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Hospital Regional
Sem médico, sem atendimento
Falta de clínico-geral fez com que apenas os casos mais graves fossem aceitos

Sala de espera e corredores vazios. A ausência do principal médico do pronto-socorro alterou o cenário no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt ontem, em Joinville. Como o único clínico-geral escalado para trabalhar das 7 às 19 horas faltou por estar doente, o pronto-socorro voltou a ficar sem prestar atendimento clínico por 12 horas. No fim de semana, quando o único clínico-geral do plantão também faltou, apresentando justificativa médica, o Regional chegou a ficar 24 horas (das 7 horas de sábado até as 7 horas de domingo) na mesma situação. Previsão é de volta à normalidade hoje.

“Sem clínico-geral, o pronto socorro fica fechado para casos que não estejam em situação de urgência ou emergência”, explica o diretor técnico do Regional, Hercílio Fronza Júnior. “Aqueles pacientes que poderiam ser atendidos diretamente por especialista, como cardiologia, psiquiatria e pneumologia, foram resolvidos, mas os demais foram orientados a procurar outras unidades”, informou.

Depois de passar pela avaliação da enfermagem, que classifica os pacientes de acordo com a urgência no atendimento, casos sem gravidade foram encaminhados para os prontos-atendimentos (PAs Sul e Norte) e postos de saúde. Estima-se que pelo menos 60 usuários do SUS que procuraram o Regional tenham recebido essa orientação.

Quem veio de longe e não tinha como ir até outra unidade preferiu esperar. Foi o caso de uma paciente psiquiátrica, que, como não estava em surto, precisava passar pela avaliação do clínico-geral antes de ser encaminhada ao especialista. Ela teve de aguardar duas horas e meia até a chegada de outro clínico-geral, às 19 horas.

Saiba mais

Ontem, até as 17 horas, só 28 pacientes foram atendidos no pronto-socorro do Regional, quando o número de atendimentos diários nas últimas três segundas-feiras variou entre 82 e 116. Dezessete atendimentos de urgência e emergência foram realizados por médicos de outros setores.

90 dias para uma solução definitiva

Solução definitiva, só quando os médicos aprovados no concurso mais recente, realizado no início deste mês, forem contratados pela Secretaria Estadual de Saúde. A previsão é de que os concursados comecem a ser chamados a partir de agosto. Mas o prazo para responder se ocuparão a vaga e para entregar a documentação necessária para assumir o cargo pode chegar a 90 dias, o que significa que cenas como as de ontem no Hospital Regional podem voltar a se repetir até lá.

A direção do hospital até tentou remanejar médicos de outras equipes para solucionar temporariamente o problema, mas não conseguiu. “É difícil encontrar um profissional que não tenha outras ocupações e possa substituir o clínico-geral que faltou”, justifica o diretor técnico do hospital, Hercílio Fronza Júnior.

“O que fizemos foi, de acordo com a necessidade, deslocar médicos de outras equipes, como os dois médicos da UTI e outros cinco médicos que dão suporte à residência médica para o pronto -socorro”. A medida serviu para que os pacientes mais graves não ficassem sem o primeiro atendimento, que normalmente é realizado pelo clínico-geral.

A raiz do problema, segundo o diretor do Hospital Regional, é que o pronto-socorro já trabalha com uma equipe reduzida (um clínico-geral, um ortopedista e um cirurgião-geral), o que deixa o hospital vulnerável a este tipo de situação. “Deveríamos contar com pelo menos dois clínicos-gerais por plantão, mas temos só um”, admite Fronza.

São Francisco do Sul
Jornada pelo bem da saúde
Evento gratuito leva atividades físicas e palestras para dentro do shopping

A partir de hoje, moradores de São Francisco do Sul terão a chance de cuidar melhor da saúde. Uma série de atividades físicas e palestras será realizada no São Francisco Shopping. Tudo gratuito e aberto à comunidade. Todos os dias, os visitantes da Jornada da Saúde ainda poderão verificar a pressão arterial e a glicemia. O evento é inédito no município e terminana sexta-feira, dia 30 de julho.

