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Lagartas, cobras e aranhas

Nos últimos anos, Joinville é a segunda cidade de SC em número de acidentes com animais peçonhentos

 

Os números são suficientes para o alerta ser ligado. Nos últimos seis anos, em Joinville foram registrados 733 casos de ataques de animais como cobras, aranhas e lagartas, o que faz da cidade a segunda no Estado em número de ataques de animais peçonhentos, atrás apenas de Florianópolis.

Dados do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT) mostram que as aranhas são as campeãs em ataques: 311. Já as serpentes ficam em segundo lugar: 189, empatadas com as lagartas.

As pessoas picadas por aranha, na maioria das vezes, não identificam o tipo do animal que deu a atacou, mas o mais provável é que sejam de três espécies comuns na região Norte: as aranhas, marrom, armadeira e jardim.

“A picada mais comum na região de Joinville é da aranha-marrom. Ela é facilmente encontrada dentro de casa, no meio de cortinas ou atrás de móveis e cantos de paredes”, conta o médico veterinário da Vigilância Epidemiológica Ítalo Lenzi.

Por isso, a principal dica do médico é manter a casa e os arredores dela bem limpos. “A higiene resolve muita coisa. A limpeza constante diminui o aparecimento desses bichos e, por consequência, os acidentes também. Outra dica é verificar os casacos e calçados antes de vestir.”

Mesmo com as aranhas tendo o maior número de registros, as picadas de cobras são as mais graves. Segundo Lenzi, 90% das picadas de serpentes em Joinville são de jararacas. “Geralmente, elas vivem no meio rural e onde há ratos para se alimentar. Elas atacam quando se sentem ameaçadas”, diz.

A picada de uma delas pode levar à morte crianças ou pessoas que estejam com a saúde debilitada. Por isso, a Vigilância Epidemiológica de Joinville faz o alerta para que as pessoas não menosprezem o aparecimento de aranhas, cobras e lagartas.

taisa.rodrigues@an.com.br


ANIMAIS PEÇONHENTOS
O ideal é procurar socorro rapidamente

É importante saber o que deve ser feito e quem procurar caso aconteça algum tipo de acidente com animais peçonhentos. O médico veterinário da Vigilância Epidemiológica Ítalo Lenzi diz que o melhor suporte de atendimento é no hospital.

“Os moradores das cidades da região que tiverem algum tipo de acidente com cobras, lagartas ou aranhas devem procurar com urgência os hospitais de Joinville.” O ideal é procurar o Hospital Municipal São José ou o Regional Hans Dieter Schmidt.

Um dos primeiros exames na vítima é o de sangue. É a partir dele que se inicia o tratamento. “É como sabemos a quantidade de soro que deve ser aplicada. Quanto mais cedo a vítima receber o tratamento, melhor ela ficará”, explica Lenzi. Ele conta ainda que para cada tipo de animal há um soro e que por isso é importante identificar o animal.

Para ter registro e acompanhamento completo da vítima e do tipo de ataque, a Vigilância Epidemiológica preenche uma notificação obrigatória, com dados da pessoa e também com informações de como e onde ocorreu o acidente, além do tipo do animal.

ANIMAIS PEÇONHENTOS
Cobra estava dentro de calçado

A rapidez na hora de procurar ajuda impediu que a mão de uma criança de sete anos fosse amputada. Foi em 19 de julho, primeiro dia de férias, quando Thiago Henrique Delmonego foi picado por uma jararaca.

A mãe Édna Terezinha Saramento Delmonego, de 28 anos, conta que saiu para trabalhar e deixou o filho na casa da cunhada. No meio da tarde, ele convidou o primo para andar de bicicleta. “Meu sobrinho entregou a bota para ele porque estava chovendo. O Thiago calçou e disse que tinha ficado apertada”, conta Édna.

Ao pegar o calçado para devolver ao primo, o acidente: a cobra que estava dentro do calçado picou um dedo da mão direita de Thiago. “Foi uma correria. Me ligaram e fomos rapidamente até o Hospital Infantil. Chamaram o meu vizinho para matar a cobra”, disse a mãe.

Assim que chegaram ao hospital, a criança foi logo atendida. A urina do menino já vinha com sangue. “Fiquei assustada. O médico me disse: ‘Mãezinha, reza muito porque essa cobra é bem venenosa.’”

Thiago recebeu uma dose de soro, mas seguia em estado grave. Ele foi levado para a UTI. Lá, recebeu mais soro antiofídico. “Havia risco de amputar a mão, mas ainda bem que o atendimento foi rápido”, comemora Édna.

