Opinião de A Notícia
Cuidado com a gripe
Passado o tumulto do ano passado, quando o mundo temeu com a então nova gripe, não é permitido esmorecer na prevenção. Em Joinville, como todos lembram, o temor da gripe A levou milhares de pessoas a buscar as unidades de saúde, em uma movimentação praticamente sem precedentes. A falta de informação aliada às incertezas sobre a doença contribuíram para a situação na cidade, mesmo que a incidência estivesse longe daquela registrada em outras regiões do mundo.
Agora, a situação é diferente. Boa parte da população foi vacinada no País, em especial aquelas dos grupos de maior risco de contrair a doença. Há mais informações sobre a gripe A e, com isso, o temor da população é bem menor. Ainda assim, até porque servem como prevenção a outras enfermidades, os cuidados básicos para evitar a gripe A são de grande importância. Até porque são relativamente simples de serem seguidos e fazem parte da higiene pessoal.
A população precisa acompanhar os esforços governamentais feitos para enfrentar a gripe A. Não se prega o retorno às máscaras, como ocorreu no ano passado, mas sim a simplicidade de higienizar as mãos. Além disso, procurar imediatamente as unidades de saúde, mesmo de atendimento básico (postos de saúde) assim que sintomas como febre e dor de cabeça aparecerem. Houve grandes vitórias contra a gripe A, mas a doença ainda ronda a humanidade.
Gripe A
A febre baixou. Mas mudaram os hábitos
Preocupação com o contágio do vírus H1N1, que mudou a rotina dos joinvilenses ano passado, se transformou em hábitos preventivosUma verdadeira febre, que mudou o comportamento da população em 2009, parece estar dando lugar a hábitos de prevenção e menos preocupações. A gripe A, doença provocada pelo vírus H1N1, deixou de ser preocupação para a maioria dos joinvilenses este ano. O que ficou foi a cultura da higienização das mãos e o uso do álcool em gel ou gel antisséptico, boas maneiras na hora de espirrar e cuidados básicos, mas fundamentais para evitar a doença. A corrida às farmácias para comprar máscaras, álcool ou até o Tamiflu (remédio indicado para a gripe A) não existe mais.
Em 2009, esses produtos chegaram a faltar nas farmácias. Hoje, sobram nas prateleiras. Em restaurantes, shoppings, escolas e outros estabelecimentos comerciais, que em 2009 já tinham instalados suportes para álcool em gel, a prática continua. Unidades de saúde e hospitais são os locais onde a higienização das mãos com o produto em gel é mais intensa. A realidade mudou e os números caíram.
Se no ano passado a preocupação era com um contágio e qualquer febre acima de 39 graus levava dezenas de pessoas, todos os dias, aos prontos-atendimentos, hoje, quase ninguém chega às unidades de saúde com a mesma queixa. Um número que comprova a nova realidade é o de casos suspeitos. Em 2009, foram registrados 464. Este ano, são apenas 39. E todos eles com exames já realizados e com resultados que deram negativo. Ou seja, os casos foram descartados.
Desde janeiro, Joinville não registrou nenhum caso confirmado da gripe A. Dos casos suspeitos, 16 tinham idade entre 20 e 39 anos, um dos grupos considerados de risco. Os outros eram divididos entre as demais idades. Foram 20 homens e 19 mulheres, uma delas gestante.
Em 2009, de todos os casos suspeitos, 231 foram confirmados com gripe A. E cinco pessoas morreram. As vítimas tinham 17, 28, 49, 52 e 82 anos. Ainda existem 20 casos suspeitos do ano passado que aguardam confirmação. São aqueles enviados a um laboratório do Rio de Janeiro, logo no início da epidemia, quando surgiram os primeiros casos suspeitos.
Atualmente, os exames são feitos em Santa Catarina e os resultados saem em até 48 horas. A coleta de material é feita em algum hospital de Joinville, que encaminha para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Florianópolis. O resultado é divulgado pela internet, para uma equipe da Vigilância em Saúde de Joinville.
Cuidados que serão mantidos
Alguns joinvilenses adotaram medidas de prevenção no ano passado que serão mantidas pelo resto da vida. Um deles é o estudante de medicina Murilo Zonta, 24 anos. Ele conhece bem dos perigos que enfrenta se não tiver os cuidados com a higienização das mãos. Por isso, garante que mantém o hábito de lavar as mãos. “Agora, sempre que vou a algum lugar procuro passar álcool em gel nas mãos”, diz o estudante. Se vai a um restaurante, supermercado ou qualquer local público, procura um recipiente com gel antisséptico ou álcool para limpar as mãos.
