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AN.PORTAL | AN.PORTAL - ROSANE FELTHAUS E JOÃO KAMRADT - INTERINOS

Câncer
Números da Secretaria Estadual da Saúde dão conta de que 531 pessoas morreram por causa do câncer em Joinville entre janeiro e novembro de 2010. Falta contabilizar os números de dezembro. Em 2009, o câncer matou 668 pessoas em Joinville, o que deu uma média de quase dois óbitos diários

 

Geral


SAÚDE PÚBLICA
Na volta para casa, berço vazio

Após alta, jovem que perdeu recém-nascida mantém as dúvidas sobre o atendimento

Vitória nunca vai deixar de estar presente na vida de Janaína, mesmo que ela sequer tenha visto a filha ou chegado perto dela. Na quinta-feira, ao invés de amamentá-la e levá-la para o bercinho novo, a jovem de 18 anos recebeu a pior notícia da sua vida: o bebê tão planejado havia morrido logo após o parto. Ela só conseguiu ver a criança em uma fotografia, emoldurada em um quadro, recordação que a família fez questão de guardar. “Me perguntaram se eu queria vê-la quando eu soube da morte. Na hora, achei que não ia ser bom. Hoje, me arrependo”, lamenta. “Não vi o rostinho da minha filha enquanto pude. Agora, pela foto, vejo que ela é exatamente do jeito que eu sonhava”.

A história narrada por Janaína Cristina Kath é cheia de indagações. Ela não sabe por que só foi levada para a sala de parto da Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, quando atingiu 41 semanas de gestação. O tempo médio de uma gravidez é de 40 semanas e três dias. Nem por que nunca foi internada, mesmo tendo procurado o hospital com dores pelo menos quatro vezes antes da cesárea. Nenhum profissional deu respostas a ela ou à família. “No atestado de óbito, aparece morte por gestação prolongada. Um médico também me disse que isso causou a morte. Ouvi gente lá dentro comentar.”

A cesárea foi na quinta-feira; Janaína recebeu alta no sábado. Ainda estão vivas as lembranças do dia em que a jovem perdeu a filha, que se asfixiou ao aspirar mecônio (as secreções do intestino do recém-nascido). Ela conta ter ido à maternidade de manhã para o controle feito a cada três dias com grávidas que ultrapassaram o período de gestação. Um exame acusou uma alteração. Ela foi submetida a um ultrassom antes de ir à sala de parto. Janaína não tem ideia do tempo que o processo levou, mas sentia que cada minuto era decisivo. “A bebê mexia muito. Pensei que fosse fome, mas acho que estava agonizando”.

Janaína estranhou não ter ouvido Vitória chorar. E afirma ter estranhado mais quando uma enfermeira saiu da sala com o bebê, sem mostrá-lo à mãe. Logo depois, apagou. Acordou em outro quarto e abriu os olhos ao sentir o marido Bruno por perto. “Perguntei por que ele estava com cara de choro. Foi aí que me contou que ela tinha morrido.”


SAÚDE PÚBLICA
Ex-gestante reclama de tratamento

A notícia da morte do bebê recém-nascido foi dada a Janaína Kath com a presença de uma assistente social. A maternidade ofereceu ajuda psicológica, mas ela não aceitou. “Preferia que tivessem me dado um médico quando precisava”. Ela ainda acredita ter recebido tratamento inadequado da parte dos médicos da instituição.

“Uma médica tentou brincar dizendo que eu ia muito ao hospital. Que eu devia ir para o shopping (center) e gastar o cartão do meu marido até sentir as contrações”, lembra. “Na sala de parto, pedi várias vezes para chamarem a minha mãe ou o meu marido, que um deles me acompanharia no parto. Mas eles nem foram avisados, nem sabiam da cesárea. Só tiveram a notícia da morte”.

A família afirma estar em busca de um advogado para ingressar na Justiça contra a maternidade. Mesmo sem saber quem exatamente deve culpar, a jovem sente que a morte não foi acidente. “Meus exames foram feitos no prazo. Fiz todo o pré-natal. Até sai do emprego para cuidar da gravidez. Não sei de quem é a culpa porque muitas pessoas me atenderam. Mas alguém errou, minha filha deveria ter nascido antes.”

 


SAÚDE PÚBLICA
Direção de hospital descarta erro e acredita em fatalidade

O diretor da Maternidade Darcy Vargas, Armando Dias Pereira Jr., mantém a versão de que não houve erro antes ou durante o parto de Janaína Kath, na quinta-feira. Segundo ele, a gestante passou por todos os protocolos e fez os exames médicos necessários para que a cirurgia cesariana fosse bem sucedida.

