icone facebookicone twittericone instagram

VIVER BEM

SANTO REMÉDIO
Em época de alta temperatura, é preciso dobrar a ingestão de água para afastar o risco de cálculo renalA combinação de carne vermelha, gordura e sal em excesso é a associação perfeita para a formação de cálculos renais. E o cenário só piora. Até a cervejinha está condenada. Uma pesquisa realizada pela Secretaria da Saúde de São Paulo comprovou que o número de pedras nos rins aumenta em 30% no verão. E o trio acima seria o grande responsável. Prejuízo potencializado pela ingestão hídrica menor do que a perda de líquido que o organismo é submetido no calorão.

“Este é um problema de hábito, que no Sul, é bem comum. Durante o frio, as pessoas urinam bastante. A perda de líquido é feita quase que só pela urina. Só que, no verão, a desidratação é maior, ocorre pelos poros. A quantidade de líquido ingerida deveria ser dobrada, mas isso não ocorre”, explica o urologista Joaquim de Almeida Claro, responsável pela pesquisa paulista.

A água dilui a urina e evita que haja precipitação de cristais, formando cálculo. O urologista costuma comparar o rim a um copo de água com açúcar: uma colher pequena é dissolvida e desaparece em um copo cheio de água. Em compensação, uma grande quantidade do alimento em pouca água faz com que os cristais se concentrem no fundo do copo.

É por isso que os especialistas medem um rim saudável pela quantidade de urina dispensada ao longo do dia. Mas, se a grande sacada é urinar em demasia, e a cerveja provoca essa reação no organismo, por que ela é considerada prejudicial?

Elizete Keitel, nefrologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, explica que a cerveja é a bebida alcoólica mais prejudicial para os rins. Apesar de inibir o hormônio que impede o descontrole urinário, favorece a concentração de ácido úrico e isso ajuda a formar cálculos. E não raro, essas pedras teimam em se desprender do rim e navegar em direção à bexiga. Dependendo do tamanho, podem trancar no meio do caminho em uma região chamada de uréter, resultando em cólica renal.

Quem já experimentou esse tipo de dor relata ser insuportável. Nenhum analgésico é capaz de aplacá-la, e o paciente, na maioria das vezes, necessita de ajuda médica para receber o alívio intravenoso. Os médicos salientam que a maior parte dos indivíduos tem apenas um evento desses na vida. Entretanto, se o problema se repetir ou se houver histórico familiar de doença renal, recomenda-se que seja procurado um médico para a realização de exames e o descarte de complicações renais.

As doenças renais crônicas, que podem levar à perda do órgão são, em geral, nefrites (inflamação nos rins), nefropatia hipertensiva (doença renal por pressão alta) e nefropatia diabética (por diabete). O cálculo renal e as infecções urinárias também são doenças nos rins, mas não levam à insuficiência renal, com exceção para os casos associados à infecção severa. As doenças renais crônicas aumentam em até dez vezes o risco de problemas cardiovasculares.

 

RISCO EM DIAS DE CALOR INTENSO

Para que o alimento seja diluído, evitando os cálculos, é preciso beber muita água. Durante o inverno, as pessoas estão acostumadas a tomar uma certa quantidade de líquido. Quando o calor começa, e o suor invade os corpos, eliminando boa parte dessa água pelos poros, normalmente não é aumentada a quantidade de água. “Pense em um dia bem quente, daqueles em que se transpira bastante. Não é raro perceber que a urina torna-se mais escura, criando o cenário ideal para a formação dos cálculos”, explica Cínthia Vieira, vice-presidente da Sociedade Gaúcha de Nefrologia.

 

O PREÇO DO CORPO DOURADO
Efeitos dos raios UVA e UVB são cumulativos e a fatura pode chegar antes do que se esperaApesar das campanhas informativas, o sol e o calor continuam fazendo vítimas. Micoses, insolação, queimaduras, manchas, envelhecimento precoce e câncer de pele podem ser o saldo do descuido. A questão, segundo os médicos, é que o brasileiro admira uma pele bronzeada, e se considera mais saudável e atraente ao exibir o corpo dourado. No entanto, os efeitos dos raios UVA e UVB são cumulativos e a fatura pode chegar antes do que se espera. “O calor reduz a imunidade da pele, favorecendo infecções por vírus, como o da herpes. Algumas verrugas também provocadas por vírus são muito comuns no verão”, observa o dermatologista Gilvan Alves.