Certo de que teve gripe A em 2009, Pedro Vinicius Bernardes, 19 anos, mudou seus hábitos ainda ano passado. Ele afirma que teve todos os sintomas da doença. Mas foi antes do início da epidemia e campanhas. Por isso, não foi diagnosticado com gripe A. Mas chegou a ficar hospitalizado na área de isolamento e foi orientado a ficar uma semana em casa, sem contato com outras pessoas. “Eu usava máscara, fazia nebulização e não podia sair de casa. Como ainda não tinha o surto da gripe A, eu fui classificado como um caso de doença grave. Mas tive todos os sintomas”, explica Pedro.
Desde que voltou a sair de casa, ainda em 2009, o jovem mudou algumas atitudes. “É claro que a gente relaxa depois de um tempo. Mas ainda tenho cuidados básicos com a prevenção”, garante. Pedro evita locais fechados. Sempre que anda de ônibus, logo ao descer, procura um lugar para lavar as mãos. Além disso, ele só espirra ou tosse com o rosto coberto.
Orientação no Festival de Dança
Até o dia 31 de julho, a Vigilância Sanitária de Joinville repassará orientações sobre a gripe A para os participantes do Festival de Dança, principalmente por causa da aglomeração de pessoas. “Não estamos em epidemia, mas não podemos esquecer que o vírus existe”, alerta a Vigilância em Saúde, Jeane Regina Vieira. Durante os dias do festival não haverá vacinação.
Mas um médico e um enfermeiro vão permanecer de sobreaviso durante os 10 dias do evento. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou os dois funcionários caso alguém apresente os sintomas da gripe A (H1N1). Mesmo assim, informativos com orientações e maneiras de prevenção da doença serão distribuídos nos hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos, além da Feira da Sapatilha. Responsáveis por alojamentos também foram orientados.
Vacinação foi fundamental
A redução do número de casos suspeitos e o fato de não haver nenhum confirmado tem uma explicação. Segundo a gerente da Vigilância em Saúde, Jeane Regina Vieira, a campanha nacional de vacinação é o principal motivo. Desde março deste ano, quando começou a campanha nacional, foram imunizadas 289 mil pessoas em Joinville. A maioria dos vacinados é dos grupos de risco, anunciada pelo Ministério da Saúde.
“A campanha atingiu metade da população. A cadeia de transmissão foi quebrada. A cada dois joinvilenses, um está imune”, analisa Jeane. Além disso, ela acredita que “o organismo começou a criar memória de imunização para o vírus H1N1”. Mas isso não é motivo para descuidar. Jeane alerta que é preciso manter a cultura que se adotou em 2009. Segundo a gerente da Vigilância em Saúde, as medidas de prevenção continuam valendo, principalmente a higiene das mãos, ventilação de ambientes fechados e a atitude de tossir ou espirrar sempre com o rosto coberto.
Infraestrutura
Escola fechada de novo em Joinville
Vigilância Sanitária interdita Colégio Francisco Eberhardt pela terceira vez
A Escola Estadual Francisco Eberhardt foi novamente interditado pela Vigilância Sanitária ontem à tarde. É a terceira vez que a escola é fechada por problemas na estrutura nos últimos três anos. Apesar das reformas em 2007 e 2008, a escola continua com a mesma lista de irregularidades apontadas pela fiscalização e já trabalhadas nas obras que a Gerência Regional da Educação (Gered) fez para voltar a funcionar.
Segundo a fiscal Lia Abreu, a unidade localizada no Rio da Prata, em Pirabeiraba, apresenta rachaduras nas paredes, fiação elétrica exposta com fios desencapados e o forro está caindo. “Chove dentro de todas as salas. O pai de um dos alunos me contou que subiu no telhado da escola para limpar e tirar os galhos das árvores e descobriu que as calhas estão soltas”, conta Lia. A escola também tem problemas nos banheiros, onde os vasos sanitários são antigos e estão com os canos entupidos. Os mictórios também estão estragados.
