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RAIVA HUMANA
Segundo caso é confirmado

Até hoje, apenas uma pessoa no País sobreviveu a doençaEsta semana, foi confirmado o segundo caso do ano de raiva humana no País. No Ceará, um homem de 26 anos foi mordido pela cadela que criava em casa e nunca havia sido vacinada contra a doença.

Em junho, no Rio Grande do Norte, outra pessoa contaminada morreu após ser atacada por um morcego infectado. Na última década, o Ministério da Saúde registrou 575 casos de raiva humana, que é transmitida principalmente por morcegos, cães e gatos. Até hoje, apenas uma pessoa do País sobreviveu à doença. Há cinco meses, 17 estados e o Distrito Federal estão em campanha para a vacinação antirrábica de cães e gatos.

Graças às ações de prevenção, nos últimos dez anos, os casos de raiva humana diminuíram de forma gradativa. No ano passado, apenas duas foram contaminadas e não resistiram aos sintomas. Mais de 80% dos casos contabilizados nesse período concentram-se no Norte e Nordeste do País. Por esse motivo, o Ministério da Saúde realiza duas campanhas de vacinação antirrábica por ano nessas regiões.

O caso mais recente de raiva humana foi registrado no litoral Oeste do Ceará, no município de Chaval. Há cerca de três semanas, um homem foi mordido por uma cadela criada por ele em casa. Após apresentar os primeiros sintomas – febre, agitação psicomotora, excesso de saliva e aerofobia –, o paciente foi internado no Hospital São José. Depois da confirmação do diagnóstico, a equipe do hospital iniciou um tratamento inspirado em procedimentos anteriores que surtiram efeito.

A raiva é uma doença infecciosa que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem. É transmitida quando o vírus presente na saliva do animal infectado penetra no organismo da pessoa sadia, geralmente por meio de mordida, arranhão ou lambida em região lesionada.

Os primeiros sintomas da doença nos animais estão associados a mudanças de comportamento – medo sem motivo aparente, inquietação, agressividade e hiperatividade ou melancolia, e sonolência exagerada. No segundo estágio, destacam-se os sintomas relacionados à paralisia da laringe e da faringe – salivação abundante e queixo caído.

Os animais que apresentam essas características devem ser isolados e atendidos por funcionários do Centro de Controle de Zoonoses ou da Secretaria de Saúde. A pessoa que é atacada por qualquer animal com sintomas de raiva deve lavar o local da ferida imediatamente com água e sabão e procurar um profissional de saúde para a indicação de profilaxia antirrábica.

CAROLINA KHODR | CORREIO BRASILIENSE


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Sobrevivente
Em novembro de 2008, foi confirmado o primeiro e único caso de cura de raiva humana no Brasil. A equipe médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, da Universidade de Pernambuco, em Recife, conseguiu curar um adolescente de 15 anos. Ele foi mordido por um morcego e internado quatro dia depois. Recebeu tratamento elaborado por médicos norte-americanos, em 2004. Foram usados antivirais, sedativos e anestesias. Foi a terceira vez no mundo em que uma pessoa conseguiu ser curada, mesmo assim, a doença deixa sequelas graves e ainda é considerada fatal.


RAIVA HUMANA
NotificaçãoO principal responsável pela disseminação da doença é o morcego. A presença do animal deve ser notificada aos órgãos de saúde e de agricultura, responsáveis pelo controle e pela prevenção de zoonoses. Segundo o especialista em infectologia do Hospital Regional da Asa Sul, Bruno Vaz, a vacinação de gatos e cachorros é a forma mais eficaz de prevenção. Em 2009, mais de 23 milhões de animais foram imunizados. Segundo o Ministério de Saúde, a campanha deste ano teve início em junho e cerca de 1,3 milhão de cães e gatos foram vacinados até o último dia 4.

 


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Imunização

Para o Ministério da Saúde, a confirmação do caso humano reforça a necessidade de imunizar animais. A pasta mantém uma campanha de vacinação de cães e gatos no País desde a primeira semana de junho. Mas relatos de mortes provocadas por reações adversas da vacina preocuparam os donos dos animais. Em São Paulo, a vacinação foi suspensa quando sete cães e gatos morreram depois da vacinação. No País, foram notificadas 79 reações adversas graves – um número que, de acordo com o Ministério, está em conformidade com o que é encontrado na literatura internacional
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