A iniciativa partiu da professora de educação física Maria Cecilia Silveira e de outros profissionais da área de saúde. A direção do shopping também se interessou pelo evento. “Nosso objetivo é quebrar com esse paradigma de só procurar um tratamento quando se tem alguma doença”, explica a professora Maria Cecilia.

Com apoio da Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, o evento não terá custo algum para a comunidade. Moradores de cidades vizinhas também podem participar. É só comparecer ao shopping, no Centro de São Francisco.

Orientações sobre saúde, palestras e atividades físicas estão entre as principais atividades. Samu e bombeiros acompanham os trabalhos. O evento abre hoje, com uma aula de ginástica. Depois, haverá palestra sobre nutrição. As epidemias de dengue e da gripe A também fazem parte da programação. Amanhã, o dia abre com pilates.

São José

Nove salas de cirurgia e ortopedista são exigênciasEm 45 dias, as nove salas de cirurgia do Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, devem entrar em funcionamento. Em maio, apenas quatro estavam em atividade. Além disso, o hospital precisa contratar um ortopedista para a emergência. Se as medidas não forem cumpridas, o secretário da Saúde e o superintendente de Hospitais Públicos Estaduais deverão pagar multa diária de R$ 500 cada um.

 

 

Ambulancioterapia
O ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) observa que reduzir o transporte de pacientes do interior para a Capital foi meta constante do seu governo e que bons resultados foram alcançados. Destaca a implantação de tratamentos de radioterapia e de diagnósticos à distância, além de equipamentos de ressonância e tomografia em cidades do interior. Um exemplo é Canoinhas.

Questão cultural
Nas entrevistas concedidas ao Grupo RBS, os candidatos ao governo não colocaram a ambulancioterapia do centro do debate. Os três principais candidatos disseram que em alguns casos é até mesmo necessário. O que ninguém diz é que, em muitos, o transporte de pacientes é estimulado por prefeitos e deputados, que ganham o crédito por trazer o doente para a Capital.

 

 

Sem direção

Os 68 fiscais da Vigilância Sanitária de Florianópolis estão parados há uma semana. Eles não aceitam mais trabalhar, também, como motorista dos carros utilizados para a fiscalização, pois garantem que os mesmos sequer têm seguro e os eventuais danos ao carros são descontados no contracheque. Também não qurem mais utilizar os veículos próprios, pois não recebem auxílio-combustível, a exemplo dos outros fiscais do município. Com isso, os pedidos de alvará vão se acumulando na prefeitura.

Hospital Regional
Ortopedista e todas as salas de cirurgia
Justiça dá 45 dias para o Estado reforçar o atendimento na instituição

Em 45 dias, as noves salas de cirurgia do Hospital Regional de São José, devem estar funcionando. No último levantamento, em maio, apenas quatro estavam em atividade. Além disso, o hospital precisa contratar mais um ortopedista para atender na emergência. Com isso, o serviço terá um profissional especializado 24 horas do dia.

Se as medidas não forem cumpridas, o secretário da Saúde, Roberto Eduardo Hess de Souza, e o superintendente de Hospitais Públicos Estaduais, Libório Soncini, deverão pagar multa diária de R$ 500 cada um. A determinação é do juiz José Maurício Lisboa, da unidade da Fazenda Pública da Capital, que concedeu liminar em ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina ajuizada em fevereiro de 2008.

Um dos principais focos da ação é o Hospital Regional, um dos maiores em número de atendimentos por causa da localização e da quantidade de acidentados no trânsito da BR-101. Um dos setores mais carentes é o da ortopedia.

– Esse médico, muitas vezes, precisa realizar cirurgias de urgência ou emergência em acidentados com fraturas expostas, ocasião em que o setor de emergência é fechado, deixando outros pacientes em longas esperas – diz a promotora Sonia Maria Demeda Groismann Piardi.

De acordo com Ministério da Saúde, o tempo máximo de espera de uma cirurgia de ortopedia é 4,8 dias, sob pena de pacientes com fraturas terem agravado o seu quadro e prejudicada a sua recuperação. A média de espera, em março deste ano, chegou a 13 dias, havendo casos de fratura de fêmur, que deveriam ser operadas até o dia seguinte, e que tiveram espera de mais de um mês.