Lia afirma que a Secretaria de Desenvolvimento Regional sabia dos problemas e já havia produzido um laudo ano passado sobre as rachaduras nas paredes. “Foram gastos mais de R$ 130 mil nas reformas que aconteceram em 2007 e 2008, mas os problemas continuam”, afirma a fiscal. Antes da primeira reforma, em 2007, a escola ficou interditada durante seis meses e os alunos tiveram de assistir às aulas em um salão de festas de uma paróquia que fica perto da instituição.
Procurado no fim da tarde, o gerente regional da educação Oscar Maia afirmou que ainda não havia recebido nenhuma notificação da interdição da escola e por isso não podia falar sobre as obras de manutenção. Uma visita à escola foi agendada para hoje, quando a Gered e a Secretaria da Infraestrutura da Secretaria de Desenvolvimento analisarão os problemas e emitirão um parecer para reformar a escola antes do recomeço das aulas.
Serviço
Saúde
O Angeloni e a Pulse Care, em Joinville, vão montar na segunda-feira um quiosque onde a população poderá, de graça, ter a pressão e os níveis de glicose medidos por profissionais. Será no supermercado da rua João Colin, das 14 às 21 horas.
Canoinhas
Bebê achado em vaso sanitário
Recém-nascido passou seis horas abandonado em banheiro de hospitalDurante a madrugada de ontem, funcionários do Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, escutaram um gemido parecido com de um gato, mas aos poucos ele foi enfraquecendo e todos resolveram procurar de onde vinha o som. Somente seis horas depois descobriram que o gemido não era de um bichano, mas de um recém-nascido que lutava para viver. Ele foi encontrado vivo dentro do vaso sanitário do banheiro do hospital ainda com a placenta e com hipotermia (baixa temperatura do corpo). Agora, está internado e recebendo tratamento da pediatria da unidade.
A menina nasceu prematura, com oito meses, e pesando 2.530 kg. Ter resistido aos 8ºC que fizeram na madrugada de quinta e ainda à água fria e à louça de um banheiro gelado faz o médico Saulo Sabatini acreditar na recuperação do bebê. “É uma criança muito forte. Ela já está apresentando melhoras e tenho certeza de que irá ficar bem”, completa. A recém-nascida deve ficar na incubadora, em observação, por pelo menos 72 horas. Segundo o médico, o bebê tem dificuldades para respirar, mas não corre risco.
A criança deve fazer uma bateria de exames por causa do local onde foi encontrada. A mãe do bebê, uma jovem de 15 anos, também deve passar por uma série de exames. “Ela stá internada e tem acompanhamento médico e psicológico. Deve continuar assim até o fim de semana porque precisamos ver com o Conselho Tutelar como será”, disse o médico. Segundo ele, a garota ficou nervosa depois que descobriram que a criança era a sua filha.
Jovem não avisou sobre parto
Eram 23h30 quando a menina de 15 anos deu entrada no Hospital Santa Cruz acompanhada da mãe. As duas saíram da localidade de Bela Vista porque a jovem reclamava de cólicas. Segundo informações do médico Saulo Sabatini, ela preencheu a ficha com o atendente no pronto-atendimento e ficou aguardando. Em seguida, ela teria dito à mãe que precisava ir ao banheiro e lá ficou por cerca de 20 minutos. “Ela teve a criança de parto normal. Voltou para a fila de espera, não avisou a mãe nem ninguém do hospital. Também não pediu ajuda”, diz Sabatini.
Quando a jovem foi atendida pelo médico de plantão, ele teria percebido que a garota estava inchada e um pouco estranha. Até chegou a perguntar se ela estava grávida, mas a resposta foi não. Mesmo assim, pediram a internação dela para fazer uma nova avaliação. “Ela passou a noite no hospital e às 6h encontraram o bebê. Foi quando me chamaram e às 7h eu já estava no hospital”, completa o médico obstetra Sabatini.
Ele conta que fez exames na jovem e percebeu que ela tinha feito um parto. “Aí a gente associou que o bebê era filho dela. Infelizmente, no início, ela negou, mas depois confirmou que a criança era dela.” A garota disse ainda ao médico que teria sido estuprada e por isso estava tão nervosa.
