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Infartos matam mais

Os infartos e suas complicações ajudaram a elevar o número de mortes causadas em Joinville pelas doenças do aparelho circulatório, o principal motivo de mortalidade na cidade – e no mundo, causas naturais entram aí. Na década de 90, o infarto nunca atingiu a marca de 100 mortes/ano. Em 2009, pulou para 158 e neste ano, até julho, já são 75 mortes.


Antes dos 60

Das mais de 600 mortes por infarto em Joinville desde o início de 2005, quase 30% das vítimas não tinham completado 60 anos de idade. Os homens ainda são o grupo de maior risco, mas as mulheres já representam mais de 40% das mortes causadas pelo infarto.
Nota da assessoria de Marco Tebaldi mostra o tucano defendendo uma frente municipalista apenas com os ex-prefeitos na Câmara. Um quinto dos futuros federais já esteve no comando de prefeituras. No caso da bancada de SC, nove dos 16 eleitos são ex-prefeitos.

 

Geral

SUPERBACTÉRIA
Preocupação sim, pavor não

Anvisa anuncia nota técnica e diz que é injustificado alarde sobre micro-organismoNesta segunda-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve divulgar uma nota técnica dirigida a hospitais, secretarias de saúde e comissões de controle hospitalar para fazer frente a um inimigo que vem deixando de ser tão invisível: a bactéria multirresistente KPC. O esforço é para evitar a disseminação do surto de superbactéria que já causou a morte de 18 pacientes em hospitais do Distrito Federal.

Um deles, o Regional de Santa Maria, chegou a sugerir deixar de receber pacientes na unidade de tratamento intensivo (UTI), alegando não ter recursos para conter o surto que ameaça pacientes internados. No Estado de São Paulo, 24 pessoas morreram entre julho de 2009 e julho deste ano após a infecção. Paraná e Paraíba confirmaram casos de infecção por KPC.

A norma técnica enfatizará recomendações para profissionais de saúde, como a higienização de mãos, e reforçará a necessidade de que Estados e municípios notifiquem os casos. Mas também limita as restrições a serem impostas por hospitais. “O documento não recomendará a interrupção do funcionamento dos serviços de saúde”, divulgou a agência, que também afirmou que não concordará com o “uso de quaisquer mecanismos que discriminem os pacientes portadores de micro-organismos multirresistentes”.

Na sexta, a Anvisa aprovou norma que exige que clínicas e hospitais, privados ou particulares, instalem dispensadores de álcool em gel em pontos de atendimento a pacientes (como quartos e ambulatórios). A agência também determinou que, em 30 dias, farmácias passem a reter a receita médica na venda dos antibióticos. As resoluções serão publicadas no “Diário Oficial da União” desta semana.

Mesmo assim, a agência não classifica como excepcional o contágio da superbactéria. “Não houve alteração nos últimos meses na taxa média de 14% de infecção por causa da KPC”, disse na sexta o diretor da agência, Dirceu Barbano. A Secretaria de Saúde do DF pediu que os brasilienses não deixem de procurar a rede de saúde por temer a bactéria. “O microorganismo só ataca quem está com a imunidade muito baixa, especialmente pacientes de UTI”, divulgou.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia do DF, os pacientes que correm mais risco de infecção são os que fazem uso de sonda, cateter, pulsão venosa ou em outra situação que favoreça a infecção. Para a infectologista Maria de Lourdes Ferreira Lopes, a regulamentação das farmácias ajudará a controlar infecções. “Hoje, quem tem febre toma antibiótico. Isso ajuda as bactérias a ficarem resistentes”.

 

 

A NOVA FACE DA AIDS
Na cidade pequena e na família


Estudo mostra que doença passou a fazer parte de uniões estáveis e chega ao interior dos estados, o que era incomumSanta Catarina registrou o primeiro caso de Aids em 1984. Era um homem, 34 anos, homossexual, que vivia fora do Estado e voltou para perto da família, em Chapecó. Nestes 26 anos, o perfil do contaminado mudou. Antes, estavam no topo das pesquisas homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas injetáveis. A maioria vivia em grandes cidades, principalmente no litoral.

