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DIA ROSA
 

Alerta para uma doença que assusta


as mulheres

 

Evento, criado há três anos, chega a Florianópolis para chamar a atenção sobre o diagnóstico e prevenção do câncer de mama

O Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa de SC, na Capital, será palco de um evento que quer chamar a atenção para o diagnóstico precoce e prevenção do câncer. O Dia Rosa, implantado no Brasil há três anos, percorre capitais e hoje estará em Florianópolis.

Trata-se de um seminário para convidados com a presença do médico oncologista Carlos Gilberto Crippa, e a autora do livro Força na Peruca, Mirela Janotti, que falará de sua experiência na luta contra o câncer de mama, o mais comum no mundo entre as mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama.

Quem também contará um pouco de sua história aos convidados é Gisella Amaral, madrinha do evento no Rio de Janeiro e uma das organizadoras do Dia Rosa no país. Há sete anos, Gisella travou uma batalha contra o câncer e venceu, mas para isso precisou passar pela mastectomia, cirurgia de retirada da mama, que tanto assusta as mulheres. Depois de retirar os dois seios, comprometidos por quatro nódulos malignos, Gisella decidiu unir forças com outras mulheres e divulgar a prevenção.

– Só o diagnóstico precoce é capaz de salvar vítimas de câncer da metástase (quando o câncer se espalha pelo corpo) – garante.

Outro ponto tratado pelo Dia Rosa é como saber enfrentar a doença. Segundo Gisella, sem coragem, força e fé torna-se praticamente impossível lutar contra o câncer. Isso a mulher de 70 anos aprendeu bem quando foi voluntária em um hospital referência no tratamento de câncer nos Estados Unidos, o Memorial, de Nova York:

– Lá, eu era voluntária na ala das crianças com câncer. As mães de muitas moravam em outros estados e não podiam ficar no hospital o tempo todo com seus filhos. Quando as crianças ficavam tristes o câncer piorava consideravelmente. Por isso é importante não se abater.

Domingo, na revista Donna, confira a reportagem sobre o Outubro Rosa, mês mundial de prevenção à doença.

DIA ROSA


1,5 mil novos casos no Estado

Com a pergunta "você está fazendo sua parte?", o médico oncologista Carlos Gilberto Crippa iniciará sua palestra, hoje, às 19h, em Florianópolis. O questionamento servirá para que a plateia entenda que toda a população, além dos governos, tem a necessidade de ajudar a promover o diagnóstico precoce.

O Inca prevê que, neste ano, 1,5 mil novos casos de câncer de mama sejam registrados somente em Santa Catarina. O dado é bastante alarmante, segundo o médico, mas pouco pode ser feito, pois para esse tipo de câncer não há prevenção.

Por isso, o diagnóstico precoce para o tratamento rápido da doença é tão importante: torna menor a chance de risco à saúde e também minimiza mutilações.

A única forma de diagnosticar o câncer de mama no início é por meio da mamografia.

Toda mulher acima de 40 anos deve fazer o exame ao menos uma vez ao ano. Crippa explica que o autoexame da mama pode detectar um caroço ou nódulo, mas quando isso ocorre e trata-se de câncer significa que o problema já poderia ter sido visualizado por meio do exame há pelo menos cinco anos.

O câncer de colo de útero é o segundo que mais afetará mulheres no Estado neste ano. Segundo o Inca, a previsão é de aparecimento de 610 novos casos.

– Os exames para esses dois tipos de câncer devem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente. O problema é como garantir isso em cidades pequenas do interior, por exemplo. Também, por isso, a conscientização, até mesmo dos direitos legais de cada mulher, é tão importante – destaca o oncologista.