A polícia da cidade foi acionada e vai investigar o caso. O médico já realizou alguns exames na garota e acredita que ela deva ficar internada até o fim da semana. “Em 30 anos de profissão, nunca tinha presenciado isso. Nos deixa chocado”, completa Sabatini. A recém-nascida deve permanecer no hospital até que o Conselho Tutelar decida o futuro dela.
Correia Pinto
Mais denúncias contra o atendimento na saúde
O boletim de ocorrência por omissão de socorro registrado por Celso Muniz Coelho, pouco antes de matar a tiros a servidora pública Lenimar Aparecida Ribeiro, na terça-feira, não foi o primeiro. O delegado Fabiano Schmitt diz que outras cinco denúncias foram feitas por cidadãos contra funcionários da Secretaria da Saúde. Uma destas pessoas também foi denunciada por Lenimar por desacato.
Endoscopia
Ética de médico é investigada
Conselho Regional de Medicina indicia Denis Conci Braga pelas três mortes ocorridas em JoaçabaO Conselho Regional de Medina (CRM) indiciou o médico Denis Conci Braga, responsável pela clínica onde três pacientes morreram após exames de endoscopia em Joaçaba, no Meio-Oeste. Ele deve responder a um processo ético, relacionado a uma possível negligência, mas, por enquanto, não está impedido de exercer a profissão.
O objetivo do procedimento é apurar a conduta e a responsabilidade do médico. A pena pode variar de advertência até cassação do registro profissional. De acordo com Élcio Bonamigo, do CRM da região de Joaçaba, o processo deve demorar cerca de um ano para ser julgado. A justificativa da demora está relacionada, segundo Bonamigo, ao tempo de defesa prévia do médico, relato das testemunhas e perícias necessárias. Todo o procedimento será conduzido pelo CRM de Florianópolis e o julgamento, feito por uma das câmaras de ética do Conselho.
– O processo segue paralelo ao inquérito policial, mas julga o médico do ponto de vista moral porque houve a identificação de indícios de infração ao Código de Ética Médica – diz.
De acordo com Bonamigo, o inquérito só foi instaurado agora porque dependia da sindicância interna, que foi finalizada com o resultado dos laudos da Vigilância Sanitária, que concluíram que a substância lidocaína teria ocasionado as mortes, por ter sido usada de forma incorreta nos pacientes. O delegado Maurício Pretto espera a conclusão da análise dos componentes da pomada de lidocaína utilizada nos pacientes. O advogado de defesa de Braga, Germando Bess, não quis comentar o caso.
Milagre em Canoinhas
Bebê sobrevive em privada
Durante a madrugada de ontem, funcionários do Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, escutaram um gemido parecido com o de um gato. Eles resolveram procurar de onde vinha o som. Somente seis horas depois descobriram que o gemido era de um recém-nascido. Ele foi encontrado vivo dentro do vaso sanitário do banheiro do hospital ainda com a placenta e com hipotermia. A menina nasceu prematura de oito meses e com 2,5 quilos. Ter resistido aos 8ºC que fizeram na madrugada de quinta-feira, a água fria e a louça de um banheiro gelado faz o médico Saulo Sabatini acreditar na recuperação da recém-nascida.
– É uma criança muito forte. Ela já está apresentando melhoras e tenho certeza de que irá ficar bem – completa o médico.
A recém-nascida deve ficar na incubadora e em observação pelo menos nas próximas 72 horas e passar por vários exames. A mãe do bebê, uma jovem de 15 anos, também deve passar por uma avaliação médica. Mãe e filha vão ficar internadas até que o Conselho Tutelar decida como encaminhar o caso.
Por volta das 23h30min, a menina de 15 anos deu entrada no Hospital Santa Cruz acompanhada da mãe. As duas vieram da localidade de Bela Vista porque a jovem reclamava de cólicas. Segundo informações de Sabatini, enquanto aguardavam antedimento, a menina teria dito à mãe que precisava ir ao banheiro e lá ficou por cerca de 20 minutos, quando teve a criança. Voltou para a fila de espera, sem falar nada.
O médico de plantão que a atendeu teria percebido que a garota estava inchada e um pouco estranha. Até chegou a perguntar se ela estava grávida, mas a resposta teria sido não. Mesmo assim, foi pedida a internação para fazer uma nova avaliação.
– Ela passou a noite no hospital e às 6h, o bebê foi encontrado. Fiz exames na jovem e percebi que ela havia feito um parto. Associamos que o bebê era filho dela. No início, ela negou, mas depois confirmou que o bebê era seu – diz o médico Saulo Sabatini.