Além disso, explica a promotora de Justiça, o centro cirúrgico reduziu em 44,70% o número de procedimentos cirúrgicos realizadas entre 2001 e 2010 – um decréscimo de mais de três mil atendimentos –, levando-se em consideração os quatro primeiros meses deste ano.

Para a promotora Sonia Maria, duas são as causas: o inadequado dimensionamento de médicos anestesistas e a falta de utilização de todas as salas de cirurgia.

 Contraponto
 
A Secretaria de Estado da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que pretende cumprir a determinação da liminar no prazo estipulado de 45 dias. Com relação à abertura das salas de cirurgia, o órgão esclarece que depende da contratação de médicos anestesistas, o que deverá ser feito logo, pois, segundo a assessoria, o concurso público para contratar mais médicos já foi homologado.

Com rosto novo
Transplantado volta para casa

Paciente ficou quatro meses internado em hospital espanhol para corrigir problema que o impedia de respirar e afetava a falaOscar, o paciente que teve o rosto transplantado no Hospital Vall d’Hebron, de Barcelona, na Espanha, em março passado, recebeu alta ontem. Foi o primeiro transplante total de rosto do mundo, destacou Pilar Solans, diretor assistente do estabelecimento. A operação envolveu 30 profissionais e durou 24 horas.

O receptor do rosto é um rapaz que não teve informações pessoais divulgadas para preservar sua intimidade. Diante da imprensa, a rigidez temporária de seu novo rosto contrastava com a vitalidade de seus olhos, que iam de um lado para o outro sem acreditar na quantidade de jornalistas disparando flashes.

Durante os quatro meses em que esteve internado, a evolução do paciente foi favorável, embora o mais complicado tenha sido controlar uma rejeição ao transplante, conforme explicou Joan Pere Barret, o chefe do serviço de cirurgia plástica e recuperadora do hospital. Oscar sofria de uma deformidade grave no rosto causada por acidente. O problema o impedia de respirar pelo nariz e pela boca e dificultava muito a fala, segundo a família.

Uma equipe multidisciplinar do Hospital Universitário Vall d’Hebron transplantou “toda a pele e músculos do rosto, pálpebras, nariz, lábios, maxilar superior, todos os dentes, mandíbula, usando técnicas de cirurgia plástica e microcirugia reparadora vasculonervosa”, detalhou Barret.

O paciente, que com muita dificuldade agradeceu à família e aos médicos, já pode beber líquidos, está seguindo uma dieta pastosa e começou a falar há dois meses. Também ganhou sensibilidade em grande parte de seu novo rosto e está recuperando a mobilidade da musculatura. No mundo, já foram feitos 13 transplantes de rosto, todos parciais. A maior parte – seis –, na França.

 


Gripe A
O Vale do Itajaí está livre?

Doença que matou oito pessoas em Blumenau em 2009 se manifestou em três pacientes este ano BLUMENAU - O inverno chegou, trouxe semanas de frio intenso, mas as baixas temperaturas nem sequer assustaram a população quanto à gripe A. Um ano após a correria por máscaras e álcool gel, o blumenauense parece nem lembrar da pandemia que matou oito pessoas no município em 2009. Mas apesar de o contágio ser bem menor neste ano, ainda há riscos. Até o dia 20, a Vigilância Epidemiológica do município registrou três casos da doença. No ano passado, foram 63 confirmados e oito mortes. Em outras 14 cidades atendidas pela Secretaria Regional de Saúde foram mais 62 confirmações e três óbitos. Segundo a gerente da Vigilância Epidemiológica, Raquel Cristina Martelli, os números baixos são reflexo direto da vacinação.

– Como a campanha começou cedo e a população acatou o pedido do governo, a imunização foi maior e acabou ajudando a evitar os casos da gripe. Conseguimos vacinar, em alguns grupos, 100% da meta – comenta.

Para a gerente regional em Saúde, Edite Aparecida Adriano, além da vacina, a distribuição do Tamiflu, remédio indicado para o tratamento da gripe A, também fez a diferença:

– No ano passado, a vacina chegou à rede de saúde depois da gripe. Hoje, temos um estoque que garante o tratamento da doença.

