OBESIDADE
Eterna briga contra a balança
Em Joinville, 817 pessoas estão na fila para fazer redução do estômago
Lucimar Miranda, 41 anos e Vera Martins Araújo, 46, parecem amigas de infância. Sabem de detalhes das histórias delas e dão risadas das mesmas coisas, mas se conheceram há apenas um ano em uma situação que não era esperada por nenhuma das duas: nas reuniões do grupo de apoio de controle à obesidade.
As amigas também tem recordações parecidas. Elas eram “magrinhas” quando jovens, mas a rotina e a falta de informação as levaram a alcançar a obesidade. Hoje, Vera comemora o aniversário de dois anos de cirurgia bariátrica (redução de estômago). E Lucimar espera o momento de fazer a cirurgia. No total, são 847 pessoas na fila do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, aguardando a liberação para a cirurgia.
Para evitar o aumento do número de pacientes com obesidade e comorbidades (distúrbios decorrentes da obesidade) a Obesimor – setor de tratamento da obesidade mórbida do Hospital Regional – preparou uma campanha de prevenção à obesidade, hipertensão arterial e arterosclerose adulto e infanto-juvenil.
Profissionais de várias especialidades estarão hoje na praça Nereu Ramos para fazer avaliações gratuitas em crianças, jovens, adultos e idosos. A força-tarefa contará com 12 setores montados no local para o público fazer o passo-a-passo.
Depois de medir a pressão, o paciente passará por avaliações com nutricionistas e professores de educação física. Se for detectada alguma possibilidade de obesidade, haverá o encaminhamento para postos de saúde para consultas mais aprofundadas.
Os postos de saúde são a única forma de chegar à fila da cirurgia de redução de estômago do SUS e o Regional é o único a fazer a cirurgia. “É o nosso jeito de garantir que apenas as pessoas que realmente precisam da cirurgia procurem o hospital. Muita gente chega nos postos achando que a cirurgia é estética”, conta Nailza Fião, coordenadora do Obesimor. Ela diz que a cirurgia só é recomendada quando houver mais risco de morte por causa da obesidade do que na cirurgia.
claudia.morriesen@an.com.br MORRIESEN
CLAUDIA
OBESIDADE
Tudo começa pela alimentação
A briga com a balança é quase uma epidemia no País.
Santa Catarina lidera o ranking de obesidade entre as crianças de dez anos, os jovens de 24 anos e as idosas de mais de 75 anos, segundo uma pesquisa do IBGE divulgada em agosto. “Isso ocorre muito por causa da nossa tradição italiana e alemã e acreditar que gordura é sinônimo de saúde”, analisa Ana Maria Jansen, diretora do Hospital Regional.
Lucimar e Vera sabem disso muito bem. Enquanto Lucimar trabalha como confeiteira, Vera é casada com um. Desde que fez a cirurgia bariátrica, Vera tem que dizer não aos doces que o marido faz. Mesmo depois de perder 30 quilos, ela continua participando das reuniões do Obesimor e precisa controlar a gula.
“Eu me sinto bem mais feliz, meu humor melhorou muito. Antes da cirurgia eu não queria nem sair de casa, não tinha mais vida social”, diz Vera, que agora é presidente da Associação de Obesos Mórbidos de Joinville.
A reeducação alimentar é a principal lição para a vida saudável pós-cirúrgia. Não é só o obeso que tem que aprendê-la. Na casa de Lucimar, todos já se adequaram para apoiá-la. “Minha filha, que não tinha problemas de peso, eliminou oito quilos desde que mudamos os hábitos alimentares”, conta Lucimar, que perdeu cinco quilos desde que começou a participar das reuniões da Obesimor.
LEI ANTIFUMO
Mais 90 dias para começar a valer
A lei antifumo já tem data para entrar em vigor em Joinville: 6 de janeiro. Autorizada pelo prefeito Carlito Merss, a lei proíbe o consumo de cigarros, charutos e afins em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados. A nova lei será publicada hoje no “Jornal do Município”, mas, como não houve a mudança prevista no texto do projeto, entra em vigor em 90 dias, não imediatamente.
O prazo é para que donos de estabelecimentos comerciais busquem alternativas para atender ao público fumante e providenciar placas com o aviso da proibição para informar telefones e endereços dos órgãos municipais responsáveis pela fiscalização. No caso, a Vigilância Sanitária e o Procon.
“Neste período, os fiscais da Vigilância serão capacitados para que a fiscalização seja padronizada”, explica a gerente de Vigilância em Saúde, Jeane Vieira. Segundo ela, a vigilância também fará uma campanha de orientação com foco nos empresários, em parceria com a equipe do Programa de Controle de Tabagismo.
Donos de estabelecimentos ainda afirmam ter dúvidas sobre a lei. “Tenho uma área externa, com toldo. Se necessário, posso retirá-lo para que os clientes possam fumar e consumir o narguile [fumo de origem árabe]. Nem que seja só quando não estiver chovendo”, diz o dono do bar Kibs, Samir Haidar.