A polícia da cidade foi acionada e vai investigar o caso. O médico Sabatini já realizou alguns exames na mãe e acredita que ela deva ficar internada até o fim da semana.
– Um caso que deixou todos muito chocados – completa.
Geral
HU vai repor estoque e pagar os contratos
O Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), deverá repassar cerca de R$ 3 milhões ao Hospital Universitário (HU) de Florianópolis, no próximo mês. O diretor geral do HU, Felipe Felício, informou que R$ 2 milhões serão utilizados para pagar os contratos terceirizados e R$ 1.076.478,89, no estoque de manutenção. Atualmente, a unidade tem 272 leitos ativos. No futuro, Felício adianta que pretende ampliar para 400, construindo um novo bloco.
Médicos
Câmara de Vereadores aprova aumento de salários
A Câmara de Vereadores de Blumenau aprovou na sessão de ontem os dois projetos de lei que aumentam os salários dos médicos da rede municipal de saúde. Houve apenas um voto contra. A matéria de número 1.097 recebeu uma emenda de autoria do vereador Marcelo Schrubbe (DEM), que ampliou os benefícios aos servidores que não são considerados estáveis. Os projetos, que tramitaram em regime de urgência, seguem para sanção do prefeito.
Com as novas leis, médicos e dentistas receberão adicional em dinheiro para compensar a determinação do Tribunal de Justiça que os obrigou a bater ponto eletrônico. Com isso, os salários ficarão entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil, dependendo da carga horária, sem importar o número de consultas atendidas. Essa é a alternativa encontrada pela prefeitura para administrar o impasse que se estende desde 2003.
Na legislação atual, médicos e dentistas recebem R$ 1.597 para um mínimo de 12 consultas diárias, sem precisar cumprir horário. A partir do 13º atendimento, o profissional recebe extra. A jornada é comprovada pela agenda dos médicos e por relatório de atendimentos enviados à Secretaria da Saúde. Com a mudança, o horário terá de ser cumprido e comprovado por meio do cartão-ponto.
Entenda o caso
- Em 2003, o Santa denunciou que médicos da rede pública descumpriam o horário previsto em contrato. O Ministério Público começou a investigar no ano seguinte e um Termo de Ajustamento de Conduta definiu que o ponto eletrônico seria instalado
- Em 2007, a Lei Municipal 660 autorizou os profissionais a comprovar o trabalho com 12 consultas diárias
- Em 2009, o Ministério Público entrou com pedido de liminar para suspender os efeitos desta lei
- Em maio de 2010, o Tribunal de Justiça acatou o pedido do Ministério Público e invalidou trechos da Lei Municipal 660
- Com os dois projetos aprovados ontem pela Câmara, os ganhos dos médicos serão elevados para até R$ 5 mil. A medida serve como incentivo para cumprir a carga horária. A solução é temporária. O prefeito João Paulo Kleinübing pretende enviar nova proposta ao Legislativo dentro de 90 dias.
Temperos prontos possuem muito sódio e aditivo
Produtos à base de galinha, galinha caipira (ambos testados pela Pro Teste), carne de vaca, frango, bacon, costela, camarão ou legumes que, após dissolvidos em água quente, servem para preparar caldos e muitas outras receitas e enriquecer molhos e temperos podem trazer riscos à saúde.
Acondicionados em caixinhas ou cartuchos de papelão, potes plásticos ou de vidro, e destinados a temperar os alimentos durante o preparo, podem ser encontrados em pó, em pasta ou cremoso, embalado em vidros, envelopes, potes e sacos plásticos. Deixam a comida mais saborosa, mas podem não fazer bem à saúde.
Segundo a Pro Teste, os produtos avaliados praticamente não apresentam gordura, sendo que os temperos de alho e sal Arisco, Kitano e Sabor a Mi têm gordura total zero. Quanto ao sódio, porém, de todos os temperos testados, os de alho e sal possuem os teores mais elevados em disparado.
A exceção ficou com o Knorr Tok, que, apesar de conter muito sódio, chega a ter menos do que alguns caldos de galinha. Em relação ao glutamato monossódico, realçador de sabor, o Knorr Tok e Sabor a Mi ultrapassam o limite aceitável. Segundo resultados da pesquisa realizada pela Pro Teste, o pior resultado foi o tempero para aves, peixes e arroz Sazon.