“O que aconteceu foi uma fatalidade. Não houve negligência, nem imprudência dos profissionais”, reafirma. “A família tem o direito de entrar na Justiça, mas nosso procedimento foi cumprido corretamente”.

O diretor conta que conversou com o corpo clínico responsável pelo atendimento de Janaína, mas adverte que as reclamações de mau atendimento apenas terão validade quando puderem ser checadas. “É preciso que ela faça um encaminhamento por escrito, porque é de nosso interesse conversar com esses profissionais que a trataram de forma imprópria. Mas teremos que investigar com base no que ela falar, inclusive citando os nomes”, diz.

Segundo a obstetra e professora do curso de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Beatriz Maykot Kuerten, muitos fatores podem levar à morte de um bebê que aspira o líquido meconial, produzido no intestino do bebê a partir da 36ª semana de gestação.

“Só pela aspiração a criança não morre. Se a criança está em condições normais e aspira o líquido, o pediatra pode puxá-lo e ela responde super bem. Tem que haver uma outra causa, que pode ser resultado da gestação prolongada ou não.” A pedido dos pais, o corpo do bebê não passou por autópsia antes de ser sepultado, na sexta de manhã.


LEPTOSPIROSE
Doença faz a 1ª vítima
Saúde de Joinville confirma morte de homem e investiga outros dois casos

Um homem de 61 anos, morador do bairro Aventureiro, foi confirmado ontem como a primeira vítima de leptospirose em Joinville neste ano. Ezequiel Piermann morreu dia 22, em um hospital particular. O atestado de óbito afirma que a causa seria a doença de Weil, um dos estágios mais avançados da leptospirose. Além dele, outras duas mortes estão sendo investigadas – um homem de Joinville e outro de Araquari. Todos apresentaram os mesmos sintomas e tiveram contato com as águas de enchente.

Segundo o veterinário da Vigilância Ambiental, Ítalo Lenzi, Piermann teria contraído a doença ao limpar uma caixa de gordura. “A lama e o lodo são os locais mais propícios para a bactéria se firmar”, afirma. Como estava em um estágio avançado da doença, além dos sintomas comuns (veja o quadro), ele apresentou icterícia (pele amarelada) e hemorragia.

Além dos casos de morte, há outros sendo apurados. “Ainda estamos fazendo um levantamento dos casos suspeitos e devemos divulgar os números nas próximas semanas. Sabemos, por exemplo, que um casal de Pirabeiraba contraiu a doença depois de tomar banho no rio e está na fase final de tratamento”, informa Lenzi.

Em 2010, Joinville registrou 60 casos com quatro mortes. Lenzi reforça que, ao sentir os sintomas e procurar um médico, o paciente deve informar se teve contato com a água das enchentes. “Como demora um pouco para diagnosticar a doença, ao relatar isso o médico já pode começar o tratamento”, explica Lenzi.

 


SENHAS
Usuários de laboratório prejudicados

Um problema na distribuição de senhas do Laboratório Municipal de Análises Clínicas, no Centro de Joinville, ontem, provocou filas, fez gente passar mal pela espera sob o sol forte e obrigou até a chamada da polícia. A confusão começou por volta das 6 horas e só se normalizou no fim da manhã.

Segundo a gerente de Vigilância em Saúde e responsável pelo laboratório, Jeane Vieira, o equipamento que emite senhas estragou e houve falha de funcionários na hora de selecionar os atendimentos. Ela disse que os casos serão apurados pela Secretaria de Saúde.

Um rapaz que aguardava desde o amanhecer disse que quatro pessoas desmaiaram na fila. Gestantes, idosos e até uma pessoa cega não receberam senhas preferenciais e tiveram de aguardar do lado de fora.

Um homem que se revoltou com a demora teria desacatado um funcionário. A Polícia Militar foi chamada e tentou acalmar os ânimos. Segundo Jeane, houve aumento na oferta de exames, o que pode ter aumentado a procura à unidade. O local já sofreu outras vezes com filas e demora.

Ela disse que novos espaços devem ser construídos junto ao laboratório central, na Policlínica do Floresta, na zona Sul, e no posto Willy Schossland, no bairro Aventureiro, zona Norte, em 2011, para suprir a demanda.

  

 

FLORIANÓPOLIS
Criança morre dentro de consultório

Após amanhecer com diarreia, vômito e dores na barriga e na cabeça, Mariana Tessari do Prado, três anos, morreu enquanto recebia atendimento dentro do consultório médico. Três horas antes, ela havia sido medicada no mesmo local e liberada.