“Se não, terei que demitir funcionários. O narguile representa hoje de 10% a 15% do faturamento”, ressalta. Outros empresários como Kristhian Lenoch, sócio do pub Bovary, e Henrique Dalbosco, da Moom, do Mango Tex Mex e do Zum Schlauch, querem destinar áreas externas a fumantes.
A única alternativa será instalar um sistema para controlar entrada e saída de fumantes, afirma a gerente da Vigilância em Saúde, Jeane Vieira. “Não haverá mais ‘fumódromo’ nesses locais, mesmo numa área descoberta. Quem tiver necessidade de fumar, terá que fumar na rua, ao ar livre”.
Sem plano
A pesquisa da Unville e da Secretaria de Saúde de Joinville apontou que somente 27% das pessoas com mais de 60 anos de idade contam com plano de saúde na cidade. O dado é baseado em amostragem. Mas é por aí mesmo, pela Agência de Saúde Suplementar, 26% dos idosos têm plano.
Visor
DESCASO PÚBLICO
As fotos mostram o atendimento móvel odontológico de uma prefeitura catarinense. Atendia crianças e acabou sendo interditado pelo Conselho Regional de Odontologia do Estado por total falta de condições de uso...
...É um dos problemas que afligem os dentistas que trabalham no atendimento público em várias prefeituras do Estado. Outros: desvios de recursos destinados ao atendimento odontológico, condições precárias de equipamentos e ausência de plano de cargos e salários. Hoje, o CRO promove o 1º Simpósio Catarinense de Odontologia Pública e Privada, na Assembleia Legislativa.
PROTEÇÃO A ANIMAIS
Vacinação contra raiva é suspensa
O Ministério da Saúde decidiu suspender ontem as campanhas de vacinação de cães e gatos contra raiva em todo o país. A decisão foi tomada após resultados preliminares de investigação laboratorial informados pelo Ministério da Agricultura.
A investigação laboratorial, realizada com cobaias, indicou a ocorrência de efeitos graves e mortes depois da vacinação que, até então, não eram previstos na literatura científica disponível. Entre as reações inesperadas estão hemorragia, dificuldade de locomoção, hipersensibilidade de contato e apatia intensa.
Com base nesses resultados, como medida cautelar, o Ministério da Agricultura recomendou a interrupção temporária do uso da vacina até que a investigação laboratorial seja concluída. Os resultados preliminares indicam alterações ocorridas apenas nas amostras colhidas nos Estados.
De acordo com o Ministério da Saúde, as alterações não ocorreram nos testes iniciais feitos pelo Ministério da Agricultura para a liberação da vacina e nem na contraprova de amostras mantidas em estoque.
O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, explicou que as informações sobre ocorrência de mortes e casos graves disponíveis até ontem não eram suficientes para suspender a vacinação.
Segundo Hage, embora os dados ainda sejam insuficientes, foi verificado que os sintomas nos animais começaram em até 72 horas após a vacinação em diversos Estados:
– Até então, tínhamos relatos de mortes e casos graves nos Estados, mas sem evidências de estudos controlados em laboratório. Agora que temos essas informações, mesmo que preliminares, decidimos suspender a vacinação preventivamente, até que os estudos sejam concluídos – disse o diretor.
A vacina que está sendo analisada é a RAI-PET, produzida pelo laboratório Biovet, que desde 2003 tem registro no Ministério da Agricultura – responsável pelos testes de qualidade nas vacinas animais.
São Paulo As doses
- O Ministério da Saúde comprou 30,9 milhões de doses da vacina ao custo de R$ 23,4 milhões.
- Do total de doses, já foram distribuídas 22,6 milhões aos Estados, e o restante está em estoque.
- Com a suspensão da campanha, as secretarias estaduais e municipais de Saúde devem manter as vacinas acondicionadas em ambiente refrigerado – entre 2°C e 8°C – até a conclusão dos estudos.
Dia a Dia
Blitz - Hoje, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e o Serviço de Ortopedia Hospital Infantil Joana de Gusmão farão uma blitz na Avenida Beira-Mar Norte, na Capital para conferir se o uso das cadeirinhas para crianças está sendo feito de modo correto. A ação acontecerá pela manhã e conta com o apoio da Guarda Municipal.
- Plantas medicinais - Pesquisadores da América Latina e da Península Ibérica reúnem-se, entre os dias 18 e 20 de outubro, em Itajaí, para discutir o uso científico das plantas medicinais. Temas como qualidade dos medicamentos fitoterápicos estão entre as pautas do evento. Informações através do telefone (47) 3341-7930
UTI pra bebezinhos do Santa Inês pode fechar a qualquer momento
A unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do hospital Santa Inês, em Balneário Camboriú, poderá fechar as portas hoje. O motivo é a falta de renovação do contrato com a empresa SGL Serviços Médicos, que toca os atendimentos por ali. Os dotores responsáveis pelo trampo(TRABALHO - Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. O produto dessa atividade; obra. Esforço, empenho. Preocupação, cuidado, aflição:
ameaçam picar a mula.