Thiago saiu do hospital somente 12 dias depois de ter sido picado. Era o último dia das férias. O tratamento neste período foi doloroso. O dedo picado precisou ser raspado diariamente para a retirada de tecido morto.

A picada teve influência no dia a dia do garoto. Por causa da picada e do inchaço, ele teve os movimentos do dedo limitados e está aprendendo a escrever com a mão esquerda. Com medo, agora Thiago só encosta em calçados depois de a mãe dar uma verificada.

 

Em caso de acidentes
Medidas a serem tomadas

- Não fazer torniquete ou garrote no local atingido. Isso dificulta a circulação do sangue e pode causar necrose ou gangrena e não impede o veneno de ser absorvido.
- Não cortar o local da picada. Alguns venenos podem provocar hemorragias e o corte aumentará
a perda de sangue.
- Não chupar o local da picada porque não se consegue retirar o veneno do organismo após a inoculação. A sucção pode piorar as condições do local atingido.
- Lavar o local da picada somente com água e sabão.
- Não colocar substâncias no local da picada, como folhas, querosene, pó de café. Elas podem provocar infecção.
- Evitar que o ferido consuma bebidas alcoólicas. Elas não neutralizam a ação do veneno.
- Manter o acidentado em repouso. Se a picada tiver ocorrido no pé ou na perna, procurar manter a parte atingida em posição horizontal, evitando que o acidentado ande.
- Levar o acidentado o mais rapidamente possível a um serviço de saúde. O soro é o único tratamento eficaz e deve ser específico para cada tipo de serpente.
Como prevenir os acidentes com cobras
- Não andar descalço.
- Olhar sempre o local de trabalho e os caminhos a percorrer.
- Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem. Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra ou em árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras.
- Tampar as frestas e buracos das paredes e assoalhos.
- Não depositar ou acumular lixo, entulhos e materiais de construção perto de casa. Manter sempre as calçadas limpas.
- Evitar acúmulo de material que possa atrair roedores para perto de casa. A diminuição do número de roedores evita a aproximação de serpentes que deles se alimentam.
- Não deve ser feito o manuseio de serpentes vivas. Não tocar nas serpentes, mesmo mortas, pois por descuido ou inabilidade há o risco de se ferir nas presas venenosas.

MÉDICOS
Residentes fazem protesto no Centro

Os médicos residentes que atuam em Joinville e aderiram à greve nacional da categoria, que teve início há uma semana, realizaram uma passeata ontem.

A marcha para reivindicar o aumento da bolsa-auxílio ao governo federal, que foi realizada em todo o País às 9 horas, em Joinville, teve início em frente ao Hospital Municipal São José (unidade que concentra o maior número de residentes) e prosseguiu até a praça da Bandeira.

Conforme a lei, 30% dos 130 médicos residentes que atuam na maternidade Darcy Vargas e nos hospitais São José, Regional e Infantil continuam trabalhando para manter o atendimento de urgência e emergência.

Mas os impactos da mobilização já são sentidos. Principalmente, no Hospital Regional, onde as cirurgias eletivas (não-urgentes, agendadas) foram suspensas e no Hospital São José, onde a greve dos residentes se soma aos efeitos da paralisação dos servidores públicos, que teve início segunda-feira.

Hoje pode haver avanço nas negociações. “Está marcada para uma reunião entre representantes dos residentes de todos os Estados, do Ministério da Educação e da Saúde para discutir o reajuste e esperamos ter nossas reivindicações atendidas”, disse o representante dos médicos residentes em Joinville, Márcio Andrei Gil Monteiro.

Os residentes pedem um reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, que desde 2007 é de R$ 1.916,45. Além disso, exigem que outras reivindiações que estão na pauta de negociação desde 2006 sejam atendidas, como direito a adicional por insalubridade, instituição da 13ª bolsa-auxílio e aumento da licença-maternidade de quatro para seis meses.

Até o momento, o governo ofereceu 20% de reajuste, proposta que não chegou a ser votada em assembleia. “É menos do que o reajuste de 23,7%, prometido em 2006, que não foi cumprido”, justifica Monteiro.

 


MÉDICOS
Trabalho afetado no Regional


No Hospital Regional Hans Dieter Schimidt, que normalmente conta com a mão de obra de 32 médicos residentes, os setores de internação, atendimento ambulatorial e cirurgias eletivas foram afetados pela greve. “Na emergência e na UTI, seguindo a legislação, os residentes mantiveram o atendimento”, diz a diretora-presidente do hospital, Ana Maria Jansen.