No Estado, a vacinação ultrapassou a casa dos 3 milhões de catarinenses imunizados, uma cobertura de 94,97%. A Secretaria Municipal de Saúde ainda não fechou os relatórios da campanha de vacinação, que terminou em 23 de abril. Na região do Vale, apenas uma morte, em Balneário Camboriú, foi confirmada devido à doença.

Segundo o médico Ernani Santa Helena, o que controlou a gripe este ano foi também a imunização, um semestre antes, em países da Europa e América do Norte.  "No ano passado, muitas pessoas iam para o Exterior e acabavam trazendo a doença para o Brasil. Com a vacinação lá e aqui, dá para dizer que a estratégia para atacar a gripe foi bem sucedida. Mas é importante que, além da imunização, as pessoas continuem se cuidando", explica o médico.

 


Evento discute situação das doenças tropicais e controle das epidemias no Brasil

 Panorama da Influenza H1N1 no Sul do Brasil; situação da dengue em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná; expansão das leishmanioses no Sul do Brasil; coinfecções HIV/hepatites, doenças do viajante. Estes são alguns dos temas que serão debatidos no II Encontro Catarinense de Medicina Tropical Joaquim Alves Ferreira Neto. O evento marca também os 100 anos da descoberta da doença de Chagas e será realizado no Hotel Cambirela, em Florianópolis, no período de 11 a 13 de agosto. As inscrições estão abertas.

Os temas da programação foram propostos em conjunto por pesquisadores e administradores da área de saúde, levando em conta a importância e atualidade regional. O evento vai reunir especialistas nas áreas de medicina tropical e gestão em saúde, gestores estaduais e municipais, estudantes de graduação e de pós-graduação.

A promoção é da Regional de Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, com apoio da UFSC, SUS e Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.

Saúde realiza Ciclo de Palestras sobre Nutrição Clínica

  O Hospital Nereu Ramos realiza, a partir desta segunda-feira, 26 de julho, o 2º Ciclo de Palestras em Nutrição Clínica. Durante o evento, composto por seis encontros, nutricionistas, médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos e outros profissionais da saúde terão a oportunidade de se atualizar sobre dietas, suplementação, alergias alimentares e demais temas relacionados à nutrição. Com isso, a intenção é melhorar a qualidade de vida do paciente através de uma alimentação saudável e adequada às suas necessidades nutricionais. Além do dia 26 de julho, as palestras ocorrerão nos dias 2, 9, 16, 23 e 30 de agosto, começando sempre às 13h30, no auditório do hospital, em Florianópolis.

 

 

Hospital em observação

O Ministério Público de Santa Catarina determinou à Secretaria de Saúde do Estado que reative todas as salas de cirurgia do hospital regional de São José e contrate o número de anestesistas e ortopedistas exigido. A secretaria esclarece que já foi citada e pretende cumprir a determinação da liminar no prazo estipulado, de 45 dias; A contratação de médicos será possível com a homologação do concurso público realizado em julho deste ano.

Justiça manda hospital atender

O Hospital Regional em São José tem 45 dias para reativar todas as salas cirúrgicas, alem de contratar médicos anestesistas e ortopedistas. A determinação é da Justiça, em liminar assinada pela juíza substituta Janiara Maldaner Corbetta, da Unidade da Fazenda Pública da Capital. Caso as medidas não sejam cumpridas dentro do prazo, o secretário de Estado da Saúde, Roberto Hess, e o superintendente da Rede Estadual de Hospitais Públicos, Libório Soncine, podem ser multados em R$500 por dia de atraso.

A decisão é resultado de uma ação movida pelo Ministério Público de Santa Catarina em fevereiro de 2008. Na ação, a promotora de justiça Sonia Maria Piardi argumentou que o centro cirúrgico do Hospital Regional reduziu as cirurgias em cerca de 45% entre 2001 e 2010 ( o equivalente a mais de 3.000 pessoas sem o atendimento). O motivo para a redução, segundo o Ministério Público, foi a falta de médicos anestesistas e a não utilização de todas as salas de cirurgia do hospital.

De acordo com o gerente administrativo do hospital, Fernando Luz, atualmente trabalham 19 ortopedistas e 22 anestesistas no Regional. São realizadas em média 530 cirurgias por mês, entre eletivas (agendadas) e emergenciais. Nos plantões de seis horas, dois médicos ortopedistas atuam no setor de emergência. Para Luz, o ideal seria pelo menos mais um médico ortopedista de sobreaviso, para cobrir eventuais faltas no plantão.