A UTI neonatal atende pacientes do Balneário, Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, entre outras citys do estado que não contam com a aparelhagem modernosa. Os serviços são tocados pela empresa terceirizada SGL desde que rolou a intervenção da prefa
PREFEITURA - Edifício em que se localizam os gabinetes e demais dependências da administração municipal. Função de prefeito. Tempo de duração da função de prefeito. Subdivisão do Império romano administrada por um prefeito.
no hospital, em 2008. O contrato, que deveria ser renovado a cada ano, venceu há pouco mais de um mês, e desde então os dotores não tiveram nenhuma sinalização da prefa
PREFEITURA - Edifício em que se localizam os gabinetes e demais dependências da administração municipal. Função de prefeito. Tempo de duração da função de prefeito. Subdivisão do Império romano administrada por um prefeito.
sobre a continuidade do trampo
TRABALHO - Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. O produto dessa atividade; obra. Esforço, empenho. Preocupação, cuidado, aflição:
Ontem, de acordo com uma fonte do hospital, os bebês dos nove leitos foram transferidos pra hospitais da região. Mas até o fechamento desta edição, à noite, a UTI neonatal ainda não tinha parado de funcionar.
Duas versões
De um lado, uma funcionária do hospital, que não quis se identificar, afirma que a treta
PROBLEMA, CONFUSÃO, GOLPE - Problema. Tudo que é difícil de explicar, resolver, tratar, lidar etc.: essa criança é um problema.
rola
ACONTECE -
por culpa dos próprios administradores do hospital. Afirma que os caras queriam diminuir em 40% o repasse à turma da UTI neonatal. Pretendiam mudar os serviços e, por isso, ainda não teriam renovado o contrato. “Dizem que vão fechar à meia-noite de amanhã [hoje]”, conta.
Já o administrador do hospital, dotô
DELEGADO -
Eroni Forest, alega que não renovou o contrato com a SGL porque os médicos pediram um adicional de dindim
(DINHEIRO - Moeda romana. Nome de várias moedas de diferentes nações antigas e modernas. Qualquer espécie de moeda, numerário, soma ou quantia. A moeda corrente.
pelo trampo
(TRABALHO - Atividade física ou intelectual que visa a algum objetivo; labor, ocupação. O produto dessa atividade; obra. Esforço, empenho. Preocupação, cuidado, aflição:
que realizam por lá. Por mês, o município repassa R$ 22 mil pra UTI neonatal, que é tocada pela empresa terceirizada. “Ficou difícil manter uma UTI que atende tudo quanto é paciente do estado com verba apenas do município. Bem que o estado poderia ajudar”, desabafou. Ele não quis confirmar a retirada dos bebês do local.
O assunto seria definido numa reunião marcada às pressas pra calada da noite de ontem, entre representantes da SGL, hospital, secretaria de Saúde e prefa
PREFEITURA - Edifício em que se localizam os gabinetes e demais dependências da administração municipal. Função de prefeito. Tempo de duração da função de prefeito. Subdivisão do Império romano administrada por um prefeito.
O gestor do fundo Municipal de Saúde, Rafael Schroeder, afirma que recebeu o comunicado de que o contrato não havia sido renovado diretamente dos responsáveis pela SGL, que pediram providências. A médica responsável pela UTI neonatal, Danielle Gutierrez, não foi encontrada na tarde de ontem.
A vida segue
Vale desde agosto deste ano. É a lei 15.263 que proíbe o uso de termômetros com mercúrio nas redes hospitalar e farmacêutica
do Estado. Vale uma fiscalização.
Coluna Ponto final- Colunista Carlos Damião
Em defesa do Regional
Continuando a polêmica sobre o Hospital Regional: uma passada d'olhos pelas atividades da Câmara Municipal de São josé revela que a situação de precariedade daquele estabelecimento tem preocupado e indignado os vereadores ao longo de 2010. Desde Abril, os parlamentares vêm pedindo mais atenção do governo do estado e da prefeitura em relação ao hospital e à saúde de forma geral.
Para se ter idéia, em junho foi formada uma comissão Paralamentar especiasl, com o objetivo de "diagnosticar os problemas administrativos, carências no atendimento,falta de leiots e demanda estrutural". Conclusão da comissão: " O principal problema do Hospiatl Regional tem como consequência a falta de médicos nos postos de saúde dos bairros de são josé. Casos que poderiam ser atendidoas nas unidades estão sendo atendidos no hospital, tirando assim a vaga de uma situação realmente emergencial. E isto acontece porque não há mpedicos nos bairros".
Porta Aberta
A situação saúde em São José também pode ser sintetizada por afirmações dos vereadores, divulgadas em junho deste ano: Lédio Coelho ( DEM)- " O Governo do estado acha que o Regional é uma sala dos milagres"
Antônio Battisti(PT)
_"Não existe atendimento, nem realização de exames laboratoriais, além do Programa de saúde da Família, que não tem médicos".
Geraldo Swiech(PT)- " Não adianta falar para o povo não ir ao hospital- o povo vai ao local onde a porta esta aberta- e é no regional que a porta esta aberta".