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MORTE NO INFANTIL
Cinco meses sem respostas

Mãe do menino que não resistiu depois de receber injeção ainda vive a dor da dúvida
Todos os dias, a pequena Natália, de quatro anos, faz um pedido dolorido à mãe dela, Ana Paula Kotviski. Quer encontrar o irmão Felipe Malaquias, que está num lugar acessível apenas a lembrança das duas. O menino morreu em maio, durante um atendimento no Hospital Materno Infantil Jeser Amarante Faria, em Joinville. “Dizem que o tempo faz a saudade passar, mas a minha aumenta todos os dias. Eu sei que ele não volta”, desabafa a mãe.

A morte do bebê de um ano e cinco meses foi cercada de dúvidas para os familiares. Felipe chegou ao hospital no dia 4 de maio com um quadro de bronquite. Momentos após receber uma injeção, o coração dele parou. Para a mãe, que segurava o menino no colo no instante em que ele morreu, houve erro de procedimento. “Eles colocaram cloreto de potássio na injeção e isso levou o meu filho à morte. Mataram o meu filho, não tenho dúvidas”.

Na época, as certezas de Ana Paula teriam sido confirmadas informalmente por funcionários do hospital, ela afirma. Desesperada, Ana só teve acesso ao prontuário uma semana após a morte. O laudo do Serviço de Verificação de Óbito foi inconclusivo. “Comecei a pesquisar sobre o assunto e tudo batia com a minha certeza. Podem tentar esconder, mas a minha certeza, eles não tiram”.

Na mesma semana da morte de Felipe, Ana Paula foi ao Ministério Público denunciar o hospital. A denúncia foi aceita e encaminhada para investigação pela Delegacia de Proteção a Mulher e ao Menor. O caso também passou a ser acompanhado pelo Conselho Regional de Enfermagem, que apura a conduta da enfermeira que aplicou a injeção.

A mãe bateu em várias portas, mas poucas foram abertas até agora. “Todos me falam a mesma coisa, que é difícil que eu consiga alguma coisa. Também não tenho mais esperanças de ver a punição para quem matou o Felipe.”

 

MORTE NO INFANTIL

“O que sei é pela escrivã ou pela delegada”Lembrar dos últimos cinco meses sem Felipe deixa a mãe emocionada. Não somente pela falta que o menino faz, mas também pelo sentimento de frustração que ela carrega. Ana mudou-se para Schroeder na expectativa de reconstruir a vida, mas um quadro depressivo impediu que isso acontecesse. “Eu só chorava e dormia. Não conseguia mais conversar com ninguém, não queria mais receber visitas, não queria nem trabalhar”, lembra.

Ela ficou menos de um mês fora da cidade. Acabou voltando, mas não conseguiu acompanhar as investigações. “Nunca mais voltei ao hospital. A última vez que entrei lá, fui escondida”, conta. “Tenho pouco acesso a informação. O que sei é sempre pela escrivã ou pela delegada”.

Os pais também encaminharam processo na instância cível, pedindo indenização ao médico que atendeu Felipe, ao hospital estadual e à organização social Hospital Nossa Senhora das Graças, que administra a instituição.

 

MORTE NO INFANTIL
Laudo fechado e inquérito a passos curtos


A direção do Hospital Infantil foi procurada para se posicionar sobre as denúncias de Ana e somente se manifestou por meio da assessoria de imprensa. A informação é de que não foi constatada evidência que confirme as suspeitas da mãe de Felipe. A nota da assessoria afirma que “a equipe reuniu registros e evidências de procedimentos, analisou resultados de exames e confrontou fatos e dados com referências científicas”.

O relatório da Comissão de Análise de Óbitos do hospital não foi entregue a nenhum membro da família de Felipe. A imprensa também não teve acesso. Por meio da nota, a direção garante que os documentos da investigação foram entregues à polícia.

Conforme a delegada responsável, Marilisa Bohem, o laudo técnico entregue para ajudar nas investigações está no Instituto Geral de Perícias para análise. “O corpo do menino deveria ter ido para o Instituto Médico Legal. Agora dependemos de outros fatores, por isso não é possível prever a conclusão do inquérito”.