Nesse quesito, as únicas exceções foram os temperos de sal e alho Arisco, que não contêm glutamato, e Kitano, que está dentro dos limites da legislação europeia, que é de 10g por quilo. Como a associação de consumidores não recomenda o uso desses produtos, não foi indicado na pesquisa o melhor do teste nem a escolha certa, como costumam fazer em seus testes.
A Pro Teste ressaltou ainda que por causa do excesso de sódio e glutamato monossódico encontrado nos produtos, “os temperos industrializados não devem fazer parte da rotina alimentar”, mas recomendaram, para o dia-a-dia, temperos frescos e naturais, como alho e cebola.
Espaço e conforto na hora da reabilitação
Há dois dias, os pacientes que já foram submetidos a cirurgias cardíacas no Hospital Regional de São José, podem realizar o tratamento de reabilitação em uma sala maior e aconchegante. Cerca de 800 pacientes são atendidos todos os meses e, com a mudança e ampliação da sala, até setembro, mais 400 pessoas poderão ser atendidas no mesmo período.
O investimento R$ 23 mil para a reforma e readequação do espaço foi feito pela Aamohor (Associação de Amigos do Hospital Regional de São José). A associação tem 90 voluntários, entre funcionários do hospital e comunidade e, desde 1996, tem o objetivo de trazer benefícios aos pacientes.
Os pacientes atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) também podem usar o espaço e os serviços. No local existem esteiras, bicicletas e uma equipe para acompanhamento nas atividades de condicionamento físico.
Associação aplica R$ 1,5 milhão
Segundo Romualdo Tigerin, administrador do Instituto de Cardiologia do Hospital e voluntário da Aamhor, a associação faz bazares com produtos apreendidos pela Receita Federal que reverte em melhorias ao hospital. “Já aplicamos cerca de R$ 1,5 milhão que foram provenientes de ações que geraram recursos”, calcula Tigerin.
Depois de receber duas pontes de safena e duas mamárias, Celésia Michels vai três vezes por semana à reabilitação. “Aqui me exercito, faço alongamento e estou me sentindo melhor”, conta. Já Valdir Souza passou por duas angioplastias,a última há apenas dois meses. Ele tem diabetes e afirma que o controle durante os encontros semanais na reabilitação o ajuda a se sentir mais seguro.
De acordo com a técnica administrativa do espaço, Graziela Ludvig, os pacientes passam por quatro etapas. A primeira é ainda quando está na internação, depois é iniciada a atividade de reabilitação, a qual é acompanhada a freqüência cardíaca e diabetes. Na terceira, são realizadas caminhadas ao redor do hospital e a quarta é a de atividades em cada e visitas mensais ao espaço.
Procuram-se anestesistas
A falta de médicos anestesistas na rede pública estadual ainda é um problema em todos os hospitais da rede. A informação é confirmada pela secretaria de Saúde, que atribui o problema, entre outros fatores, à falta de interesse pela profissão, além do grande número de clínicas particulares que absorvem grande parte da mão de obra disponível. Em quatro anos, dois concursos públicos foram realizados pelo Estado, dos quais até o momento, 32 profissionais foram chamados. Destes, 10 desistiram e um pediu demissão. Nos hospitais, o quadro preocupa médicos e pacientes. Cirurgias eletivas são canceladas e doenças se agravam.
Um servidor público, especialista em anestesia, começa a exercer a profissão com ganhos a partir de R$ 6.000, além do plano de carreira, estabilidade profissional e aposentadoria após 25 anos de trabalho. No entanto, na iniciativa privada, estes profissionais chegam a ganhar salários médios de R$ 15 mil mensais. A secretaria da Saúde reconhece que o problema se acentua no Hospital Regional de São José. A instituição conta com 29 anestesistas, mas precisaria de mais dez para atender a demanda.
Segundo o médico residente Robson Amaral, a situação continua crítica no Regional. Ele conta que as cirurgias eletivas não ocorrem mais na unidade, devido à demanda da emergência. “Temos casos de pacientes que vão a óbito por uma pedra na vesícula, por exemplo, que precisa ser removida e o problema acaba se agravando, aumentando os custos para a saúde, com internações na UTI”, observa.
