icone facebookicone twittericone instagram

 


SAÚDE MENTAL
Enfim, um lar fora do hospital
Com equipe pronta, residência terapêutica já pode abrir as portas em Joinville


Com a contratação de uma organização não-governamental para manter a primeira moradia do Estado destinada a pessoas que vivem há anos em instituições psiquátricas, a Prefeitura de Joinville afinal resolveu o principal entrave à iniciativa. Agora, a expectativa é que em pouco mais de um mês os oito moradores passem a morar na casa no bairro Anita Garibaldi, na região central. Nesta semana, começou a entrega da mobília comprada com R$ 10 mil do Ministério da Saúde. A Prefeitura avalia a possibilidade de inaugurar em março a casa, chamada de residência terapêutica.

O contrato com o Albergue de Integração Social Um Novo Dia foi fechado em dezembro. A ideia é que a ONG contrate o pessoal para manter a casa alugada pela Prefeitura e forneça a alimentação dos moradores. Para isso, receberá R$ 20 mil mensais. O setor de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde selecionou os funcionários há duas semanas. São oito, entre cuidadores e zelador. A seleção ficou a cargo do Serviços Organizados de Inclusão Social (Sois), da secretaria, que vai fiscalizar a atuação da ONG.

Segundo o terapeuta ocupacional Alexandre Brock, responsável pela ONG por coordenar o trabalho, os funcionários foram escolhidos entre indicações e interessados no trabalho. “Ser cuidador vai além da questão técnica, tem que ser um bom ser humano. Eles vão lidar com pessoas que apanharam, foram presas, passaram muito tempo sem reconhecer as próprias vontades”, descreve. Ele é voluntário na ONG, mas será remunerado pelo serviço na casa.

A Prefeitura abriu cinco licitações até fechar contrato com o albergue. Outra dificuldade foi a escolha da casa. Depois, a Prefeitura teve de manter o aluguel de R$ 3,7 mil por quase um ano até conseguir a parceria. Apesar de a abertura da casa ser um projeto antigo de técnicos da secretaria, a ideia só foi levada à frente após recomendação do Ministério Público de SC.

Em Joinville, há duas pessoas internadas na ala psiquiátrica do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt há quase três anos, simplesmente porque não têm para onde ir. Eles vão morar na casa. Há outras três pessoas vivendo em pensões com auxílio do município, além de dois moradores da antiga Colônia de Santana, em São José. Todos perderam contato com a família ou não têm familiares em condições de ajudá-los.

Assim que abrir as portas, a casa será a primeira experiência catarinense custeada pelo poder público. Nos arredores do Instituto de Psiquiatria de SC (IPQ), que substituiu a colônia, há casas de moradores, mas mantidas por eles.

camille.cardoso@an.com.br CARDOSO

CAMILLE

 

 

SAÚDE MENTAL
Nova vida será desafio para os moradores

Entre os futuros moradores da casa há desde os que fazem planos de ter moradia própria e passear como nunca pôde até os que terão de enfrentar um longo processo de retorno ao dia a dia. Um exemplo são as duas pessoas, acima dos 60 anos, separadas da família há cerca de 30 para viver na ex-Colônia de Santana. O homem exercita a vida fora do hospital; a mulher, não.

A adaptação de quem vive há tanto tempo em hospitais é o desafio das residências terapêuticas. “Não é simples. Ganhar autonomia gera ansiedade, medo”, conta a coordenadora do Sois, Ana Cardoso. A ideia da residência é ser um lar, não lugar de tratamento.

O número de pessoas nessa situação justificaria uma segunda residência em Joinville, que está em estudo, afirma a coordenadora de saúde mental do município, Sandra Vitorino. Em 2005, o setor fez o primeiro projeto, com base nos joinvilenses que viviam na colônia. Eram 17. Dois já morreram.

 


ACELERADOR LINEAR
Peça deve ser substituída hoje

Mesmo tendo autorização do suporte técnico do aparelho de radioterapia recém-inaugurado no Hospital Municipal São José, em Joinville, a direção manteve suspensas as sessões na máquina até a troca de uma peça do acessório que faz a refrigeração da máquina. A previsão da assistência técnica é de substituir hoje a bomba-d’água que apresentou problema no acessório, conhecido por chiller. A peça será transportada por caminhão de São Paulo e deve chegar a Joinville no fim da manhã.