O Conselho Regional de Enfermagem também não avançou. A entidade ouviu depoimentos, entre eles o da enfermeira que atendeu o bebê, mas aguarda dados. “Seguimos as investigações da polícia”, explica a coordenadora Rosilda Silva. Segundo a direção do Infantil, os profissionais que atenderam Felipe continuam como prestadores de serviços e colaboradores, “com exceção de uma colaboradora que pediu demissão”.

 


SAÚDE
Força-tarefa contra a obesidade


Profissionais do programa Obesimor fizeram um mutirão contra a doença

A saúde da aposentada Maria Aparecida Vieira de Brito, 59 anos, sempre esteve em dia. Mas nem por isso ela relaxa nos cuidados com o corpo. Não é à toa que Maria fez questão de passar na praça Nereu Ramos, no Centro de Joinville, ontem à tarde, para fazer mais um check-up completo.

Profissionais de várias áreas da saúde e voluntários fizeram uma força-tarefa contra a obesidade nos arredores da praça. A iniciativa é do Obesimor – setor de tratamento de obesidade mórbida do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

Os especialistas se dividiram em tendas montadas para orientar os pedestres e fazer avaliações gratuitas em crianças, jovens, adultos e idosos. “Saí de casa só para medir minha pressão. Eu faço isso com bastante frequência. Sempre que fico sabendo de alguma atividade como essa, eu participo”, conta Maria.

Além de medir a pressão, Maria e outras pessoas passaram por avaliações com nutricionistas e professores de educação física. Aqueles que apresentaram alguma possibilidade de obesidade foram encaminhados para consulta em postos de saúde do município.

Segundo uma pesquisa divulgada em agosto pelo IBGE, Santa Catarina lidera o ranking de obesidade entre crianças de dez anos, os jovens de 24 anos e as idosas de mais de 75 anos. Em Joinville, o Hospital Regional é a única unidade de saúde a fazer a cirurgia bariátrica (redução de estômago).

 

Visor

CONSCIENTIZAÇÃO
Atingindo em torno de 1,5 milhão de pessoas no Brasil, a artrite reumatoide pode ser tratada de forma eficaz quanto antes diagnosticada. Terça-feira acontece o Dia Mundial de Conscientização sobre a doença, das 13h às 18h, no Iguatemi Florianópolis.



Geral

 
FERIADÃO SEGURO
Atenção, pais! Cadeirinha e cinto são fundamentais


Motoristas da Beira-Mar Norte, em Florianópolis, foram orientados sobre a importância do acessório nas cidades e estradasPara alertar motoristas sobre a importância das cadeirinhas para crianças, médicos ortopedistas e guardas municipais de Florianópolis fizeram ontem uma blitz educativa na Avenida Beira-Mar Norte. Com o feriadão de Nossa Senhora Aparecida, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também pretende ficar de olho se os pequenos estão sendo transportados corretamente na rodovias.

O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), no Estado, André Luís Fernandes Andújar, alerta que, apesar do apelo de ser feriado, que aumenta o movimento nas estradas, a cadeirinha é indispensável no dia-a-dia.

– Saiu da maternidade, o bebê já precisa estar na conchinha, no banco de trás. A maioria dos acidentes acontece em trajetos curtos e em velocidade baixas e médias.

O médico junto com outros cinco ortopedistas do Hospital Infantil da Capital, seis guardas municipais e um policial militar, abordaram motoristas que estavam com crianças no carro. Eles checaram se elas estavam sendo transportadas de maneira adequada, deram orientações, entregando um folder explicativo e colheram informações para uma pesquisa.

Em 2008, eles ouviram 155 motoristas na mesma sinaleira da Avenida Beira-Mar Norte e destes, 58,7% estavam com crianças colocadas de maneira errada no carro.

O estudo também constatou que 38% dos entrevistados desconheciam a cadeirinha. A ideia é comparar esses números com os dados levantados ontem.