A diretora geral da Secretaria da Saúde, Rosina Moritz, informa que negocia com hospitais conveniados com o Estado, para que sejam encaminhados pacientes para cirurgias eletivas. “Com esta negociação, pretendemos absorver uma demanda de 3.000 cirurgias”, conclui. Concurso realizado neste ano também deverá chamar 50 profissionais.
Rede pública. Agressões e até morte de funcionários levam medo a postos municipais e rede pública
Saúde vira atividade de risco
Agressões, ameaças e até mesmo mortes já foram registradas nas unidades de saúde do estado. Nesta semana, um aposentado matou a tiros uma funcionária da Secretaria de Saúde , em Correia Pinto, na serra. A demora no atendimento foi a justificativa para o crime. O fato repercute em todas as unidades de saúde. O problema é antigo e profissionais trabalham com medo, pois constantemente sofrem com ofensas por parte dos usuários. Em Florianópolis, a Secretaria de Saúde trabalha com métodos de humanização do atendimento para diminuir as estatísticas.
“Quando a pessoa procura o hospital está doente. Muitas vezes ela já passou pelo posto de saúde e não conseguiu atendimento. As pessoas ficam nervosas e temos que ter paciência”, relata a atendente de recepção Maria Albertina, 63, que atua há 25 anos na recepção do HU. Ela conta que diariamente enfrenta problemas como ofensas de pacientes. “Quando o médico não vem e temos que desmarcar a consulta eles ficam irritados. Tentamos explicar que não temos culpa, mas eles querem discutir e ofender”, lembra.
Para a enfermeira Fernanda de Souza, 36, o crime na serra só agravou a sensação de insegurança entre os profissionais. “É uma situação que pode acontecer. A gente fica exposta aqui no posto de saúde, onde só trabalham mulheres. Ficamos sozinhas até as 19 horas”.
Município aposta na humanização
Como foram de conter os problemas entre pacientes e profissionais, a Secretaria da Saúde de Florianópolis mantém, há três anos, um programa de humanização de atendimento em todas as unidades de saúde do município. “Fazemos um trabalho contínuo com os profissionais, o que tem reduzido os índices de reclamação”, observa o secretário de Saúde, José Cândido da Silva.
Os locais com mais problemas são identificados pelas estatísticas da ouvidoria da secretaria da saúde. De acordo com as necessidades uma equipe visita a unidade e presta treinamentos em relação ao atendimento e acolhimento dos pacientes. “Um não dito com carinho tem significado bem diferente a quem está recebendo”, exemplifica o secretário.
Com 2340 profissionais atuando na rede municipal de saúde, dos quais 303 são médicos, a secretaria reconhece que a ausência de um profissional já faz diferença no atendimento, que muitas vezes é motivo de transtorno nas unidades.
Atendimento ruim aumenta casos, diz Sindsaúde
Para o Sindsaúde o problema que aflige funcionários e usuários na rede pública de saúde é de gestão. “A Secretaria de Saúde deve prestar atenção aos problemas que a sociedade vem enfrentando e que os profissionais vem sofrendo”, destaca o vice-presidente do sindicato, Pedro Paulo das Chagas. “As pessoas têm dificuldades em marcar as consultas, os exames são demorados e faltam médicos nos hospitais”, relata.
Chagas observa que diariamente o sindicato recebe reclamações de profissionais que foram ameaçados, ofendidos e até agredidos. Ele lembra o caso que ocorreu no ano passado no Hospital Nereu Ramos, quando um paciente quebrou o braço de uma técnica de enfermagem porque ela precisava medicá-lo. “Tem que melhorar o respeito ao trabalhador que sofre aguardando mais de 60 dias por um procedimento. Com isso os profissionais do atendimento sofrem ameaças e agressões”, afirma.
Quadro vem sendo ampliado
“A prefeitura nos últimos anos já realizou quatro concursos públicos para a área da saúde. O último foi homologado no mês de junho deste ano”, observa o secretário João Cândido. Na medida do necessário estamos chamando os aprovados”, completa. Florianópolis é a maior rede de saúde do estado e não registra nenhum caso de agressão. “Das 50 unidades, 37 já têm conselhos de saúde formados pela comunidade e funcionários da unidade de saúde. Nos conselhos problemas entre usuários e postos são resolvidos”, aponta.