Com o clima úmido e calorento, os fungos ficam livres para agir e surgem as micoses, conhecidas popularmente como impingens, coceiras e frieiras. “Alguns fungos são importantes para manter o pH da pele, mas, no verão, eles encontram condições ideais para proliferação e infecção da pele. As manchas brancas, chamadas de pano branco, são causadas por fungos. É importante buscar o atendimento dermatológico porque cada infecção micótica demanda um medicamento específico”, pondera o médico.

A areia da praia e as bordas de piscina podem estar infectadas por fungos e protozoários que também causam micoses. Já as manchas nem sempre são fáceis de tratar. O transtorno é sempre desencadeado pela exposição solar. O fator hormonal, o contato com frutas cítricas e a própria predisposição genética são fatores que colaboram para o aparecimento delas, que atingem principalmente o rosto e as mãos. Os dermatologistas indicam clareadores para remediar as manchas estimuladas pela radiação utravioleta. O uso do laser, muitas vezes, se faz necessário para a remoção do sinal.

 

QUEIMADURA PODE VIRAR UM CÂNCER

As queimaduras são, sem dúvida, o mal que mais preocupa os dermatologistas no verão. Decorrentes da exposição excessiva – por tempo prolongado ou não –, dependendo do tipo de pele, elas podem causar bolhas e edemas. Algumas pessoas apresentam febre, fraqueza e podem até entrar em choque. O risco de câncer de pele é potencializado em pessoas que sofreram queimaduras solares ao longo da vida.

O médico dermatologista Erasmo Tokarski explica que as pessoas estão cientes dos danos que o sol pode causar, mas nunca acham que podem ser atingidas. O tratamento do câncer de pele é cirúrgico. A quimioterapia se faz necessária para tratar melanomas que se alastram.

Os efeitos do sol são cumulativos. Uma queimadura hoje pode virar um câncer amanhã. As pessoas que tiveram melanoma são propensas a ter novamente. O protetor solar é indispensável e deve ser aplicado com generosidade de duas em duas horas. A pele deve receber o produto meia hora antes da exposição solar. O médico reforça que, quanto mais clara for a pessoa, maior deve ser o fator de proteção. O uso de chapéus e bonés é indispensável também. “Bronzeadores jamais devem ser aplicados”, aconselha Tokarski.

Milhões têm doença renal crônica no País

Entrevista/André FrançoisAndré François é fotógrafo há mais de 20 anos e, nos últimos seis, dedicou o seu trabalho documental à saúde no Brasil. Para lançar o seu penúltimo livro “Escolher e Viver – Tratamento e Qualidade de Vida nos Pacientes Renais Crônicos”, Imagemágica Editora, R$ 55, foi de Norte a Sul para ouvir histórias de pacientes. Ele se engajou na luta ao descobrir que 12 milhões de brasileiros sofrem do problema. Boa parte dessa gente precisa de diálise, mas mora em cidades que carecem de clínicas que ofereçam o serviço. Ao iniciar suas pesquisas, conheceu o modo peritoneal de tratamento, onde um aparelho é acoplado no abdômen do paciente, evitando que ele precise sair de casa. Por telefone, de São Paulo, onde mora, François falou com a reportagem.

Por que o interesse nos pacientes renais crônicos?

André – “Escolher e Viver” nasceu depois de eu ter conhecido uma mulher de 35 anos, que perdeu a função renal, e teve de abandonar o marido e os filhos para morar na capital, São Luís, no Maranhão, e poder fazer a hemodiálise. Fiquei muito sensibilizado com a história dela. Na cidade onde morava, Barreirinha, não tinha clínica de hemodiálise. E, quando você se torna renal crônico tem de fazer a hemodiálise três ou quatro vezes por semana, preso a uma máquina que filtra o seu sangue durante cinco horas. Então, pensei: como fazem várias pessoas do Brasil, que moram em cidades em que não têm a clínica? Ou morrem ou se mudam. É trágico.