A mãe, Francielli Tessari, 18 anos, conta que Mariana foi encaminhada ao posto logo cedo, onde foi diagnosticada um virose e orientada a tomar remédios contra os sintomas que apresentava. Depois disso, só piorou.

No início da tarde, a família retornou ao posto e Mariana acabou morrendo. As ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros chegaram a ser chamadas, mas a menina não resistiu e morreu antes de ser levada ao hospital. Moradora da cidade de Ponte Alta, a família estava havia dois dias na Capital. Pretendia passar dez dias na casa dos familiares de Francielli, que não visitava a cidade natal há cerca de dez anos.

A Secretaria Municipal de Saúde vai investigar se houve falha no atendimento a Mariana. Até ontem, o laudo sobre a causa da morte não estava pronto. Uma avaliação rigorosa do prontuário médico da paciente já foi feita. Agora, a secretaria espera o laudo oficial.



 País


EMERGÊNCIA
Londrina teme a dengue
Segunda cidade mais populosa do Paraná anuncia R$ 24 mi para conter a doença

Moradores da cidade de Londrina, no Norte do Paraná, terão de permitir a partir de hoje a entrada de agentes de saúde nas casas em qualquer situação, para que a Prefeitura possa monitorar possíveis focos da larva do mosquito que transmite a dengue. Essa é uma das medidas a serem tomadas pela Prefeitura, que decretou situação de emergência depois de registrar uma escalada nos números da doença neste ano.

Londrina concentra 144 dos mais de 390 casos confirmados no Paraná em 2011. Jacarezinho ainda é a cidade paranaense com mais casos de contaminação. No Brasil, dos 16 Estados onde o Ministério da Saúde considera haver alto risco de epidemia de dengue neste verão, dois confirmaram mortes em janeiro: Amazonas e Mato Grosso. Em SC, são cinco casos confirmados até o dia 28, nenhum em Joinville.

O decreto em Londrina favorece a contratação de pessoal e a compra de equipamentos para o combate ao mosquito ou a transformação de unidades de saúde em centros de atendimento da doença. A Prefeitura anunciou destinação imediata de R$ 24 milhões para contratar novos profissionais, fazer parcerias com clínicas e informatizar a rede de saúde.

Entre os 144 casos confirmados na cidade, cinco eram graves, mas não houve mortes. No Paraná, foi a cidade que mais notificou casos suspeitos em janeiro. Na semana passada, o ministério baixou portaria que obriga hospitais e secretarias a notificarem mortes e casos graves no prazo de 24 horas.

 

 

Visor


CONVÊNIO
Apesar da prorrogação do contrato entre governo do Estado e Unimed por mais seis meses para manutenção dos planos de saúde para os 180 mil funcionários públicos cadastrados, é grande o número de reclamações de servidores que não conseguiram atendimento nos últimos dias. Em caso de dúvida, a orientação é para ligar para o SC Saúde, a ouvidoria do Estado no (48) 3212-5185.

 


HOSPITAL
Acabou a novela. Depois de analisar três ofertas para vender o novo hospital instalado na SC-401, a diretoria da SOS Cárdio optou pela continuidade do projeto próprio com a entrada de novos sócios. Quatro médicos juntam-se aos 18 acionistas atuais para concluir o investimento de R$ 50 milhões.

 

Geral

 

SAÚDE NA CAPITAL
Menina de três anos morre após ser atendida em posto

Médico receitou remédios para sintomas de virose e liberou a garota, que faleceu três horas depois

Terminaram em tragédia, ontem, as férias da família Prado em Florianópolis. Ao amanhecer com diarreia, vômito e dores na barriga e na cabeça, Mariana Tessari do Prado, três anos, morreu enquanto recebia atendimento no posto de saúde do Bairro Saco Grande. Três horas antes, ela havia sido atendida e medicada no mesmo local e liberada.

A mãe da menina, Francielli Tessari, 18 anos, conta que Mariana foi encaminhada ao posto logo cedo, onde foi diagnosticada com virose e orientada a tomar remédios contra os sintomas que apresentava.

– Logo que chegamos em casa, demos os medicamentos e ela começou a piorar – conta.

No início da tarde, a família retornou ao posto. Ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros chegaram a ser chamadas para fazer o socorro, mas a menina não resistiu e morreu antes de ser levada ao hospital.

Moradora da cidade de Ponte Alta, a família estava há apenas dois dias na Capital, na casa de parentes de Francielli. Há 10 anos ela não visitava a Capital do Estado.

A morte de Mariana gerou revolta nos moradores. Eles se reuniram em frente ao posto para protestar contra o mau atendimento que costumam receber no local, segundo eles.