Segundo a Siemens, fabricante do acelerador linear, o chiller poderia continuar funcionando até a manutenção. O risco seria o de queimar a bomba, que será trocada de qualquer forma. Mas o barulho causado pelo acessório em funcionamento nessas condições é incompatível com as atividades do hospital, sustenta a direção, que também quer preservar o aparelho.

O ruído foi ouvido pela primeira vez no fim da semana passada. As sessões foram interrompidas no domingo. O acelerador e os equipamentos dos quais ele depende estão no prazo de um ano da garantia que cobre a troca de peças. Ele expira em dezembro.

As quatro pessoas que se tratam contra o câncer na máquina desde o dia 10 podem recomeçar a sessões em seguida à troca. Enquanto o acelerador esteve parado, pacientes em potencial tiveram de ser encaminhados à bomba de cobalto, aparelho antigo do setor.

 


SERVIDOR DO ESTADO
Plano de saúde da Unimed por mais seis meses

O governo do Estado chegou a um acordo com a Unimed e viabilizou a prorrogação do plano de saúde, o SC-Saúde, por mais seis meses. O plano seria extinto na próxima segunda e atingiria 180 mil servidores cadastrados. O valor pago por pessoa é de R$ 90,85. A Unimed recebe do Estado cerca de R$ 20 milhões mensais. A média de atendimento em consultório gira em torno de 613 mil por ano e a média de internações é de 19 mil. “No dia 1º de fevereiro, o atendimento continua normalmente”, afirmou o secretário da Administração, Milton Martini.

 

 

 

 

 


Tudo ok
O governo estadual renovou ontem o contrato com a Unimed por mais seis meses, o que na prática garante a continuidade do atendimento aos 180 mil credenciados (o convênio seria encerrado na segunda). A negociação abre caminho para um novo acordo. É grande o interesse do governo de implantar a autogestão, o que garantiria economia de 30% no gasto mensal, que hoje é de R$ 20 milhões. Hoje é o plano que administra e oferece a assistência. A intenção é que a gestão seja feita pelo governo.

 

 


SAÚDE EM RISCO
Capital registra casos de virose no Norte da Ilha
Postos de saúde apresentam volume elevado de pacientes com sintomas da doença na região

Havia recém amanhecido quando a vendedora Ívina Gabrieli Kurtz, 19 anos, entrou na fila da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ontem pela manhã, em Canasvieiras, Norte da Ilha. Às 7h30min, ela e dezenas de outras pessoas já se aglomeravam à espera de atendimento para os mesmos sintomas: vômito, mal-estar e diarreia. Todas elas vítimas de um uma virose típica de verão, ocasionada por fatores diversos, como consumo de alimentos ou líquidos sem condições de higiene e até banho de mar em pontos impróprios.

Na UPA Norte, nos últimos dias, 80% dos atendimentos diários são de pessoas com sintomas parecidos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Mas a gerência de Vigilância Epidemiológica confirma que a incidência está por toda a cidade. De dezembro do ano passado até ontem, foram 3,9 mil atendimentos de casos de virose gastrointestinal nos postos da Secretaria Municipal.

– O número é ainda menor que no mesmo período do ano anterior. Como o volume de pessoas aumenta muito, e o calor favorece os sintomas nesta época, o número de atendimentos é proporcional – explica Monich Cardoso, gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.

Segundo ela, a quantidade de casos não pode se caracterizar como surto, porque, para isso, teria de haver um vínculo com uma origem específica.

Em camping, quase ninguém escapou

Em um camping situado em Canasvieiras, veranistas contam que quase ninguém escapou da virose, desde o início do mês. Na barraca da família Knorr, que veio de Brasília, todos ficaram doentes. Começou pela funcionária pública federal, Valéria Knorr, 49 anos, e pela filha, de 23 anos. Depois, foi a vez da neta Maria Eduarda Boaventura, de um ano e cinco meses, e encerrou com o marido, José Mario Corrêa, 45 anos.