“Em uma semana de paralisação, pelo fato de não termos os residentes para atuarem como o segundo médico auxiliar, foram suspensas 18 cirurgias eletivas de clínica geral”, diz a diretora do hospital, Ana Maria Jansen. “A previsão é de que esses procedimentos sejam remarcados para a semana que vem, mas se a greve continuar, não conseguiremos realizar todas na próxima semana”, antecipa. “As cirurgias de especialidades, nas áreas de cardiologia, urologia, por exemplo, nós temos conseguido manter, remanejando profissionais da escala de trabalho”, diz.

No ambulatório de residência de clínica médica e de ginecologia, em média 30 pacientes deixam de ser atendidos a cada semana de paralisação, o que tem gerado um acúmulo e aumentado o tempo de espera também por consultas, que estão remarcadas de acordo com a capacidade do hospital de atender os pacientes.


QUÍNTUPLOS
Bebês devem deixar a UTI em dois meses


As cinco gêmeas que nasceram em parto inédito em Florianópolis, na sexta-feira passada, passam bem na Maternidade Carmela Dutra, no Centro da Capital, segundo o último boletim médico, divulgado ontem de manhã.

As irmãs, filhas da fotógrafa Sidnéia Batista Voss, 31, só devem deixar a UTI neonatal quando atingirem dois quilos cada uma, o que deve demorar cerca de dois meses. Atualmente, elas pesam entre 995 e 1.165 gramas cada e já recebem pequenas doses de leite materno.


FLORIANÓPOLIS
Hospital infantil substitui termômetros de mercúrio

O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, começou a troca dos termômetros de mercúrio pelo modelo digital. A intenção é se adequar à nova lei sancionada dia 19 pelo governo do Estado, que proíbe o uso de termômetros com mercúrio nas redes hospitalar e farmacêutica de Santa Catarina. O prazo é de 12 meses para fazer a substituição. Após o período, a multa é de R$ 2 mil.

SAÚDE PÚBLICA
EUA planejam recall de ovos


Governo pode retirar milhões de unidades que estariam com a bactéria salmonelaAs autoridades dos Estados Unidos podem ordenar uma retirada massiva de ovos potencialmente contaminados com bactéria salmonela. A advertência foi feita por Margaret Hamburg, diretora do FDA, a agência federal responsável pela regulação de alimentos e medicamentos.

“Ainda não estamos de todo seguros da extensão deste alerta para proteger os consumidores”, disse Hamburg à rede “NBC”.

Hamburg disse, ainda, que não se sabe exatamente como as galinhas e os ovos se contaminaram. Enquanto isso, o FDA invetiga a fonte da explosão de casos de salmonela, bactéria que provoca graves infecções intestinais.

“Na semana passada, precisamos ampliar a retirada (de ovos), mas pode haver novas retiradas”, destacou a diretora do FDA. Um novo recall de ovos poderia afetar severamente os produtores e fornecedores de todo o país.

Desde meados de agosto, um dos maiores produtores de ovos nos Estados Unidos, o Wright County Egg de Iowa (centro dos EUA), solicitou a retirada do mercado 380 milhões de ovos, após a detecção de vários casos da doença.

Na sexta-feira, outro foco foi localizado na fazenda de Hillandale Farms, outro produtor de Iowa, que pediu a retirada de outros 170 milhões de ovos.

 

 

REEMBOLSO DO SUS
A Procuradoria da República (Ministério Público Federal) de Joinville abriu inquérito para apurar se as operadoras de planos de saúde ressarciram o SUS nos últimos cinco anos pelos atendimentos prestados pelo sistema público aos seus segurados. O MPF quer informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar sobre os pagamentos e como está sendo feita a cobrança, em caso de confirmação das dívidas. Outro questionamento é saber que providências estão sendo tomadas para evitar a prescrição de eventuais atrasados. A investigação vale para Joinville e região.

Em várias outras cidades do País, procuradores estão apresentando ações semelhantes. No mês passado, o Hospital São José ingressou com ação para cobrar R$ 300 mil de plano de saúde. Joinville tem 187 mil segurados pelos planos privados de saúde.


Ação na saúde
Se a greve na saúde seguir avançando, a Prefeitura de Joinville entra ainda hoje com ação contra o Sindicato dos Servidores para garantir o atendimento. Um dos pedidos será a manutenção de 100% dos funcionários do pronto-socorro do Hospital São José. A ação em estudos, baseada em procedimento do MP em Florianópolis, pode atingir outras áreas da saúde. A greve iniciou na segunda e não tem data para encerramento.


Pela metade
Há duas semanas, o pronto-socorro do Hospital São José estava perto do colapso, com quase 100 pacientes internados, enquanto a capacidade ideal é de 47 – embora até 60 a qualidade no atendimento não caia. Pois ontem eram só 43 internados no PS. E isso que tem a greve dos médicos residentes. Coisas do acaso.