– É sempre essa palhaçada. Eles gritam com a gente, não tem paciência. É preciso implorar para conseguirmos atendimento. Nem a morte dos pacientes ajuda a melhorar a situação – reclamaram.

Segundo a coordenadora do posto, Marli de Aquino, o diagnóstico dado foi o correto e o que aconteceu foi uma fatalidade.

– Somos uma unidade de saúde da família, não uma emergência. Atuamos com prevenção e promoção da saúde. A menina foi atendida por um médico e voltou para casa medicada. Quando retornou, em pior estado, foi prontamente atendida.

Há cinco meses, um caso parecido no mesmo local

A morte de Mariana é a segunda já registrada no posto de saúde do Saco Grande. Em setembro do ano passado, João Manoel Batista, 53 anos, morreu no pátio do local quando tentava buscar atendimento: naquele horário, pouco antes do meio-dia, a unidade de saúde estava fechada para almoço – o horário de funcionamento é das 8h às 12h e das 13h às 22h. O vigia teria avistado a cena e chamado os profissionais de saúde que atuam no local para dar os primeiros atendimentos, mas João não resistiu.

 


LEPTOSPIROSE
Primeira morte em Joinville

Um homem de 61 anos, morador do Bairro Aventureiro, em Joinville, foi confirmado oficialmente, ontem, como a primeira vítima de leptospirose em Joinville, neste ano.

Ezequiel Piermann faleceu no dia 22 de janeiro, em um hospital particular da cidade. Além dele, outros duas mortes em situação parecida estão sendo investigadas, um homem de Joinville e outro de Araquari.

Todos apresentaram os mesmos sintomas: febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos e olhos muito vermelhos.

Além disso, eles tiveram contato recentemente com as águas de enchente. Piermann teria contraído a doença ao limpar uma caixa de gordura. A lama e o lodo são os locais mais propícios para a bactéria.

Como estava em um estágio mais avançado da doença, além dos sintomas comuns, ele apresentou também icterícia (pele amarelada) e hemorragia. Além dos casos de morte, há outros sendo apurados no município.

Está sendo realizado um levantamento de todos os casos suspeitos no município. O resultado sairá nas próximas semanas.

Um casal de Pirabeiraba contraiu a doença depois de tomar banho no rio e está em fase final de tratamento. Em 2010, Joinville registrou 60 casos, sendo que destes, quatro morreram.

Ao sentir os sintomas (quadro ao lado), deve-se procurar um médico. O paciente precisa informar se teve contato com a água das enchentes para que o médico analise o caso.

 

Joinville

 

 


Maca dos bombeiros de Palhoça virou leito no Hospital Regional de São José
Equipamento retido na emergência desde sexta-feira impede atendimentos pela ambulância

 
Maca dos bombeiros era usada por paciente no corredor do hospital

O sumiço de uma maca do Corpo de Bombeiros de Palhoça desde a última sexta-feira é um dos exemplos que retratam a situação caótica, e quase diária, que a reportagem do Notícias do Dia encontrou na manhã desta terça-feira no Hospital Doutor Homero Miranda Gomes, o Regional de São José. Emergência lotada, pacientes espalhados pelos corredores em macas ou em poltronas que seriam para acompanhantes e familiares cansados de procurar vaga para algum doente.

A declaração do gerente administrativo do hospital, Fernando Wizentainer Luz, de que só a alta do paciente poderia liberar a maca, confirma a situação. O problema é que isso passa a afetar os atendimentos externos dos bombeiros. Em caso de acidentes ou emergências médicas em Palhoça a saída é ligar para o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) porque os bombeiros não podem prestar socorro. Desde sexta-feira a maca articulada da ambulância ficou retida para servir de leito no hospital.

Pela manhã, a reportagem localizou a maca sendo usada por um paciente, num dos corredores do hospital. Desocupada por alguns minutos logo voltou a servir de leito para um novo paciente. Desta vez o jovem Jonatan Amorim foi colocado na cama improvisada sem tempo determinado para receber a acomodação que um enfermo necessita.

Testemunha do caos, a dona de casa Mariza Branger de Abreu, 39, tem sentido na pele a dificuldade para receber os procedimentos médicos em São José. Moradora de Águas Mornas, ela vai e volta levando o pai, Adelino Branger, 68, desde sexta-feira.

“Ele nem pode ficar sentado. E é obrigado a esperar enquanto os problemas nas pernas dele só pioram” reclama. Mariza conta que as macas são disputadas. “Isso aqui é o inferno. Só venho para cá quando não tem mais jeito”, desabafa.