De acordo com dados da SBOT, o equipamento é responsável por reduzir em 70% as mortes de crianças em acidentes de carro. Ele também diminui em 80% a chance de lesões na coluna cervical, rosto e crânio.

julia.antunes@diario.com.br

JÚLIA ANTUNES
Não arrisque Fontes: SBTO e Secretaria de Estado da Saúde

- a principal causa de morte de crianças entre 1 a 14 anos de idade são os acidentes de trânsito. São cerca de 2 mil por ano em todo o Brasil.
- quase 40 mil crianças sofrem lesões irreparáveis, por causa de acidentes de trânsito.
- uma criança que pesa 10 quilos, por exemplo, se sofrer um acidente a 50 km/h, é lançada para frente com um peso equivalente a 500 quilos.
- quem tiver quatro crianças, com menos de 10 anos, pode transportar a mais velha no banco da frente, desde que use o assento indicado.
- não coloque o cinto de três pontos por baixo do braço da criança nem por trás das costas. Nem deixe o cinto na altura do pescoço dos pequenos.
Previsão do tempo Fonte: Epagri/Ciram
- Hoje: sol e aumento de nuvens em SC e chuva fraca à noite da Grande Florianópolis ao Norte do Estado. Temperatura mais baixa, com chance de geada fraca em regiões altas do Planalto Sul.
- Domingo: sol com nuvens do Oeste ao Litoral Sul. Nas demais regiões, tempo instável, com chuva no início e no fim do dia. Chance de geada fraca nas áreas altas do Planalto Sul.
- Segunda-feira: sol aparece, mas há aumentos de nebulosidade no decorrer do dia em todas as regiões de Santa Catarina. Pancadas de chuva à noite no Planalto Sul e Litoral Sul.
- Terça-feira: áreas de baixa pressão continuam atuando em todo o Estado, provocando chuva com períodos de melhoria, nebulosidade variável e aberturas rápidas de sol.
- Primavera: a estação traz muitas combinações de umidade e calor para instabilidade. Por isso, a previsão apresenta uma maior variabilidade neste período, que vai até dezembro, quando começa o verão.
Segurança
- Não se esqueça de levar sua documentação e a do veículo.
- Faça a revisão carro. Não se esqueça de calibrar os pneus e verificar o óleo do motor, limpador de para-brisa e o funcionamento dos faróis e lanternas.
- Conheça previamente o itinerário da viagem.
- Opte por consumir alimentos leves antes de dirigir.
- Não consuma bebidas alcoólicas e nem use analgésico, tranquilizantes e excitantes, que trazem consequências desastrosas no trânsito.
- Durma algumas horas a mais das habituais antes de pegar a estrada.
- Caso tenha sono, pare o veículo em local seguro e procure esticar o corpo e caminhar um pouco.
- É recomendado parar a cada 160 quilômetros ou duas horas e descansar cerca de 15 minutos.
- Só pare no acostamento em caso de emergência. Muitos acidentes envolvem veículos parados no acostamento.
- Em caso de neblina, o motorista deve reduzir a velocidade gradativamente e se guiar pela sinalização de solo da pista.
- Em caso de chuva, redobre a atenção e reduza a velocidade a um limite seguro.
Fonte: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

 

 

ILEGAL
Clínica de aborto é fechada no Sul


Um técnico de enfermagem que já atuou como socorrista do Corpo de Bombeiros e do Samu foi levado à delegacia ontem, em Braço do Norte, no Sul do Estado, por comandar uma clínica clandestina de abortos.

O suspeito prestou depoimento na delegacia de polícia e vai responder processo pelos crimes de prática de aborto e exercício ilegal da profissão. De acordo com o investigador Alexandre Martimiano, a clínica funcionava na própria casa do acusado, que ainda dormia no momento da chegada dos policiais. Como nenhum procedimento era realizado, não fico caracterizado o flagrante, e por isso ele não ficou detido.

Em depoimento ao delegado Leonardo Valente, o suspeito, conhecido na cidade como “parteiro”, negou que fizesse abortos. Ele garantiu que todo o material encontrado em sua casa foi utilizado em cursos de enfermagem dos quais ele teria participado recentemente.

Os abortos, segundo apurou a investigação da polícia, eram praticados há mais de um ano. O serviço custava, pelo menos, R$ 1 mil.

 

Braço do Norte