E qual seria a solução?

André – Conhecendo a história dela, soube que existiam outros tratamentos menos divulgados. O principal, além da hemodiálise, é a diálise peritoneal. É um tipo que você faz em casa, e o SUS paga. Então por que pessoas como a dona Maria têm de abandonar as suas casas? Foi aí que veio a ideia de investigar, com esse foco, mostrando um tratamento alternativo à hemodiálise. Não que seja ruim para as pessoas, mas é ruim para aqueles onde não há clínica perto.

O que há em comum em todas as histórias pesquisadas?

André – A vontade de viver bem, com uma vida mais normal possível. Pois quem é doente renal crônico vai ser renal crônico até o fim da vida. Mesmo aquele transplantado ainda é doente. Vai ter o rim por muitos anos, se cuidar, mas provavelmente um dia precisará de um novo rim.

Você notou algum tipo de arrependimento nessas pessoas, de algo que pudesse ter sido feito para evitar o problema e não o foi?

André – Na maioria dos casos não, porque as pessoas nasciam com o problema e demoravam para perceber. É uma doença silenciosa, que só se declara quando o rim perdeu sua função. Às vezes, é falta de qualidade de vida, descuido na alimentação. Mas arrependimento não é algo que tenha me marcado. A preocupação é com o que todo mundo sabe: não comer tanto sal, por exemplo. Inclusive, eu preciso parar de comer tanto sal.

 

MOACIR PEREIRA

Remédios sem ICMS
Decreto que isenta totalmente da cobrança do ICMS os medicamentos oncológicos destinados a pacientes que realizam tratamento contra o câncer será assinado hoje por Raimundo Colombo. O texto, que se encontra na mesa do governador, foi elaborado pela Secretaria da Fazenda e define as condições em que não haverá qualquer incidência tributária. A matéria já tem o respaldo do Confaz, o órgão que regulamenta a cobrança e os incentivos do ICMS.

 

Estudo diz que cirurgia bariátrica reverte disfunções cardíacas causadas pela obesidade

Além da melhora na função cardíaca, pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico, indicado no tratamento da obesidade mórbida, também tiveram o controle da pressão arterial, redução do colesterol ruim e melhora na resistência à insulina, controlando o diabetes tipo II

Estudo realizado pela Universidade de Medicina da Geórgia, nos Estados Unidos, avaliou os benefícios da cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução do estômago, nas disfunções cardíacas causadas pela obesidade.

A obesidade causa a expansão do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, comprometendo a função cardíaca. O átrio esquerdo é responsável por receber o sangue rico em oxigênio dos pulmões e enviá-lo para o ventrículo esquerdo, que bombeia esse sangue para o corpo. “Temos vários estudos científicos que comprovam os danos que a obesidade causa para a saúde do coração.

Essa nova pesquisa é bastante relevante e mostra que o alargamento do átrio esquerdo aumenta o risco de arritmia cardíaca e fibrilação atrial. A alteração no ventrículo esquerdo faz com que o coração utilize mais força para conseguir bombear o sangue, podendo causar insuficiência cardíaca. Ou seja, é mais uma constatação de que o excesso de peso é bastante nocivo para o coração.” diz o cirurgião especialista em obesidade, Dr. Roberto Rizzi.

Os pesquisadores avaliaram 1156 pacientes obesos mórbidos, sendo que 733 pacientes foram submetidos a cirurgia bariátrica e 423 receberam tratamento clínico da doença. A idade média dos participantes era de 43 anos e o Índice de massa corporal (IMC) era de 47,9 no grupo cirúrgico e de 45 no grupo clínico.

Após dois anos, os pacientes foram avaliados novamente e aqueles que foram submetidos à cirurgia reduziram o IMC em 15,4, enquanto o outro grupo registrou uma redução de apenas 0,03. “A perda de peso foi associada a uma estabilização ou reversão parcial das alterações cardíacas, que eram causadas pela obesidade.