Direitos adquiridos

A Lei 11.664/08, de 29 de abril de 2008, assegura às mulheres o direito a exames de prevenção de câncer de colo de útero e de mama gratuitamente. Fica previsto que o Sistema Único de Saúde (SUS) proporcione

- informações sobre prevenção, detecção, tratamento e controle do câncer de colo uterino e mama;

- realização de exame citopatológico do colo uterino a todas as mulheres que já tenham iniciado sua vida sexual, independentemente da idade;

- realização de exame mamográfico a todas as mulheres a partir dos 40 anos;

- encaminhamento a serviços de maior complexidade das mulheres cujos exames indicarem a necessidade de complementação diagnóstica, tratamento e seguimento pós-tratamento que não puderem ser realizados na unidade que prestou o atendimento;

- os subsequentes exames citopatológicos do colo uterino e mamográficos, segundo a periodicidade instituída pelo Ministério da Saúde.

COMO SURGIU

- O Dia Rosa surgiu no Brasil inspirado no Outubro Rosa, dos Estados Unidos. O nome foi alterado porque o grupo entende que as pessoas devem separar um dia do ano, seja qual for, para fazer exames preventivos como a mamografia.

- Em 2008, foi realizado o primeiro evento do Dia Rosa em São Paulo. O segundo ocorreu no ano seguinte no Rio.

- Paralelamente, a organização promoveu debates e seminários em Natal, Brasília e Salvador. Em Florianópolis, a madrinha é Ana Paula Bornhausen.

- A programação deste ano termina com uma corrida e caminhada no dia 24 de outubro no Rio de Janeiro. Os participantes percorrerão o percurso de Copacabana até o Leblon, na zona sul.

  

CAMBARÁ


A planta que cura


Pesquisadores da Uniplac de Lages estudam as propriedades da folha da árvore típica da Serra

Difícil quem nunca ouviu da avó dicas de receitas “infalíveis” à base de plantas que nascem no quintal de casa para curar este ou aquele problema de saúde. Muitas não passam de crendices. Mas outras são estudadas e surpreendem por suas propriedades medicinais eficientes.

Foi por isso que pesquisadores da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), de Lages, resolveram estudar o cambará, árvore existente apenas nas florestas de araucária da Serra de Santa Catarina e que está em extinção devido ao uso descontrolado da sua madeira para a construção de cercas em propriedades rurais. A folha do cambará também é utilizada há séculos pelo povo da região como remédio para dores abdominais, crises respiratórias e obstrução nasal.

Assim, liderados por Valfredo Schlemper, professor de Farmacologia nos cursos de Medicina, Biomedicina e Psicologia na Uniplac, os pesquisadores foram em busca desta planta a fim de desmitificá-la, identificar suas possíveis propriedades medicinais e se realmente tem a eficácia que os moradores acreditam ter.

Os estudos iniciaram há três anos e, há alguns dias, chegaram a uma importante etapa, foi comprovado cientificamente o que os leigos já suspeitavam muitos anos atrás: a folha do cambará tem poder contra problemas abdominais e respiratórios.

Foram colhidos 150 quilos de folhas da árvore em uma fazenda no município de Bom Retiro e, deste total, obteve-se 80 miligramas do princípio ativo da planta. Um porquinho-da-índia, utilizado desde o século 19 pelos cientistas como modelo para sugerir os efeitos dos sistemas gastrointestinal e respiratório dos humanos, serviu de cobaia.

Em laboratório, partes do intestino do animal foram retiradas e mantidas vivas em cubas com um líquido que contém todas as propriedades do plasma sanguíneo. Contrações intestinais (cólicas) foram simuladas com mediadores químicos provenientes de proteínas produzidas pelo corpo humano. Estes mediadores foram colocados no intestino e, depois, aplicado o extrato da folha do cambará.

E aí está a grande conquista. A partir de um software específico, os pesquisadores constataram que a atividade antiespasmódica no intestino é maior com a aplicação do extrato da folha do cambará. Em outras palavras: o secular remédio popular da Serra Catarinense faz efeito.