Atualmente, é grande a incidência do vírus entre homens e mulheres heterossexuais que não usam drogas e mantêm relações estáveis. Uma mudança radical de perfil. Neste ano, dois municípios tiveram notificados casos de Aids pela primeira vez. Localizados no Alto Vale do Itajaí e Extremo-Oeste, Mirim Doce e Riqueza entraram para o mapa das 251 entre as 293 cidades catarinenses com registros da doença.

É o que os técnicos chamam de interiorização da epidemia, um retrato do que ocorre no país. Santa Catarina tem, até o momento, 23.162 casos notificados de Aids, e, a cada ano, novos casos e infecções associadas são diagnosticados.

– Existem tratamentos eficazes para a Aids, mas não há cura. A população precisa se conscientizar que a Aids não tem cara – observa Iraci Batista Silva, gerente de Vigilância das Dsts/HIV/Aids da Vigilância Epidemiológica.

Entre 1986 e 1989, a taxa média de letalidade era de 29% entre os casos registrados da doença. Em 1994, o maior índice apresentado até os dias atuais: 51,5%. A média entre os anos de 1986 e 2009 é de 36,9%.

Na faixa etária do adulto jovem, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), a Aids figura entre as principais causas de mortalidade, tendo sido a maior causa de morte das mulheres na faixa etária de 20 a 49 anos no período de 1996 a 2009. Supera, inclusive, os óbitos por câncer de mama.

Para Iraci, intensificar a prevenção é a chave para combater o vírus, através de intervenções específicas na área da saúde e intervenções sociais. Garantir o acesso das pessoas à prevenção, ao tratamento e aos serviços de apoio, bem como melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/Aids é fundamental para o controle da doença.

– Hoje, Aids não é uma sentença de morte. Com medicação e tratamento correto, a pessoa contaminada pode viver muitos anos. Além disso, apesar de todas as pesquisas, não existe nada que aponte para a cura dentro de um breve espaço de tempo – disse Iraci.

A respeito da interiorizarão da epidemia, as previsões não são boas:

– Vai chegar um tempo em que todos os municípios terão a doença. O problema vai avançar – diz a coordenadora das Dsts/HIV/Aids.

A presença da doença em pequenos municípios tem explicações. Uma delas é a constante movimentação entre as regiões.

– Este vaivém coloca pessoas em contato. No Oeste do Estado, observa, há um grande número de profissionais caminhoneiros. A cultura masculina leva à “compra de sexo”, muitas vezes sem proteção. Por isso, temos casos de mulheres com um único parceiro contaminadas – explica Iraci.

angela.bastos@diario.com.br

ÂNGELA BASTOSPesquisa
Análise do Ministério da Saúde revela comportamento do brasileiro
- Homens usam preservativos 40% a mais do que as mulheres.
- Quanto mais jovem, maior a probabilidade de uso de preservativo (a cada ano, diminui 1% a chance de o indivíduo usar preservativo).
- Quem teve mais de cinco parceiros casuais nos últimos 12 meses tem quase duas vezes mais chance de usar preservativo do que os que não tiveram.
- Quem já pegou preservativo distribuído gratuitamente tem duas vezes mais chance de usá-lo do que aqueles que nunca pegaram.

 


A NOVA FACE DA AIDS
Camisinha, entre o saber e o usoA última pesquisa do Ministério da Saúde sobre comportamento sexual do brasileiro ouviu 8 mil entrevistados nas cinco regiões do país. Foram homens e mulheres entre 15 e 64 anos. De acordo com o estudo, 77% dessa população (66,7 milhões) teve relações sexuais nos 12 meses que antecederam a pesquisa, finalizada no final de 2008. As principais diferenças de comportamento estão entre homens e mulheres.

Entre eles, 13,2% tiveram mais de cinco parceiros casuais no ano anterior à pesquisa; entre elas, esse índice é três vezes menor (4,1%). Dez por cento deles tiveram, pelo menos, um parceiro do mesmo sexo na vida, enquanto só 5,2% delas já fizeram sexo com outras mulheres. A vida sexual deles também começa mais cedo: 36,9% deles tiveram relações sexuais antes dos 15 anos; entre elas, esse índice cai para menos da metade, 17%.

A pesquisa constatou ainda que quase metade da população (45,7%) faz uso consistente do preservativo com seus parceiros casuais (usou em todas as relações eventuais nos últimos 12 meses). As principais diferenças estão entre homens e mulheres e por faixa etária. Homens usam mais preservativos do que as mulheres em todas as situações.