Os pacientes que passaram pela cirurgia também tiveram redução na pressão arterial, colesterol ruim e melhora na resistência na insulina, controlando também o diabetes tipo II dos pacientes”, destaca Dr. Rizzi, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

A dilatação do átrio esquerdo não alterou nos pacientes operados, porém continuou evoluindo nos pacientes que foram submetidos ao tratamento clínico. Nos pacientes cirúrgicos também foram constatadas melhoras no funcionamento do ventrículo esquerdo e direito. “Esse novo estudo é maior e mais detalhado que os estudos publicados anteriormente”, ressalta o presidente da Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Bruce M. Wolfe, que avaliou o resultado do estudo.

No início e no final do estudo os pacientes passaram por uma avaliação de altura, peso, freqüência cardíaca, pressão arterial, glicemia, colesterol e outros fatores. Os pesquisadores também avaliaram os movimentos e a estrutura do coração dos pacientes por meio de ecocardiografia e exames de ultrasom.

A cirurgia bariátrica é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher.

O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade. “A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais.

O padrão de qualidade da cirurgia é muito alto no Brasil, temos excelentes equipes e a taxa de mortalidade é muito baixa”, ressalta Dr. Rizzi.

 

Residência Médica abre primeira turma de ortopedia em Lages

No dia 1º de fevereiro (terça-feira), a Clinitrauma em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP), Hospital Infantil Seara do Bem e a Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), realizou oficialmente a abertura da Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia.

De acordo com o médico ortopedista, traumatologista e coordenador do projeto, Raniero Laghi, a residência médica é como uma pós-graduação na área da medicina que vai formar futuros ortopedistas e traumatologistas. “São três anos de estudo. Dois médicos começam esse ano, mais dois entram no ano que vem e mais dois em 2013. No final serão seis formandos. Claro que após esses três anos de estudos, pretendemos dar continuidade e formar novos médicos especialistas”.

Os médicos que começam esse ano são: Fernanda Soares Oliveira e Francisco Guerreira Batalha Filho.

O coordenador ressalta a importância de uma residência médica para a região. “A residência médica traz benefícios para a saúde local. A graduação em medicina estuda a saúde de um modo muito amplo, muito geral. Já a residência médica faz com que nós, como profissionais da saúde, estejamos focados em um assunto. E desse modo, somos obrigados a nos atualizar e nos qualificar cada vez mais”.

Para ele, a importância é ainda maior, porque vários setores estarão envolvidos, como a Secretaria Municipal de Saúde, a Uniplac e o setor hospitalar. “Esse projeto acaba abrangendo uma sociedade grande, ou seja, a saúde melhora em vários aspectos. Várias entidades estão relacionadas e acabam usufruindo.”

 A residência médica será realizada no Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, no Seara do Bem e na Clinitrauma. A Uniplac entra na parceria com os laboratórios e a biblioteca e a Secretaria Municipal da Saúde com as bolsas de estudo.

 O secretário da Saúde, Juliano Polese ressalta a importância de mais essa parceria. “A secretaria sempre é parceira nesses projetos com o intuito de qualificar e de fixar novos profissionais para o atendimento na região.

 Segundo o especialista Laghi, 60% dos médicos formados tanto na graduação, quanto na residência médica, permanecem e atuam na região. “Isso traz um benefício muito grande. Uma boa parte deles fica aqui e agregam também o setor financeiro”.

 Ele ressalta que atualmente apenas 40% dos médicos conseguem uma residência médica, os outros 60% ficam apenas como clínico-geral. “Não há vagas, porém a Ministério da Saúde já trabalha para que 100% dos formandos em medicina tenham uma qualificação”.

 Santa Catarina ainda engatinha nessa especialização. Laghi explica que em São Paulo 70% das residências são custeadas pelo Governo do Estado. “Em Santa Catarina não chega a 20%. Se pretendemos melhorar a qualidade da medicina em uma cidade ou região, precisamos de médicos especialistas com pós-graduação,” conclui.