– Não existe comparação do extrato da folha do cambará com medicamentos, e sim, com um padrão que simula o ambiente humano. E o resultado é positivo – diz Samuel Freitas, acadêmico do quarto ano de Medicina e um dos pesquisadores do projeto.
 

CAMBARÁ


Estudo é reconhecido nos EUA

Comprovadas as propriedades medicinais da folha do cambará, os pesquisadores da Uniplac enviaram o estudo a revistas científicas especializadas em farmacologia de produtos naturais. Um destes veículos, a Research Journal of Medicinal Plant, dos Estados Unidos, aceitou o resultado e o publicará em sua edição de 2011.

As próximas etapas do estudo consistem em provocar asma farmacológica em camundongos para analisar se o extrato de folha do cambará é tóxico ou não e, depois, realizar os testes em humanos para saber quais são os efeitos colaterais.

Mas chegar a esta etapa pode levar muito tempo. Para o professor de Farmacologia Valfredo Schlemper, vai depender de investimentos, incentivos e de políticas públicas, como o Plano Nacional de Fitoterápicos do Ministério da Saúde, que incentiva a pesquisa científica no Brasil e prevê que até 2015 pelo menos duas plantas de cada bioma brasileiro resultem em fitoterápicos reconhecidos.

– O objetivo maior é que o possível medicamento à base do extrato da folha do cambará seja aplicado nos humanos via oral. Mas até chegarmos a este ponto é necessário um trabalho que envolve uma equipe multidisciplinar, com médicos, farmacologistas e químicos – diz Schlemper.

O pesquisador garante que os medicamentos à base de plantas são eficazes, tanto que 40% do que existe atualmente nas farmácias vem de plantas. Além da folha do cambará, Schlemper estuda, desde 1996, as propriedades medicinais de outras plantas nativas da Serra Catarinense, como o pinheiro araucária, que pode ser um importante anti-inflamatório.


"Ainda é necessário trabalho com equipe multidisciplinar para transformar o extrato em medicamento"
VALFREDO SCHLEMPER Pesquisador

 

Decisão da Justiça favorece os idosos

Os planos de saúde de pessoas idosas (acima de 60 anos) não podem ser rescindidos com o argumento de que elas adoecem mais, tornando-os mais caros. A decisão foi tomada nesta semana pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça de forma unânime. Ainda cabe recurso. O caso envolve um grupo de associados da Associação Paulista de Medicina (APM) que tinha um plano de saúde da Lochpe Seguradora – operadora comprada pela Sulamérica Seguro Saúde.

 

Unimed pode comprar hospital do


SOS Cárdio

O novo hospital do SOS Cárdio, com 75 leitos, construído na SC-401, pode ser comprado pela Unimed Grande Florianópolis. Os 1.618 sócios da cooperativa médica decidem hoje se batem o martelo ou não. A aquisição significa ter um hospital moderno para atender os mais de 270 mil clientes da Unimed. As instalações permitem ampliação para 130 leitos. Em Santa Catarina, a Unimed tem seis hospitais: Joinville, Chapecó, Balneário Camboriú, Criciúma e dois em Blumenau.

 

DIABETES


Anvisa proíbe a venda de medicamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou, ontem, o registro do remédio Avandia, da GlaxoSmithKline, usado para tratamento de diabete tipo 2. A decisão foi tomada depois da análise de estudos demonstrando que o medicamento aumenta o risco de problemas vasculares, como enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral.

No Brasil, pacientes que tomavam a medicação apresentavam risco 29% maior de ter enfarte do que aqueles que não usavam a droga. Com a decisão, a venda do remédio está proibida em todo o país. A GSK fica obrigada a retirar o produto do mercado.

A medida segue decisões semelhantes de agências sanitárias internacionais. Na semana passada, a Agência Europeia de Medicamentos determinou a retirada do medicamento do mercado. Nos EUA, a Food and Drugs Administration impôs restrições para a sua indicação.

 

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