Ainda segundo o gerente, das sete salas do centro de cirurgia geral, duas não estão sendo utilizadas por falta de equipe médica e de médicos especialistas. “Cerca de 70% dos casos que chegam à emergência poderiam ser resolvidos em unidades de pronto atendimento. Pela sua posição geográfica, o Hospital Regional acaba sendo muito acionado e não temos como dar vazão a todas as necessidades”, justifica.

Dificuldades para contratar anestesistas é problema

A falta de anestesistas é um problema antigo nos hospitais públicos do Estado. A Secretaria da Saúde reconhece que a dificuldade maior se concentra no Regional de São José, pela posição geográfica – perto de centros urbanos (Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça) e da BR-101 – e também pela falta de unidades de pronto-atendimento na região. Entre os motivos que levam à falta de interesse por parte dos anestesistas em atuar na rede pública está o salário. “O problema é crônico no Estado, já que na iniciativa privada, os médicos conseguem rendimentos mais vantajosos”, argumenta o gerente-administrativo do Regional, Fernando Luz.

Outro problema que contribui para a falta de anestesistas são as poucas vagas no Estado para médicos em residência – o período de três anos em uma unidade hospitalar é necessário para o treinamento do profissional. De acordo com a Secretaria de Saúde, a implantação de programas de residência depende da disponibilidade de médicos especialistas preceptores disponíveis para a instrução e acompanhamento dos residentes, bem como aprovação do MEC ( Ministério da Educação).

“Para o hospital abrir residência em uma especialidade, é necessário ter um grupo disciplinar de apoio a disposição para acompanhar os residentes. No caso dos anestesistas, pela falta nas unidades públicas, o serviço se torna mais difícil”, explica Fernando Luz. O gerente-administrativo do Regional observa que, apesar das dificuldades, há uma possibilidade de que 40 anestesistas, que realizam o último concurso público neste ano, sejam lotados no Regional, situação que desafogaria a demanda.

Demora deixa aflitas famílias que não têm outra alternativa

A angústia está estampada nos rostos dos pais de Ana Letícia de Ramos, 13. Há dois anos, a menina aguarda por uma cirurgia de adenóide (correção de problema que dificulta a respiração e a fala) no Hospital Regional. Moradores da região de Tijucas, a família vai toda a semana a São José para fazer o acompanhamento médico da garota. “Ficamos preocupados, já foi detectado um cisto, além da dificuldade para respirar. Constantemente ela fica doente e com febre”, conta a mãe, Roseli Evaristo, 39.

Segundo Roseli, há dois meses, quando questionou o médico sobre a demora para a realização da cirurgia, ela obteve uma resposta desanimadora. “Eles disseram que tinha muita gente na fila e que não tinha previsão”, lamenta. Agora, com a liminar, Roseli se mostra mais confiante com a possibilidade da cirurgia ser realizada. “Não temos como fazer particular, já tentamos outros hospitais e não conseguimos, o jeito é esperar. Mas, agora, pode ser que seja mais rápido”. O pai, Sérgio Ramos, 37, oleiro autônomo, diz que a demora prejudica a situação da família. “Toda vez que temos que vir, fico sem poder trabalhar. É complicado”, conclui.

Situação vem sendo amenizada aos poucos, diz a administração.

O gerente-administrativo do Hospital Regional de São José, Fernando Luz, argumenta que o problema da redução do número de cirurgias, verificado desde 2008, vem sendo amenizado aos poucos, mas reconhece que a principal dificuldade atualmente é a falta de anestesistas. “Estamos saindo de uma situação em que não era feito nenhuma cirurgia eletiva, para uma situação em que já estamos realizando as cirurgias”, avalia Luz.

Sobre a decisão judicial determinando a contratação de médicos e reabertura de salas de cirurgias, a Secretaria de Saúde informou que já foi citada e pretende cumprir a determinação da liminar no prazo estipulado, de 45 dias. A abertura das salas de cirurgia está condicionada à contratação de mais médicos anestesistas para o quadro do Hospital  Regional de São José, o que será possível agora, com a homologação do concurso público.