– Há 10 anos viemos para Florianópolis passar o verão e é a primeira vez que vemos uma coisa dessas. E o mais impressionante é que é generalizado: sempre tem alguém do camping passando mal – conta Valéria. FRANTZA virose
SINTOMAS
- Mal-estar
- Vômito
- Diarreia
- Enjoo
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
COMO EVITAR
- Observe se a água que você bebe é tratada.
- Lave bem as mãos antes de comer.
- Evite colocar as mãos sujas na boca.
- Evite comer produtos que estragam rapidamente, como maionese e presunto.
- Não leve sanduíches prontos para a beira da praia, com os produtos acima. Ele estragam com ainda mais rapidez se não estiverem na geladeira.
- Evite comer alimentos vendidos na beira da praia como queijo coalho, sanduíches e camarões cozidos ao sol. A aparência pode ser boa, mas não se sabe quais as condições de higiene do produto usado ou da pessoa que o prepara.
- Fique alerta às enchentes dos últimos dias: elas podem ter contaminado algum alimento e a água que se bebe. Não ponha a mão nesta água e, em seguida, coma ou a coloque a mão na boca.
Fonte: Vigilância Epidemiológica de Florianópolis
ONDE IR
- Procure o centro de saúde mais próximo. Além dos 48 postos de saúde espalhados em todos os bairros, a Capital tem duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA): no Norte e no Sul da Ilha
O QUE FAZER
- A pessoa com o sintoma deve ser tratada com soro e remédios recomendados pelos médicos.
- Beba bastante líquido, como chás, água de coco ou água mineral ou tratada.
- Em crianças e idosos, os sintomas podem ser mais acentuados.
- A duração da virose pode variar de pessoa para pessoa. Algumas curam-se em um único dias, outras levam mais tempo.
- É interessante avisar, também, a Vigilância Epidemiológica do município, que vai investigar o problema: se as causas são provenientes de um único estabelecimento, ou se é da água do mar, que pode ser considerada própria e, na verdade, pode não ser. Os telefones para denunciar são (48) 3212-3922 ou (48) 9985-2710

samia.frantz@horasc.com.br

SÂMIA

 

Colunista Cacau Menezes

 
Proteção
Nesses dias tórridos de sol se tem visto algo diferente nas ruas de Florianópolis: pessoas, principalmente senhoras e moças, caminhando para cá e acolá fazendo uso de guarda-chuva e sombrinhas, para se proteger dos raios ultravioleta. Santa Catarina, para quem não sabe, é, disparadamente, campeão nacional de incidência de câncer de pele. E, nas praias, o panorama é diferente: famílias inteiras, incluindo crianças, se encaminhando para a praia em pleno meio-dia, de sol a pino. Um crime contra sua própria saúde,.

 

 

 


Tereza Ramos não consegue atender demanda de Raio-X

 O Hospital Tereza Ramos é referência na região, atendendo todos os municípios que fazem parte da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures). 
 
O Hospital Tereza Ramos é referência na região, atendendo todos os municípios que fazem parte da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures). O hospital também é o único que faz exames Raio-X através da rede pública, que não são mais realizados pelo Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, devido a falta de estrutura. Estes e mais uma série de fatores fazem com que a demanda, que cresce cada vez mais, não seja suprida. O problema gera transtornos, como filas de espera pelos laudos, que podem chegar até dois meses.

De acordo com o diretor do hospital, Osmar Guzatti, são realizados uma média de 5.000 exames de Raio-X a cada mês. Outro fator agregado é a falta de profissionais especializados para o atendimento. "Hoje o HTR conta com seis médicos e em breve a Secretaria de Estado da Saúde deve contratar mais dois, o que deve melhorar bastante a situação", afirma Guzatti. Nos últimos tempos o Hospital Tereza Ramos também acolheu serviços novos, como no setor de oncologia, uma ala de queimados e uma série de outros exames pelo SUS, sendo responsável por todas as mamografias dos municípios serranos, totalizando mais de 30 por dia. "Uma das alternativas seria uma participação mais efetiva dos municípios para a realização de exames básicos, assim não sobrecarregaria o HTR", comenta.

O contrato anual entre a Secretaria de Estado da Saúde com o município será revisado e avaliado as possíveis soluções. "Queremos salientar que não serão suspensos os exames e vamos estudar alternativas". Na segunda-feira (24) foi feita uma reunião entre diretores e radiologistas para definir situações como o cumprimento da carga horária dos profissionais, que estava apresentando problemas.

Nossa reportagem tentou entrar em contato com o Secretário Municipal da Saúde, Juliano Polese, para obter mais informações, mas o mesmo estava viajando até o fechamento desta edição.
 
 
 
Fonte: Redação JOM