicas”, ressalta Dr. Rizzi.