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SAÚDE

Mulheres estão fumando mais

Em Florianópolis, segundo pesquisa, cerca de um quinto da população fuma

 

A Capital catarinense está em segundo lugar na lista das capitais com maior número de fumantes no Brasil. É o que mostra a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feita pelo Ministério da Saúde todos os anos.

O maior percentual de adultos fumantes no País é da Região Sul. No topo da lista está Porto Alegre (22,5%), seguida de Florianópolis (20,2%) e Curitiba (19,3%). O número de mulheres que fumam aumentou nos últimos anos em Florianópolis. O total passou de 15,8% em 2006, para 19,9% em 2009, conforme a pesquisa. Já entre os homens, o percentual diminuiu de 21,9% em 2006, para 20,6% no ano passado.

Domingo é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e, neste ano, a campanha de prevenção é dirigida ao público feminino para alertar sobre os problemas de saúde causados pelo uso do cigarro.

Muitas mulheres querem parar de fumar, mas têm dificuldade. É o caso de Edna de Souza, 49, moradora de Florianópolis. Ela começou a fumar aos 16 anos. Casada e mãe de dois filhos, resolveu buscar apoio em um programa municipal de combate ao tabagismo. Ela começou o tratamento há três semanas em um posto de saúde. Recebe orientações e faz sessão de acupuntura. Mas a mudança não é fácil. “Sinto falta. É aquela mania de segurá-lo”, conta ela.

Entre as reclamações mais comuns de mulheres fumantes estão problemas no coração e no pulmão, dificuldades para engravidar, antecipação da menopausa em três anos, aceleração do processo da osteoporose e trombose entre as que fumam e usam pílulas anticoncepcionais

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Um dos motivos do elevado número de internações no Hospital Municipal São José seria uma maneira de agilizar o tratamento dos pacientes. Uma vez internado, fica mais fácil a realização de exames e, se for o caso, de cirurgias. Fora do hospital, o paciente tem de entrar em uma fila que pode passar de um ano, dependendo da especialidade.

 

 

RISCO À SAÚDE
Florianópolis é a segunda capital com mais fumantes

Cerca de 20,2% da população faz uso do cigarro, sendo que o hábito cresceu mais entre as mulheres
Florianópolis está em segundo lugar na lista das capitais com maior número de fumantes. É o que mostra uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde todos os anos. Na capital catarinense, cerca de um quinto da população fuma.

Omaior percentual de adultos fumantes no país é da Região Sul. No topo da lista está Porto Alegre (22,5%), seguida de Florianópolis (20,2%) e Curitiba (19,3%).

O número de mulheres que fumam aumentou nos últimos anos em Florianópolis. O total passou de 15,8%, em 2006, para 19,9% em 2009, conforme a pesquisa. Já entre os homens, o percentual diminuiu de 21,9%, em 2006, para 20,6% no ano passado.

Neste domingo, Dia Nacional de Combate ao Fumo, a campanha de prevenção nacional será dirigida extamente ao público feminino, para alertar sobre os problemas de saúde causados pelo uso do cigarro.

Implicância da família foi o motivo da mudança

Muitas mulheres querem parar de fumar, mas sentem dificuldade. É o caso de Edna de Souza, 49 anos, moradora de Florianópolis. Em junho, Edna foi entrevistada pelo DC e contou que estava decidida a largar o vício. Dois meses depois, ela voltou a conversar com a reportagem e conta como é difícil abandonar o cigarro.

Edna começou a fumar aos 16 anos. Casada e mãe de dois filhos, sentiu na implicância da família um motivo para mudar e resolveu buscar apoio em um programa municipal de combate ao tabagismo.

Começou o tratamento há três semanas num posto de saúde. Recebe orientações, faz sessão de acupuntura e uso de semente de mostarda na orelha. Mas a mudança não é fácil:

– Eu fumava cerca de 40 cigarros por dia, hoje reduzi para 10. Mas sinto falta, é aquela mania de segurá-lo. E tem a cobrança da família, a pressão me deixa deprimida, e fico com mais vontade de fumar.

A mãe de Edna, Áurea Makowieski, 78 anos, é a prova de que é possível abandonar o vício. Há dois anos, ela procurou ajuda médica e conseguiu mudar o hábito que tinha havia 60 anos.

– Eu tomava muita água para conter a vontade. Na terceira semana, já me sentia melhor – conta.

 


RISCO À SAÚDE
ENTREVISTA Renato Figueiredo Médico

“Vigilância para evitar recaída é para sempre”Edna de Souza participa de um programa municipal para pessoas que querem parar de fumar, oferecido gratuitamente nos postos de saúde.

Na unidade do Mont Serrat, na Capital, o tratamento é feito pelo médico Renato Figueiredo. Ele explica como funciona o programa e as principais dificuldades de quem quer largar o cigarro.

Diário Catarinense – Como participar do programa?

Figueiredo – A pessoa deve ir ao posto de saúde municipal mais próximo, preencher um cadastro e aguardar ser chamado.

DC – Como é o tratamento?

Figueiredo – Os participantes frequentam reuniões uma vez por semana e recebem informações sobre o cigarro, que substâncias contém e que males ele causa. Também são tratados com o uso de adesivos de nicotina e, em alguns casos, medicação específica. No Mont Serrat, utilizamos, ainda, a acupuntura.

DC – Como a acupuntura e sementes de mostarda na orelha ajudam no combate ao fumo?

Figueiredo – A acupuntura trabalha com a energia. A proposta é usá-la com as sementes para diminuir a ansiedade que o fumante sente. Ela ajuda, também, a fortalecer a vontade, o desejo da pessoa em largar o vício. E ainda, usamos para a regulação do apetite, que costuma aumentar.

DC – Como a família pode ajudar o fumante a largar o vício?

Figueiredo – A família pode apoiar a pessoa que quer parar de fumar com pensamentos positivos, incentivando o tratamento. Mas o fumante tem que querer. Se ele não quiser parar, a família pode lembrá-lo que existe ajuda. Muitos fumantes dizem que a pressão acaba prejudicando. O tratamento funciona melhor quando quem fuma se convence de que quer e pode mesmo largar o vício. Essas campanhas atrás do maço, por exemplo, funcionam, pois trazem a consciência do problema. Em algum momento, surtem efeito.

DC – Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelos fumantes para largar o vício?

Figueiredo – De maneira geral, o cigarro é um companheiro, e eles sentem prazer em fumar, ainda mais quando estão sozinhos ou desanimados. A questão é que o cigarro não é um calmante, mas um estimulante. A sensação de que o cigarro acalma tem a ver com a dependência química, ele alivia a abstinência.

DC – Quanto tempo dura a síndrome de abstinência?

Figueiredo – Dura de duas a três semanas e é causada pela nicotina. É por isso que aplicamos o adesivo.

DC – Quanto tempo, em média, dura o tratamento?

Figueiredo – O fumante participa de sessões durante um mês, e ainda frequenta o encontro durante mais um mês para a manutenção do programa. Mas a vigilância para não ter recaídas, essa é para sempre.