Brasileiro sabe que não tem cura e que camisinha protege

A população brasileira tem um elevado índice de conhecimento sobre as formas de infecção e de prevenção da Aids – mais de 95% da população sabe que o uso do preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção. O conhecimento é maior entre pessoas de maior escolaridade. Mas mesmo entre aqueles com primário incompleto, o preservativo é bastante conhecido. Além disso, 90% dos brasileiros afirmaram saber que a Aids ainda não tem cura.

A comparação dos resultados de 2008 com os da mesma pesquisa realizada em 2004 acenderam o alerta para o Ministério da Saúde: o brasileiro tem feito mais sexo casual. Em 2004, 4% das pessoas haviam tido mais de cinco parceiros casuais no ano anterior. Em 2008, esse índice subiu para 9,3%. A pesquisa identificou, também, uma tendência na queda no uso do preservativo. Passou de 51,6% em todas as parcerias eventuais, em 2004, para 46,5% em 2008.

 

Os números
RIO GRANDE DO SUL
O estudo reflete, pelos números, a mesma situação nos outros dois Estados da Região Sul. Confira os números:
- 496 municípios e 400 com notificação; representam 80,5% dos municípios gaúchos;
- Total de casos notificados em adultos: 46.490 casos em adultos, e em crianças, 2.017 casos
PARANÁ
- 399 municípios e 386 com notificação; representam 96,7% dos municípios paranaenses;
- Total de casos notificados em adultos: 21.378 casos; em crianças, 818 casos.
Fonte: Ministério da Saúde

 

A NOVA FACE DA AIDS

Preconceito em cidades menoresCom 2.450 habitantes, a cidade de Lacerdópolis, no Meio-Oeste de Santa Catarina, batalha contra o preconceito. Os assuntos sobre Aids ou qualquer outra doença sexualmente transmissível são quase proibidos nas rodas de conversa.

Tanto que existe um caso soropositivo notificado na cidade, mas nem a Secretaria de Saúde do município sabe. Isso porque a pessoa, provavelmente, procurou atendimento em outra cidade. O motivo: evitar o preconceito. Embora a ética dos profissionais de saúde prometa segredo sobre o assunto, muita gente prefere não correr o risco.

Há, ainda hoje, pessoas que acabam deixando a prevenção de lado e sequer descobrem ter contraído a doença. Conforme a enfermeira responsável pela Saúde, Marineia Storti, existe preconceito até sobre a utilização de preservativos.

– É complicado falar até sobre preservativos. E mais ainda sobre a Aids e as demais doenças. Fizemos um trabalho intenso relacionado à prevenção – salienta.

Para quebrar as barreiras, os adolescentes se tornaram público assíduo de palestras realizadas nas escolas. O assunto geralmente é integrado às disciplinas e a intenção é explicar sobre os males da falta de prevenção, para não precisar remediar no futuro.

Agentes comunitários ajudam com informação

As datas das palestras são combinadas com os professores, de acordo com a disponibilidade das grades escolares. Além disso, as agentes comunitárias de saúde fazem visitas familiares e abordam o assunto.

Elas checam se as mulheres fizeram exames de colo de útero, por exemplo. E ainda explicam as finalidades de procurar um médico com frequência, focando nos malefícios que uma doença não tratada pode trazer à saúde. Em se tratando de Aids, pelo menos dois exames são realizados a cada mês. A enfermeira faz uma observação:

– A maioria das pessoas com suspeita da doença prefere procurar municípios maiores, com medo do preconceito que ainda existe nas cidades do interior.

 

DAISY TROMBETTA | Joaçaba

 

Serviço-


- Médicos - A Secretaria de Estado da Saúde abriu processo seletivo para a contratação de médicos residentes para o exercício de 2011. As inscrições são exclusivamente pela internet e devem ser feitas até o dia 5 de novembro pelos sites rmsaude.fepese.org.br ou www.saude.sc.gov.br

 

Colunista Cacau Menezes


Entre adolescentes
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2009, quase 12 mil adolescentes, entre 13 e 19 anos, contraíram o vírus HIV. A média de novos jovens infectados no país, a cada ano, é de 661.

Em Santa Catarina, 144 pessoas entre 10 e 19 anos desenvolveram a doença entre 2005 e junho de 2009.