 

FORA DE ÉPOCA



Umidade do ar chegou a 23%Catarinenses que moram em Joaçaba sentiram, ontem, os problemas causados pela baixa umidade do ar. Muitas pessoas se queixaram de dor de cabeça e cansaço. Os sintomas são normais quando a umidade relativa do ar está muito inferior ao normal. Enquanto a Organização Mundial de Saúde aponta como normal 70%, a cidade do Meio-Oeste do Estado teve um dia onde o índice chegou a 23%.

Outras cidades da região tiveram situação parecida, segundo a Central de Meteorologia da RBS. O problema é consequência da massa de ar quente e seco que predomina sobre quase todo o Brasil.

A situação é mais crítica nos estados do Centro-Oeste, no Distrito Federal, no interior de São Paulo, no oeste de Minas e da Bahia e no sul do Tocantins e de Rondônia.

Valores de umidade relativa abaixo de 12% representam estado de emergência, entre 13 e 20% estado de alerta e entre 21 e 30% estado de atenção. A hidratação através da ingestão de muito líquido é aconselhável.

Mas no começo da noite uma boa notícia: começava a chover na fronteira do Brasil com o Uruguai. A expectativa da meteorologia é que a chuva avance e atinja cidades catarinenses.

 

FORA DE ÉPOCA
Problemas respiratórios se agravam

Os catarinenses têm sentido os efeitos do ar seco. O ressecamento das vias respiratórias dificulta a ação de brônquios e cílios, que auxiliam na produção do muco. Rinite e sinusite, além de doenças virais, são agravadas pela baixa umidade do ar, que facilita a entrada de vírus.

O pneumologista, Antônio César Cavallazzi, explica que a constante mudança de temperaturas também é preocupante, irrita a mucosa e expõe os que sofrem com faringite, laringite e outras viroses respiratórias.

– Principalmente em dias frios, quando as pessoas ficam em ambientes fechados, o que aumenta o risco de transmissão – alerta Cavallazzi.

Nos consultórios, já é possível perceber as consequências do ar seco, principalmente em pacientes com tosse prolongada, de até três semanas. O médico ensina que, em ambientes muito secos, deve-se colocar uma bacia com água, para umidificar o ar.

Veja mais detalhes da previsão do tempo na página 38.

diario.com.br


PASSEATA DOS RESIDENTES

Reunião é hoje, em BrasíliaCerca de cem médicos residentes de Santa Catarina, que estão em greve há uma semana, saíram em passeata por volta das 15h de ontem. Eles se reuniram em frente à Assembleia Legislativa, em Florianópolis, e caminharam pela ruas na Capital.

Hoje, o comando de greve de todos os estados – com exceção do Tocantins, que não tem programa de residência – deve se reunir com o governo federal para discutir uma nova proposta de reajuste. Os residentes serão recebidos às 14h por representantes dos Ministérios da Educação e da Saúde, em Brasília.

Os manifestantes reivindicam o aumento de 38,7% na bolsa, em vez dos 20% oferecidos pelo governo. Eles também não aceitam a retirada do auxílio-moradia e alimentação. Segundo a presidente da Associação Catarinense de Médicos Residentes (ACMR), Graziela Dal Molin, a última vez que a categoria parou foi em 2006, quando também pediram por reajuste na bolsa.

Conforme a ACMR, 90% dos 599 residentes que atuam em hospitais e maternidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão parados. As unidades mais afetadas são os hospitais Universitário, Celso Ramos e Infantil, na Capital e no Regional, em São José. Em Rio do Sul, Blumenau e Joinville a adesão foi de quase 100%.

 

Emergência cheia e sem médicos

Greve - residentes param e complicam ainda mais o atendimento nos hospitais da grande Florianópolis

Mães aflitas e crianças chorando. Esta era situação durante o dia de ontem no Hospital Infantil Joana de gusmão. A demora aumentava com a chegada de casos de urgência ao hospital e era agravada pela falta dos médicos residentes, em greve há uma semana. Oresultado foi uma emergência lotada. Pais que levavam crianças ao Hospital eram informados de que apenas dois médicos faziam o atendimento

Na capital além do Infantil, os residentes fazem falta no atendimento dos hospitais Nereu Ramos, Celso Ramos e Maternidade Carmela Dutra. Em São José, a atuação dos médicos residentes inclui o Hospital Regional de São José, Instituto de cardiologia e o Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina. Só no Hospital Infantil Joana de Gusmão atuam cerca de 40 residentes. No caso do Celso Ramos eles são 81. Com a paralisação, o número está reduzido a 30% do quadro de residentes, para atender ao que exige a lei em relação à paralisação de serviços essenciais, segundo a associação da categoria